De: Ben Para: Amélia
14 de Fevereiro de 1939.
Para Amélia.
Minha deslumbrante e consistente Amélia, a guerra finalmente começou. Estou sem palavras para descrever o que já vistes aqui. Muito caos, mas não se preocupes, estou bem. Não há se quer um único segundo que eu não pense em ti. Se não fostes pelo teu grande amor o minha querida, nem saberia o que poderia ser de mim.
Espero que saibas que possuo todos os motivos do mundo para escrever te estes versos, mesmo estando sobre uma guerra eminente e lutando por um pais que concorda em separar pais de teus filhos, e maridos de tuas esposas. Mas não é sobre isto que quero falar-te nesta carta.
Por alguns motivos talvez está carta tenha possibilidade de que nunca chegue a tuas mãos e já quero deixar minhas sinceras desculpas por isto. Espero que estejas bem, a ti e teu pai. O que me fez escrever te, foi para eternizar e lembrá-la do meu amor, quero que saibas como meu coração se sente ao ver-te, ver teus olhos, ver teus cabelos e o teu sorriso. Que eu serei ternamente teu. Me lembrei por estes dias de quando me serviu uma xícara de café, ti estavas naquele dia um pouco acanhada. Me lembro bem. Mesmo estando a milhas de distância eu amo-te e como queria poder sentir te neste exato momento.
A vida na guerra não é fácil, e eu confesso que a lembrança de que alguém maravilhosa como tu estarás a me esperar quando tudo isto acabar, me alegra o coração. Só por ti cumprirei a missão a qual fui designado. Desejo muito que toda está guerra acabe logo para que eu lhe veja e mate minha eterna saudade. Sonho no dia em que estarei deitado entre teus braços, sentindo tuas mãos suaves alisando meu cabelo ondulado, vendo teus olhos azuis reluzentes como a aurora, e teu sorriso branco como a neve. Quero muito ter a ti.
Lhe confesso também minha amada que a guerra é fria e muita das vezes ansiamos pela presença de pessoas amadas. Se fostes possível, queria apagar o que havia visto, mas sabemos que isto não será possível. E por qual motivo lutamos tanto? Eu me sinto perdido sem ti, mas acredito que logo estaremos deitados juntos na nossa casa, com nossos filhos e assim te contarei tudo o que me aconteceu enquanto estives aqui.
Não há um dia e nem uma noite que não pense em ti. Mas estou provavelmente a milhas de distância de meu amor e isto parte meu coração. Há momentos que nem consigo acreditar que estamos separados por continentes, e que estou do outro lado do oceano, mas independente de qual seja a distância, meu amor por ti irá permanecer eternamente. Já me adianto pedindo lhe desculpas, pois quando nos conhecemos no dia 14 de janeiro de 1938 lhe observei por demais, perdi a conta de quantas vezes voltei ao café de teu pai apenas para lhe ver, para admirá-la querida. Quero que sejas a mulher da minha vida e que um dia, depois que toda está guerra passar, eu e ti com nossa casinha no interior, com nossos filhos correndo pelo quintal, com talvez um pequeno negócio possamos viver tranquilos e longe de guerras.
Tenho medo do que vá me acontecer aqui, mas que fique ciente que estou torcendo para poder ver-te mais uma vez, amo-te por demais minha querida. E um dia atrás do outro me faz perceber e aumentar o anseio do meu amor por ti. Minha pessoa se apaixona cada vez mais pelas constelações que se formam entre o teu sorriso, e só de me lembrar me vem risos aos lábios, Amélia tu és incomparável. És muito bela. És incrível.
Perfeito é o teu sorriso como o sol do amanhecer, tua doce voz como uma orquestra e teus olhos como as correntes dos rios. Me recordei por estes dias da primeiro vez que te vi, estava sentado ao canto do café de teu pai com alguns amigos do exército, apreensivo por uma guerra que se aproximava e ti veio até mim como um anjo, fiquei realmente abobado naquele dia. Ali nasceu meu grande amor por ti, descobri que queria te naquele dia. E hoje eu durmo e acordo pensando em ti e não é pouco minha querida.
Me perdoe se pareço estar sendo um tanto quanto que imprudente em minhas palavras, mas não lhe vejo a praticamente um ano e isso me deixa perdido. Trouxe comigo uma foto tua, mas não é a mesma coisa que segurar tua mão, ou me sentar ao teu lado, sentir teus doces lábios aos meus. Não consigo me ver fazendo algo que não seja isso, e não me canso de dizer-te, admiro tudo em ti.
Eu poderia dizer que melhor seria se tivéssemos nos conhecido em uma ocasião em que o país não estivesse um caos, mas não me arrependo de nada. Apenas tenho medo de não ter a chance de voltar. Isto me assusta. Mas está carta não é uma despedida minha queria, mas quero que saibas que meu amor por ti não poderá ser medido, doce Amélia. Eu queria poder presentear te com joias, vestidos, mas isto não se compara a ti e nem a tua beleza. Quero que guardes está carta como um lembrete do meu amor por ti, sempre terei a ti comigo, onde quer que eu esteja. E prometo que em breve voltarei para teus braços.
De teu querido apaixonado,
Ben Alvy.
"O soldado Ben Alvy que serviu aos Estados Unidos morreu em 7 de dezembro de 1942 em um confronto direto contra os alemães nas terras da Áustria, sua carta foi entregue a sua amada três meses após o enviou, Amélia a guardou até o dia da sua morte, que aconteceu em 7 de março de 1972."
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