Capítulo 49 - Safira
*Capítulo Revisado*
— Dominic McDemott, você não fez isso! — grita Eleonor ao ver a Angel.
— Oi, mãe linda, maravilhosa, melhor mãe do mundo... Sabe que te amo muito? — questiona receio quase se escondendo atrás da Angel.
— Não adianta fazer elogios! — grita mais uma vez — Como você traz uma moça e nem ao menos avisa a família? O que ela irá pensar de nós?
— Não irá pensar nada. A culpa é dela que não quis vir antes — joga a culpa descaradamente para Angel.
— Dominic! — ofega Angel e bate no seu braço arrancando risadas de todos.
— Estão vendo o que sofro? Essa mulher será minha morte — diz dramaticamente.
— Bem feito — rebate Eleonor — Querida, é um prazer enorme te conhecer — noto a emoção em sua voz.
— Obrigada senhora McDemott — responde com receio, mas noto que se encontra igualmente emocionada por estar sendo bem recebida.
— Nada de senhora, pode me chamar de Eleonor — pega suas mãos com carinho.
— Ela é aquela moça do hospital? — pergunta baixinho Diogo abraçando minha cintura.
— Sim, é ela — sorrio ao ver toda a família cumprimentar ela e fazer brincadeiras com o Dominic por ele esconder a menina.
— Estou muito feliz pelo meu irmão — não esconde o orgulho em sua voz — Agora podemos entender toda mudança que estava ocorrendo com ele.
— Isso se chama amor — me viro em seus braços e beijo seus lábios.
— Muito amor — concorda e me rouba mais um beijo.
— Safira, onde está sua amiga? — pergunta Eleonor.
— Ela está trabalhando hoje, mas creio que deve estar quase chegando — explico após ver as horas no relógio no canto da parede.
— Henrique vem também? — pergunta como quem não quer nada, mas seus olhos se encontram ávidos pela resposta.
— Sim — respondo levemente humorada.
— Será que se acertaram?
— Ontem, quando conversamos ela parecia feliz. Citei o nome dele para testar e sua resposta foi positiva, eles se acertaram — respondo Eleonor com um sorriso discreto nos lábios.
— Que alívio, querida. Meu afilhado iria sentir minha fúria se continuasse agindo como um idiota.
Estremeço apenas em ouvir sua ameaça, creio que Henrique iria sofrer muito nas mãos da madrinha, dependendo da situação seria merecido, mas como eles estão bem, a minha intuição estava certa. Henrique é o homem certo para minha irmã, mereceu meu respeito por procurá-la e pedir perdão pelas palavras que lhe disse aquele dia no hospital por conta de ciúmes.
Sofia chama Eleonor que prontamente segue até a neta que brinca no chão com a irmã. O resto da família se encontra dispersada pela sala. Angel e Dominic estão sentados no sofá e o mesmo segura a mão dela com carinho, seus olhos demonstram todo o sentimento que ele sente por ela. Jonathan e Cristian conversam no canto da sala perto da janela. Procuro Nicolas pela sala e o encontro conversando com Glória, pelo sorriso que ela ostenta em seu rosto, meu menino deve está pedindo algo de sobremesa para ela.
— Nicolas é quase uma formiguinha — comento.
— Não sei quem ele pode estar puxando — ironiza Diogo.
— Eu não como muito doce senhor McDemott — resmungo.
— Imagina se comesse — provoca.
— Para Diogo!
— Tá bom, parei meu anjo — se afasta com as mãos para cima em rendição.
A campanhia toca mais uma vez, um sorriso se forma em meus lábios. Agora é a minha irmã, caminho rápido até a porta, ao abri-la logo sou esmagada por um abraço da mesma.
— Se eu não vir aqui você não vai até minha casa não é Safira? — resmunga ao se afastar.
— Isso não é verdade — rebato divertida e dou um abraço em Henrique.
— Calma amor, ela tá grávida — brinca Henrique.
— Gravidez não é doença — falamos juntas e Henrique ergue as mãos divertindo.
— Tudo bem, não precisam me atacar — gargalha.
— Entrem — convido.
Antes de fechar a porta meus olhos correm pela rua quase deserta no momento, mas me sinto sendo observada, devem ser os seguranças do Stephen, quase não os vejo, mas a sensação é a mesma que tô sentindo agora. Ao canto da casa vejo Aylena e Aleksey parados lado a lado observando a rua, um pouco mais adiante reconheço alguns seguranças do Alaric, suspiro aliviada.
Não vejo a hora dessa aflição passar. Para isso esses irmãos devem ser presos e pagarem por tudo que fizeram com o Diogo.
[...]
— Irmã está tudo bem? — pergunto preocupada ao ver a mesma um pouco pálida.
Estávamos caminhando até a mesa para iniciar o jantar, mas no meio do caminho Jade ficou pálida de repente e Henrique apoiou a mesma com cuidado, seu olhar estava indecifrável.
— É o cansaço do trabalho, hoje foi tenso no hospital — responde um sorriso, mas sinto que está mentindo, por hora não a pressiono.
— Entendo — lhe encaro mais uma vez antes de retomar o caminho.
— Hoje é meu aniversário e acabei esquecendo? — pergunta Dominic ao ver as caixas ao lado dos pratos em cima da mesa.
— Como se você esquecesse, Dominic. Tem o prazer de ligar às sete horas da manhã para nos lembrar — ironiza Mia.
— O quê? Nunca fiz isso! — responde quase chocado.
— E eu nasci ontem — provoca Thea aliando-se a irmã para provocar Dominic.
— Princesa, está vendo o que eu sofro com minha própria família? — diz dramaticamente.
— Se você me acordar cedo no seu aniversário não adianta nem aparecer na minha casa depois — Angel entra na brincadeira um pouco mais confortável perto de nós.
— O que é isso? Todo mundo contra o Dominic? — se afasta da Angel como se ela houvesse pisado em orgulho.
— Filho, aceite que dói menos — Eleonor entra na brincadeira. — Angel, apoio sua idéia.
— Desse jeito vou acabar indo embora — faz bico e ameaça caminhar até a porta.
— Não vai achando que irei abrir a porta mais uma vez — dou de ombros.
— Até você Safira! Minha cunhada preferida, nunca imaginei tamanha maldade vindo de você.
— Sou sua única cunhada até agora — aponto quase soltando uma gargalhada da sua cara desolada.
— Hoje que é o meu aniversário — diz Henrique dando de ombros como se não houvesse revelado um grande fato.
Um silêncio se instala por um momento no local enquanto todos trocamos olhares assustados por nem ao menos termos lembrado.
— Querido! Por que não nos lembrou? — Eleonor bate em seu ombro antes de puxá-lo para um abraço.
— Não sou igual o Dominic.
Não perde a chance de provocar o mesmo que revira os olhos antes de lhe dar um abraço. Por alguns minutos abraçamos e felicitamos Henrique, um pedido de desculpa veio junto também, pois nossas vidas estão tão corridas com tudo que está acontecendo que não nos lembramos de algo tão especial que nos tira dessa rotina de apenas mantermos a segurança em cada momento do dia.
— Posso servir o jantar? — pergunta Glória.
— Claro, irei ajudá-la — aviso.
— Irei também — diz Eleonor.
Com a ajuda de Eleonor e Glória, levamos as travessas até a mesa. Diogo ao ver que carrego uma travessa que ao seu ver parece pesada, o mesmo arranca ela da minha mão.
— Diogo! — fuzilo o mesmo com o olhar.
— Anjo — rebate.
— Não estou doente ou inválida — cruzo os braços.
— Mas está carregando os meus filhos.
— Diogo! — grito sentindo vontade de estapear seu lindo rosto por ter estragado a surpresa.
— Meus filhos?! — repetem todos como robôs.
— Não acredito que você fez isso — bato o pé sentindo agora vontade de aperta seu lindo pescoço.
Por que ele tem que ser tão lindo? Seria um pecado bater nele – penso inconformada.
— Desculpa interromper essa briga de casal, por mais que esteja muito interessante. Você está grávida de gêmeos? — pergunta Dominic sem esconder o choque.
— Gêmeos?! — perguntam todos igualmente mais uma vez.
— Desculpa anjo — Diogo ergue as mãos rapidamente como se eu fosse pegar uma travessa e jogar nele.
— Sim Dominic são gêmeos. Supresa! Quer saber, não é mais supresa porque seu irmão a estragou — resmungo.
— Podemos abrir as caixas? — pergunta Thea ansiosa.
— Sim — cruzo os braços.
Diogo se aproxima devagar e enlaça minha cintura com seus braços, apoia o queixo em meu ombro.
— Desculpa amor — sussurra sinceramente.
— Tudo bem — suspiro — Eu fui boba em brincar por algo mais bobo ainda levando em conta tudo o que estamos passando.
— Não pense nisso amor, hoje é um dia muito especial. Descobrimos que logo irão chegar mais dois filhos — sua voz soa emocionada.
— Sim, não vejo a hora de carregá-los em meus braços — confesso levemente assustada.
— Estarei aqui meu amor, você não passará por nada sozinha — acalenta meu medo e isso me faz amá-lo um pouco mais.
— Não acredito! — grita Eleonor ao pegar os sapatinhos brancos.
— Dominic pode me passar o dinheiro — Mia estende a mão para o irmão com um sorriso vitorioso.
— Pirralha — ele resmunga.
— Pode me passar também — dizem Thea e Jonathan.
— Não acredito que vocês apostaram isso — Diogo diz chocado.
— Maninho você nunca foi um santo. Claro que queríamos que logo de primeira viessem dois bebês. Sabemos que na família da mamãe tem história de gêmeos, e você foi o sortudo — diz Mia.
— Sou um bom irmão, não achei que iria ter gêmeos — Dominic diz vitorioso mesmo que tenha perdido a aposta para os irmãos.
— Que grande bondade — resmunga Diogo.
— Então quer dizer que vocês andam apostando... — afirma Eleonor e os irmãos logo murcham ante o olhar raivoso da mãe.
— Bem feito — diz Diogo com ar de vingança.
— Diogo não ache que você está muito bem, você estragou a surpresa da Safira — repreende Eleonor e se levanta da mesa — Querida que benção! Estou muito feliz por ser gêmeos, serão muito amados.
Lhe encaro um pouco assustada com a rapidez que seu humor muda. Logo todos me abraçam comentando o quão feliz estão por essa nova notícia, mesmo que minha surpresa não tenha sido como planejei.
— Parabéns minha irmã — diz Jade emocionada ao me abraçar.
— Obrigada irmã — sussurro — Obrigada por tudo, não sei como seria minha vida se você não tivesse se aproximado de mim aquele dia no orfanato.
— Não pense nisso querida, mesmo se eu não tivesse o destino teria colocado nós duas frente a frente mais uma vez — acaricia meu rosto.
O jantar ocorre cheio de alegria e brincadeiras, sempre que os McDemott estão reunidos tudo vira uma grande festa. Percebo que Angel encara tudo com surpresa, imagino que a mesma estava receosa antes de conhecer a família. Creio que a família toda notou que ela se encontra grávida, mas foram respeitosos o bastante para não questioná-la, por nem Dominic ter comentado algo, imagino que para deixá-la mais confortável.
— Você é muito esfomeado. Custava ter deixado o último pedaço para mim? — resmunga Thea.
— Olha o meu tamanho baixinha, preciso comer mais — diz dando de ombros.
Sorrio ao ver a briga dos irmãos, sempre é assim quando nos reunimos. Se alguém os visse de longe em um lugar simples, nunca imaginariam que são tão poderosos por conta da fama que Cristian construiu ao longo da sua vida. Mas é isso que me faz admirá-los mais ainda, por não terem deixado o dinheiro e poder falarem por suas ações.
Os McDemott possuem um grande coração, acima de tudo, possuem humildade, algo que falta em grande escala na sociedade que vivemos.
Meus olhos recaem nos meus filhos e comem a sobremesa que Glória fez com tanto carinho, um mousse de maracujá. Sinto meus olhos marejados por me lembrar dos meus pais. Um toque na minha mão me desperta e encontro o olhar preocupado do Diogo.
— Eu te amo — apenas movimento os lábios.
— Eu também te amo meu anjo — retribui do mesmo modo.
Eu te amo também mãe, pai – falo em pensamento – Onde quer que vocês estejam sei que devem estar felizes pela família que construí e também a família na qual fui incluída com tanto carinho como se houvesse conhecido eles desde pequena.
Sorrio emocionada e deixo meus olhos correrem por cada pessoa sentada nessa mesa admirando essa nova família que me acolheu com tanto carinho e amor sem ao menos me conhecer direito no início e mesmo assim me trataram como se eu fizesse parte dela.
Olho para minha irmã e trocamos sorrisos igualmente emocionados. Nunca pensamos que poderíamos ser tão felizes igual somos agora, por consequência do nosso passado sofrido. Mas o destino nos deu uma nova chance, novo caminho em nossas vidas.
Ps: A diferença de meses entre a Safira e Angel é de quase 2 meses. Então no capítulo a Angel tem quase 4 meses, por isso se ela usar uma roupa mas colada é possível notar o leve contorno da sua barriga.
Ps1: O próximo capítulo terá passado algum tempo, não quero me prender muito na gravidez da Safira, ou ficará com muita enrolação a história e esse não é meu objetivo. Por isso irei me focar em alguns momentos que eu achar importante da gravidez dela, e a Safira irá relatar o que pode ter acontecido nesse tempo que se passar na história.
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