07
o capítulo será revisado em breve, então relevem qualquer erro.
boa leitura <3
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Changbin queria ter cochilado durante o percurso balançante do automóvel, mas foi impossível com toda aquela barulheira insuportável que zumbia em seus ouvidos e o deixava irritado. Nunca tinha passado tanto tempo em um lugar fechado com tantas pessoas, mas com certeza não queria repetir aquilo. De jeito nenhum.
Houve um momento que changbin quase perdeu as estribeiras, ameaçando ir para cima do garoto que estava no assento atrás do seu que não parava de puxar os fios soltos que saiam por seu boné. O moreno estava por um triz, mas jisung fora mais rápido em se virar na direção do menino e gritar com ele em alto e bom som.
- para de atormentar o changbin, porra!
Claro, o moreninho levou um baita sermão, mas nada que pudesse abalá-lo totalmente. Por dentro changbin ficou em um misto de satisfação e frustração, frustrado por jisung receber palavras tão duras e ter sido repreendido, e satisfeito pela sensação quente que acalorou seu peito por ter sido defendido. Não queria que o han voltasse a repetir aquilo, afinal, era seu problema e era ele quem deveria lidar, mas ainda assim se sentiu bem sabendo que não aguentaria aquele inferno sozinho.
Quando a lata de sardinha com motor parou, changbin se apressou em ficar de pé e sair, desta vez tomando cuidado ao descer do ônibus para não ser derrubado por nenhum engraçadinho. Já com os pés firmes na terra, o moreno olhou ao redor, estavam num parque enorme, a entrada não passava de um arco grande com um portão metálico baixo de grades, tudo ao redor era verde e refrescante, apesar ainda ser de manhã, a brisa que soprava em seu rosto era morna, algo que deixava seu nariz levemente enrugado quando fechava os olhos para aproveitar o pequeno momento de paz.
Logo todos os órfãos tinham descido dos ônibus e se agrupado em frente aos portões do parque, changbin acabou perdendo chan por um momento, e antes mesmo que pudesse perguntar ao han onde o castanho tinha se metido, sua silhueta esguia surgiu ao lado de um rapaz em frente a pequena multidão de adolescentes. O moreno pode notar o nervosismo nítido na forma como ele esfregava as mãos em frente ao corpo, até mesmo sua postura esticada era um sinal evidente de ansiedade.
- se ele apertar mais um pouco os dedos, aposto que vai quebrar. - jisung comentou, arrancando uma risada baixa do menor ao seu lado.
A diretora iniciou mais um discurso longo e entediante, que desta vez changbin fez questão de ignorar por não suportar a voz irritante da mais velha. Tentou se distrair com as árvores a alguns metros de distância, os troncos tinham variados tamanhos, suas folhas oscilavam entre o verde brilhante e o amarelo fosco, algumas caiam e livramento pairavam pelo ar, indo em distintas direções. O moreno passou tempo demais olhando para a paisagem e só acordou quando a voz do australiano ressoou em seus ouvidos como uma orquestra sinfônica muito bem orientada, atraindo sua atenção até ele.
- espero que possamos aproveitar essa viagem da forma mais agradável possível, vamos fazer boas memórias juntos. - seu discurso foi rápido e direto, mas foi inevitável para os dois menores na multidão não sorrir de volta quando o bang os encontrou no meio de vários outros adolescentes, sorrindo de forma amável para ambos garotos antes de voltar a ficar ao lado do homem ruivo.
- o chan parece ser tão legal. - a voz de algum garoto atrás do seo interrompeu sua linha de pensamento, atraindo sua atenção até o grupinho que cochichava logo ao lado. - agora entendo porque todos as garotas querem uma chance com ele. - duas risadas baixas ressoavam por suas orelhas, deixando o moreno enjoado.
- cara, eu tenho inveja dele, sabe? Ele pode estalar os dedos e ter a garota que quiser naquele orfanato, não entendo porque ele não faz isso.
- ele e aquele outro que tem cara de esquilo que é queridinho das meninas podiam ter quem quiser e não aproveitam isso, pra mim eles são idiotas, isso sim. - novamente houve risadas, e o moreno segurou a vontade de se virar e acabar com aquele diálogo sem sentido que estavam tendo.
Changbin coçou a orelha desconfortável, querendo se afastar para não ouvir mais nenhuma palavra. Tinha noção de tudo que eles estavam falando, seus amigos eram populares no orfanato, apesar de nunca vê-los aproveitar do privilégio que é estar no topo da hierarquia. Jisung nunca demonstrou se importar com a forma íntima que certas pessoas o tratavam, ele era gentil demais para reparar na maldade dos outros, e chan não ficava para trás.
Não entendia porquê aquilo o deixava tão enfurecido. Com certeza não era inveja, afinal, por que teria? Gostava de ser invisível, não precisava lidar com pessoas que mentiam descaradamente e tinham dupla personalidade, nem mesmo antes de conhecer seus atuais amigos precisou de alguém. Mas ainda assim aquilo o incomodava como o inferno. Eles poderiam ter a garota que quisessem, aquilo era verdade, e changbin não podia impedi-los de ter algum tipo de relacionamento, mas por todos os deuses, o moreno não saberia o que poderia fazer ao ver o han ou o australiano com outra pessoa. Só de imaginar tal situação, o menor sentia o chão sumir e seu mundo desabar.
Talvez se soubesse entender melhor seus sentimentos, aquela pressão em seu peito em pensar em perdê-los não fosse tão dolorosa e amarga. Porque changbin sabia que em algum momento eles iam encontrar alguém e seguir em frente, deixando-o para trás.
Queria fazer aquela angústia sumir ao imaginar situações que poderiam se tornar realidade, afinal de contas, nem chan e nem jisung eram seus e ele não podia evitar aquilo.
- bin? - a mão pequena de jisung repousou sobre o ombro do moreno, seu olhar era de preocupação, mas changbin não conseguia erguer a cabeça e olhá-lo. - você tá se sentindo mal? Você tá meio pálido. É por que tem muita gente perto? Vamos encontrar o chan e ir pra um lugar ventilado. - ele não esperou por uma resposta do garoto, apenas segurou em seu pulso e arrastou ele para fora daquela muvuca calorenta que se formava ao redor deles.
Conseguiu enxergar bem os dedos do mais novo ao redor do seu pulso, a mão pequena e delicada envolvendo sua pele maltratada, era apenas um toque simples, mas o moreno queria se soltar e afastá-lo. Estava confuso e cansado. Cansado de sentir tanto e não saber explicar, nada fazia sentido nos últimos dias, simplesmente sentia que os três eram peças iguais de um quebra-cabeça de mil peças, e eles não podiam dar certo.
Jisung de repente parou de andar, e changbin acabou por esbarrar em suas costas por estar perdido demais para prestar atenção em seus passos confusos, ele ergueu a cabeça pelo impacto e olhou na mesma direção que o han, avistando o castanho se aproximar junto com o homem de instantes atrás. Assim que teve a oportunidade, o menor puxou seu pulso das mãos do garoto, tomando uma distância pequena dele.
- estava procurando vocês. - chan sorriu quando se aproximou dos menores, mas assim que percebeu que tinha algo estranho acontecendo ele desfez o sorriso e olhou para eles preocupados. - aconteceu alguma coisa?
- o chang... - jisung mirou em changbin, ficando encabulado com sua repentina mudança de comportamento. - eu... acho que não aconteceu nada. - voltou sua atenção para chan e para o homem ruivo que estava agora ao seu lado.
- bom, minho, esses são changbin e jisung. - o rapaz educadamente apertou as mãos de ambos os morenos, sorrindo de forma simpática para eles.
- estava ansioso para conhecê-los. - o de olhos felinos e sorriso fácil disse, parecendo mais cativante a cada nova palavra dita. - agora entendo porque o chan ta- - o homem mais velho nem mesmo teve a oportunidade de finalizar sua frase, já que o bang fingiu uma tosse e cutucou com o cotovelo a lateral do corpo do maior, interrompendo sua fala.
- acho melhor a gente ir. - chan balançou a cabeça na direção do grupo que entrava ao parque.
Em todas as vezes que o trio estava junto, changbin preferia andar atrás, mesmo que em quase todas as ocasiões o han puxava o menino para o meio deles, dizendo que não era para ele ficar para trás, mas naquele momento o moreno fugia das tentativas do mais novo em encaixá-lo ali. Se sentia estranho, como se pudesse desmontar a qualquer momento, nem mesmo o falatório rude sobre sua presença poderia atrapalhar o turbilhão em sua cabeça. Era como se o mundo ao redor não tivesse barulho o suficiente para entrar em seus ouvidos, uma camada grossa de problemas cobria seus ouvidos e ele se sentia aéreo, fora de órbita. A única coisa com cor no meio de tudo era chan e jisung que andavam a dois passos de distância. Mesmo que estivesse tão perto, changbin não conseguia alcançá-los corretamente.
Se sentia melancólico e patético, e por odiar se sentir daquela forma tentou afastar as inconveniências dando leve tapinhas no rosto, prestando mais atenção no cenário ao redor. O caminho que seguiam era plano e verde, árvores se espalhavam por todos os lugares e ao olhar para o céu azul celeste, pássaros de várias espécies sobrevoavam sobre suas cabeças, indo de árvore em árvore como um espetáculo particular. Mais para frente, uma pequena casa charmosa indicava o lugar onde eles deveriam ir à noite e ao amanhecer para tomar banho e fazer as refeições.
O local onde eles iriam acampar era aberto, tinha mesas de madeira para piquenique espalhadas pelo local, as barracas que eles iriam ficar durante o fim de semana já estavam devidamente montadas, tinha em média cinco barracas para cada dupla de órfãs.
Quando anunciaram que a separação iria acontecer por sorteio, o moreno entrou completamente em desespero. Sabia que iria acontecer um completo massacre se acabasse com outra pessoa que não fosse jisung ou chan, estava se controlando ao máximo para não esmurrar a cara de alguns garotos que estavam lhe tirando do sério desde que entrou no ônibus, e com certeza os mataria caso ficasse sozinho.
- certo, iremos começar! - HaeRi anunciou com um pequeno alto falante preso a cintura, indo até Minho que segurava uma caixa com os nomes dos órfãos. O ruivo balançou a caixa algumas vezes e tirou de lá dois papéis com os nomes e entregou a mulher. - beomgyu e yeonjun. - changbin virou a cabeça na direção dos dois garotos que levantaram a mão.
A cada novo nome, o menor se sentia cada vez mais angustiado, pois metade dos adolescentes ali já tinham sido anunciados, menos ele, jisung, chan e poucos outros.
Quando o nome do han saiu entre os lábios daquela mulher junto com outro completamente desconhecido, a última coisa que o moreno viu antes de jisung sumir entre a multidão foi seu olhar assustado, ele foi puxando em direção ao tal menino que tinha sido sua dupla, rapidamente se tornado mais um entre os vários outros que changbin perdeu de vista.
- espero que ele fique bem. - chan disse olhando na mesma direção que o menor, parecendo tão preocupado quanto ele.
(...)
No final, o seo acabou ficando na mesma barraca que o castanho, uma vez que ele tinha conversado com a diretora e ela achou melhor que o menor ficasse com o bang para não trazer problemas.
A barraca que iria dormir pelos próximos três dias era consideravelmente grande, dava ele e chan sentados tranquilamente, e quando foram guardar as mochilas e verificar o local, ambos viram que dava para jisung dormir ali. No entanto, mesmo com os apelos do castanho para trazer o garoto, HaeRi não permitiu, alegando que não poderia dar aquele tipo de privilégio a eles. Foi uma das poucas vezes que changbin viu o bang tão chateado, ele ainda tentou falar com a Lee várias vezes, mas ela começou a ignorá-lo, deixando o menino de cabelos amendoados frustrado.
O restante do dia foi mais tranquilo do que o moreno podia imaginar, não fizeram nada além de perambular pelo parque e comer, as tais atividades planejadas só iria começar no dia seguinte. Chan ainda estava chateado por não conseguir convencer a mulher mais velha a deixar o han dormir com eles, e quando todos foram mandados para as barracas, o bang ainda estava com o rosto numa expressão tristonha e desapontada, um bico fofo desenhava seus lábios quando ele terminava de se arrumar para dormir. Tinham tomado banho a pouco tempo e jantado em grupo no chalé perto da entrada do parque, foi a última vez que viram jisung, na verdade, o moreno parecia bem estranho, aquela carinha arteira não enganava changbin, ele iria aprontar alguma coisa.
Changbin terminou de vestir a camisa que fazia parte do seu conjunto de pijama, nada além de um shorts e uma camisa com mangas curtas. Para sua infelicidade, tinha esquecido seu casaco, por mais que tenha checado várias vezes sua mochila. Quando se virou na direção de chan que ainda estava trocando de camisa, reparou no machucado horrível que pincelava a pele do maior, era grande e vermelho, bem no centro da sua coluna. Por impulso, o moreno esticou a mão fria e tocou no machucado, assim assustando o garoto que puxou a camisa de uma vez para baixo e virou o rosto na sua direção, seus olhos levemente esbugalhados miraram em changbin que parecia tão surpreso quanto ele.
- quem fez isso em você?
- eu caí e me machuquei.
- eu não sou otário e você não sabe mentir, fala logo quem fez isso em você.
- você promete que não vai brigar comigo? - o moreno revirou os olhos e balançou a cabeça, afirmando. Chan se virou totalmente na direção do baixinho, de pernas cruzadas, seus joelhos encostaram nos do moreno, ele coçou a orelha nervoso e ergueu o olhar, juntando coragem para iniciar. - eu fui conversar com o jaehyung, sabe, tentar resolver as coisas, mas acho que o tiro saiu pela culatra. - ele riu amargamente, esfregando de leve o local ferido.
- eu disse que tava tudo bem, você não precisava fazer isso!
- você apanhou por mim, e eu não podia simplesmente te ver chorando de madrugada porque os machucados estavam doendo e não fazer nada! - changbin se encolheu quando ele gritou, uma ação totalmente involuntária, chan sabia que ele odiava quando faziam aquilo e tentou se acalmar. - eu nunca sou útil quando essas coisas acontecem com você, você e o hannie sempre me protegiam quando a gente era criança, e as coisas não mudaram nada. Eu ainda sou um incapaz que não pode proteger os próprios amigos porque não sabe fazer nada além de ler e estudar. Eu sou o mais velho entre nós três, você e nem o jisung deveriam se machucar por mim.
- você sabe que eu e o ji não ligamos pra isso de idade, fazemos isso porque queremos.
- mas não deveria ser assim! - ele novamente se exaltou. - eu não suporto ver vocês dois se machucando pra me proteger, eu me preocupo com vocês dois porque eu... - ele parecia ter engolido as seguintes palavras, respirando algumas vezes para tentar se colocar de volta nos eixos, seus olhos âmbar refletiam nos do baixinho, uma estranha sensação correndo entre eles.
Um farfalhar fora da tenda fez changbin virar o rosto do reflexo, já era tarde e logo eles deveriam desligar a lanterna que iluminava a barraca, mas uma luz forte vinda do lado de fora e sons de passos distraíram ambos garotos. Chan abriu uma brecha na tenda para bisbilhotar o que era, e changbin ficou apenas sentado ao seu lado apreensivo. A possibilidade de ser um dos zeladores ou até mesmo a diretora ali para mandá-los dormir era grande, e o moreno não queria levar mais uma reclamação, aquele dia já tinha sido cheio o suficiente.
- o que você tá fazendo aqui? - viu chan falar com a pessoa de fora, logo se afastando da entrada da barraca para deixar jisung entrar carregando um travesseiro.
- vou dormir com vocês. - ele se enfiou na tenda, jogando o travesseiro entre os dois garotos. - fiquei com medo de dormir com o taehyun e assustar ele com os meus pesadelos estranhos, e como vocês já estão acostumados, vim pra cá. E antes que me perguntem, só o minho me viu e não disse nada. - ocupou o espaço entre eles. - por que vocês estão com essas caras? Atrapalhei algo?
- não. - changbin disse rápido. - mas estávamos tendo uma conversa importante, então é bom que você esteja aqui.
- o que aconteceu? Vocês estão brigando?
- não aconteceu nada, ji. - chan proferiu parecendo querer dar um fim naquele assunto.
- aconteceu sim. - ele se virou para jisung. - esse imbecil foi falar com o jaehyung e acabou apanhando. - o han arregalou os olhos espantado, mirando sua atenção em chan logo em seguida, procurando por vestígios de possíveis machucados.
- eu não apanhei, ele só me empurrou contra uma mesa e eu acabei perdendo o equilíbrio.
- isso não justifica nada! - changbin bradou.
- você tem coco de pombo na cabeça? - jisung deu algumas batidinhas na testa do mais velho usando os dedos. - você achou mesmo que existe uma maneira de ter uma conversa civilizada com o brutamontes do jaehyung? Aquele cara é um perigo pra humanidade, ainda mais quando tá em grupo, você poderia ter sido espancado!
- eu esperei que os amigos dele sumissem pra ir lá falar com ele, não sou tão burro assim. - massageou a área que jisung bateu, fazendo bico.
- como se fizesse alguma diferença. - changbin revirou os olhos cruzando os braços.
- eu sei, eu sei, desculpa, tá bom? Eu só queria falar pra ele deixar o bin em paz.
- e o que ele falou?
- ele me empurrou nas mesas do refeitório e riu da minha cara. - ele abaixou os olhos amuado.
- e ainda ganhou um baita roxo nas costas.
- o quê? Me deixa ver isso. - jisung puxou a parte inferior da camisa do bang na intenção de tirá-la para ver o tal machucado, mas chan se encolheu impedindo que ele fizesse aquilo, seu rosto ficando rubro em instante, o vermelho subindo por seu pescoço até a pontinha das orelhas. Aquele expressão era comum do australiano, ele facilmente ficava envergonhado, mas o jeito que ele se reprimia e ficava rosa deixava changbin extasiado. - deixa de frescura e me mostra isso logo, bang chan!
- você é tão mandão. - ficou de joelhos para virar de costas, erguendo a camisa por trás, revelando toda sua pele intocada com um grande machucado. Jisung não conseguiu repelir o ato de tocar do mesmo jeito que changbin fizera, parecendo preso pela imagem da palidez natural do mais velho misturado com aquele tom vermelho com pequenos tons de roxo misturado. - tá, já viram. - ele abaixou a camisa outra vez, tomando postura ainda meio tímido.
- isso tá realmente feio. - jisung piscou algumas vezes, ainda aéreo. - dói muito?
- só incomoda.
- e você carregou a minha mochila por todo parque. - changbin recordou, seus ombros caindo por isso, um semblante culposo crescendo em seu rosto redondo.
- só começou a incomodar depois que eu tomei banho, não tava doendo antes. - tentou confortar o garoto de fios negros, que ainda parecia cabisbaixo. - ei, binnie, eu disse que não tava doendo antes. - tocou seu ombro, balançando devagarinho para animá-lo.
- yay, docinho, não faça essa carinha! - jisung o agarrou, balançando o moreno para lá e pra cá de forma boba. - você quer um beijinho do hannie de boa noite? Hannie vai te dar beijinho! - ele fez um bico em sua direção, fechando os olhos no processo. Changbin não resistiu em abaixar os olhos na direção da boca do han, sentindo a sua salivar por aquilo, mas chan ainda os olhava atentamente e sentia que aquilo não era certo.
- sai daqui. - empurrou o garoto fingindo estar com nojo. Chan riu indo confortar jisung pelo empurrão dado por changbin, o abraçando e o acolhendo em seus braços.
- você quer beijinho, channie? - o garoto tentou desta vez com aquele que o abraçou, mas o castanho riu sem graça e negou, apertando as bochechas gordinhas dele no processo.
Sem mais delongas, o trio se arrumou para dormir, a lanterna foi desligada e eles se deitaram. Chan do lado esquerdo, jisung no meio, e changbin do lado direito, os três dividiam um cobertor grande que estava dentro da barraca junto com os travesseiros e o par de lanternas, do lado exterior da tenda, apenas os grilos faziam barulho aqui e ali, uma canção similar. A brisa fria invadia a barraca sem aviso prévio, obrigando o moreno baixinho a se encolher o máximo que podia, se transformando em uma bolinha que tremia levemente de frio. Sentiu jisung se remexer logo atrás das suas costas, se sentando no colchão que dormiam em seguida.
- ei, bin. - balançou o ombro do seo para checar se ele estava dormindo. O moreno balbuciou qualquer coisa para informar que ainda estava acordado. - aqui, veste o meu casaco.
Changbin estava com frio o suficiente para não conseguir relutar, ele tomou postura, pegando o moletom roxo e grande que o han usava, o colocando rapidamente. O garoto vestia por dentro uma camisa branca e larga, ele sorriu para changbin quando seus dedos pequenos arrumaram os fios negros bagunçados do menor, puxando pelas pontos o seu moletom para se modelar melhor no corpo de changbin. A pouca luz que entrava na tenda refletia nos olhos grandes e bonitos de jisung, deixando assim o menor hipnotizado.
- o que foi? - ele indagou num sussurro, notando o jeito que o baixinho o olhava.
- nada. - ele virou o rosto. - obrigado por me emprestar. - se deitou de uma vez, puxando sua parte no cobertor para esconder suas pernas.
Seu coração martelava dentro do peito de forma que seus ouvidos doíam pelo barulho, agarrou o moletom bem onde ficava seu peito para tentar acalmá-lo, temia que algum dos dois ouvisse e achasse estranha sua reação.
Estava assustado com o que estava sentindo, aquele frio na barriga, o aperto em seu peito, tudo parecia intenso demais para seu corpo abatido.
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