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05

Com tantos anos sendo ignorado e afastado, changbin aprendeu a observar as pessoas de longe. Não podia dizer que era um bom leitor de expressões, mas sabia que tinha algo de errado com chan apenas olhando para ele por alguns minutos.

Conhecia o australiano a mais de cinco anos, então já tinha noção de quando algo estava incomodando ele ou deixando o rapaz desconfortável. Nos primeiros dias pensou que não era nada, afinal, chan costumava agir esquisito, no entanto, após algumas noites acordado evitando seus sonhos estranhos, o seo notou que o castanho também estava sem dormir. E tudo bem, chan tinha suas crises de insônia como qualquer adolescente normal, mas justamente nas noites que changbin ficou acordado ele parecia estranhamente perturbado com algo.

No início parecia uma boa ideia mostrar sua presença ao bang e ir perguntá-lo o que tanto deixava-o daquele jeito, mas presumiu que se ele ainda não tinha dito nada, era por que precisava ficar sozinho por um tempo. Guardando sua curiosidade, changbin retornou a sua rotina normal, dividido entre fingir ser um aluno quieto e comportado durante o dia e pelo período da noite ficar sem dormir a fim de escapar dos pesadelos.

Com a chegada da notícia que já estava tudo organizado para o acampamento e a tal viagem que aconteceria no dia seguinte, jisung passou boa parte do dia falando apenas sobre aquilo. Era palpável a animação do menino sobre aquela viagem, o moreno parecia cada vez mais radiante quando conversava sobre o que faria quando chegasse lá ao bang, contando que estava entusiasmado para as atividades planejadas pelos adultos do orfanato. E como sempre, changbin apenas os observava conversando.

Depois de um tempo de convívio o moreno notou o quão distintas eram as personalidades de jisung e chan, eles eram o completo oposto, mas se davam muito bem. Quando ambos estavam juntos, seja conversando ou fazendo alguma brincadeira estúpida na qual um dos dois sairia com um hematoma, o moreno sentia que estava tudo bem se manter afastado e calado, afinal, nenhum dos dois podia estilhaçar e sumir num sopro como acontecia em seus pesadelos rotineiros.

Naquela noite o único plano que changbin tinha era ficar acordado, mesmo que tentasse dormir, sua ansiedade para o dia posterior não deixaria o garoto fechar os olhos e ter uma noite tranquila de sono. Enquanto arrumava sua cama, chan repetia o mesmo ato logo ao lado. Jisung se mantinha fora do cômodo, talvez tomando um banho como havia dito ou aprontando algo, aquele garoto era sempre imprevisível. Assim que terminou de se organizar se recompôs, batendo de leve seu ombro no castanho sem querer, este que se virou atônito como se estivesse acabado de sair de um longo pensamento.

Changbin juntou as sobrancelhas, encarando as orbes amendoadas do mais velho atrás de algum sinal de aflição ou angústia, mas ele apenas parecia perdido.

- você não vai me contar o que tá acontecendo? - indagou, vendo o castanho apertar o travesseiro macio contra seus dedos pálidos. Chan virou o rosto em direção a seus pés descalços, erguendo a cabeça ainda sem ter o que dizer. - você sabe que pode conversar comigo sobre qualquer coisa, hyung, só seja sincero sobre o que está te incomodando.

- não quero falar sobre isso por enquanto. - sua voz saiu mais baixa e acanhada que o normal, portanto, changbin assentiu e voltou para debaixo do beliche.

Ainda observou as costas do australiano coberta pela camisa branca e fina, ele parecia desesperadamente querer esconder seu nervosismo e agir normalmente, mas o moreno não forçaria ele a falar o que não queria. Se aprendeu uma coisa vivendo com pessoas extremamente sensíveis sobre sua presença era que apenas devia expor suas palavras quando alguém pedisse, caso contrário, deveria ficar calado para evitar qualquer tipo de conflito. E com certeza não queria brigar com o castanho logo depois de se reconciliarem.

Quando o toque de recolher soou pelo orfanato, a porta abafou um pouco a barulheira irritante, sons de passos fortes rasgavam o ar e deixava o piso tremendo. Changbin puxou as cobertas até suas pernas, amassando o travesseiro contra sua palma, observando de soslaio o bang deixar a janela meio aberta, apenas para o quarto não virar uma sauna no meio da madrugada.

- onde será que o ji se meteu? - chan andou até a porta, abrindo ela um pouco e espiando o corredor escuro.

- daqui a pouco ele aparece. - a segurança pela qual changbin transpareceu ao falar deixou chan um pouco menos preocupado, mas ainda assim ele se sentou em sua própria cama e pegou o livro sobre a cômoda, folheando ele enquanto mirava seus olhos âmbar na direção da entrada do quarto.

- ele tá demorando muito.

- em três, dois, um...

Como mágica, a porta foi aberta bruscamente, a presença do outro moreno se espalhou pelo cômodo. Jisung parou no espaço entre as camas parecendo ofegante e cansado, como se tivesse corrido muito para chegar até ali, dividiu sua atenção entre os dois garotos em suas camas com um sorriso pequeno.

- como você fez isso? - chan indagou olhando para o seo.

- consigo saber se é você ou jisung só pelos passos. - o castanho fez uma expressão estranha, mas changbin lhe deu as costas, se virando na direção da parede.

- onde você tava, hein?

- tomando banho, mas bateu uma fome quando terminei e decidi ir lá embaixo pegar algo pra comer. - ele iniciou, se sentando na beirada da cama do moreno. - mas aí o alarme tocou e eu ainda tava tentando abrir a porta da cozinha, então fiz o que qualquer pessoa normal poderia fazer numa situação dessas...

- tenho até medo do que você considera normal.

- ...abri a porta num chute, peguei dois bolinhos que tava em cima do balcão e corri pra cá que nem um desesperado. - tirou os bolinhos de massa de dentro do bolso da calça, apesar deles estarem amassados pela pressa, chan encarou o menor incrédulo e changbin se ergueu apenas para ver se era verdade.

- você arrombou a porta da cozinha? - chan o encarou inquieto, nitidamente preocupado com aquela situação absurdo que o garoto se meteu.

- eu só abri a porta, ela que quebrou no processo. - ele abriu a embalagem do bolinho e deu uma mordida consideravelmente grande, entregando o restante ao seo que aceitou de bom grado.

- alguém te viu?

- óbvio que não, chan, eu sei o que faço.

- quer um pedaço? - ofereceu ao bang o pedacinho pequeno que sobrou, mas o australiano negou balançando a cabeça.

- como você pode tá tão tranquilo em relação a isso? - encarou changbin que limpava os farelos espalhados pelos cantinhos dos lábios com a língua.

- se ninguém viu ele, o que pode dar errado? E nem podem me culpar dessa vez, já que a maioria dos garotos desse andar me viram indo pro quarto mais cedo depois de tomar banho, então eu tô bem tranquilo. - voltou a se deitar usando as mãos unidas atrás da cabeça como apoio.

- vocês dois são inacreditáveis. - chan balançou a cabeça em negação, voltando sua atenção para o livro de capa preta em seu colo, o folheando durante um tempo sem realmente parar para ler.

- sobre o que é esse livro? - jisung indagou espichando seus olhos na direção das mãos do castanho, comendo o outro bolinho.

- é um livro de poesia.

- lê pra gente, faz tempo que você não faz isso.

- nem pensar.

- qual é, hyung.

- sem essa de hyung, todas as vezes que eu leio algo pra vocês o changbin sempre dorme. - o dito cujo virou o rosto na direção do australiano, mas com jisung na sua frente apenas conseguiu observar pouca coisa do castanho.

- é que você é um chato, aí eu fico com sono. - implicou, sabendo que o bang era fácil de deixar irritado. Mas não queria ter dito aquilo, a verdade era que o moreno gostava do tom que chan usava para ler os poemas, sua voz sempre ficava alguns timbres mais baixo e ele fazia um biquinho engraçado enquanto recitava as citações, então sempre acabava pegando no sono ao observá-lo daquele jeito. Era inevitável, o seo simplesmente apagava todas as vezes, independente do gênero que o bang estivesse lendo.

- tá vendo? Não vou ler. - fez um bico emburrado, aproximando o livro do rosto.

- binnie. - jisung balançou de leve o braço do menor com manha. - não implica com o channie.

- tá bom, eu prometo tentar não dormir dessa vez. - ele se sentou na cama, ficando meio sem postura enquanto usava a parede como encosto, ficando de frente para cama de chan. Jisung terminou de comer e jogou o papel do bolinho em cima da cômoda, limpando as mãos na roupa antes de subir na cama do seo e se encolher ao seu lado, puxando o lençol do moreno para cobrir suas pernas.

Chan parecia entusiasmado para ler, ele fechou o livro e o abriu novamente numa página aleatória, lendo o poema curto rapidamente antes de proferi-lo em voz alta.

- "para ouvir seu choro em silêncio, me espera que eu dreno seu veneno com um beijo, vou resistir à tentação dos meus pés exaustos e continuar marchando com o amanhã numa das mãos e um punho cerrado na outra, vou te levar à libertação."

Foi inevitável para changbin não bocejar enquanto coçava os olhos, atraindo a atenção do australiano na sua frente e jisung que estava escorado em seu corpo. Ficou levemente constrangido com aquela atenção súbita, coçando a nuca timidamente.

- tá chato, né? Desculpa. - chan fechou o livro num baque ligeiro, o colocando em cima da cômoda.

- não tava chato, eu só que. Eu, bom. Meio que, assim. - changbin tentou gesticular mas aquilo pareceu mais patético ainda, então ele tentou acalmar seu nervosismo e tentou de novo. - isso vai soar estranho pra caralho, mas eu gosto de te ouvir falar e é por isso que eu fico com sono, por que me acalma.

- a minha voz? - ele nem mesmo tentou esconder o sorrisinho que cresceu ao ouvir a declaração do menor, enrubescendo levemente do pescoço até a pontinha das orelhas.

- é.

- a minha voz também te acalma? - jisung ergueu o rosto próximo ao dorso de changbin, este que virou o rosto escondendo suas bochechas quentes.

- cala a boca.

Chan não recebeu um convite nem mesmo permissão, mas se enfiou naquele beliche apertado onde changbin dormia, se espremendo ao lado de jisung.

- saiam da minha cama! - tentou empurrá-los da cama com os pés, mas o corpo do han estava lhe forçando para o lado, quase fazendo o mesmo se deitar.

- a gente vai dormir aqui com você. - afirmou o garoto de olhos grandes e pretos, empurrando changbin contra o colchão, ficando por cima dele por breves momentos. De cima, jisung observou os cabelos bagunçados do seo e seu rosto surpreso, os lábios rosados e perfeitamente moldados para seu rosto levemente magro estavam entreabertos, fora suas bochechas ainda num tom vermelho fraco, foi quase impossível para o moreno sair do transe que aqueles olhos negros e cintilantes poderiam transmitir, seu estômago ficando suavemente embrulhado no processo enquanto ficou aéreo no meio da imensidão escura que os olhos de changbin transpassavam.

- não dá pra vocês dois dormirem aqui, a cama é pequena até pra mim! - ele protestou, mas era em vão.

- e se a gente dormir aqui? - chan puxou de levinho a camisa de changbin para cima pela parte inferior, deixando o moreno sem reação.

- que merd- ei, seu bosta, sai de dentro da minha camisa! - tentou empurrar o australiano, mas ele tinha puxado sua camisa e enfiado a cabeça dentro. Changbin se contorceu rindo pelo contato frio da pele da bochecha do castanho sobre sua barriga. - eu vou te matar, chan, sai daí! Qual o problema de vocês dois? Saiam daqui!

Aquilo estava uma bagunça tremenda, o pouco espaço que sobrou em sua cama, jisung fez questão de ocupar, puxando o braço do menor para deitar em cima, virando o rosto na direção da parede como sempre dormia.

Quando finalmente perdeu as forças por estar cansado demais para continuar brigando, abaixou a mão e colocou o antebraço livre sob os olhos, sentia que chan estava deitado bem no meio da sua barriga, mas não era tão pesado o suficiente para tirar seu ar, mas ainda fazia cócegas e era um pouco estranho. Jisung parecia ter cochilado, mesmo com o seo batendo nele para tirá-lo dali.

- eu juro que vou matar vocês. - choramingou desistente.

Quando eles pararam de se mexer, changbin presumiu duas coisas; eles tinham pegado no sono ou estavam fingindo. Ele ergueu levemente a cabeça, forçando seus pés a pegarem o travesseiro que estava longe o suficiente para que seus braços curtos alcançassem, ele agarrou com o pé a fronha do travesseiro e puxou para cima, jogando ela por cima das costas de chan que estava deitado com as coxas enroscadas na sua. O moreno conseguiu pegar o travesseiro e o colocou atrás da nuca, deixando sua cabeça numa altura confortável, fechando os olhos por alguns segundos apenas para tentar se situar a situação estranha a que tinha sido submetido.

Se arrepiou quando a mão gelada de jisung raspou na pele exposto da sua barriga perto do seu baixo ventre quando ele de repente se virou, já que chan tinha puxado a camisa muito para cima a mão pequena e delicada do han acariciou a parte inferior do seu umbigo, logo rodeando sua cintura por completa, agarrando o australiano no processo. Chan se encolheu mais, esfregando a bochecha em sua costela, changbin pode sentir sua respiração acariciar a tez alva da sua barriga, uma leve formigação crescendo naquela área por conta do contato íntimo.

Aceitando seu destino pelo restante da madrugada, o moreno tentou se acomodar melhor e fechou os olhos.

(...)

Não soube dizer em que momento cochilou, mas com certeza foi por muitas horas. Quando despertou novamente, o dia raiava do lado exterior, estava consideravelmente frio e suas pernas tinham sido cobertas por alguém, ou para ser mais específico, por jisung. Quando abaixou o queixo, o han estava deitado de frente para a parede, ainda sob seu braço, a bochecha do garoto sendo esmagada contra seu bíceps e suas pernas encolhidas eram escondidas pelo cobertor que ele mesmo jogou sobre os três horas mais cedo. Chan tinha saído de dentro da sua camisa, no entanto, continuou deitado sobre a barriga do seo, sua camiseta estava levemente para cima e o castanho estava apoio justamente contra sua pele, toda vez que respirava fundo o garoto mexia o rosto devagar, esfregando a bochecha contra a área acima do seu umbigo.

O braço livre que sobrava, changbin o ergueu, sem saber ao certo onde deveria deixá-lo, acabando por apoiá-lo contra o ombro do maior por meros momentos, subindo seus dedos até o rosto pálido e macio, acariciando devagar os cabelos castanhos e cheirosos, um ninho se formava sobre sua cabeça, mas não era algo feio, era como se já fosse próprio do bang ser portador de toda aquela confusão. O moreno suspirou baixo e dolorido, suas costas estavam dando pontadas por dormir numa posição só a noite toda, e sua perna que se mantinha imobilizada pelas coxas de chan que estava estagnada, fora seu outro braço que possivelmente estava dormente.

Changbin queria desesperadamente se mexer e acordá-los de uma vez, mas provavelmente ainda era cedo e seu coração era mole demais para interromper o sono tranquilo que eles estavam tendo, mesmo que aquilo resultasse na parada de boa parte dos seus membros.

Ele respirou fundo sem querer, e chan se mexeu logo abaixo do seu peito, mas ele apenas ergueu um pouco mais a cabeça, subindo o suficiente para os fios castanhos roçarem no nariz de changbin, que prendeu a respiração e tentou não espirrar por ter sido pego desprevenido. Ele se segurou até o último momento, e agradeceu mentalmente a qualquer força divina por conseguir prender o espirro, mesmo que soubesse que não era algo saudável a se fazer. A mão de chan escorregou pela lateral da sua barriga despida, caindo perto do cós da calça, os dedos longos alisaram de leve sua pele sensível, arrancando um arfar surpreso por parte do menor.

Jisung se remexeu, trocando de posição, e passou o braço pelo espaço desocupado do peito do menor e abraçou, um sorrisinho sonolento cresceu em seus lábios mas ele se mantinha adormecido.

- eu preciso de ar. - changbin murmurou olhando para cima, a cabeça levemente erguida e os olhos fechados.

Aquilo acordou chan que parecia estar num sono leve, ele soltou a perna de changbin e tomou postura lentamente, se espreguiçando de uma forma engraçada no espaço pequeno que sobrava da cama de solteiro. O castanho sentou com as pernas dobradas e encarou o menor, o rosto do moreno estava rosado, um tom bem franquinho que coloria docemente suas bochechas, ele mantinha os lábios meio abertos, aspirando por lá numa força trêmula, changbin parecia concentrado em querer evitar algo, e o australiano não fazia a menor ideia do que era mas vê-lo daquela direção e daquele jeito acarretou num sorrisinho afetuoso.

- bom dia, bin. - esfregou seu cabelo ondulado contra o ombro do coreano, este que tomou um susto leve por estar distraído.

- vocês nunca mais vão dormir comigo. - chan deu uma risadinha fraca, voltando a deitar a cabeça no abdômen do menor, só que desta vez sua cabeça virada na direção do rosto triangular e inchado pelo sono recente do garoto.

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A citação usada nesse capítulo foi tirada do livro "O que o sol faz com as flores" de Rapi Kaur.

O capítulo ficou muito grande então ele foi dividido em duas partes, a outra parte será postada em breve.

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