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12

Nada grande tinha acontecido desde amanhecer, por incrível que pareça, o moreno conseguiu dormir depois de um tempinho, desta vez os pesadelos com aquele casal estranho não o assombraram, talvez o estresse todo que passou tinha acarretado naquilo, finalmente seu cérebro o dendo um pouco de descanso.

Quando despertou, nem jisung e nem chan estavam na barraca, o que foi bastante estranho, já que ele sempre era o primeiro acordar, independente se estavam no dormitório do orfanato ou em outro lugar, chegou até mesmo a pensar que todos tinham ido embora pelo silêncio que estava ao redor, mas sua paz foi rapidamente interrompida quando alguém passou pelo lado de fora batendo na parte superior da barraca, fazendo sua estrutura estremecer e changbin tomar um baita susto.

Decidiu que não era uma boa ideia ficar sozinho ali, então prontamente juntou suas coisas para o banho e saiu da tenda rapidamente, os cabelos negros bagunçados e os pés arrastando pelo chão de terra. Fez o que tinha que fazer no banheiro o mais rápido que conseguia, não encontrando a dupla em nenhum lugar do chalé. Acabou por tomar café da manhã sozinho, evitando encarar quem estivesse tentando chamar sua atenção, após isso, tomou coragem para ir falar com minho que estava na mesa ao lado conversando e fazendo o desjejum com outros adultos, respirou fundo e tocou no ombro do mais velho, um nervosismo enorme se instalando na sua barriga por ter tanta atenção de repente.

- bom dia, changbin. - ele sorriu gentil. - aconteceu alguma coisa?

- é que eu queria perguntar se você sabe onde o chan e o jisung estão, eles sumiram a horas e ainda não aparecerem. - o baixinho esmagava os dedos ao falar, nervoso o suficiente para não ter coragem de olhar o lee nos olhos. Os outros três homens que tomavam café com ele encaravam o menino fixamente, e aquilo estava deixando o menor irritado e desconfortável.

- última vez que vi eles foi hoje de manhã bem cedinho, disseram que iriam fazer uma coisa e depois sumiram, provavelmente entraram na floresta porque vasculhei esse lugar todo pra supervisionar umas coisas e eles não estavam. - changbin balançou a cabeça, se perguntando mentalmente o que aqueles dois idiotas iriam fazer na floresta. - quer que eu vá procurar eles com você? Vou desocupar agora.

- não, está tudo bem, eu vou voltar pra barraca e esperar eles lá. Obrigado por me dizer, tenha um bom dia hyung. - se despediu tão educadamente que foi surpreendente até para si mesmo, ligeiramente se afastou da mesa preenchidas por adultos com as pernas bambas, o nervosismo sumindo assim que ficou ao ar livre.

Ótimo, eles estavam na floresta, o moreno encarou aquele amontoado de árvores enormes e terra, pensando seriamente em ir atrás deles, mas desistiu por não querer ir lá sozinho e acabar se perdendo. Como dito anteriormente, ele voltou para barraca, estava de barriga cheia e sem nada para fazer pelo restante do dia. Apesar da luminosidade exterior, dentro da barraca e com o zíper da porta fechada, a tenda se tornava um pouco escura, uma sombra agradável para um changbin que odiava a luz natural do sol. Ele deitou encarando a ponta da barraca, cogitando a ideia de tirar um cochilo enquanto a dupla de palermas não dava as caras.

Lembrou do que tinha acontecido de madrugada, uma estranha queimação cresceu no pé da sua barriga, não acreditava que tinha dito que gostava deles, e não acreditava que eles retribuiam aquilo, quer dizer, se soubesse disso antes não teria se torturado tanto e se rotulado como um pervertido. Ainda não estava cem por cento bem com aquilo, afinal, as ideias postas na sua cabeça por pessoas tradicionalistas ainda estavam lá fincadas no fundo da sua mente como raízes de uma velha árvore. Não iria conseguir se entregar totalmente ao que estavam tendo de uma hora pra outra, e tinha medo que eles desistissem no meio do caminho por ele ser um completo medroso naquele quesito.

Changbin fechou os olhos por alguns segundos, puxando o moletom de christopher que tinha deixado na barraca antes de sair para tomar banho, aproximou ele do nariz e aspirou a fragrância afável, sentindo um pouquinho do perfume jisung ali por ele ter dormido agarrado no seu torso. O moreno deixou um suspiro falho sair entre seus lábios maltratados pelos dentes, ele esfregou as coxas enquanto cruzava as pernas, o cheiro da dupla inundando seus sentidos e deixando seu corpo quente. Apesar de ser fim de setembro, e aos poucos o clima ia caindo com a chegada do outono, changbin estava estranhamente quente, como se tudo ao redor estivesse aos poucos ficando abafado. Ele se virou de bruços e abriu os olhos devagar, suor escorria por sua têmpora e descia pelo rosto rubro, o baixinho esfregou o rosto no travesseiro do han e tentou controlar o ímpeto de deslizar a mão por baixo da roupa que estava começando a ficar grudenta pelo suor.

Não acreditava que aquilo estava acontecendo.

O medo de ser pego trouxe também a agudeza dos seus sentidos, ele escutou passos vindo do lado de fora e sabia que era chan ou jisung, tratou de dar um jeito na ereção que estava querendo aparecer, pensou em situações ruins, pensou em coisas desagradáveis, tateou a mão pelo colchão para se distrair, se sentando rapidamente assim que o zíper da barraca foi abaixado e jisung entrou sem aviso prévio, deixando changbin em estado de pânico iminente, por mais que tentasse esconder o que realmente estava acontecendo ali minutos antes.

Okay, talvez ele ainda se sentisse um pouco pervertido.

- que foi? - jisung ergueu os olhos até changbin, apertando eles enquanto sentia que algo estava estranho.

- nada. - o han não parecia convencido. - cadê o chan? E onde vocês estavam a manhã toda?

- fomos dar um passeio. - ele disse simplista, ainda vasculhando a mochila, desta vez dando atenção ao que estava fazendo. - a gente ia te chamar mas você tava tão fofo dormindo todo encolhidinho que o chan hyung não deixou que eu te acordasse. Você viu o chapéu do chris?

- tá aqui. - pegou no canto da barraca, onde ele tinha deixado na manhã anterior.

- obrigado, docinho. - se esticou sobre o menor, forçando changbin a colocar as mãos atrás do corpo para apoiá-las no colchão raso. jisung sorriu pela carinha de assustado do garoto e deixou um beijinho singelo em sua bochecha, os lábios úmidos contra a pele ainda meio vermelha. - vou tomar banho, o hyung daqui a pouco aparece, o minho precisou dele pra alguma coisa, como sempre. - revirou os olhos, ainda não gostava do lee, e aquilo era bem entretivo pro seo. Ver o outro moreno com ciúmes era engraçado. - você fez alguma coisa enquanto a gente tava fora?

- não, por que? - não soube como não tremeu ao falar, várias paranóias cruzaram sua cabeça. A conversa tinha conseguido relaxar sua quase ereção, mas temia que jisung tivesse adivinhado, ou pior, se ele tivesse visto de alguma forma. Com certeza o menor morreria se um deles soubesse o que pretendia fazer ali se o han não tivesse aparecido.

- sei lá, você parece estranho. Alguém mexeu com você?

- não, eu só tomei banho e comi alguma coisa antes de vir deitar um pouco.

- tem certeza mesmo? Você não está mentindo pra mim, está? - o moreno balançou a cabeça para os lados. - então deve ser só impressão. Daqui a pouco eu tô de volta.

Ele bagunçou seu cabelo antes de sair, e assim que o moreno se viu sozinho, despencou sobre os travesseiros e respirou fundo, recuperando o ar perdido. Foi por pouco. Changbin limpou o suor da testa e abanou a camisa, a excitação sumindo do seu corpo igual um bicho assustado, porra, ele quase foi pego. Riu de si mesmo enquanto voltava a deitar de bruços, desta vez decidido a tirar um cochilo ao invés de fazer alguma tolice.

(...)

Realmente aquele dia foi um saco, não fez absolutamente nada e dormiu mais do que deveria, vez ou outra pensando seriamente em sair pra dar uma volta, mas a preguiça criou raízes em seu corpo e o prendeu fortemente contra o colchão da barraca, então ele apenas ficou lá deitado de barriga pra baixo e as vezes trocando algumas palavras com jisung que ia e vinha a tenda, às vezes deitando ao seu lado ou só indo lá para checar se o menino precisava de alguma coisa. Só tinha visto chan uma vez, e eles mal se falaram, changbin estava indisposto para tentar puxar algum assunto com o bang e ele parecia muito ocupado para deitar ao lado do baixinho e papear com ele, então eles só se cumprimentaram e o castanho sumiu em seguida.

No jantar foi a única vez que o trio se sentou para comer e conversar, mas ainda sentia que tinha um clima estranho pairando no ar, chan estava mais calado que o normal e jisung continuava o mesmo sem noção de sempre, conversando alto e às vezes fazendo brincadeirinhas, tocando e apertando as bochechas do moreno e sendo repreendido pelo bang. Assim que regrediu sozinho a barraca, já era tarde o suficiente para todos que passaram o dia inteiro andando pra lá e pra cá dormirem rapidamente, todo o acampamento estava um silêncio agradável, e changbin podia dizer com tranquilidade que aquela noite estava sendo perfeita, sem a intromissão do nenhum outro órfão sem ter o que fazer para vir atazana-lo ou algo do tipo. Estava tudo indo muito bem.

Ele esticou as pernas na cadeira branca de plástico que estava jogada em algum lugar do acampamento, tinha arrastado ela até o fogo baixo que ainda queimava na fogueira recém feira ao anoitecer, não tinha ninguém por perto e ele não fazia a mínima ideia de onde a dupla estava, mesmo que estivesse preocupado com o que eles pudessem estar fazendo a essa hora sozinhos, tentou relaxar e aproveitar um pouco da paz que a dias não estava tendo.

Mas é óbvio que as coisa não sairiam do jeito que ele planejava, mesmo com os olhos fechados e o rosto erguido em direção ao céu noturno, ele teve a impressão que tinha alguém se aproximando, então prontamente abriu um dos olhos levemente e viu jisung entrar na barraca que ele deveria estar dormindo atrás de alguma coisa, sua estadia sendo rápida.

- pra onde você vai? - falou um pouco mais alto do que deveria, chamando atenção do garoto. Jisung se virou para ele como se tivesse visto um fantasma, os olhos esbugalhados e o grito preso na garganta. Ele suavizou a expressão ao notar o moreno.

- você vai me matar do coração qualquer dia desses. Desde quando você tá aí sentado feito um ceifador da morte? - se aproximou do baixinho em passos rápidos, carregava uma sacola verde na mão. Changbin estreitou os olhos em direção a ela, querendo saber o que tinha dentro e pra onde ele estava indo tão tarde da noite.

- desde o jantar. - respondeu simples, ajeitando melhor a postura. - você e o chan sumiram, e eu não queria ficar sozinho na barraca.

- não consegue dormir sem a gente? - jisung sorriu de um jeito estranho e bobo.

- eu durmo perfeitamente bem sem vocês. - viu o outro moreno fazer um barulho com a boca, como se estivesse caçoando daquilo. Changbin prosseguiu, ignorando o han. - pra onde você vai?

- em um lugar.

- cadê o chan?

- comigo nesse lugar.

- vocês vão voltar logo?

- talvez.

Ficaram em silêncio talvez por minutos, o seo não reparou porque estava ocupado demais ficando chateado. Quer dizer, eles sumiram o dia todo, e agora o han estava fazendo todo aquele mistério desnecessário, estava quase jogando toda sua dignidade pro ralo e implorando pra jisung contar o que os dois estavam fazendo.

- sabia que você faz bico quando fica chateado? - changbin virou o rosto, ignorando o menino descaradamente. - ei, olha pra mim. - evitou o han mais uma vez. - merda, o chan vai me matar se eu te contar. - ele murmurou mais para si mesmo do que para o moreno, coçando o cabelo e bufando alto, parecendo entrar em um consenso consigo mesmo. - tudo bem, vem comigo.

Ele pegou na mão do menor e saiu arrastando ele acampamento a fora, evitando a trilha e indo por um caminho próprio, atravessaram o gramado largo com mesas de piquenique e tomaram cuidado ao passar perto do chalé que parecia ainda estar movimentado. Furtivamente eles correram até o início da grande floresta, jisung retirou uma lanterna da sacola verde que ainda carregava, ligando ela para guiar o caminho, se localizando usando marcações nos troncos das árvores, pequenos rastros de arranhadura de canivete. Eles subiram por um caminho ruim, com o han ajudando o moreno a subir um pequeno barranco, eles andaram por cerca de minutos, rápidos e atentos, principalmente o mais novo.

Ao longe o moreno escutou o barulho de água, como se tivesse uma pequena lagoa ou algo assim próximo. E foi por lá que jisung o guiou. Ultrapassaram mais duas grandes árvores de pinheiro e se viram de frente a uma lagoa de águas cristalinas, mesmo a noite o cenário era encantador, talvez estivessem no coração da floresta, a lua refletia no líquido translúcido e trazia um encanto diferente. Tudo era rodeado pelas árvores e pequenas pedras, e o chão de terra meio escorregadia pela umidade.

Viu chan sentado em cima de uma rocha pequena próxima ao lago, ele descascava uma maçã com o canivete vermelho que jisung possuía desde criança, ele nem mesmo tinha reparado a presença dos dois meninos ainda, concentrado demais no trabalho de não perder um dedo enquanto tirava cuidadosamente a casca da fruta. Tinha um pano forrado no chão, pedras nas extremidades para não deixar o tecido sair voando, uma mochila também estava cima e um par de toalhas ao lado, changbin não lembrava de quando eles tinham pegado aquilo tudo.

- eu quero que você respire fundo antes de pensar em jogar esse canivete em mim. - jisung iniciou, parecendo realmente temeroso pela ira do australiano. Chan apenas ergue os olhos na direção dos menores, não parecendo irritado, apenas desconexo por ser tirado da sua bolha.

- você nunca escuta o que eu digo. - o castanho exprimiu entre os dentes, ficando de pé e deixando a maçã sem a casca em cima das toalhas de banho. Ele girou o canivete entre os dedos e olhou para o menor entre a dupla, e changbin gelou dos pés a cabeça. O que estava acontecendo ali? E por que sentia que o bang estava estranho? Um arrepio esquisito subiu por sua espinha, e ele quis sair correndo como instinto natural.

- ele ficou fazendo biquinho de birra, você queria que eu só saísse de lá e pronto? Porra, olha pra ele, esse merda é adorável e eu sou um homem de carne fraca. - chan revirou os olhos, e jisung quase bateu o pé no chão para tentar comprovar seu argumento. Changbin ainda estava atônito no meio daquilo tudo, assustado, talvez.

- você estragou a surpresa. - parou de girar o canivete nos dedos magros e compridos, entregando a jisung em seguida. Chan mirou em changbin, abaixando um pouco o torso para observar melhor o moreno quase tremer, um sorriu de canto cresceu por sua boca, um que o seo nunca viu e que fez seu corpo reagir de uma forma estranha.

- você tá assustando ele com essa cara feia.

- eu vou te jogar de roupa na água e você vai ser obrigado a voltar pelado pra barraca.

- e você acha que eu me importo? - lançou um olhar rápido pro bang, como se eles estivessem se desafiando.

- vocês vão me falar o que tá acontecendo ou eu vou ter que virar vidente?

- o chan quis fazer algo "especial" pra gente já que é o último dia de viagem, então passamos o dia todo indo e vindo do acampamento e organizando as coisas aqui. - jisung se ajoelhou rente ao pano que estava estendido no chão, tirando mais duas lanternas da sacola que trouxe e dobrando ela antes de colocar dentro da mochila. - era pra você ficar sabendo desde o início, mas como eu te falei mais cedo, você tava dormindo e a gente não queria te acordar.

- eu ia te buscar quando tudo estivesse pronto, mas o jisung tinha que vacilar. - o dito cujo apenas balançou a mão para o bang, agindo como se não tivesse ouvindo o que ele falava. - então, o que você achou? Não tem nada muito grandioso, mas a gente se esforçou.

O moreno ainda estava aturdido com tanta informação, mas bem o suficiente para não ter um surto e reclamar com eles, tinha ficado chateado por ter passado o dia todo sozinho e se sentiu um pouco melhor da paranóia que tinha criado em um devaneio. Passou tanto tempo consigo mesmo que chegou a pensar que eles tinham desistido e começado a ignorá-lo por motivos óbvios, talvez eles tenham notado que aquela relação que queriam criar não fosse uma coisa boa e apenas queriam evitar problemas futuros. Mas não era nada disso, eles apenas estavam fazendo uma surpresa.

- eu gostei. - chan soltou um suspiro audível, abaixando os ombros pelo alívio de escutar aquilo.

- eu disse que ele ia gostar. - jisung se vangloriou, deitando no pano consideravelmente grande com os braços atrás da cabeça, usando isso de apoio.

- como se sua palavra valesse de alguma forma. - o han mostrou a língua, e foi retribuído pelo castanho.

- não comecem, por favor.

- ele que ficou o dia todo me irritando binnie, sério, não sei como você aguenta ele.

- vocês são farinha do mesmo saco.

- eu não sou tão chato assim! - jisung exclamou.

- eu não me pareço com ele! - chan retribuiu.

Changbin teve que respirar muito fundo para aguentar toda aquela barulheira. Às vezes, bem às vezes, ele queria dar um soco nos dois e botar para dormir, resolveria tantos problemas. Após minutos de discussão sem fundamentos entre os dois garotos, o moreno teve enfim a paz que merecia, ele sentou onde jisung estava e ficou encarando a penumbra bonita que parecia dançar ao redor, o cenário verde e um pouco claro pela luz da lua e as lanternas fazia contrasta na água cristalina, o azul claro nas primeiras ondinhas e algo mais intenso ao fundo que cobria o chão. Changbin quis entrar, mesmo que estivesse tremendo de frio, ele quis mergulhar nem que fosse por alguns segundos.

Como se estivesse lendo a sua mente, jisung de repente pulou na lagoa, transbordando pelas beiradas íngremes e salpicando em changbin que estava perto da borda. Ele emergiu da água com um sorriso enorme, pouco se importando se a água estava congelando, ele sorriu para o moreno como uma criança arteira que sempre foi, esperando por sua atitude de entrar também.

- você não vem? - chan indagou antes de terminar de despir a camisa que usava, a deixando em cima da mochila e entrando de shorts.

Eles ficarem rodopiando em círculos pela água enquanto riam, como se nada tivesse acontecido antes. Changbin teve tempo o suficiente para ficar sentado pensando, algo que nunca foi do seu feitio, ele ficou de pé e tirou a camisa, a brisa soprando seu torso fino de costelas aparentes, ele aspirou e prendeu o ar entre as bochechas e pulou na água, o arrependimento crescendo rapidamente.

- eu vou congelar! - seu corpo inteiro tremia, e jisung foi o primeiro a rir do seu desespero.

- você é tão escandaloso. - ele veio em sua direção, parecendo flutuar perante as ondas. - vem aqui, eu te esquento.

Jisung o puxou para seu corpo, as mãos atrevidas indo em direção às coxas minguadas do moreno, ele as agarrou entre os dedos pequenos e fez changbin rodeá-las em seu abdômen. O moreno contornou o corpo do han com as pernas, os braços deslizando preguiçosamente pelo pescoço do garoto, seu corpo era quente e macio na medida certa, confortável e aconchegante. Changbin respirou o cheiro convidativo de jisung e derreteu sobre ele, deixando que o frio fosse apenas um incômodo passageiro.

- bem melhor. - o baixinho disse num suspiro, deitando suavemente a cabeça no ombro do garoto.

Dava pra sentir o coração de jisung batendo contra seu peito, uma sinfonia esmagadora que provava o que ele estava sentindo. Era real o sentimento que eles possuíam, era tão real que doía nas costelas e fazia o ar sumir ocasionalmente. E era tão bom, a sensação de estar fazendo a coisa certa, o sentimento forte que queimava em suas veias o deixava num limbo tranquilo, changbin não queria que aquilo sumisse, era a primeira vez que se sentia como alguém normal que era capaz de sentir amor. Era a primeira vez que se sentia vivo de verdade, não apenas uma simulação na qual sua cabeça criava, era real, prudente, que ardia como as frutinhas estranhas que achava pelo caminho até o riacho no orfanato, e calmo como o final do dia após uma incansável aula de matemática.

Ele estava se apaixonando, e não queria impedir que aquilo acontecesse, porque estava confortável ao lado deles. Quem liga para borboletas no estômago, a sensação de conforto e moradia era bem melhor, dentro dos braços de jisung era como finalmente ter uma casa, ou quando chan apenas sorria de perto até suas covinhas aparecerem. Changbin sempre foi apaixonado por seus sorrisos, e saber o significado disso agora é extraordinário.

- você está confortável, bin? - a voz de jisung ressoou sobre seus pensamentos, ele ainda o abraçava forte, às vezes acariciando suas costas e fazendo círculos imaginários com os dedos. Changbin assentiu, apertando seu corpo com as pernas, ele respirou mais uma vez seu cheiro junto com a fragrância natural do ambiente e mergulhou no sentimento devastador que o consumia.

Toda a água estava parada, ele não sentia nada ao redor, mas sabia que chan estava perto, sua sombra e seu cheiro o denunciava. Ele estava perto demais. Changbin se encolheu como um gatinho assustado quando o australiano beijou sua bochecha úmida pelos respingos de água, a mão grande do bang apertou seu braço suavemente e ele distribuiu mais um selar simples. O moreno quis erguer o queixo, encarar seus olhos âmbar e ver a pequena vermelhidão que era os lábios do maior, queria provar sua textura, seu gosto, se era macio como os pêssegos que sempre comia no lanche, se eram doces e refrescantes como as balinhas que o via mascar as vezes no refeitório. Ele queria mais. Queria provar dele, por completo, de forma mais íntima. E aquilo estava o enlouquecendo, porque sabia que nada aconteceria se ele não falasse, não pedisse, no momento ele nem mesmo sabia seu nome, só queria que chan o beijasse, melhor e com mais vontade do que fez com nayeon. Não queria que ele o visse como uma garotinha indefesa, porque ele nunca seria aquilo, ele queria agora, e sem precisar de rodeios.

Porra, ele queria tanto aquilo.

- não durma, changbin. - ele teve a coragem de sussurrar contra a rubor que crescia em seu rosto e tomava pelos arredores.

- não estou dormindo. - changbin não escondeu sua frustração no tom da voz, queria deixar explícito aquilo, para ver se alguma atitude crescia neles do mesmo jeito que floresceu em seu interior. Ele iria queimar se nenhum dos dois fizesse algo logo.

Sua coxa foi alisada pela mão de jisung, seu corpo inteiro tremeu e sacudiu as ondinhas. Escutou a risada impiedosa do han, como se ele soubesse pelo que o menor estava passando e quisesse abusar disso.

- hyung, olhe pra mim. - jisung nunca o chamava daquele jeito, por nascerem apenas alguns meses de diferença, ambos não viam necessidade, mas aquele honorífico fez seu corpo arder e suas ações entrarem no automático.

Ele ergueu o rosto e mirou nos cílios bonitos, plumas espessas que cobriam os olhos pretos. Jisung sorria pequeno, o cantinho da boca sendo maltratado pelos dentes, ele parecia nervoso, ou talvez ansioso, o moreno estava com visão embaçada pelo regalo do momento. Atrás dele estava chan, a diferença de altura gritante entre eles tornava a vista inexplicável.

Jisung aproximou mais seu torso do menor, seus narizes se roçando bem devagar, as mãos de changbin se projetaram sobre o pescoço do han, com as de chan por cima como se estivesse as segurando lá, uma instrução ligeira de como ele deveria pegar. Seu coração batia no pescoço pelo nervosismo que tomava sua barriga, não sabia o que fazer ou como agir, onde deveria segurar ou se precisava fechar os olhos, mas ficou mais tranquilo em saber que mesmo que errasse estava tudo bem, jisung era tão inexperiente quanto ele, não tinha nada errado naquilo. Seus lábios se encostaram com lentidão, apenas as carnes se conhecendo e aos poucos tomando intimidade, changbin abriu um pouco a boca quando a língua tímida de jisung encostou no seu lábio inferior, como um instinto que já estivesse lá em algum lugar, os dentes se bateram e suas línguas se tocaram acanhadas, não tinham sincronia e nem aptidão do que estavam fazendo, mas não era ruim, apenas estranho no início.

Eles se separaram quando necessário e sorriram com as testas encostadas, o sentimento de nervosismo que ambos estavam sumindo quando a primeira risada envergonhada veio. Changbin nunca tinha visto jisung tão vermelho.

- nossos dentes se bateram. - jisung comentou ainda rindo, ele escondeu o rosto rubro no pescoço cheiroso do seo.

- isso foi péssimo. - o garoto esfregou o rosto em sua pele como uma forma de concordar, e changbin o acolheu melhor dentro do seus braços.

- não acho que foi ruim. - chan disse. - finjam que os dentes se batendo foi um brinde.

- não acredito que você disse isso! - changbin jogou água no rosto do castanho, o sorriso idiota estampado na cara e as bochechas cor-de-rosa.

- mas eu tô falando sério! - novamente teve água em seu rosto, com jisung muito envergonhado para ter alguma ação contra o bang igual changbin. - vocês só precisam praticar.

- a gente não vai fazer isso na sua frente.

- não sabia que você era egoísta, changbinnie.

- parem de discutir! - jisung bradou, as bochechas ainda meio rubras.

- é ele! - os dois responderam em uníssono.

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