30
Fevereiro.
Um mês se passou e changbin se via cada vez mais entediado, e esse tédio se transformou em estresse, e quanto mais estressado ele ficava mais distante de jisung se tornava. Queria fazer algo. Ficar o dia todo no quarto depois das aulas estava começando a deixá-lo melancólico e carente, e o han não podia ficar o mimando quando bem entendesse, ele ajudava a enfermeira o dia todo e apenas se viam em certas aulas, além dos intervalos para o almoço e quando ele aparecia de noite após seu turno, mas não era o suficiente, embora não quisesse admitir isso totalmente.
A ausência de chan também afetava diretamente no humor do baixinho, uma vez que ele se acostumou a ter a presença do australiano quando jisung sumia, mas agora se sentia tão abandonado e sozinho que nem sabia como conseguia guardar isso para si mesmo. Se fosse alguns meses atrás, já teria explodido, contudo, entendia que seu namorado precisava ficar na enfermaria, ele estava estudando pra ser alguém no futuro, e ter chris por perto — pelo menos por enquanto — era impossível. Com isso, changbin decidiu se conter, guardou seus sentimentos e resistiu durantes as últimas semanas, mesmo que isso estivesse o corroendo por dentro. Talvez tenha ficado muito mal acostumado.
A medida que se distanciava um pouco do orfanato, changbin caminhou até a nova quadra que estava sendo construída do lado dos prédios, a antiga estrutura que abrigava o time de futebol do instituto estava frágil, com o telhado contendo furos e as estacas de sustentação corroídas pela chuva do inverno febril, sendo assim haeri mandou alguns construtores da região consertarem tudo por um curto período de tempo, vendo que o time de futebol estava treinando recentemente para o campeonato regional que acontecia uma vez a cada ano, onde times de diferentes orfanatos competiam por um troféu e algumas medalhas, além de ter a chance de comer fora e se hospedar em um hotel durante sua estádia na cidade próxima.
A cada passo, o moreno podia ouvir o barulho dos homens que estavam trabalhando na reforma, e mais ao longe, perto da floresta, estava o time de futebol do orfanato, os Haven. Tinham esse nome por conta do instituto que carregava o mesmo título. Refúgio.
Changbin sempre achou esse nome patético.
Com desinteresse o baixinho se aproximou mais de onde o grupo de pessoas treinavam, reconhecendo os rostos de alguns garotos, a maioria deles tinham algum tipo de histórico com o seo, seja por briga ou por presenciar algum episódio de agressão que changbin já fizera parte. Podia garantir que nenhum deles ia com sua cara. O único menino que realmente parecia contente em vê-lo era felix, o garoto que conheceu no mês anterior. O mais novo tinha entrado para o time de futebol duas semanas depois da sua chegada, após o capitão do time vê-lo jogando com alguns novatos, e rapidamente o quis no time, alegando que o garoto podia ser um ótimo zagueiro. Changbin não entendia muito de futebol, única coisa que sabia era que antes chan era o co-capitão do time e que ele era goleiro, nunca o viu jogar por não ser bem vindo na quadra, mas sabia que o castanho era bom, chan sempre foi bom nos esportes, por mais que sua verdadeira paixão fosse a pintura.
Felix se aproximou em passos rápidos, subindo o pequeno morro até alcançar changbin que tinha parado para observar, o time fazia uma pausa para se hidratar e o menino baixinho aproveitou isso para correr até seu novo hyung. O moreno não sabia dizer como ele e o lee tinham se tornado próximos, por mais que não pudesse considerá-lo um amigo ainda, embora passassem algum tempo juntos, como no almoço quando jisung não aparecia ou até mesmo no jantar. Felix não ligava — ou fingia não ver — para os olhares ruins que sempre eram direcionados ao seo quando ele surgia no refeitório, o menino sempre estava radiante e animado quando o via.
— hyung! — ele finalmente conseguiu subir o pequeno barranco, parando ofegante na frente de changbin. — que bom que você tá aqui. — felix disse após um tempinho recuperando o ar. — o treinador quer te ver.
— o treinador? — changbin olhou através do ombro do castanho, vendo o homem careca e alto os fitando. Ele acenou na direção do seo e o menor não retribuiu, desconfiado com o que ele queria. — o que ele quer?
— ele te quer no time. — respondeu o menino que tinha se acomodado na grama. — precisamos de um goleiro, e ele disse que você joga bem.
— a última vez que joguei futebol eu tinha treze anos, como ele pode deduzir que ainda sei jogar? — o moreno se abaixou ao lado de felix.
— sei lá. — o menor balançou os ombros. — dizem que jogar futebol é como andar de bicicleta, a gente nunca esquece.
— não sei andar de bicicleta.
Felix o fitou, e riu em seguida, como se aquela tivesse sido a piada do ano, mesmo que fosse verdade. Changbin nunca aprendeu e nem mesmo teve a oportunidade, e isso não era um problema para agora, talvez futuramente pudesse aprender.
— por que você não entra pro time? Não vai custar nada e seria legal ter alguém que conheço por perto, aqueles caras lá embaixo são bem esquisitos.
— eles estão mexendo com você? — indagou, forçando a visão para chegar até os garotos dentre quinze e dezessete anos que brigavam por uma única garrafinha de água.
— não exatamente. — felix coçou a nuca. — eles são legais as vezes, mas não me sinto tão confortável com eles. Principalmente com aquele ali. — apontou discretamente para san, o garoto que changbin já tinha brigado quando tinha dez anos. O moreno não lembrava porque havia entrado numa discussão com ele, mas sabia que o temperamento infantil dele continuava o mesmo, podia ver isso nitidamente agora, san brigava por uma garrafa de água com outro garoto, embora não fosse necessário, continha mais dentro de uma caixa térmica bem ao lado deles. — san é nosso atacante, e ele acha que é o próprio deus na terra. Não gosto dele.
— boa sorte. — desejou ao menino, que se contorceu dramaticamente, encenando uma dor física tão grande que ele caiu de costas no chão gramado. — futebol nunca foi minha praia.
— e qual é a sua praia? — felix o fitou.
— eu não sei. — admitiu baixo e desgostoso, o amargo da inutilidade abalando seu paladar.
— e se for o futebol? Talvez você saia daqui sendo o próximo Messi. — incentivou com certo brilho nos olhos, planejando um futuro onde changbin seria uma estrela do futebol.
— com certeza não, lix. — riu ao bagunçar o cabelo do garoto deitado.
(...)
Comia calmamente o jantar sentado na sua mesa, depois da primeira semana, as novas crianças começaram a se afastar e reconhecer que aquele mesa no canto do refeitório era de changbin e não chegavam perto. E por mais desagradável que pudesse parecer, até que o menor gostava disso. Não ser perturbado durante a refeição era uma dádiva.
Enquanto degustava sem pressa da sua janta, alguém se aproximou e tomou o assento do seu lado, e changbin tinha certeza que não era jisung — que mais uma vez estava sumido. O han não tinha cheiro de perfume de velho, e nem possuía mãos enrugadas.
— percebi que você tá sempre comendo sozinho. — sungjin comentou, a voz arrastada e o mesmo sorrisinho articulado nos lábios finos. — decidi te fazer companhia hoje. — changbin teve que se segurar para não respondê-lo de forma grosseira. Ele ainda era um professor, e tinha contato direto com haeri, uma bobagem sua e ele podia denunciá-lo a direção, e o moreno estava bem sem marcas de punições recentes, embora as antigas as vezes latejasse. — você é mudo, garoto? Sabia que é feio ignorar os adultos?
— tô comendo. — balançou o garfo na direção do homem, como se mostrasse a ele que tinha motivos suficientes para não falar.
— oh, certo. — sungjin remexeu na sua própria comida por exatos três segundos antes de retornar a falar. — felix passou meu recado a você?
— sim, e eu não quero entrar pro time.
— por que não?
— você trabalha aqui há muito tempo, sabe o porquê. — o park virou o rosto, sem admitir que via toda agressão que changbin sofreu durante toda vida. Ele como também a maioria dos professores do instituto ignoravam isso, e não era apenas com o seo, vários outros órfãos que sofriam e sofreram bullying ou agressão foram exilados de ajuda porque nenhum deles tinha coragem de passar por cima da autoridade de haeri. Era extremamente proibido um professor intervir em algo fora da sala de aula, então eles tinham a escolha de fechar os olhos enquanto várias crianças sofriam coisas terríveis nas mãos de outros órfãos, ou até mesmo da proprietária do lugar. — e também, não sinto vontade de jogar futebol. Não é pra mim.
— como você sabe que não é pra você? Aposto que você nem se lembra quando foi a última vez que jogou bola com seus amigos do orfanato.
— lembro sim, foi no dia doze de abril, quando eu tinha treze anos. Os garotos me bateram depois do jogo porque meu time tinha ganhado, e adivinha só? Ninguém me ajudou, e eu apanhei sozinho, de cinco garotos. — tentou controlar o enjoo em sua voz, mas aquela lembrança sempre o deixava irritado. — e eles não eram meus amigos.
— isso faz muito tempo, você não pode viver no passado, changbin.
— fácil pra você falar, não foi você que foi espancado quando criança por conta de um jogo idiota.
— eu sinto muito que isso tenha acontecido. — changbin quis rir, pois sabia que era tudo em vão. Todas as palavras do homem na sua frente era apenas bobagem, algo automático que ele provavelmente já disse para milhares de crianças que quis persuadir a entrar no seu time idiota. — mas as coisas do passado foram feitas para nos fortalecer. Veja isso como incentivo, mostre a eles que você é melhor, que você pode ser melhor que eles.
— muito obrigado pelas palavras, mas não. — o moreno ficou de pé e recolheu a bandeja com um prato vazio e um copo de plástico.
— você é um bom garoto, changbin, seu único defeito é querer viver do passado. — o homem de cabeça raspada e corpo robusto pelo tempo que serviu no exército disse, ainda degustando da sua refeição. O moreno estancou no meio do caminho, a bandeja nas mãos tremeluzindo pela força que usou ao segura-la. — você não vai conseguir nada se continuar fugindo das pessoas. — continuou. — se quer uma mudança, faça isso acontecer. Não se pode viver para sempre se escondendo ou repudiando as pessoas que tentam te ajudar.
O deixou para trás de forma definitiva, atravessando o refeitório e deixando a bandeja com os utensílios perto da cantina. Changbin saiu e ignorou jaehyung que o espreitava em um canto, como se estivesse observando quando o moreno teria um deslize de humor, algo que pudesse se tornar catastrófico. Porque era isso que esperavam dele, uma grande catástrofe, um estardalhaço. Essa ideologia deixava as noites de sono de changbin tão fatigantes que ele mal conseguia fechar os olhos, podia dizer que não ligava para sua fama no orfanato, que nada do que eles dissessem mudaria quem ele realmente era, mas lidar com isso era totalmente diferente. Era doloroso, amargo e ruim, e não podia reagir a todo esse mal porque simplesmente se tornaria o vilão da história, embora soubesse que não era.
Ele subiu as escadas e andou apressado até o quarto, aquele caminho que aparentava estar se tornando cada vez mais difícil de trilhar. Changbin entrou no cômodo e encostou a porta, logo notando jisung entre os beliches trocando de roupa, o cabelo úmido pelo banho recente e os olhos nublados de cansaço.
— por que você tá com essa carinha, meu bem? — o han indagou, enxugando o cabelo com a toalha que mantinha ao redor do pescoço.
Changbin decidiu apenas caminhar até sua cama e se deitar, o uniforme parecia cada vez mais apertado ao decorrer dos dias, mas agora era o menor dos seus problemas, teria uma troca daqui duas semanas, então não precisava se preocupar com isso por enquanto. Percebeu a movimentação de jisung e podia ter certeza que ele tinha suspirado meio chateado pela falta de respostas, mas não queria conversar, e nem descontar sua frustração no mais novo.
— amor. — a mão de jisung afagou o cabelo embaraçado de changbin, ele abaixou-se rente ao corpo miúdo na cama, aflito com o comportamento estranho do menor. — você tá me deixando preocupado. O que tá acontecendo? Você sabe que pode me falar.
— eu tô bem, jisung. — quis pôr um fim na conversa, se sentia tão oscilante que temia machucar o garoto.
— binnie, eu sou seu namorado, e também seu melhor amigo, esqueceu? A gente não tem segredos. E eu não quero que você chegue no seu limite, não gosto quando você se machuca.
— não me trate como alguém totalmente desequilibrado, eu não sou assim.
— não disse que você era, o que eu quero dizer é que você pode contar comigo. — jisung se manteve ao lado do menor mesmo quando ele sacudiu os ombros e tentou afastá-lo. Tinha noção que era apenas uma reação natural do nítido estresse que ele estava passando, embora não soubesse sua origem. — você vai me contar o que tá te deixando assim?
— por enquanto, não.
— binnie…
— eu tô cansado, han. — puxou o lençol que estava desarrumado no canto, cobrindo seu corpo mesmo que ainda estivesse de uniforme. Se trocaria assim que todos fossem dormir, não queria lidar com ninguém agora.
— posso dormir com você? — embora não houvesse uma resposta imediata, changbin arrastou lentamente o corpo para frente, deixando um espaço considerável para que jisung ocupasse.
O menino apagou a luz e se deitou atrás do corpo encolhido, rodeando sua barriga com os braços, o trazendo para perto. Changbin não se mexeu mesmo quando jisung se aninhou no seu corpo, a mão afoita serpenteando pelo botão da sua calça, ele ficou quieto e esperou até que o mais novo também ficasse, mesmo que jisung estivesse muito agitado para dormir.
Teve breves momentos de cochilos, mas não conseguiu se manter por muito tempo, por isso, assim que a madrugada escorreu por sua janela, changbin ficou de pé e deixou jisung babando seu travesseiro para trás. Ele pegou um pijama na cômoda velha e se dirigiu ao banheiro compartilhado carregando o sabonete e a toalha, tomou uma ducha gelada e rápido para acordar de uma vez, sabendo que não dormiria aquela noite — mais uma vez. Ele saiu do cômodo de ladrilhos com cuidado, os passos calculados e os olhos atentos a pouca penumbra do corredor extenso. O moreno estava quase no seu quarto quando avistou uma figura vindo na sua direção, todo seu corpo ficou rígido e a mente trabalhou ao mil para procurar maneiras de sair daquela situação: se fosse um vigia, mentir era a única opção, se fosse só mais um órfão perambulando pelo orfanato tarde da noite, apenas uma encarada e talvez tudo ficasse bem na manhã seguinte.
— changbin hyung? — o citado forçou os olhos e percebeu que era apenas felix, o menino estava sujo de terra e carregava a chuteira na mão, os pés descalços tocando o piso frio.
— caramba garoto, você quase me matou do coração. — o lee riu do exagero nítido do rapaz. — aonde você tava tão tarde da noite?
— ah, eu tava só treinando sozinho. Consegui permissão com o professor sungjin e agora ele me deixa treinar atrás do orfanato todos os dias depois da meia noite, posso ficar lá até a hora que eu quiser. — ele parecia orgulhoso da sua própria conquista.
— isso explica sua cara toda suja de terra. — comentou, o vendo verificar o rosto com a mão livre. — você fica lá sozinho até essa hora?
— sim, mas é meio chato jogar sozinho. Se um certo hyung aceitasse entrar pro time ele poderia ser meu acompanhante nos treinos, mas esse meu hyung é muito cabeça dura e teimoso. Você precisa conhecer ele, vocês iam se dar bem. — changbin o empurrou de levinho, rindo da sua encenação.
— talvez eu entre pro time.
— mentira! Sério!? Meu deus, não me dá esperança, fico triste depois se for brincadeira.
— fala baixo, tá todo mundo dormindo. — o garoto cobriu a boca com a mão. — e sim, e não. Talvez eu entre. Não sei, ainda tô pensando.
— você tem que aceitar, vai ser legal te ter no time.
— você é o único que pensa assim. — sussurrou meio perdido, porém logo retomou a consciência quando felix o fitou sem entender. — enfim, você precisa ir logo tomar um banho e dormir, temos aula de manhã cedo.
— verdade, verdade. — ele segurou as chuteiras contra o peito e passou cantarolando ao lado do menor. — te vejo mais tarde, hyung. — acenou para changbin prestes a entrar no próprio quarto.
O moreno balançou a cabeça e dessa vez andou apressado, temia que a próxima silhueta que surgisse fosse de um vigia. Ele entrou no quarto e deixou a toalha molhada na cama onde christopher dormia, observando o beliche que já estava vazia há muito tempo. Às vezes, gostava de imaginá-lo ainda ali, deitado com o cabelo meio úmido do banho e encolhido dentro do cobertor, embora agora fosse apenas uma lembrança. Queria ter notícias dele, saber que estava tudo bem. Queria a garantia que christopher ainda era o seu christopher e o de jisung.
— binnie…? — jisung levantou apenas a parte superior do corpo usando as mãos como apoio no colchão, o rosto numa careta engraçada por ter que apertar os olhos por conta do sono. — o que você tá fazendo de pé aí?
— nada. — se abaixou ao entrar no beliche, ocupando dessa vez a beirada e deixando que seu namorado fosse para o canto. — volta a dormir. — beijou sua testa quando ele o abraçou, o corpo dele quente pelo sono contra o seu frio do banho recente. Houve um choque sutil que changbin gostou nesse simples contato, e jisung pareceu ter sentido também, pois arfou baixinho e tentou se esconder no peito do seo.
— tô com saudade do chan. — ele murmurou de repente, a voz arrastada pelo sono. Changbin piscou algumas vezes e o abraçou com mais força.
— também tô.
— as vezes acho que não vou conseguir suportar ficar longe dele. — jisung apertou a roupa de changbin, como se aquela ação pudesse livrá-lo da aflição que sentia. — tá tudo tão bagunçado agora, eu queria que ele tivesse aqui. Ele saberia o que fazer, ele sempre sabe. — o moreno ficou em silêncio, sem saber ao certo do que o han se referia. — changbin, você acha que estamos bem? — ele dessa vez o encarou, os olhos grandes e brilhantes na sua direção, o incapacitado de racionar direito.
— acho que sim. Não sei. Você acha que não estamos bem?
— eu não sei. — ele voltou a se aconchegar no seu corpo. — sinto que tá tudo errado, a gente principalmente. Tem algo errado na gente.
— não funcionamos como dois, esse é o problema.
— talvez.
— você quer outra pessoa na nossa relação? — não soube porquê chegou nesse tópico, mas essa melancolia de jisung cobria sua razão e o deixava inseguro. De repente se sentia insuficiente, como se não estivesse cumprindo seu papel de namorado.
Jisung ficou em silêncio, e tudo ao redor parecia pesado demais para aguentar. Changbin quis fugir, temeroso da resposta e pelo tempo em que o garoto apenas ficou quieto.
— não quero ninguém que não seja você e o chan. — afirmou convicto, e o menor suspirou aliviado. — você quer outra pessoa na nossa relação? — o encarou de baixo, os cílios espessos cobrindo os olhos grandes e bonitos.
— com certeza não. — não hesitou ao dizer. Nem ao menos conseguia imaginar com outra pessoa que não seja eles dois. Cresceram juntos, tinham uma história e eles eram sua família, uma em que apego material não seria suficiente para danificar. Eles eram seu mundo, e ninguém mais podia entrar nele. — eu amo você e o chan.
— também amo você e o chan. — jisung sorriu docemente, meio perdido pelo sono que vinha lentamente. — vamos ficar bem, não é? Nós dois damos conta disso até o hyung voltar. Tenho certeza que a gente consegue.
— sim, eu acho que sim. — murmurou baixinho, acariciando o cabelo de jisung até ele dormir.
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