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23

considero esse capítulo e o próximo como extras/bônus especial, mas ainda assim são importantes então por favor não deixem de ler 🙂
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Changbin com certeza sentiu saudade dos pássaros cantando em sua janela assim que o sol raiava, apesar de que normalmente odiava aquilo.

Quando se espreguiçou espremido no meio de chan e jisung, respirou o ar fresco da manhã, que invadiu seus pulmões e relaxou seu corpo, como uma lufada refrescante de vento. Era quente ao seu redor, e o beliche estava apertado, mas não negava que sentiu falta disso. Dormir numa cama espaçosa era incrível, podia se mexer livremente, mas gostava de dividir a cama de solteiro com eles. Não era desconfortável, apesar do calor que emanava dos seus arredores. Changbin gostava daquilo. Jisung ressonava com o rosto na parede, os braços esticados na direção da cabeceira. Chan estava encolhido em sua direção, o braço longo por cima dos dois menores, como se estivesse os protegendo.

Era difícil decidir se devia ou não importuná-los, mas desistiu ao notar que não teria porquê ficar de pé, chan havia dito que não precisava ir no cursinho hoje e jisung tinha sido dispensado pela enfermeira para que pudesse descansar. Era o dia de folga deles e changbin os deixará dormir. Até mesmo fechou os olhos e tentou cochilar, mas então sua cabeça se acendeu como uma lâmpada no meio de um quarto escuro: hoje era aniversário de christopher.

Tinha esquecido completamente pelo tanto de problema que preencheu sua cabeça nos últimos dias, e agora ele precisava fazer algo sobre. No entanto, há coisas que você deve saber sobre chan: primeiro, ele é alérgico a pólen, o que changbin descobriu de uma forma infeliz e desconfortável. Segundo, ele gosta de abraços e palavras de conforto, como "você está indo bem" e "tenho orgulho de você". E terceiro: ele odeia o próprio aniversário.

Changbin tinha noção de que isso era causado pelo que havia acontecido em sua infância antes do orfanato, seu aniversário o fazia lembrar de coisas ruins de antes do trio se conhecer e o moreno compreendia isso, porém, aquele era o último aniversário que eles passariam juntos antes do bang ir embora, queria fazer algo especial, e jisung o ajudaria nisso.

(...)

Changbin esperou pacientemente jisung despertar para arrastá-lo porta afora, conseguindo o feito de passar os dois por cima do bang sem ele nem se mexer. O moreno ficaria preocupado se não soubesse que ele estava extremamente cansado.

Era cedo, os corredores estavam silenciosos e vazios, ninguém apareceria antes das dez ou onze horas da manhã, então eles tinham tempo suficiente para discutir o que fariam a respeito do aniversário do australiano. A dupla escovou os dentes, e enquanto jisung incansavelmente lavava o rosto para acordar de vez, changbin andava de um lado para o outro para tentar pensar. Eles não tinham muitas escolhas, sair do orfanato era quase um crime, apesar de saber que os muros do lado esquerdo eram baixos, porque a construção foi parada pela falta de verba, no entanto, mesmo que eles saíssem, o moreno não saberia para onde levá-los, do morro até a cidade era longe e eles não tinham dinheiro para pegar ônibus: ou pelo menos, nem jisung e nem changbin tinham. Pedir a christopher estragaria todo o plano de manter os preparativos em segredo, então teria que ter outra opção.

— então que tal o riacho? — jisung sugeriu enxugando o rosto com a toalha. — podemos ir lá a qualquer momento, principalmente à noite.

— a noite tem os vigias.

— amorzinho, são um bando de velho com barriga de cerveja, você acha que eles vão aguentar correr atrás da gente? — o han ergueu uma sobrancelha, um sorriso presunçoso recheando seus lábios. Changbin gostava daquilo nele, da sua inconsequência jovial e a vontade de aprontar igual uma criança, porém não queria arrumar problemas por enquanto, estava bem não lidando com punições e castigos, por mais que toda essa calma nunca fosse um bom sinal.

— se eles fossem só correr atrás da gente seria de boa, você sabe que eles vão reportar pra bruxa. — relembrou, encostando o quadril na pia ao lado de jisung, os braços estavam cruzados, mostrando que o menor estava sério quanto aquilo. — queria que fosse algo especial, o chris merece isso.

— eu sei, anjo. — ele acariciou sua orelha e o moreno sentiu toda sua força derreter. — posso tentar falar com a tia da cantina, pra ver se ela consegue fazer um bolinho ou um cupcake pra ele mais arrumadinho.

— você acha que ela faria isso?

— é pro chan hyung, aquele garoto é adorado por todo mundo, elas vão fazer fácil fácil.

— então pede pra ela não comentar sobre isso com ninguém, você sabe que as fofocas aqui correm rápido. — jisung assentiu. — e o local? No riacho mesmo?

— seria bom, a gente poderia levar uns panos e dormir por lá. E o chan ama aquele lugar, ele vai gostar. — changbin pensou brevemente, balançando a cabeça em concordância com o plano do mais novo. — então eu cuido da organização e você cuida em distrair ele o dia todo.

— ele vai desconfiar se você sumir o dia todo. Pelo menos fica com a gente de manhã, à tarde você diz que vai, sei lá, ajudar a enfermeira com algo e já leva a mochila com as coisas.

— hm, acho que é uma boa ideia. — ele coçou o queixo. — sinto que o hyung vai ficar bravo com a gente por conta disso.

— todo ano ele fica, mas acaba esquecendo depois.

— queria que ele pudesse ver o próprio aniversário como algo bom. — jisung encostou ao lado de changbin, seus ombros roçando suavemente. O moreno olhou para os pés e uma estranha sensação de melancolia se apossou do ambiente, tanto o han quanto ele sentidos sobre os sentimentos desgostos do australiano quanto o seu nascimento.

— vamos fazer o dia dele ser especial. — o mais novo acenou, dando um beijinho na bochecha de changbin antes de sair do banheiro arrastando ele pela mão.

Quando regressaram ao quarto, chan ainda dormia, mas desta vez abraçado com o travesseiro em que eles estavam. A dupla se perguntou em sussurros se deveria acordá-lo ou não, apesar da ideia de ficarem apenas dormindo o dia inteiro fosse atraente, changbin tinha muito o que fazer quanto aos preparativos e jisung era hiperativo demais para apenas voltar a dormir e ignorar a manhã cantando em seu ouvido como pássaros. Eles se aproximaram da cama, o han subiu primeiro, deitando no cantinho, logo depois, changbin fez o mesmo, se enfiando no meio.

Changbin não via a hora de poder dormir numa cama maior com eles.

Apesar de ter dito que eles ficariam acordados para convencer o bang a levantar, vinte minutos depois jisung adormeceu e changbin sentiu vontade de puxar suas orelhas e gritar no seu ouvido: Traidor! Se voltando até chan, seus dedos coçaram para tocar a pele imaculada das suas bochechas, pálidas e frágeis, como botões de flores. E ele ousou tocá-lo, mesmo com a ponta dos dedinhos afoitos, que já enfrentaram muitas lutas infantis e castigos. Sua mão era áspera e meio fria, jisung às vezes dizia que changbin tinha mãos de zumbi, mas o castanho nunca reclamou, ao contrário, sempre estava as segurando com cautela ou se não as beijando, delicados selares sobre a pele judiada dos seus dígitos.

Chan não despertou mesmo com changbin traçando linhas por suas sobrancelhas, ou quando ele tocou em seu nariz e apertou suavemente, fazendo um barulhinho com a boca que imitava uma buzina de carro. Ele continuou dormindo mesmo quando o baixinho se virou para jisung e segurou uma risada ao vê-lo de boca aberta. Ao contrário do castanho, o han tinha a pele acobreada e um pouco lisa, havia marcas aqui e ali, como espinhas e cravos, coisas naturais da puberdade. Jisung sempre estava fazendo a barba, pois odiava pelos faciais. Um dia ele contou ao moreno que queria pintar o cabelo de outra cor, para ser diferente das outras crianças, já que odiava ser igual aos demais. O han sempre quis ser diferente, e ele era. Ele sempre foi para o menor. Jisung era cativante e amoroso, não tinha limites e gostava de desafiar a todos, nunca temeu ser punido e já tentou ir contra metade dos adultos do instituto. Ele era um completo louco, mas changbin gostava disso.

Gostava dele num todo, sem medo de estar sendo um pervertido ou algo parecido. Gostava da personalidade dos dois, do jeito dócil de chan e do jeito travesso de jisung. Gostava dos seus músculos em crescimento e do jeito bonito que seus cabelos ficavam perante a luz do sol, tão brilhantes como estrelas cadentes. Gostava da segurança que sempre sentia com eles e gostava de poder tocá-los com intimidade, sem medo ou julgamentos. Estava tudo bem, era recíproco, eles também o desejavam. Às vezes changbin se perguntava se era realmente merecedor disso, não era tão atraente e nem tinha curvas bonitas, seu cabelo era meio oleoso e suas mãos eram frias como gelo, e tinha o restante do seu corpo, os machucados de brigas antigas, as cicatrizes e manchas. Se eles as vissem, ainda iam querê-lo? Changbin gostava de pensar que sim, mas lá no fundo do seu coração temia isso.

De súbito, ele sentiu a mão larga de chan espalmar suas costas, ela subiu até seu ombro e ele se encaixou atrás do seu corpo, beijando seu pescoço e deitando a testa ali. O moreno se encolheu e apertou o braço de jisung intencionalmente, se esticado na direção do menino agora acordado.

— bom dia. — ele saudou afônico em sua orelha, e changbin estremeceu. — não teve nenhum pesadelo essa noite? — o menor negou, os fios negros roçando no nariz de chan quando ele esfregou a ponta atrás da sua orelha. O moreno engoliu seco, os dedos apertando o braço de jisung que despertou em instantes, perdido e desorientado.

Ao empurrar seus ombros, chan se distanciou e jisung sentou na cama, olhando para o bang se espreguiçar. Os menores trocaram um olhar, como se estivessem conversando, decidindo o que fazer dali em diante. Jisung balançou a cabeça quando o moreno sibilou silenciosamente para ele introduzir algum assunto, seja o que fosse, apenas para distrair o australiano.

— hyung! — o han exclamou, assustando o castanho. — você quer fazer algo hoje?

— dormir seria ótimo. — ele murmurou com preguiça, dando as costas para os dois.

— pelo menos levanta pra escovar os dentes, bavo de búfalo. — jisung disse tampando o nariz.

— você é insuportável às vezes. — chan resmungou, rolando até estar de pé.

— e adivinha por quem você é apaixonado.

— pelo changbin, não faço a menor ideia de quem você seja.

— babaca! — pegou o travesseiro que ele antes dormia e o atirou em sua direção, acertando em cheio o rosto sonolento e inchado do bang. Jisung engoliu em seco quando chan o olhou fixamente.

— quando eu voltar, você vai ter pedido pra nunca ter feito isso. — ameaçou, saindo do quarto.

— relaxa, ele não vai fazer nada. — changbin o tranquilizou, se esparramando no colchão, aproveitando do espaço que abriu depois que o mais velho saiu.

Jisung realmente suspirou aliviado, deitando em cima das costas do menor. Eles ficaram em silêncio, os pássaros cantando melodicamente do lado de fora. Changbin fechou os olhos e degustou da brisa suave que entrou no cômodo como quem degusta de uvas, enchendo seu pulmão com o ar limpo da floresta. Sentiu o peso do han mudar, e ele deitou completamente em cima do seu corpo, por inteiro, de forma que seus pés tocavam os de changbin, as mãos de jisung invadiram sua camisa e exploraram as laterais do seu corpo como um navegador, apertando as dobrinhas da sua barriga e tocando suas costas suavemente, por cima das cicatrizes finas e sinais de nascença. O moreno enterrou o rosto no travesseiro, se concentrando na respiração de jisung perto da sua nuca, o hálito quente contra sua pele sensível. Ele quis erguer o quadril.

A porta do quarto se abriu e changbin teve um espasmo, o medo de ser alguém desconhecido, mas jisung não se mexeu para sair, indicando que era apenas chan que tinha retornado. O castanho nada disse, apenas sentou na cama ao lado, onde dormia normalmente e esticou a mão até a cômoda, mexendo em algo dentro da sua gaveta de roupas. Changbin virou o rosto em sua direção, como quem implorava para ser salvo, mesmo que não estivesse correndo perigo nenhum — a não ser por uma pequena figura em suas costas que tinha mãos macias. Chris rapidamente capturou o jeitinho adorável que o menor o olhava, sorrindo inconscientemente ao vê-lo, ele guardou o que parecia ser uma foto bem dobrada de volta na gaveta e a fechou, ficando de pé para caminhar em seu resgate.

Jisung em cima das suas costas riu e se contorceu, o que foi um pouco doloroso para o rapaz que estava embaixo. E ao notar isso, o garoto mais novo rapidamente desceu dali e rolou para o lado, indo para o canto. Chan empurrou o corpo molenga de changbin para o meio, assumindo seu antigo lugar. Eles não falaram nada durante alguns minutos, mas não gerou nenhum desconforto. Era como se aquele silêncio falasse por eles, como se os pássaros lá fora falassem, como se o farfalhar das folhas das árvores falassem. Vocês estão juntos, elas repetiam para o casal. Vão ficar bem.

Changbin entrelaçou seus dedos com ambos, e eles não questionaram o porquê. Era um tipo de concordância muda. Nada os faria mudar.

(...)

Do mesmo jeito que a manhã demorou a passar, a noite tardou para vir. Changbin acompanhou chan em sua rotina de estudos na biblioteca, apesar de não ser bem vindo ali, mas nada que o castanho não pudesse resolver. jisung estava empenhando em conseguir um bolo para o australiano, então os disse que precisava resolver algo com a enfermeira, e sumiu depois disso. Changbin esperava que ele conseguisse.

Foi uma longa tarde de estudos, o moreno tentou acompanhar seu amado com suas tarefas do curso e outras do orfanato, porém sua cabeça nunca foi muito boa para isso. Ainda assim, o moreninho não saiu do seu lado, mesmo que fosse apenas para deitar a cabeça na mochila de chris e observá-lo com admiração resolver problemas matemáticos que faziam sua cabeça latejar. Às vezes, quando o castanho parecia frustrado, ele buscava sua mão embaixo da mesa, apertando e mexendo em seus dedos para tranquilizá-lo. Changbin deixava, porque até naquilo ele era cuidadoso.

Mesmo depois de terminar suas atividades, chan permaneceu na biblioteca, ali o ar condicionado era ligado, o que contribuia para o agradável silêncio. Ele puxou uma pequena pilha de livros e deitou a cabeça para descansar, virando-se na direção de changbin, que rabiscava desenhos aleatórios em uma folha. A mesa na qual eles estavam era longe da entrada, num canto mais escondido, e chan soube aproveitar isso. Ele não tocou em changbin, nem mesmo ousou beijá-lo — mesmo que quisesse —, ao contrário disso, ele o admirou como um artista orgulhoso admira suas obras. Ele notou seus mínimos detalhes e quis registrar em um quadro, mas desenhar pessoas nunca foi seu forte, porém, quem sabe um dia ele tentaria.

Changbin nunca temeu ser encarado, já que sempre era alguém tentando intimidá-lo e se mostrar superior, porém chan possuía um olhar gentil, doce e amável. Ele não estava tentando mostrar sua força e nem diminuir changbin porque ele não era grande o suficiente e nem forte o suficiente, ele apenas o olhava com um sorriso de canto crescendo por ali. Ele o olhava como um bobo apaixonado, e o moreno quis se esconder, enterrar o rosto na mochila e fugir daquilo, pois seu coração acelerou e suas mãos suaram. Changbin quis olhar ao redor, temeroso que estivessem sendo observados, mas não tinha ninguém além deles e a bibliotecária, e ela não ligava para eles, desde que não fizessem muito barulho.

— você é tão bonito. — chan disse, uma enorme sinceridade soando em suas palavras. Changbin sentiu um calor subir do seu estômago e ele quis desesperadamente sair dali. — por que você é tão bonito?

— você tá sendo bobo.

— dizem que pessoas apaixonadas agem como bobos. — aquelas declarações sempre deixavam changbin sem jeito. — posso passar o dia todo te observando.

— seria estranho.

— te amar é estranho?

— chris, por favor. — changbin se encolheu na cadeira, cruzando as pernas e escondendo o rosto na mochila.

— tô sendo muito invasivo?

— não, não é isso. — odiava o jeito que ele sempre parecia receoso com suas reações precipitadas. — é apenas estranho, mas não de um jeito ruim! — se corrigiu rapidamente, enfim olhando para ele. Chan ainda o observava silenciosamente, atentando a seus mínimos movimentos. — queria conseguir admitir que gosto de vocês desse jeito, tão abertamente. — sussurrou mesmo que houvesse apenas eles ali, pois tinha medo que alguém ouvisse, talvez alguém que estivesse passando do lado de fora ou quem sabe algum estudante que acabou de entrar no lugar. Se tornava tão medroso quando se travava de jisung e chan. Tinha medo de perdê-los.

— você não precisa falar, eu sei que você gosta da gente. — a mão de chris flutuou até a de changbin, cobrindo seus dedos em um aperto confortável. — prometemos que iríamos no seu tempo, então não precisa ter pressa. — garantiu ameno. — não se sinta culpado, binnie.

— não tô me sentindo assim.

— então me dá um sorriso. Assim, oh. — abriu o maior sorriso que já conseguiu, criando pequenas fugas nas bordas dos seus lábios, as covinhas surgindo preguiçosamente por sua pele alva. Parecia uma careta e changbin acabou rindo. O que não o deixou chateado, era exatamente isso que chan queria.

(...)

Jisung apenas surgiu antes do jantar, saltitante como um bobo feliz. Ele se juntou à mesa dos seus amigos após buscar sua refeição.

— como foi lá com a senhora kim? — chan indagou casualmente, levando pequenas quantias de arroz à boca.

Jisung olhou para changbin, que deu de ombros discretamente.

— foi tudo bem. — admitiu sem fraquejar. Sempre foi um ótimo mentiroso. — ela me pediu ajuda para separar alguns remédios novos e limpar a enfermaria, nada fora do comum.

— não era seu dia de folga? — voltou a indagar.

— sim, mas foi coisa boba, não me incomodou ajudar ela um pouco hoje.

Chan pareceu convencido com sua resposta simples e direta, ignorando o sorriso cúmplice dos dois meninos. O han novamente avisou que precisa finalizar sua limpeza na enfermaria e sumiu após o jantar, indo embora antes mesmo que christopher pudesse indagar se ele precisava de ajuda. Changbin o convenceu a subir até o dormitório, o toque de recolher tocaria em alguns minutos, seria péssimo se os vigias pegassem eles fora da cama. O que viria acontecer, no entanto, chan não precisava saber disso agora. Como sempre foi muito bom em persuasão, chan logo desistiu da ideia de ir até onde jisung estava "trabalhando" e subiu com o moreninho, presenciando o evento raro de changbin dizendo mais de oito palavras por minuto, já que normalmente o tagarela da relação era jisung.

Eles se organizaram para dormir logo após o banho, mesmo que changbin não tivesse aquilo em seus planos mirabolantes. Até mesmo vestiu o pijama costumeiro do orfanato para não deixar muito na cara suas intenções. Quando jisung chegou, o alarme do toque de recolher soou e todas as luzes foram apagadas simultaneamente. Changbin deitou na sua cama enquanto trocava olhares com jisung, como uma conversa por telepatia. Esperaria mais alguns minutos para garantir que tudo daria certo.

Chan foi para cama e tentou dormir enquanto jisung roía as unhas e changbin olhava para o teto, contando os segundos. Às nove horas da noite passou, e quando sua contagem bateu com dez horas, ele se levantou da cama num pulo junto do han, se esbarrando pelo aperto do cômodo e o escuro da noite.

— conseguiu tudo? — changbin perguntou baixinho, segurando no braço de jisung.

— sim, já levei tudo pra lá.

O menor assentiu, mesmo que ele não pudesse ver claramente pelo breu.

— vamos fazer isso agora? — jisung sussurrou próximo a changbin, as mãos ansiosas tocando o braço dele.

— sim, antes que fique muito tarde.

A dupla partiu em direção ao bang, que ainda estava acordado, porém enrolado no cobertor e espremido contra parede. Changbin engoliu em seco e se abaixou perante a cama, afundando os dedos nos fios encaracolados do australiano, que rapidamente virou em sua direção, os olhos espremidos para enxergar o moreno sentado na borda do colchão. Jisung estava na porta, havia aberto uma pequena brecha para averiguar se tinha algum vigia ou zelador por perto: não havia ninguém. Ele fez um sinal para changbin, mostrando que a passagem deles pelo corretor estava limpa.

— vem com a gente.

Chan não questionou nem pestanejou, mostrando confiança em seus amigos. Changbin entrelaçou seus dedos nos dele e seguiu jisung porta afora, seu coração batia no pescoço, tão ansioso e nervoso que quis irromper o silêncio dos arredores, mas não queria estragar tudo. O han seguia na frente, liderando a passagem dos dois, os olhos sempre atentos por onde passar ou onde deveria pisar. O piso da escada que levava a recepção chiava pela madeira velha e meio úmida, mas o han sabia que se usasse as do canto, o barulho era bem menor do que subisse pelo meio, então eles rapidamente chegaram ao térreo. No entanto, a porta dupla da entrada estava trancada e eles só tinham uma opção, sair pela cozinha da cantina.

Changbin não estava acostumado com todo aquele silêncio, agora o orfanato parecia um lugar vazio e sem luz, como ele sempre imaginou, já que em sua percepção, aquele lugar estava longe de ser um ambiente saudável e confortável para crianças. Talvez seu desconforto surgiu em seu rosto antes que pudesse mudar sua rota de pensamento, porque chan apertou sua mão e sorriu gentilmente para ele.

— por aqui. — jisung disse, chamando atenção dos dois.

Eles entraram no refeitório e seguiram entre as mesas labirínticas até a cantina. Não demorou para o garoto mais novo abrir a porta do local e adentrar. Changbin nunca entenderia como jisung conseguia arrombar portas tão facilmente usando apenas dois grampos que ele guardava no bolso. O trio se espremeu no cômodo apertado com cheiro de gordura e peixe frito, andando até os fundos, entre as geladeiras duplex e armários antigos, a porta que dava para a área externa também estava trancada, essa deu mais trabalho para o han abrir tendo em vista que havia dois cadeados. Enquanto jisung trabalhava arduamente para abrir as trancas, changbin escutou o barulho de passos e a luz de uma lanterna. O zelador.

— fiquem abaixados. — ele sussurrou para os demais, se escondendo embaixo do balcão onde a entrega da comida acontecia. Os três fecharam os olhos e rezaram para o velho homem não ir até lá, a luz da lanterna dele passou por cima de duas cabeças, entre as grades de ferro, e changbin empurrou chan mais para baixo, notando que o topo do cabelo dele estava passando do limite do balcão. Com dificuldade, os três esperaram até que tudo estivesse silencioso novamente, e quando isso aconteceu, jisung se arrastou ainda abaixado até a porta, desta vez destrancando os dois cadeados ligeiramente.

Porém, mesmo que os ouvidos de changbin não captassem nada, assim que o trio ficou de luz, houve uma luz surgindo na direção deles, e o grito de um dos vigias da noite.

— pra onde vocês vão?! Parem agora! — o homem gritou estridente.

Naquela altura, changbin já tinha puxado os dois garotos pelo pulso e corrido em direção a floresta. Mas o homem não desistiu, indo atrás deles entre as árvores e os arbustos. Entretanto, o menor conhecia aquele lugar como a palma da sua mão, e mesmo no escuro da noite, os caminhos pareciam claros como vagalumes. Ele não perdeu tempo e continuou correndo com jisung e chan logo atrás.

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