15
Changbin observou calmamente a paisagem na sua frente, o riacho parecia tranquilo, a água cristalina calma e o vento meio frio pela chegada do outono. Tudo parecia bem, mas por que o moreno sentia que algo errado estava para acontecer? Uma sensação de mal presságio pesava em seu peito, vez ou outra doía ou só incomodava, um gosto ruim crescia no início da sua língua, inundando seu paladar e o deixando enjoado.
Ele ainda ficou mais um pouco naquele lugar isolado do orfanato, observou o verde que se espalhava pelos arredores, os pássaros que pairavam pelo ar, indo de árvore em árvore, os pequenos animais que sacudiam as folhas verdes meio amareladas, às vezes aparecendo para changbin ou apenas mantendo sua rotina de se esconder dos olhos curiosos. O moreno suspirou alto, ficando de pé para limpar a poeira da roupa, com as mãos nos bolsos da calça, changbin retornou pelo caminho que estava acostumado a trilhar, era um pouco tarde e tinha prometido encontrar com jisung para lancharem juntos antes do toque de recolher que agora também tocava a tarde pela semana de adoção.
Um tumulto se formava no prédio principal do orfanato, pessoas mais velhas transitavam para lá e pra cá, olhando as crianças como se elas fossem produtos, analisando e as enganando com promessas falsas que elas iriam ser adotadas. Changbin sabia como era, já tinha sido como elas. Uma vez ficou tão desesperado pelo tratamento péssimo que recebia pela dona do orfanato, que desejava toda noite ser adotado, por qualquer pessoa que fosse, ele só queria ir embora, mas isso nunca aconteceu. Recebia promessas, juras, palavras, mas nunca uma certeza. Nunca foi adotado ou nem mesmo solicitado para passar um tempo na casa de alguém, viu crianças antes de jisung e chan que dividiam o quarto consigo ir embora, várias delas, mas nunca ele.
Demorou um pouco, mas ele se conformou que não iria ser adotado e nem livrado das punições de Haeri, então changbin aprendeu a engolir todo sua dor e seguir em frente, aprendeu ele mesmo a fazer seus curativos e nunca chorar por mais dolorosa que pudesse ser o castigo ou até mesmo as brigas que arrumava. Às vezes pensava em como seria ter uma família, mas não gastava seu tempo com aquele pensamento estúpido, não precisava de uma família, afinal, ele ja tinha uma. Jisung e christopher eram sua família, e ele não precisava de mais ninguém ao seu lado além deles.
Se assustou quando o han apareceu correndo pela escada, ele pulou dois degraus antes de chegar até o moreno, se agarrando nele como uma pulga. Changbin cambaleou um pouco para trás, mas o segurou firme para não cair.
- até que enfim te achei! - jisung exclamou, suor escorria pela sua testa. - eu te procurei tanto, cara. - changbin o botou no chão, passando a manga da camisa que usava na testa do menino para ajudá-lo a se recompor.
- te falei que ia dar uma volta.
- mas não disse onde exatamente. - ele juntou fôlego. - chris me pediu pra te chamar, querem você lá na diretoria, tipo, agora mesmo.
- aconteceu alguma coisa?
- não sei, mas não tô com um bom pressentimento. - jisung segurou no pulso do menor e subiu pelas escadas que dava no escritório da diretora, praticamente arrastava o seo até lá. - o hyung também não tava com uma cara muito boa, então o negócio deve ser sério.
Changbin ficou tenso, não lembrava de ter feito nada de errado nos últimos dias, na verdade, estava tudo tão tranquilo que era até surpreendente. Seja lá o que fosse, ele não estava pronto.
Continuou sendo arrastado até a diretoria, mil e uma coisas se passavam pela cabeça do menino naquele instante. Desejou que não fosse nada que envolvesse a dupla, poderia assumir a culpa por qualquer coisa, não queria vê-los sofrer o mesmo tipo de castigo que recebia diariamente. Era incogitável tal coisa.
Estranhou o fato de ter um garoto alto parado em frente a diretoria, ele não vestia o uniforme do orfanato e mesmo se fosse um novato o moreno com certeza já teria marcado o rosto dele de alguma forma.
- quem é ele? - indagou baixinho para jisung, que deu de ombros.
- não faço a menor ideia, mas ele tá aqui desde cedo.
O moreno ainda o olhou mais um pouco, ele tinha cabelos negros e se vestia de forma casual, calça jeans e camisa sem estampa na coloração branca. Quando o menino ergueu o rosto para devolver o olhar, changbin gelou, ele tinha traços leves e uma pintinha perto do olho, lábios grossos e olhos pretos, ele sorriu para o seo e abaixou o rosto para o celular novamente, deixando o moreno um pouco cismado.
Três batidas foram desferidas na porta da diretoria pelo han, sendo rapidamente aberta, chan parecia aflito quando fitou changbin, o puxando pelo pulso para dentro e pedindo para o mais novo esperar fora. O bang o manteve meio escondido atrás das costas, como se estivesse o protegendo. Na sala, além da velha Haeri, continha uma mulher de cabelos castanhos com alguns fios brancos sentada de frente a mesa da lee. Changbin não soube porque mas sentiu que a conhecia.
- você já pode sair, christopher. - Haeri proferiu seriamente por trás dos óculos de armação quadrada. Chan apertou o pulso de changbin, sem a menor intenção de sair ou soltá-lo.
- do que adianta sair agora ou não? Já sei sobre o que se trata essa conversa. Quero ficar aqui, e não vai ser a senhora que vai me fazer sair. - changbin encarou o bang de lado, ele parecia realmente determinado a ir contra a mulher, nem mesmo tremia como sempre fazia ao desafiar uma pessoa mais velha. A lee iria retrucar, mas a voz da mulher sentada sobressaltou pelo ambiente, algo dentro de changbin ficou afetado por isso, um nervosismo incomum cresceu no pé da sua barriga.
- deixe ele ficar, se isso for deixar o changbin confortável, tudo bem. - ela se virou com um sorriso manso nos lábios, fitando o menor que tinha os olhos esbugalhados.
Era ela, a mulher que aparecia em seus sonhos, ele tinha certeza disso.
- quem é você? - o seo indagou sério, um tanto atormentado por uma estranha vontade de querer lembrar de algo que não estava a seu alcance.
- por que não se senta primeiro, querido? - ela apontou para cadeira ao lado, em frente a mesa da diretora. Changbin recorreu aos olhos de chan, que o soltou para que ele pudesse ir até lá, mesmo assim, o castanho se manteve perto, uma expressão severa desenhava seu rosto.
- acho que não tem porque ficar fazendo tanto mistério. - Haeri disse. - essa é a sua mãe biológica, hwang sora.
O mundo ao redor do moreno parou, seu coração doeu e seus ouvidos zumbiram como se milhares de grilos cantassem ao redor. Ele olhou para chan, que não parecia tão chocado, talvez tivesse ficado sabendo mais cedo que ele, changbin não estava conseguindo pensar direito. Ele cruzou seu olhar com a mulher, sem conseguir engolir aquela afirmação que a lee proferiu com tanta certeza. Não, com certeza era um erro, não podia ser verdade.
A única reação que o moreno conseguiu esboçar foi uma longa risada esganiçada e dolorosa. Ele encarou Haeri que o fitava com uma careta como se estivesse se perguntando se o garoto tinha enlouquecido. Voltando sua atenção para sora, a risada cessando e só deixando uma expressão enfurecida em seu rosto.
- e quem me garante que essa mulher é a minha mãe? Por que eu acreditaria em alguém como você? - olhou friamente para a lee, cuspindo as palavras furiosamente.
- é verdade, changbin. - chan disse baixo. - ela trouxe um teste comprovando, ela é realmente a sua mãe.
Um papel foi empurrado em sua direção, e ele leu do começo ao fim, uma vontade enlouquecedora de vomitar ficando presa em sua garganta junto com o choro. Era verdade. Os olhos do moreno ficaram embaçados, seus ouvidos ainda zumbiam, uma mão consideravelmente pequena foi posta em seu ombro e ele sentiu vontade de afastá-la, gritar com a mulher que sorria aprazível, como se tudo que estivesse acontecendo não fosse nada. Changbin tremeu, as folhas ainda em suas mãos balançaram e ficaram meio amassadas pela força que usou, ele ergueu o rosto para sora e engoliu a vontade de chorar junto com o bolo que crescia em sua garganta.
- você cresceu tanto binnie, está tão diferente. - ela sorriu mais uma vez, passando a ponta dos dedos na bochecha do garoto, acariciando. Changbin recuou enjoado pelo toque, mas ela apenas avançou mais em sua direção, forçando ele a ficar perto das suas mãos.
- não me toca! - a afastou mais uma vez, ficando de pé. Sora apertou fortemente seu pulso quando ele decidiu sair, o impedindo de dar mais um passo. Quando o moreno se virou ela tinha um tipo de expressão piedosa, como se implorasse por perdão, pequenas lágrimas desciam por seus olhos e escorriam pelas bochechas magras. Changbin não conseguiu se manter sério, uma conhecida sensação de culpa pesou, e ele quis se desculpar por ter gritado para fazê-la parar de chorar.
- eu sei que fui uma péssima mãe, mas por favor changbin, me deixe consertar as coisas. - a hwang disse, chorando copiosamente. - changbin me perdoe, por favor.
Ela agarrou a roupa do menor e o puxou, repetindo várias vezes um pedido longo de desculpa. Chan interviu, vendo o quão desconfortável changbin parecia, ele aconselhou a mulher a se acalmar, entregando a ela um copo de água que antes estava sobre a mesa de Haeri. Sora voltou a se sentar e o moreno ficou parado no meio do cômodo, olhando a mulher que se denominava sua mãe chorar como uma criança que teve seu doce tirado à força, tremendo como se o mundo estivesse caindo. Ele sentiu dó, mas nada além disso. Não conseguia vê-la como nada além disso, uma imagem fraca no meio do cenário, uma sombra. Não sabia descrever como se sentia, era como um trem desgovernado, um sentimento febril que doía e latejava. Era estranho. Ele queria sair daquela sala abafada, respirar e organizar tudo que acabou de acontecer.
- me desculpe changbinnie, você deve me odiar, mas eu sou a sua mãe, me deixe consertar tudo, sim? - ela voltou a ficar na sua frente, na intenção de segurar em suas mãos, no entanto o moreno as escondeu atrás do corpo, dando um curto passo para trás. Sora estranhou, mas não disse nada, voltando a chorar e soluçar. - filho, me perdoe.
- senhora, dê um pouco de espaço para ele. - chris abriu espaço entre eles, afastando o moreno dela. - está sendo um choque para todos, por que não deixa o changbin sair um pouco e respirar? Vocês podem conversar amanhã, que tal? - sugeriu com um sorriso pequeno, levando uma mão às costas para encontrar a do seo que segurava com força na barra da sua camiseta, nervoso e pávido.
- christopher está certo, deixe o garoto respirar um pouco é muita informação ao mesmo tempo. - Haeri disse sem sair da sua cadeira. - vocês dois já podem ir.
Chan acenou levemente com a cabeça, saindo da sala com o moreno ao seu lado. Eles nem mesmo precisaram avisar a jisung para onde iriam, o garoto os seguiu no exato momento que a dupla surgiu pela porta. Eles andaram em silêncio até o outro prédio, onde ficava o dormitório, changbin no meio ainda de cabeça baixa, sem notar a conversa muda que christopher e jisung mantinham, trocando olhares e gestos simples, gesticulando para tentar chegar numa conclusão do que fariam em seguir.
A primeira coisa que o moreno fez ao chegar no quarto fora se livrar do blazer do uniforme, o jogando em qualquer lugar, se sentia estranho pela forma como sora o tocou com tanta intimidade, odiava quando isso acontecia. Changbin bagunçou o cabelo preto já desorganizado e encarou a dupla, não sabia que expressão estava fazendo, mas deduzia que era algo bem vergonhoso, não queria chorar e nem começar a tremer, mas quando jisung rodeou seu corpo num abraço forte, o menor sentiu lágrimas vazarem pelos cantos e transbordarem pelas bochechas, sujando a camisa branca do han. Era tão angustiante se sentir perdido, um peso jogado no mar, sem destino ou objetivos. Ele desejou que tudo não tivesse passado de um sonho ruim, onde ele acordaria e estaria tudo no mesmo lugar e sem grandes mudanças.
- ela é a minha mãe... - ele tentou falar, formular uma frase simples, mas seus soluços o impediam. Estava a meses sem chorar, e a sensação de estar fazendo isso justamente na frente de chan e jisung era embaraçoso. - eu deveria estar feliz? Ela é a minha mãe. Ela tá aqui. Mas é estranho, não sei como pensar, tá tudo bagunçado e fora de ordem. - changbin respirou fundo, esfregando o rosto úmido. O han ainda estava abraçado com ele, acariciando suas costas e se certificando em mantê-lo firme.
- tá tudo bem você se sentir assim, pequeno. - chan disse com calma, afagando seus fios.
- você pode chorar o quanto quiser hyung, só tem a gente aqui.
Estava tão frustrado que apenas se deixou levar pelo choro, soluçando incansavelmente contra o ombro do han, ele apertou a roupa do garoto e tentou fugir do sentimento de constrangimento que era chorar daquela forma na frente de alguém. Mesmo sendo eles, changbin se sentia fraco, queria parar de chorar, se manter na linha e não mostrar tanta vulnerabilidade, mas tudo parecia ter caído na sua cabeça, como escombros de um prédio velho. Se sentia soterrado pelos acontecimentos, sem brecha para respirar ou se mover.
No fim da tarde, changbin ainda se sentia febril, sua cabeça latejava pelas horas de choro, mas ele não quis levantar para jantar e nem tomar banho, se manteve no quarto por horas a fio, as vezes ficando com jisung e as vezes chan aparecia para vê-lo. A noite quando eles precisaram sair para buscar seus jantares, o moreno ficou sozinho no breu do cômodo, estava deitado na cama do bang, uma vez que quando a dupla saiu e o deixou sozinho, ele preferiu ficar em um lugar onde sabia que estaria seguro, e o cheiro característico do australiano sempre o acalmava em situações difíceis. Ele fitou ao redor e suspirou, talvez fosse fome, mas sua cabeça realmente doía ao ponto de latejar as têmporas.
Changbin se encolheu como uma criança assustada quando a porta do quarto fora aberta e jisung entrou ligando a luz, a luminosidade invadindo suas córneas e trazendo mais uma sessão de dor ao seu cérebro. Logo atrás dele estava chan, os dois fecharam a porta logo após se livrar dos calçados, o castanho carregava dois pratos de comida em cada mão, os equilibrando até a cômoda. Jisung deixou seu prato lá também, se abaixando rente a cama inferior para se certificar que o moreno estava bem e talvez tentar fazê-lo rir um pouco, mas sua carinha de cansado o impediu daquilo, changbin parecia destruído e então preferiu mudar seus planos de implicância para cuidado, pelo menos por enquanto.
- como você tá se sentindo, bin? - chan indagou, se sentando perto do corpo encolhido do moreno. Changbin abraçava contra o peito o cobertor grosso que o bang dormia, os olhinhos pequenos e um pouco inchados pelo choro pareciam exaustos. Ele deu de ombros sem realmente querer falar agora.
- sua dor de cabeça passou? - o moreno balançou a cabeça, olhando para qualquer coisa que não fosse os olhos deles, se sentia embaraçado por ter chorado tanto.
- vou buscar um remédio, tenta fazer ele comer. - chan avisou, reforçando o pedido para jisung persuadi-lo a jantar.
Quando o australiano saiu, jisung apertou os dedos uns nos outros e encarou a figura pequena deitada, sorrindo meio abobalhado ao tombar a cabeça um pouco para o lado. Ele parecia cada vez menor deitado daquela forma, como um casulo feito para se proteger, o han quis tanta apertá-lo ou até mesmo mordê-lo, mas sabia que seria recebido com tapas pela invasão do seu espaço, então guardou aquela ação de impulso para quando o seo estivesse se sentindo melhor.
- você precisa sentar pra comer, bin. - jisung aconselhou, mas o moreno parecia irrefutável. - sua dor de cabeça pode ser fome também, por que você não tenta comer um pouco? Assim não vai precisar tomar aquele remédio tenebroso. - fez uma careta de nojo, arrancando uma risadinha baixa do menor, como um sopro que vazou por suas narinas.
Changbin juntou força para levantar, ficando meio deitado e meio sentado, jisung trouxe mais travesseiros para ele usar como encosto. O moreno se negou a todo custa receber comida na boca, mas depois de uma sessão de resmungos e uma carinha de chateação, ele deixou que o han fizesse o que tanto queria, abrindo um pouco a boca para que ele pudesse levar a colher até seus lábios, uma sopa de alguma coisa que o moreno não conseguia identificar inundou seu paladar e deixou ele meio ardente.
Terminou de comer com jisung e chan surgiu com o remédio e um copo d'água, o moreno sendo aconselhado a tomá-lo após o banho. Com muita preguiça e dor muscular, changbin catou uma roupa e rompeu porta a fora, andando de cabeça baixa até o banheiro, não dando a mínima para as pessoas ao seu redor, ele somente seguiu seu caminho e fez o que tinha que fazer no banheiro, tomou banho e escovou os dentes, voltando para o quarto como um zumbi, se arrastando pelos corredores e grunhindo baixo pela dor que o atormentava.
Ao retornar ao quarto, somente chan arrumava a cama para dormirem, mas por incrível que pareça, changbin não tinha um pingo de sono, sabia que aquela seria uma longa madrugada e não queria perturbar mais ninguém com seus problemas conflituosos. O moreno estendeu a toalha molhada em algum lugar do cômodo e foi para cama, no entanto, chan impediu que ele se deitasse ao abraçá-lo por trás, como sempre fazia, os braços um tanto fortes prendeu seu dorso com força.
- falei com a diretora, amanhã sua mãe virá novamente aqui pra conversar com você, parece que ela quer passar esse fim de semana com você fora do orfanato. - o mesmo tom ameno invadiu os ouvidos do moreno, e ele apenas assentiu monótono.
- tá, tudo bem.
- tá tudo bem mesmo, bin? Você não precisa fingir que está de acordo com isso.
- ficar na defensiva também não vai fazer isso mudar hyung, então tá tudo bem.
- odeio quando você só aceita tudo como se não te deixasse mal.
- sempre foi assim, christopher.
Chan o virou na sua direção, os olhos amendoados brilhavam pelo acúmulo de lágrimas, e changbin ficou atônito pela visão. O castanho mordia o lábio com força para não se deixar levar pelo choro, ele mirava no menor com tanta intensidade que nem mesmo parecia que estava prestes a chorar lamentavelmente. Ele subiu as mãos pelos braços do moreno até chegar em seus ombros, ali ele apertou e avançou o rosto devagar na direção de changbin, deitando a cabeça para o lado para achar uma posição favorável para lábios se encaixarem, e assim seguiu, o moreno fora encostado na escada do beliche, todo seu corpo prensado contra a madeira, os lábios macios do australiano contra sua boca ressecada, ele perdeu os sentidos quando a língua dele rompeu entre os lábios e tocou a sua timidamente, acariciando e enroscando com naturalidade. Changbin tremeu e suspirou, apertando a camisa do maior, ele sentiu quando o bang deixou as lágrimas teimosos caírem, sujando suas bochechas também pela proximidade, mas o moreno não deu a mínima, não mudaria o fato que estava desnorteado e ébrio.
- nossa, mas eu não posso sair um segundo que vocês já ficam se agarrando. - eles não ouviram quando a porta do quarto fora aberta e jisung entrou, interrompendo eles e deixando uma estranha nuvem de constrangimento no ar. - ué, pararam por que? Vão me dizer que ficaram com vergonha? Ah, por favor né, me poupe do desgaste mental.
A dupla riu ainda envergonhada, observando o menino andar pelo quarto minúsculo para terminar de se aprontar para dormir. Changbin limpou o rosto úmido de chan usando as mangas do casaco que vestia, dando a ele um sorriso brando.
- sabe aquele garoto que tava na frente da diretoria? Descobri que ele é seu irmão mais novo. - jisung disse enquanto se organizava na cama superior do beliche que ele e o bang dividiam. Changbin o encarou já deitado, tinha tomado o remédio e estranhamente se sentia mole pelo início da madrugada. Talvez não fosse ser uma noite tão longa. - louco, né?
- depois de hoje, acho que nada mais me surpreende.
- mas o garoto é super simpático, o nome dele é hyunjin ou alguma coisa parecida. Disse que tava ansioso pra falar com você.
- espero que ele não crie muita expectativa, não sou nada demais. - dissera tão casualmente que ficou assustado quando jisung e chan se viraram na sua direção como assassinos em ascensão.
O han desceu do beliche e junto a chan avançou contra changbin ainda deitado, sendo desferido cócegas e puxões em suas bochechas por dois pares de mãos afoitas. O menor riu e se contorceu, choramingando para eles irem embora e pararem de serem inconvenientes, mas nada era capaz de estagnar eles, então o garoto sofreu com aquilo por horas a fio, seu rosto ficando vermelho no processo e o ar sumindo dos seus pulmões. Ele riu até a visão ficar embaçada pelas lágrimas.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro