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CAPÍTULO 23 ✨

— Maelle. — Chamo minha cunhada, que segura um tablet enquanto conversa com o decorador.

— Pois não, cunhado? — Ela dispensa o homem e se vira para mim, o olhar ainda preso na tela.

— Como está o andamento da decoração? — Pergunto, observando ao redor e vendo quase nada montado.

— Eles começam a organizar tudo daqui a… — Ela checa o relógio de pulso. — Duas horas.

— Ótimo. Então, até a próxima semana, tudo estará pronto? — Questiono, e ela assente, me entregando uma pasta preta. — O que é isso?

— Um esboço. — Responde enquanto caminhamos em direção à escada — Realista. Pode colocar próximo à vidraça. — Ela pede a um rapaz que sobe os degraus carregando uma caixa de papelão.

— Acha que ela vai gostar? — Pergunto, analisando as imagens. Fecho a pasta e encaro Maelle.

— Claro que vai. — Ela apoia a mão no meu ombro. — Vai pular de felicidade e, provavelmente, passar todos os dias trancada aqui dentro.

— Essa última parte não me agradou muito. — Brinco, e ela ri. — Mas fico feliz em saber que ela vai usar com frequência.

— Eu também. — Dois homens passam por nós, e Maelle os segue, indicando onde colocar as caixas.

O prédio tem uma arquitetura antiga, com traços elegantes e imponentes, como se cada detalhe carregasse histórias de décadas passadas. As paredes de pedra clara, desgastadas pelo tempo, trazem um charme rústico, e os grandes janelões de vidro, com molduras de ferro trabalhado, permitem que a luz natural invada o espaço. O segundo andar, onde estou agora, será o estúdio de pintura da Anahí. O teto alto e as vigas de madeira expostas dão uma sensação de amplitude, enquanto o chão de tábuas largas range levemente sob meus passos.

Ainda não há decoração, apenas caixas espalhadas pelo ambiente, algumas abertas, revelando tintas, pincéis e paletas de cores vibrantes. Em um canto, diversas telas em branco estão apoiadas contra a parede, esperando para serem preenchidas com a criatividade dela. Pequenos móveis de madeira escura, ainda embalados, estão organizados perto das janelas. Lustres antigos e molduras douradas descansam sobre uma mesa comprida, aguardando seu lugar definitivo.

Passo pelo ambiente, absorvendo cada detalhe e imaginando como será quando tudo estiver pronto. O cheiro de madeira recém-polida se mistura ao leve aroma de tinta, mesmo que os potes ainda estejam fechados. O espaço é perfeito para Anahí — amplo, bem iluminado e silencioso.

Caminho em direção à escada de ferro fundido que leva ao primeiro andar. O corrimão frio sob minha mão contrasta com o calor que entra pelas janelas. Os degraus ecoam levemente conforme desço, e logo me vejo no grande salão que poderá ser usado para exposições.

O espaço é magnífico. O pé-direito alto dá uma sensação de imponência, e os arcos nas paredes criam uma harmonia entre o rústico e o sofisticado. O piso de mármore claro reflete a luz que entra pelos janelões, e o som dos meus passos ressoa suavemente. Algumas caixas grandes estão espalhadas por ali, junto com cavaletes desmontados e suportes para quadros.

Há um pequeno palco no fundo, feito de madeira escura, provavelmente usado para apresentações no passado. As paredes, ainda vazias, esperam por obras de arte que um dia transformarão esse salão em uma verdadeira galeria. Próximo à entrada, um balcão de madeira maciça será o espaço ideal para recepções e coquetéis durante as exposições.

Olho ao redor, tentando imaginar o ambiente pronto. Será um lugar especial. Anahí poderá compartilhar seu talento aqui, caso queira. Mas, acima de tudo, sei que este prédio será um refúgio para ela, um espaço onde poderá se perder em suas pinturas e criar sem pressa, sem interferências.

Passo a mão pelo balcão, sentindo a textura da madeira, e solto um suspiro satisfeito. Falta pouco para tudo ficar pronto. E quando estiver, sinto que ela vai amar.

— Ninguém montaria um estúdio da noite para o dia para uma mulher sem amá-la.

Ao ouvir a voz do meu avô, olho por sobre o ombro e o vejo parado ali, com um sorriso esperto no rosto.

— Outra vez esse assunto? — Solto uma risada nervosa, desviando o olhar. — O que achou do espaço?

— Incrivelmente encantador. — Ouço seus passos se aproximando, e em segundos ele está ao meu lado. — E fica em um ótimo bairro.

— Na próxima semana já estará pronto. Meu avô solta uma risada baixa enquanto observa o ambiente ao redor — O que tanto sorri? — Pergunto, cruzando os braços.

— Estou feliz, não posso? — Ele me lança um olhar divertido, e eu apenas balanço a cabeça. — Espero que ela decida fazer uma exposição logo. Tenho amigos que pagariam fortunas por um quadro igual ao que ela deu para Oliver.

— Eu também espero. — Concordo, e ele assente, satisfeito.

— Onde está indo? — Ele começa a se afastar, e quando passa por mim, pergunto.

— Para casa. Tenho um encontro esta noite — Arqueio as sobrancelhas, surpreso, e ele apenas dá de ombros — Me deseje sorte.

— Boa sorte. E se divirta. Ele bate continência, enfia as mãos nos bolsos da calça e segue em direção à saída.

Dou uma risada e balanço a cabeça em negação. Meu avô é imprevisível.

Passo a mão pela nuca enquanto observo os homens descarregando mais caixas, algumas maiores do que eu esperava. Maelle está ao meu lado, conferindo tudo pelo tablet e dando ordens precisas sobre onde cada item deve ser colocado. O trabalho está fluindo bem, e a cada nova peça entregue, o estúdio começa a ganhar mais forma, mesmo que ainda pareça um amontoado de materiais espalhados.

— Essa deve ir lá para cima — Maelle avisa a um dos funcionários, apontando para uma caixa média, provavelmente cheia de tintas.

— Você já pensou em seguir carreira como supervisora de obras? — Provoco, cruzando os braços.

— Se você pagar bem, posso considerar — Ela ri, digitando algo no tablet.

Dou uma risada e balanço a cabeça. O último caminhão chega com os móveis restantes, e após mais meia hora de organização, finalmente terminamos por hoje.

— Pronto, podemos ir. — Maelle suspira, guardando o tablet na bolsa — Preciso de uma carona. Meu carro ainda está na oficina, e o motorista está de folga.

— Claro — Maelle sorrir amarelo e caminhamos até a saída.

— Obrigada cunhado. — Dá dois tapinhas nos meus ombros. Destravo o carro, e ela entra no banco do passageiro.

O ar fresco da tarde me faz relaxar um pouco. O sol está se pondo, tingindo o céu com tons dourados e alaranjados, que se fundem com o azul profundo da noite que começa a surgir. Assim que ligo o motor, a luz do pôr do sol atravessa o vidro, aquecendo levemente minha pele.

Dirijo em silêncio por alguns minutos, imerso nos meus pensamentos. Imagino como será a reação de Anahí quando vir o estúdio pronto. Será que ela vai sorrir daquele jeito encantador, com os olhos brilhando? Ou ficará tão emocionada que não conseguirá dizer nada? E quando decidir fazer sua primeira exposição? Tento imaginar a cena, ela, cercada por suas telas, observando as pessoas admirarem seu trabalho. Sei que no começo ficará nervosa, mas também sei o quanto seu talento merece ser visto pelo mundo.

Maelle mexe no rádio e escolhe uma música tranquila, mas minha mente continua fixa nela.

Depois de deixar Maelle em casa, sigo para a minha. Estaciono o carro e entro, esperando encontrar Anahí em algum canto, mas a casa está silenciosa. Subo até o sótão, onde ela às vezes gosta de se esconder para desenhar, mas não a encontro. Passo pelo jardim, onde o vento balança as folhas das árvores, mas não há sinal dela. No quarto, apenas a cama arrumada e seu perfume fraco no ar.

Franzo o cenho e desço até a ala dos funcionários, onde encontro o mordomo organizando algumas taças de cristal.

— Onde está Anahí? — Pergunto, apoiando as mãos nos bolsos.

— Saiu com a senhorita Harper — Ele levanta a cabeça e responde com a calma de sempre.

Assinto, sem dizer nada, e volto para a sala de estar. Jogo-me no sofá, soltando um suspiro longo, e encaro o teto, perdido em pensamentos. O dia foi longo, mas minha mente continua inquieta. Fecho os olhos por um momento, tentando afastar a ansiedade. Mal posso esperar para vê-la entrando naquele estúdio pela primeira vez.

(...)

— KILL, KILL — Abaixo meu livro ao ouvir os gritos e olho para a porta do escritório, que se abre em segundos com Anahí entrando apressada — Ah, você está aqui.

— Aqui estou eu — Ela caminha até mim a passos rápidos, se joga no meu colo e me abraça, distribuindo beijos nas minhas bochechas — Como foi seu dia?

— Muito bem — Anahí abre os braços e sorri encantadoramente — Fomos convidados para um jantar com a tia Alysson.

— A mãe da Harper? — Pergunto, e ela concorda. — Onde será? — Ela morde o lábio inferior, hesitante.

— Em um bistrô novo — Se levanta e cruza as mãos à frente do corpo — E não faça esse olhar envergonhado, é sua chance de passar no segundo teste.

— Segundo? — Franzo o cenho. — Na minha cabeça, já fiz uns dez.

— Não, não — Ela balança o dedo indicador e estala a língua no céu da boca — Foi apenas um, e algumas sessões de terapia.

— Quem vai estar no jantar? — Me encosto no sofá.

— Tia Alysson, Harper, eu, você e o Levi — Anahí revira os olhos ao mencionar o nome do irmão — Não sei o que ele vai fazer lá. Tenho certeza de que nunca vai se declarar.

— Talvez ele tenha medo de ser rejeitado — Ela nega e se senta ao meu lado — Ou talvez esteja esperando a hora certa.

— Ele é medroso — Murmura, e eu solto uma risada fraca — Muito medroso, meu pobre irmão.

— Tudo bem, eu vou. — Suspiro, olhando para Anahí, que sorri satisfeita. — Mas não espere que eu fique cumprimentando pessoas aleatórias no restaurante.

— Prometo não te desafiar a fazer isso — Ela solta uma risada divertida e estende o mindinho para mim.

Reviro os olhos, mas sorrio de canto ao entrelaçar meu mindinho no dela. Nós balançamos as mãos suavemente, selando a promessa em silêncio.

Antes que eu possa dizer qualquer coisa, Anahí se aproxima e me beija. Meu braço a envolve pela cintura, puxando-a para mais perto, enquanto ela sorri contra meus lábios. Quando nos afastamos, um brilho travesso surge em seu olhar, e eu aproveito a oportunidade para deslizar minhas mãos por sua cintura, fazendo cócegas.

— K-Killian! — Ela se contorce, rindo enquanto tenta segurar meus braços. — Para com isso!

— Você riu de mim. Agora aguenta. — Provoco, intensificando as cócegas enquanto ela gargalha sem controle.

Anahí tenta escapar, mas eu a seguro firme, rindo junto com ela, completamente fascinado pelo som da sua risada e pelo brilho que ilumina seu rosto. Ela é toda perfeita!

(...)

Abro a porta do carro para Anahí e estendo minha mão. Ela sorri, segura-a e desce do veículo com graça.

— A entrada é bem bonita — comento ao fechar a porta. — Você sabe quem é o dono?

— Não. A tia Alysson só disse que estava com vontade de vir, porque o bistrô está recebendo muitos elogios — Anahí responde, segurando meu braço com naturalidade.

— O Levi virá mesmo? — pergunto. Ela assente com um leve balançar de cabeça.

Assim que passamos pela entrada do bistrô, sou envolvido por um aroma acolhedor de especiarias e ervas frescas. O ambiente combina madeira rústica com detalhes em ferro forjado, criando um espaço elegante e aconchegante. 

Lustres de ferro pendem do teto com luzes amareladas, e plantas trepadeiras contornam algumas prateleiras e colunas de madeira. Há um pequeno jardim interno, onde samambaias e pequenas árvores frutíferas criam uma atmosfera quase bucólica.

Nos aproximamos do balcão de recepção, onde uma mulher de postura elegante e olhar atento confere uma lista em um tablet.

— Boa noite — ela diz com um sorriso profissional. — Nome na reserva?

— Anahí e Killian — Anahí responde com naturalidade. A recepcionista desliza o dedo pela tela e logo assente.

— Sim, o restante do seu grupo já chegou. Sigam-me, por favor.

Caminhamos entre as mesas bem distribuídas, cobertas com toalhas de linho e pequenos arranjos de lavanda. Há uma lareira em um dos cantos, dando ao ambiente um ar ainda mais acolhedor.

Logo avisto a mesa onde Harper, Levi e Alysson estão. Harper sorri ao nos ver, e Levi levanta a mão em um cumprimento discreto. Alysson, de postura sofisticada, observa nossa aproximação com um olhar acolhedor.

— Finalmente chegaram! — Harper diz animada, levantando-se para me abraçar. Eu a abraço de volta e, em seguida, cumprimento Alysson com um beijo na bochecha.

— Boa noite, senhora…

— Se me chamar de senhora, ficarei um pouco ofendida — Alysson diz com um sorriso divertido e aponta para mim. — Apenas Alysson.

— Oh, claro — dou uma risada baixa, mas logo sou interrompido por um breve assovio de Levi — Boa noite, Monteverdi.

Ele aperta minha mão com um aceno de cabeça.

— E aí, meu cunhado preferido — diz, soltando minha mão. Anahí revira os olhos e dá um tapinha no braço dele.

— Precisa me bater todas as vezes? — Levi reclama, massageando o local.

— Sim, para você não perder o costume, maninho — Nos sentamos, e Alysson acena para o garçom.

— O que querem beber, crianças? — ela pergunta, divertida.

Harper esfrega as mãos animada, enquanto Levi apenas balança a cabeça em negação.

— Às vezes acho que você não gosta de mim — Harper diz, apertando as bochechas dele. Levi a encara em silêncio, impassível. — Meu melhor amigo me odeia e nem faz questão de negar.

— Odiar? Acredite, o Levi jamais odiaria você — Anahí provoca, pegando o folheto de vinhos. — Não é mesmo, Levi?

— Às vezes, eu gostaria de não ter irmãos, sabia, tia Alysson? — Levi diz, pensativo, enquanto Harper mexe no cabelo dele.

— Não acredito. Sei que vocês não vivem um sem o outro — Alysson responde, apontando para Anahí e Levi.

Em seguida, ela se volta para mim com um sorriso curioso.

— E como está sendo o casamento, Killian? Essa mocinha está dando trabalho ainda?

— Eu nunca dei trabalho — Anahí cantarola, inclinando-se na cadeira. Harper estala a língua no céu da boca — Eu só ficava um pouquinho empolgada.

— Invadir um banco é "ficar empolgada"? — Levi provoca, arqueando uma sobrancelha. Anahí o fuzila com o olhar — Eu te amo, maninha — ele diz, divertido.

Solto uma risada baixa.

— A Anahí me faz companhia e, não, ela não dá trabalho — Alysson sorri, nos observando com um olhar afetuoso.

O garçom se aproxima da mesa com um sorriso profissional, segurando um pequeno bloco de anotações.

— Boa noite. Já decidiram o que vão beber? — Anahí ergue o folheto de vinhos e desliza o dedo pelas opções antes de encarar o garçom.

— Vamos querer uma garrafa do Château des Charmes Cabernet Franc.

— Excelente escolha, madame — ele responde com um leve aceno.

— E para você, senhor? — pergunta, voltando-se para mim.

— Um suco de laranja com hortelã e gelo, por favor. O garçom anota e olha para os demais.

— E quanto aos pratos?

— Para mim, o salmão glaceado com xarope de bordo e purê de pastinaca — Alysson pousa o cardápio sobre a mesa.

— Quero um Poutine de pato confitado — Harper diz, animada — Levi sorri de lado.

— Eu vou de filé de bisonte ao molho de mirtilo, com legumes assados — Anahí passa os olhos pelo cardápio mais uma vez antes de fechar.

— E eu quero vieiras grelhadas com risoto de açafrão — O garçom anota os pedidos e, após confirmar, se retira discretamente.

A conversa segue, com Anahí e os outros trocando histórias e risadas. Eu me mantenho mais calado, respondendo apenas quando sou diretamente questionado. Após longos minutos, o garçom retorna trazendo os pratos e a garrafa de vinho. Ele serve o vinho para quem pediu e, em seguida, deposita meu suco de laranja com hortelã e gelo sobre a mesa.

— Aproveitem a refeição.

Agradecemos, e logo os aromas sofisticados da comida tomam conta do ambiente. Eu pego os talheres e me preparo para comer enquanto os demais continuam conversando animadamente.

— Seu avô é um grande homem, Killian — Alysson comenta, dando um gole no seu suco. — E você também. Ouço rios de elogios direcionados a você.

— Meu avô é um homem especial, espero um dia ser como ele — respondo com um sorriso breve. Ela assente. — É bom saber que recebo elogios.

— E não são poucos — Levi aponta para mim, e eu abaixo a cabeça, sorrindo envergonhado. — O Killian faz um ótimo trabalho como CEO dos negócios dos Beaumont.

— Meu marido é nota mil — Anahí segura meu queixo, erguendo minha cabeça e me dando um beijo na bochecha.

— Esse salmão é uma delícia — Harper comenta enquanto come. — Eu estava morrendo de fome.

— Anahí — Ergo meu olhar, assim como todos na mesa, e vejo um homem alto, loiro, de olhos azuis e com um sorriso largo demais direcionado à minha esposa.

— Peter? — Anahí murmura, surpresa. Harper abaixa o olhar, e Anahí continua com os olhos arregalados.

— Não vai me cumprimentar? — Ele pergunta, tirando as mãos dos bolsos da calça e abrindo os braços. — Faz anos que não a vejo.

— Esse é o meu marido — Anahí solta uma risada sem humor e gesticula em minha direção. Peter apenas sorri de lado — Killian, o Peter é…

— O ex-namorado — Ele a interrompe, ainda com aquele sorriso presunçoso.

Troco um olhar rápido com Levi, que revira os olhos e respira fundo 

— O primeiro namorado, na verdade — Peter acrescenta, como se fizesse questão de enfatizar. — Foi incrível revê-la. Espero que possamos nos encontrar mais vezes. Finalmente voltei para Ottawa.

— Tchau — Anahí responde rapidamente, acenando com um sorriso forçado.

Peter hesita por um momento, mas logo se afasta. Assim que ele some de vista, o clima na mesa pesa. Ninguém diz nada, e o único som presente é o tilintar dos talheres contra os pratos.

Alysson pigarreia suavemente e força um sorriso, tentando dissipar a tensão.

— Então… vocês viram que abriram uma nova galeria de arte no centro? Dizem que está incrível.

Harper imediatamente se anima.

— Sim! Eu estava querendo ir! Tem uma exposição sobre artistas contemporâneos canadenses que parece maravilhosa.

Levi se inclina para trás na cadeira, balançando a cabeça.

— Você sempre encontra um jeito de nos arrastar para essas coisas.

— E você sempre reclama no início, mas depois gosta — Harper retruca, rindo.

A conversa volta a fluir ao redor da mesa, com comentários sobre a galeria, planos para o fim de semana e histórias do passado. Mas eu não acompanho nada disso.

Minha atenção está distante, focada na forma como aquele homem olhou para Anahí, no tom casual e íntimo com que falou com ela. "Foi incrível revê-la, espero que possamos nos encontrar mais vezes." As palavras ecoam na minha mente.

O desconforto evidente de Anahí, a maneira como ela rapidamente o dispensou, tudo isso me faz questionar. Há algo na presença dele que me incomoda.

Cruzo os braços, mantendo a expressão impassível, mas desta vez não apenas me mantenho calado… permaneço completamente em silêncio, apenas ouvindo a conversa ao redor sem realmente processar nenhuma palavra.

Nos despedimos de Alysson e Harper, e Levi se aproxima, me abraçando de lado antes de murmurar.

— Percebi que ficou calado. Não se ligue tanto naquele idiota. Ele é passado.

— Boa noite, cunhado — Respiro fundo, mantendo minha expressão neutra, e sorrio amarelo.

Levi sorri antes de se afastar e ir até Harper, apertando os ombros dela como se fizesse uma massagem rápida. Ela revira os olhos, mas ri.

Anahí me observa, mas não digo nada. Apenas faço um gesto discreto com a cabeça, indicando que devemos ir. Ela entende e começa a caminhar em direção ao carro. Abro a porta para ela, espero que entre e fecho com cuidado antes de contornar o veículo e assumir o volante.

Passamos o cinto de segurança quase ao mesmo tempo. Ligo o carro e sigo pela estrada em silêncio, focado apenas no caminho à frente.

— Você está bravo por causa do Peter? — Após alguns instantes, Anahí quebra o silêncio com a voz suave.

Seguro o volante com um pouco mais de força, mantendo os olhos fixos na estrada.

— Não — Faço uma breve pausa antes de acrescentar, sem alterar o tom — Mas acho que ele ainda gosta de você.

Sinto suas mãos tocarem meus braços, como se quisesse aliviar a tensão.

— Você gosta dele? — pergunto, ainda sem desviar o olhar da rua.

— O quê? Claro que não! — Ela parece surpresa com a pergunta. — Ele é meu ex-namorado da adolescência.

Não digo mais nada. Apenas mantenho o olhar fixo na estrada.

— Você parece bravo — Depois de alguns segundos, ela retira as mãos dos meus braços.

— Não estou bravo — minto, sem mudar a expressão. — Apenas uma leve dor de cabeça. Desvio o olhar por um instante e a encaro — Está tudo bem.

Ela suspira e desvia o olhar para a janela, entendendo que não vou falar mais nada. O silêncio se instala entre nós pelo resto do caminho.

Ao chegarmos em casa, Anahí sobe direto para o quarto sem dizer nada. Vou para o escritório, fecho a porta e me jogo na cadeira.

Passo as mãos no rosto e respiro fundo antes de murmurar para mim mesmo.

— Idiota.

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