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PRÓLOGO ✨

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Carregar o sobrenome Beaumont pode parecer fácil para quem vê de fora. Mas tudo muda quando você descobre que nem todo herdeiro é cem por cento feliz ou amado pelos pais. Na maioria das vezes, somos deixados de lado, esquecidos após jantares de negócios ou festas luxuosas. Acho que é por isso que me tornei tão introvertido — sem amigos, sem relacionamentos, sem nada. Na verdade, tenho um amigo, e ele vale por muitos, apesar de ser um pouco louco às vezes.

Aumento a velocidade da esteira enquanto corro, concentrado demais para prestar atenção ao que acontece ao redor. Moro em Washington há quinze anos e, até hoje, nunca fui a uma festa sequer. Sou um idiota. Já tentei fazer amigos, sair, mas sempre travo e acabo me sentindo patético.

O suor escorre pelas minhas têmporas. Mesmo com o fone de ouvido no último volume, percebo que minha respiração está pesada e acelerada. Estou treinando desde as sete da noite, e já são dez e meia.

Desperto dos meus pensamentos ao sentir meu celular vibrar no suporte preso ao meu braço. Paro a esteira e pego o smartphone, vendo o nome do meu avô brilhar na tela. Por que ele estaria ligando tão tarde?

— Boa noite, senhor Beaumont — limpo o suor do rosto com uma toalha e a penduro no ombro.

— Boa noite, querido neto desnaturado — deixo escapar uma risada abafada quando ele começa com seu famoso drama. — Marquei uma reunião com você amanhã, às nove da manhã. Não cancele.

— Reunião? — pergunto, e ele murmura um "sim". — Aconteceu alguma coisa?

— Sim, mas você só vai saber amanhã. Não me faça esperar muito — e desliga sem dar mais detalhes.

Fico olhando para a tela por alguns segundos, confuso.

— Velho maluco — dou de ombros, guardo o celular e volto ao treino.

Antes de me mudar para Washington, eu morava com meu avô. Na verdade, moro com ele desde os três anos de idade, já que meus pais eram fúteis o bastante para não quererem o próprio filho. Meu choro à noite atrapalhava a rotina corrida deles. Hoje, eles vivem na Alemanha, cuidando dos negócios da família por lá.

Só os vejo no Natal. Eles me enchem de presentes e depois somem por mais um ano inteiro, sem telefonemas, mensagens ou qualquer outro tipo de contato. Se não estavam preparados para ter filhos, por que me tiveram, para depois me abandonarem?

Minha sorte foi meu avô, que assumiu o papel de pais no lugar daqueles dois. Quando me mudei para Washington, as coisas foram complicadas. Sou extremamente tímido, então precisei me manter focado e fazer sessões de terapia para conseguir falar em público e comandar centenas de setores na minha empresa. Mas no final, tudo deu certo, graças ao meu avô. Ele sempre acreditou em mim e me ajudou a persistir no meu sonho de ser o representante de uma multinacional.

(...)

Saio da academia limpando o suor que escorre pela minha nuca e ando pelo corredor silencioso da minha casa. Moro sozinho, em uma mansão dentro de um condomínio fechado, no centro de Washington.

Aceno com a cabeça quando passo por duas empregadas, e subo os degraus da escadaria em direção ao andar dos quartos. Estou suado, sentindo minha camisa grudada no abdômen. Me pergunto o que meu avô tanto quer comigo para marcar uma reunião. Deve ser algo muito sério.

Entro no meu quarto, ou melhor, na minha suíte, que mais parece um pequeno apartamento dentro da casa. O ambiente é espaçoso, exatamente do jeito que eu quis quando decidi desmanchar dois quartos para criar esse espaço. A decoração é sofisticada, mas neutra, paredes em um tom de cinza claro, contrastando com o chão de madeira escura perfeitamente polido. A iluminação é indireta, suave, com luzes embutidas que destacam os móveis minimalistas de tons neutros.

À esquerda, a sala de estar. Um sofá de couro preto ocupa o centro do espaço, em frente a uma lareira elétrica moderna e uma televisão enorme presa à parede. Um bar discreto no canto, com garrafas de whisky caro que raramente toco, complementa o ambiente. Gosto do silêncio aqui. Mesmo tendo uma casa enorme, é nesse espaço que realmente me sinto confortável. Isolado.

Sigo pelo tapete macio até a cama, uma king size com roupa de cama impecavelmente branca e travesseiros alinhados. Ao lado, a porta do closet, que é quase do tamanho de um quarto comum. Entro rapidamente para pegar uma toalha limpa e vou direto para o banheiro. Assim como o restante do quarto, ele é sofisticado e moderno, com mármore por toda parte, desde o piso até a bancada da pia. A banheira é grande, o tipo de luxo que muitas pessoas sonham, mas raramente uso. Prefiro o chuveiro com as paredes de vidro, que se abrem.

Ligo a água quente e deixo o vapor preencher o ambiente. Tento não pensar muito no que meu avô quer de mim amanhã, mas é inevitável. Ele nunca marca reuniões sem uma razão clara, e o fato de não ter dado nenhum detalhe me incomoda. Sinto o peso das responsabilidades que carrego, mas também sei que, se não fosse por ele, eu não estaria onde estou.

Saio do chuveiro e desligo a água, deixando o vapor quente ainda pairando no ar. O espelho está completamente embaçado, o que me poupa de encarar meu próprio reflexo. Seco rapidamente o corpo com uma toalha macia e enrolo outra ao redor da cintura antes de sair do banheiro.

O closet está organizado de forma impecável, como sempre. Camisas sociais alinhadas por cor, ternos feitos sob medida pendurados com perfeição, e sapatos italianos enfileirados em uma prateleira de vidro. Apesar de toda a sofisticação, a paleta de cores é sempre a mesma, preto, cinza, branco, e, às vezes, um azul marinho para quebrar a monotonia. Neutro, sem excessos, exatamente como prefiro.

Caminho até a parte onde guardo as roupas mais casuais e puxo uma calça de moletom cinza e uma camiseta preta simples. Visto-me sem pressa, aproveitando a sensação de relaxamento que o banho quente me trouxe. O dia foi longo, e o treino intenso ajudou a tirar um pouco da tensão acumulada, mas ainda não consigo parar de pensar no que me espera amanhã. Meu avô sabe como mexer comigo. Sempre soube.

Ao terminar de me vestir, olho para o espelho que cobre uma das portas do closet. Sento-me no sofá de couro, ainda com a toalha que usei para secar o cabelo pendurada nos ombros. Por um momento, penso em abrir uma das garrafas de whisky no bar, mas decido contra. Amanhã vou precisar estar com a mente clara. Seja o que for que meu avô planejou, não pode ser algo simples.

Encosto a cabeça no encosto do sofá e fecho os olhos, deixando o silêncio da suíte me envolver. O cansaço começa a se instalar e, aos poucos, o peso do dia e do treino intenso me empurra para a cama. Levanto, atravesso o quarto em direção à cama king size e me deito, sentindo o colchão macio moldar-se ao meu corpo. A escuridão do quarto é pontuada apenas pela iluminação suave dos abajures, e, por fim, permito que o sono me leve.

Acordo com o primeiro toque do despertador. São seis e meia da manhã. Abro os olhos devagar, ainda meio sonolento, e permaneço por alguns instantes deitado, encarando o teto. Respiro fundo, preparando-me mentalmente para a reunião, sem fazer ideia do que meu avô planejou.

Saio da cama e me encaminho ao banheiro. A água fria do chuveiro ajuda a espantar o sono remanescente, despertando cada fibra do meu corpo. Faço a barba, penteio o cabelo e escolho um perfume discreto para o dia. Assim que termino, vou ao closet e opto por um terno preto clássico, com uma camisa branca e uma gravata cinza. É um visual impecável e formal, ideal para qualquer situação que meu avô possa ter em mente.

Descendo as escadas em direção ao escritório, sinto a familiaridade dos ambientes silenciosos da casa. O escritório fica no primeiro andar, ao lado da sala principal. Assim que entro, sou envolvido pelo ambiente refinado e sóbrio do espaço. As paredes são forradas de madeira escura e há uma estante repleta de livros e pastas de documentos organizados com precisão. Uma mesa de mogno ocupa o centro, com uma cadeira de couro preta atrás e duas poltronas igualmente sofisticadas à frente, para eventuais visitas.

No canto da sala, um globo terrestre antigo e uma cafeteira moderna sobre um aparador completam o ambiente, dando um toque clássico e funcional ao lugar. Sento-me na cadeira de couro, ajustando-a para ficar confortável, e ligo o notebook que está sobre a mesa. A tela ilumina o escritório, e respiro fundo, esperando pela chamada que virá do meu avô. O som suave da inicialização do sistema preenche o silêncio, e agora é apenas uma questão de tempo.

O toque do notebook interrompe o silêncio do escritório, e meu coração acelera levemente. Atendo à chamada, e, imediatamente, minha expressão endurece ao ver meu avô na tela, vestindo pijamas luxuosos, mas ainda assim, pijamas, acompanhado por dois advogados ao seu lado, todos com expressões sérias.

— Bom dia, senhor Beaumont. — Franzo o cenho, incomodado com a cena incomum. — Aconteceu alguma coisa?

Ele solta um suspiro pesado, ajeitando-se na cadeira e olhando diretamente para mim.

— Killian, meu querido neto, vou ser direto. Você já está velho o suficiente. Já se provou um homem de negócios competente e um homem capaz de cuidar de tudo que temos. Mas me diga, de que adianta toda essa competência e sucesso se você vive sozinho, isolado, com medo de fazer laços?

Eu cruzo os braços, sentindo a tensão crescer em meus ombros.

— Vovô, eu estou perfeitamente bem. Trabalho muito, sim, mas… não estou entendendo onde você quer chegar com isso.

Ele levanta uma mão, gesticulando enquanto fala, com aquele jeito firme e decidido que sempre teve.

— Killian, eu quero ver você feliz, com uma família. Quero ver você com alguém ao seu lado, alguém que possa te entender, te apoiar… Alguém que seja uma parceira de vida, e não apenas colegas de trabalho e responsabilidades empresariais. Não quero que você chegue à minha idade sem ninguém para partilhar o que conquistou. Eu vivi para cuidar de você, mas… caso eu morra amanhã, quem estará aí?

Eu esfrego a nuca, sentindo o desconforto da conversa. Não gosto desse tipo de discurso sentimental, e muito menos quando o assunto é "casamento" ou "família". 

— Entendo o que você está dizendo, mas, sinceramente, o que isso tem a ver com esses advogados e essa reunião? — respondo, tentando manter o tom controlado.

Meu avô sorri, mas há algo de autoritário e meticuloso em seu olhar.

— Killian, já conversei sobre isso com um velho amigo meu. E nós chegamos a um acordo. Você vai se casar com uma das netas dele.

Sinto o sangue congelar nas veias. Passo alguns segundos em silêncio, tentando processar o que ele acabou de dizer, como se fosse alguma brincadeira de mau gosto. Mas o semblante firme do meu avô me diz que ele não está brincando.

Meu olhar permanece fixo na tela, paralisado. É como se o tempo tivesse congelado enquanto meu avô continua, sem me dar tempo para respirar ou processar a notícia absurda.

— Eu já reservei seu voo de volta para Ottawa. — Ele cruza as mãos sobre a mesa com calma. — Temos muito a organizar, incluindo o evento de noivado, e você precisa conhecer sua futura esposa e o avô dela. É o melhor para você, Killian.

Fecho as mãos em punho, meu corpo tenso enquanto luto contra a sensação sufocante de ser encurralado. Tomo um fôlego e interrompo o fluxo de palavras dele:

— Vovô, eu não vou me casar. — Minha voz sai mais firme do que eu imaginava, mas ele apenas levanta uma sobrancelha, como se já estivesse preparado para a minha resistência.

Ele sorri, aquele sorriso calmo e implacável, que só me faz sentir como um garoto desobediente.

— Oh, você vai sim, Killian. E, se escolher desobedecer, vou encerrar o seu contrato como CEO. — As palavras dele caem como chumbo no ambiente. — Você não poderá comandar ai em Washington, nem em qualquer outra unidade. E, além disso, eu garanto que seus pais o visitem todos os meses.

Meu corpo esfria, e sinto uma pontada de raiva e frustração ao ouvir essa última ameaça. Eu sei o quanto ele sempre controlou os movimentos dos meus pais, mantendo-os distantes por um motivo. A ideia de vê-los regularmente, sendo forçado a encarar o desdém e o desinteresse deles, é insuportável.

— Vovô, você não pode fazer isso — digo, a voz grave e carregada de frustração.

Ele inclina-se para frente, os olhos fixos nos meus, sem nem uma sombra de hesitação.

— Ah, posso sim, Killian. Eu sou o dono disso tudo. E já passei tempo demais esperando que você tomasse essa decisão sozinho.

Cruzo os braços e fito a tela, lutando para conter a frustração que sobe feito uma maré violenta.

— Eu já disse, vovô, eu não vou me casar. Pode tirar a empresa de mim, faça o que quiser, mas eu me recuso a me comprometer com alguém que nem sequer conheço.

A expressão dele endurece, mas antes que ele tenha chance de retrucar, aperto o botão para encerrar a chamada, desligando o notebook. O silêncio invade o escritório, e eu fico ali, paralisado, sentindo a adrenalina ainda correr nas veias.

Solto um suspiro longo e me deixo cair contra o encosto da poltrona, desnorteado e indignado. As palavras dele ecoam na minha mente, a exigência absurda de um casamento arranjado com uma estranha. É como se ele tivesse traçado meu destino sem sequer me consultar, decidido que minha vida deveria ser moldada às conveniências e aos caprichos dele. 

Passo as mãos pelo rosto, tentando organizar os pensamentos, mas a sensação de revolta só aumenta. É uma insanidade. Eu trabalhei anos, dei tudo de mim, e agora ele ameaça jogar tudo isso fora se eu não cumprir essa... essa chantagem.

Fecho os olhos e respiro fundo, sentindo a pressão esmagadora do que ele espera de mim. Mas não posso ceder. Não vou sacrificar minha liberdade e minha própria vida pelos planos egoístas do meu avô.

Passo a mão pelos cabelos, ainda tentando absorver o que acabou de acontecer. O peso da situação começa a se assentar, mas o desconforto é imenso. Parte de mim, lá no fundo, queria, sim, ter alguém ao meu lado. 

Sempre desejei o tipo de relação que vejo nos poucos casais que parecem realmente felizes. Alguém que me amasse de verdade, não alguém que estivesse comigo apenas porque foi forçada, presa a mim por um contrato ou uma obrigação familiar. 

Imaginar-me preso a uma estranha, um casamento sem sentimentos, é... sufocante. Toda a minha vida, as pessoas sempre esperaram que eu fosse impecável, o herdeiro perfeito, o executivo incansável. Eu cumpri todas as expectativas, fiz tudo o que eles pediram. Mas isso? 

Balanço a cabeça, o peito apertado. Nunca vou aceitar uma vida forçada, sem escolha ou paixão. O que o meu avô não entende é que não quero alguém que esteja ao meu lado por conveniência ou pressão. Quero alguém que realmente se importe comigo — por quem eu sou e não pelo que posso oferecer.

Me levanto da poltrona, tentando aliviar o peso dessa frustração. Me recuso a viver uma mentira, uma farsa. Se isso significa perder tudo o que trabalhei para construir, que seja.

🌟 Olá meus amores, o que acharam do prólogo?

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