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Capítulo • 20

*Capítulo Revisado*

A primeira coisa que sinto é um latejar na minha cabeça. Gemo com a dor, e sem abrir os olhos tateio o espaço ao meu lado procurando pelo celular que está tocando insistentemente. Levo um segundo para arregalar os olhos assustada, ignorando a claridade que os fere levemente.

Esse não é o meu toque do despertador!

Me sento na cama de uma vez, ignoro a leve tontura e algo cai no meu colo. Sinto minha garganta se fechar ao ver a foto do meus pais com um enorme sorriso e uma pequena Safira de quatros anos no colo do meu pai, igualmente sorrindo enquanto encaram a câmera. Acaricio de leve. O celular continua a tocar, ao pegá-lo noto o nome da Jade no identificador de chamada.

Por alguns segundos acho que meu coração deve ter parado, pois a mesma nunca me liga se não for algo extremamente importante. Com o dedo trêmulo aceito a chamada, antes de levar o celular até o ouvido.

— O que aconteceu? — questiono antes que ela possa falar algo.

— Onde você está?! — pergunta exaltada.

— Como assim?

— Safira, são quase oito horas — responde apreensiva.

O que? Meu Deus!

Afasto o celular e o encaro como se fosse explodir a qualquer momento em minhas mãos, e ao ver que faltam quinze minutos para as oito horas sinto o pânico percorrer pelo meu corpo.

Como não escutei o despertador tocar?!

— Estou indo, Jade.

Nem lhe dou tempo de responder antes de encerrar a chamada. Levanto da cama tão rápido que me sinto tonta mais uma vez. Inspiro e solto o ar lentamente antes de conseguir caminhar até o banheiro. Retiro meu pijama, ao entrar embaixo da água quente solto um suspiro de contentamento, mas ao me lembrar o quão atrasada estou, tento me lavar o mais rápido possível.

Poucos minutos depois estou saindo do banheiro com uma toalha enrolada em meu corpo, chego perto do guarda-roupa e abro a porta onde estão as roupas brancas, pego um novo conjunto. Uma exigência do hospital sobre vestimenta é o uso da roupa branca por parte das enfermeiras, dizendo eles é o protocolo do hospital. Confesso que achei estranho a princípio, pois achava que roupa branca seria usada apenas nos meus anos de estágio.

Acho que nunca me vesti tão rápido, contudo essa é a primeira vez que me atraso. Não entendo o porquê de não ter acordado quando o despertador provavelmente tocou, esse não foi o primeiro aniversário que adormeci chorando esgotada pelas emoções fortes.

Volto para o banheiro, ao parar em frente ao espelho enxergo meu reflexo pela primeira vez desde que acordei, como imaginava meus olhos estão avermelhados e um pouco inchados. Assim indicando que eu estava chorando. Faço um coque em meus cabelos e saio do banheiro indo até a cadeira para pegar minha bolsa.

Ao olhar as horas no celular xingo baixinho, pois estou atrasada quase uma hora e meia. Prevejo a bronca que levarei, e apenas pensar nisso faz minha cabeça latejar novamente. Passo na cozinha para tomar um comprimido para aliviar essa dor, antes de sair do apartamento. Não terei tempo para comer, minha solução é tentar comer um pouco no hospital na hora do meu intervalo.

Quase vinte minutos depois estou entrando no estacionamento do hospital, encontro Jade parada na nossa vaga de sempre e ao me ver abre um sorriso aliviado. Quando saio do carro sou bombardeada com perguntas.

— O que aconteceu? Por que se atrasou? Safira fala comigo!

— Calma, Jade, respira. — Seguro seus braços, e quando ela se acalma continuo. — Estou bem, também não entendi o que aconteceu hoje.

— Fiquei tão assustada quando cheguei aqui e não vi você me esperando. Achei que estava presa no trânsito, tentei te ligar algumas vezes, mas você não atendia. Quando se passou meia hora minha aflição apenas aumentou.

Merda.

— Desculpa — murmuro com pesar, e me sinto culpada por seu rosto estar mascarado pelo medo.

— Não se preocupe. — Beija minha testa. — Ontem foi um dia difícil para você, e eu sou muito exagerada.

— Não — falo seriamente. — Você é uma pessoa maravilhosa que se preocupa com as pessoas que ama. — Meus olhos percorrem o estacionamento e noto alguns médicos saindo do hospital, provavelmente indo para casa depois de um plantão. — Preciso ir, estou muito atrasada. Se Maurício não comer meu fígado, amanhã te encontro aqui no estacionamento.

— Exagerada. — Solta uma risada. — Você é uma excelente enfermeira, um atraso não irá fazer de você uma péssima profissional. Todo mundo daquele hospital sabe o que aconteceu com você e Maurício também deve saber. Ele vai te entender. Te desejo um bom dia de trabalho e um plantão calmo.

— Obrigada, irmã. — Beijo sua bochecha e ao me afastar lhe entrego as chaves.

Ando rapidamente até o hospital, ao entrar algumas enfermeiras que estão ali na recepção me encaram com desdém. As ignoro e sigo andando até a sala onde guardamos nossos pertences.

Saio quase correndo até a enfermaria quando estou pronta para começar mais um dia de trabalho. Estou lendo alguns prontuários antes começar a organizar as medicações da manhã, quando uma correria ganha a minha atenção. Doutor Marcus passa pela enfermaria quase correndo, e corro um pouco para interromper seu caminho.

— O que está acontecendo? — pergunto, e mais profissionais passam correndo por nós.

— Um incêndio em um prédio aqui perto, os bombeiros estão trazendo as vítimas. Vem comigo, precisamos de muitas enfermeiras.

Ao chegarmos na emergência tomo proporção da gravidade do incêndio. Diversas macas passam por nós com pacientes em diversos estágios de gravidade. Amanda – a enfermeira chefe –, está guiando os bombeiros ao lhes mostrar aonde irão colocar as macas, e chamando os médicos que ficarão responsáveis pelos pacientes.

— Doutor Cavill e Enfermeira Rothwell, cabine 4 — avisa quando chegamos perto.

Passamos por pacientes gritando de dor e familiares entrando desesperados atrás de seus entes queridos, até chegarmos a cabine. A paciente é uma jovem que aparenta ter dezenove anos. Faço uma breve inspeção nela enquanto coloco as luvas, e Marcus faz o mesmo. Enquanto ele ausculta seus pulmões, conversando gentilmente com ela e o bombeiro que colocou a maca nessa cabine. Avalio sua perna, a mesma está com uma queimadura de segundo grau, que tem essa definição quando a lesão atinge a epiderme e a derme, sendo assim respectivamente a primeira e segunda camada da pele, isso leva a formação de bolhas no local.

— Safira, puncione um acesso venoso de grosso calibre para a hidratação venosa com o soro.

Apenas afirmo com a cabeça e pego os materiais para realizar esse procedimento. O Doutor Marcus me instrui durante o atendimento, a todo momento conversa com a paciente que se encontra consciente e orientada. Quando terminamos ela é encaminhada para o quarto com uma máscara de oxigênio, por hoje irá ficar em observação, pois inalou muita fumaça – segundo o bombeiro que a resgatou – além da queimadura em sua perna esquerda.

Estou voltando para enfermaria quando ouço alguém me chamar. Ao virar me surpreendo ao ver Dominic.

— Oi. — Cumprimento timidamente.

Ele está com o típico traje de bombeiro usado durante os resgates, e seu rosto está sujo de fuligem. Sua face transparece o cansaço, isso faz com o que eu imagine o quão difícil deve ser realizar esse trabalho tão delicado todos os dias, mas quando fazemos algo por amor não há dificuldade que nos impeça de fazer o que amamos de verdade. De certa forma estamos do mesmo lado, em prol do bem-estar de diversas vidas.

— Você teve um grande trabalho agora, não é mesmo?

— Sim. — Suspiro enquanto observo ao redor, agora um pouco mais calmo após todos os pacientes receberem os devidos cuidados. — Estou acostumada, tem dias que são iguais a esse. Vocês descobriram a causa do incêndio?

— Ainda não, mas a perícia está avaliando o local. Creio que amanhã saberemos a causa — responde sério.

— Entendo. — Afirmo com a cabeça. — Tenho que ir, Dominic — falo após olhar as horas no relógio na parede.

— Claro, não irei atrapalhar seu trabalho. Aproveitarei esse momento para ver Diogo um pouco. — Seus lábios se curvam em um sorriso ao falar do irmão.

— Um grande alívio para todos nós ele ter acordado.

— Realmente. — Seus olhos se tornam repletos de raiva por um momento e me assusto ao pensar que posso ter falado algo errado. — Meu irmão me contou sobre aquele médico que tentou te prejudicar.

— Não foi nada, Dominic. Seu irmão resolveu esse problema. — Apenas mexo meus ombros como se esse assunto não fosse nada. — Realmente tenho que voltar ao trabalho.

— Tenha um bom trabalho, Safira.

— Igualmente.

Saio andando para longe dele com os pensamentos voando em mil direções, pelo jeito as notícias correm rápido entre a família McDemott. Não sei se fico assustada ou nervosa por causa disso. Estou tão perdida em pensamentos que esbarro em uma pessoa, ao erguer a cabeça vejo Cristian me encarando curiosamente.

— Me desculpe, Safira.

— Não foi nada. — Me afasto sentindo minhas bochechas quentes.

— Fiquei sabendo que houve um incêndio. Sabe me dizer se o Dominic ainda se encontra aqui? — pergunta.

— Sim, acabei de falar com ele — respondo. — Disse que antes de ir embora iria ver o irmão.

— Obrigado. — Sorri, e mais uma vez sou atingida com aquela sensação paterna que sempre sinto quando estou perto dele.

— Tenho que ir. — Tento não me abalar ante seus olhos repletos de preocupação, decerto meus olhos ainda se encontram inchados por conta do choro de ontem a noite.

— Tudo bem, querida — diz antes de me abraçar.

Com muito custo consigo segurar minhas lágrimas, esse abraço... parece tão paternal, me sinto extremamente segura. Se meu pai estivesse vivo, seria muitos anos mais novo que o Cristian, mas sinto que poderiam vir a serem amigos.

Safira não pensa nisso.

Ao nos afastarmos evito seus olhos, caminho para longe sem olhar para trás. Não quero que perceba o quão afetada estou por um simples abraço. Está sendo impossível afastar essa sensação familiar que sinto quando estou perto dele ou de Eleonor.

[...]

Encaro a porta do Diogo com temor, como se a qualquer momento ela fosse criar vida e me engolir como um monstro. Aperto a alça do carrinho com força, sinto que Alaric me encara. Ao erguer a cabeça confirmo minha suspeita, seus olhos são azuis e levemente gélidos, e imagino que deve espantar muitas pessoas.

— Estou bem — respondo sua pergunta muda.

— Diogo irá ter um tempo difícil agora. — Indica com a cabeça o carrinho com materiais para a medicação e troca dos curativos.

— Talvez.

Ao abrir a porta encontro Eleonor sentada no sofá com óculos de leitura e um livro em suas mãos. O barulho do carrinho lhe desperta da leitura, ao me ver sorri calorosamente.

— Entre querida — sussurra.

Meus olhos recaem na cama onde Diogo dorme serenamente. Engulo em seco, fecho a porta e guio o carrinho devagar.

— Como você está? — pergunta preocupada.

— Estou bem — minto. — Está na hora da medicação e troca dos curativos. — Mudo de assunto rapidamente.

Seu olhar se torna ainda mais preocupado, entretanto ela escolhe não me pressionar atrás de respostas.

— Como ele passou a noite? — questiono enquanto coloco as luvas.

— Infelizmente foi uma noite difícil. — Encara o filho com pesar. — As dores no corpo não lhe deixaram dormir direito, agora a pouco que ele conseguiu adormecer, após a visita do Dominic.

— No começo a dor infelizmente irá lhe castigar um pouco, porém a sua recuperação está muito boa, Eleonor. Logo Diogo estará cem por cento recuperado.

— Tenho fé que sim, Safira. — Junta suas mãos como se estivesse orando. — Se importa se eu for rápido até a lanchonete? Cristian foi embora para descansar um pouco. Não queria deixá-lo sozinho, isso não quer dizer que não confiamos em você, mas ainda não consigo sair de perto dele. Tenho medo de tudo ser um sonho e ele ainda estar em coma.

— Não. — Balanço a cabeça negativamente. — Ele está bem, Eleonor. Seu filho está acordado e logo irá para casa. Pode ir tranquilamente comer um pouco, a senhora também deve cuidar da sua saúde.

— Você é um anjo, querida. — Ela pega sua bolsa e se aproxima para beijar a testa do filho. — Cuide bem do meu bebê — brinca. — Não irei demorar.

— Tudo bem, Eleonor.

Quando ela sai do quarto solto um longo suspiro, encaro Diogo mais uma vez antes de voltar a arrumar os materiais. Dou início ao procedimento para trocar seu soro, antes avalio se o seu acesso ainda está na veia; estar atenta a isso é de suma importância, pois o soro não pode ser infundido fora da veia. Retiro a bolsa vazia e a coloco na bandeja, conecto a nova bolsa no equipo antes de colocá-la no suporte de soro. Começo a regular a quantidade de gotas prescrita em seu prontuário, para isso olho meu relógio e inicio a contagem de gotas para um minuto, quando o minuto se passa e está tudo correto, me viro para pegar a medicação para dor. Retiro a tampa da seringa e aplico sua medicação no local correto do equipo. Quando termino descarto a seringa no local de descarte no carrinho.

— Agora que estou acordado não irá mais conversar comigo, Safira?

Me assusto quando escuto sua voz rouca pelo sono. Fecho meus olhos, tento controlar meu corpo ante o susto, e também controlar o quão afetada me sinto por ouvir sua voz novamente. Lentamente viro meu corpo na sua direção e... Merda. Não estava preparada para a visão desse homem recém acordando.

— Creio que não preciso falar muito, além da explicação dos procedimentos que farei em você.

Ai. Essa doeu até em mim, acho que posso ter sido muito grossa.

Parabéns, Safira!

— Assim você me magoa, anjo. — Seus lábios se curvam em sorriso preguiçoso, indicando que o mesmo ainda não acordou totalmente.

Anjo.

— Precisa muito mais que isso para lhe magoar, Senhor McDemott — rebato.

— Se você soubesse o que realmente me magoa não me trataria assim. — Sua face perde totalmente o ar de brincadeira e se torna escura pela seriedade.

— Como assim, Diogo? — questiono confusa.

— Você se afastando de mim.

Mas... O que?

— O que? — Arfo assustada.

— Não precisa se assustar, meu anjo — sussurra, seus olhos se tornam suaves. — Eu sei o que aconteceu com você, quando me contou sobre o que aquele idiota fez anos atrás. Ele perdeu uma mulher incrível, e pelo jeito o sortudo está sendo eu por ter te conhecido.

Mais um sorriso brinca em seus lábios, e seus olhos parecem brilhar com algo ainda mais suave. Por alguns segundos me sinto hipnotizada por seus belos olhos castanhos. Entretanto desperto quando ele começa a falar novamente.

— Você chorou — afirma, agora me encarando com preocupação.

Pare de ser assim, Diogo! Não se preocupe comigo, é impossível agir friamente quando você está genuinamente preocupado comigo!

Quero gritar, espernear, fazer tudo que uma criança mimada faz quando não ganha o que quer.

— Não foi nada. — Desvio o olhar dele ao pegar o pacote de curativos.

— Não faz isso — murmura.

— Fazer o que? — pergunto ainda sem encará-lo. — Trocar seus curativos?

— Não tente mudar o foco — resmunga frustrado. — Você está se afastando de mim. Se eu for comparar a Safira que se sentia confortável enquanto eu estava em coma, e a Safira de agora que estou acordado, ousaria dizer que você possui uma irmã gêmea. A gêmea boa conversava comigo e a gêmea má está aqui, nesse exato momento me tratando friamente.

— Diogo. — Suspiro. — Não seja assim, sou apenas sua enfermeira. Você nem me conhece, mas age como se me conhecesse perfeitamente.

Ele te conhece boba, você lhe contou toda a sua vida — ironiza minha consciência.

Inferno!

— Então me deixe conhecê-la.

Isso me rouba as palavras, o fôlego, tudo praticamente. Estou imaginando coisas, devo ainda estar em casa dormindo e a qualquer momento Jade irá me acordar com suas ligações para avisar que estou atrasada. A fome que estou sentindo por não ter conseguido comer nada até agora deve estar me causando alucinações, essa pode ser outra explicação para estar escutando Diogo dizer isso.

— Diogo...

— Não precisa falar nada agora, meu anjo. — Segura minha mão, acariciando de leve o dorso com o polegar, através da luva sinto o calor do seu toque. — Esperarei o tempo que for preciso. Se você não me quiser na sua vida, pode me expulsar dela do jeito que bem entender. Enquanto não ver algum sinal negativo vir de você, não irei desistir de tentar lhe conquistar. Cortejar, como minha mãe diria.

Estou em choque, sinto como se tivesse em um mundo paralelo, onde o que desejo em meu íntimo está se tornando realidade. Uma vertigem me atinge fazendo com que eu me apoie na cama.

— Safira! — Ouço sua voz preocupada cada vez mais longe.

Não ter comido nada desde ontem está cobrando o seu preço cruel. Meu estômago embrulha e sinto minha consciência se esvaindo, querendo me levar ao mundo de escuridão.

— Anjo, fala comigo!

— Estou me sentindo fraca...

Consigo sussurrar antes que minhas forças se esgotem. Ouço mais uma vez chamar meu nome preocupado, e quando penso que irei cair no chão seus braços me amparam. Ouço um gemido baixo de dor antes de me deixar levar pela escuridão, protegida em seus braços.

Revisado
14/07/2020

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