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Capítulo 50 - A verdade vindo à tona - Parte 1

Will

Puxo a aba do boné para baixo, de forma que esconda metade do meu rosto. Observo discretamente pela vidraça da lanchonete antes de entrar. Há poucas pessoas lá dentro. O advogado cheio de melindres está sentado logo na primeira mesa em frente a janela. Talvez eu consiga sentar em um canto e nem seja notado.

Assim que Maria Lúcia passa pela porta, um sininho soa anunciando a chegada de novos clientes. Dou passagem para que Hunter vá na frente, como somos quase da mesma altura, me esquivo dos olhares curiosos atrás dele.

_ Boa tarde! _ Ouço a recepção da mulher no balcão.

Não nos vemos há anos, mas reconheço a voz de Ava, a prima de minha mãe.

Nunca fomos próximos. Quando visitava nossa casa, Ava se restringia a conversar com minha mãe. As duas pareciam confidentes. Ficavam horas na cozinha conversando baixinho. Os fragmentos de conversas que ouvia eram sempre desabafos e reclamações sobre o marido. Esse nem cheguei a conhecer pessoalmente.

_ Sejam bem-vindos. _ Sua voz falha quando reconhece Hunter.

Ele apenas acena a cabeça.

Esgueiro-me de cabeça baixa entre as mesas, mas antes de sentar no canto mais recuado, acabo trombando com o homem que vinha servindo as mesas. Uma xícara vazia sobre a bandeja, cai no chão, partindo-se em vários pedaços.

_ Perdão... _ Minha voz vai sumindo conforme o homem ergue a cabeça e me encara.

Seus olhos se arregalam. Sinto meu corpo se fragmentar como a xícara ao chão. Uma tontura me atinge e cambaleio. Apoio a mão no encosto de uma cadeira.

_ Will, está tudo bem? _ A voz de Maria Lúcia parece vir de longe.

Minha cabeça lateja ao mesmo tempo em que flashes de um outro lugar vão se projetando.

Levo as mãos à cabeça e aperto para tentar aliviar a pressão.

_ Você... _ Digo sufocando.

O homem se assusta e quase cai para trás. Abandona a bandeja em uma mesa e tenta se afastar.

_ Espere! _ Seguro seu braço.

_ O que está acontecendo? Will, solte o Oliver. Ele é o marido de Ava. _ Maria Lúcia me intercepta.

Abaixo a cabeça e a encaro.

_ Ele estava lá. _ Digo arfante.

_ Lá aonde? Do quê está falando, Belanger? _ Hunter une as sobrancelhas.

_ Por favor, mande-o me soltar. _ Oliver implora. Sua carne está tremendo em minhas mãos.

_ O que houve, Oliver? Está passando mal, amigo? _ Um senhor baixo levanta e vem em nossa direção.

Assim que me reconhece, o rosto do homem se transforma em uma careta de desprezo e ódio.

_ Como se atreve a vir aqui, seu... _ O senhor se aproxima chamando a atenção de outros clientes.

_ Cuidado com o que vai dizer, Harold. Não vamos tolerar insultos. _ Maria Lúcia diz com firmeza.

Doutor Velásquez levanta e se aproxima do pequeno tumulto quando ouve o aviso de Maria Lúcia.

_ Oliver! _ Ava sai detrás do balcão. Agora tem rugas no rosto e a pele está bem pálida. Encara-me por alguns segundos, depois desvia o olhar. _ Solte-o, por favor. _ Ela suplica de cabeça baixa.

_ Will, solte-o logo. Está assustando a todos. _ Maria Lúcia diz baixo ao meu lado.

Respiro fundo e desaperto um pouco o toque, mas não o solto.

_ Não vou soltá-lo. _ Minha voz arranha a garganta.

_ Por quê? _ Hunter toca meu ombro. Encaro-o e de alguma forma ele reconhece a dor em meus olhos.

_ Ele estava lá? _ Hunter arregala os olhos.

Afirmo com a cabeça.

_ Foi o último rosto que vi antes da explosão. Antes de tudo se apagar._ Sinto o rosto úmido de suor.

Minha respiração está muito acelerada.

_ Por que omitiram isso? Por que não disse que estava lá no dia da explosão, Oliver? E por que disse que tentou contato com Will várias vezes, Ava? Sei que nunca o procurou. _ Maria Lúcia questiona o casal.

_ Ele está mentindo! Não sabem que esse infeliz é maluco?! _ Oliver se debate para escapar.

_ Não! Quem está mentindo é você! _ Sacudo seu braço.

Ele grita.

_ Esbarrou em meu ombro enquanto fugia apressado da mina naquele dia. Talvez não tenha me lembrado de seu rosto antes porque nunca tinha o visto. Nunca foi em minha casa com ela. _ Aponto Ava com a cabeça.

Ela está chorando.

_ Depois do acidente, não lembrava de nada. Aquele dia se transformou em um imenso vazio, como um abismo escuro e profundo em minha mente. Por isso nunca foram me visitar depois da explosão. Não podiam correr o risco de que eu o reconhecesse e lembrasse que esteve lá. _ Ligo os fatos.

_ Por que mentiu para mim, Ava? Diga logo! _ Maria Lúcia pressiona.

_ Mentiu para todos! _ Hunter corrige. _ Se estava na mina no dia da explosão, era para ter sido interrogado como os outros sobreviventes. Você não era funcionário. O que estava fazendo lá?

_ Sinto muito. _ Ava soluça. _ Não tivemos escolha. Estávamos sendo ameaçados. _ Ela chora compulsivamente.

_ Como é que é?! _ Harold empurra as pessoas e se aproxima mais. _ É isso mesmo que estou ouvindo?

_ Seu marido foi o responsável pela explosão da mina de Robson, senhora? O quanto antes confessar tudo, melhor para ele. _ O doutor Velásquez se dirige à Ava.

Ela acena a cabeça afirmativamente. Abraça o próprio corpo e se curva.

Alguém traz um copo d'água e lhe entrega. Ela desmorona em uma cadeira.

_ Não aguento mais carregar essa culpa. Perdemos tudo o que tínhamos em uma noite. Oliver apostou todas as nossas economias e perdeu. Imploramos para que não tomassem a lanchonete, nossa única fonte de renda. Então, fizemos um acordo. Prometemos que faríamos o que nosso credor quisesse contanto que deixasse a lanchonete conosco.

Ava respira fundo antes de continuar.

_ A princípio, achamos que havia perdoado a dívida, pois meses se passaram. Mas aí, começaram as ameaças. Ele não queria dinheiro. Queria favores em troca. _ Ava olha para cima. Observa os vários rostos ao seu redor.

As expressões se alternam entre decepção, pena, curiosidade, dor, ira, entre outros sentimentos.

_ Continue, Ava. _ Maria Lúcia incentiva com voz branda.

Tento controlar a respiração como a doutora Lin me ensinou. Mas não solto Oliver. Meus dedos estão fincados na carne flácida. Ele se mantém com a cabeça baixa enquanto a mulher relata o que aconteceu há nove anos e destruiu a vida de todos.

_ Que tipo de favor ele exigiu, senhora? _ Doutor Velásquez é direto.

Noto que acaba de encerrar uma breve ligação no celular.

_ Ele queria que Oliver fizesse um último serviço sujo. Deu a palavra de que não nos ameaçaria mais. Bastava ficarmos calados que garantiria que Oliver não fosse descoberto.

_ Por que a intenção era incriminar outra pessoa. _ Hunter aponta para mim depois põe as mãos na cabeça e vira de costas. Parece tão atordoado quanto eu.

_ Não sabia que iam incriminar o filho de minha prima. _ Ava torce o rosto em nova crise de choro. _ Na verdade, não era para você, nem seu irmão estarem lá. Eu juro. _ Ergue o rosto enrugado para mim.

Trinco os dentes.

_ Quer dizer que estávamos no lugar errado, na hora errada. E meu pai? E o pai de Hunter? E as outras vidas que estavam lá? Pais de família. _ Concluo com a garganta ardendo por prender as lágrimas.

_ Meu filho! Meu filho estava lá, seu desgraçado! _ Harold avança para cima de Oliver inerte em minhas mãos.

Algumas pessoas do pequeno grupo que se formou ao nosso redor puxam Harold.

Entendo sua indignação.

_ A intenção era eliminar todos. _ Oliver finalmente abre a boca.

A voz parece um agouro. Tenho impressão de estar segurando a morte.

Meus dedos se abrem istantaneamente.

Sinto-me liberto quando o solto. Como se todo o peso que carreguei por nove anos fosse tirado de cima de mim. O fardo não é meu. A culpa não foi minha. Não causei aquelas mortes. Não matei meu pai. Não matei meu irmão. Não fui culpado pelo desgosto que consumiu minha mãe.

Minhas pernas fraquejam.

Maria Lúcia passa o braço por minha cintura e me ajuda a sentar.

A porta da lanchonete se abre. Alguns policiais entram lentamente no estabelecimento. Creio que foram chamados pelo advogado de Maria Lúcia, pois não são da delegacia de Robson.

_ Ele não queria provas, nem testemunhas. Não podia ter o nome envolvido com a mina clandestina. O negócio já não rendia o lucro de antes. Ele estava sendo pressionado pelos funcionários e não tinha intenção de dar o que pediram. _ Oliver parece cuspir as informações.

_ Quem era seu credor, senhor? Fale logo o nome! Não o proteja. Vai pagar sozinho por esse crime? _ Doutor Velásquez instiga Oliver.

Os policiais abrem caminho entre as pessoas.

_ Deixe agora conosco, doutor. Ele deve ser interrogado pelo delegado. _ Um dos policiais ergue a mão.

_ Não! _ Oliver ergue a cabeça em direção ao policial. Os olhos estão vermelhos. O rosto desfigurado. _ Não vou protegê-lo mais. Não quero pagar sozinho enquanto ele vive cheio de regalias.

_ Jackson Murray. O prefeito é o credor que nos ameaçou e o mandante do crime. Obrigou Oliver a explodir a mina e depois disseminou boatos de que foi William Belanger que cometeu um atentado. _ Ava revela finalmente em um só fôlego.

_ Quando soubemos que havia perdido a memória, acreditamos que fomos agraciados pelo destino. _ Oliver me direciona o olhar e puxa o canto da boca enquanto um policial o algema.

Meu estômago revira. Tento levantar da cadeira, mas Maria Lúcia me segura. Não resisto. Estou sem forças.

_ Desgraçado. Você tirou a vida do meu pai..._ Hunter tenta avançar para cima de Oliver, mas é segurado por dois policiais.

_ Por isso o caso foi arquivado. Nunca conseguiram provas contra William Belanger. Tudo não passou de uma farsa e testemunhos falsos. O prefeito manipulou a população de Robson e alienou a cabeça de um inocente que estava incapacitado de se defender. _ O doutor Velásquez conclui.

_ E vocês acreditaram! Perseguiram e maltrataram injustamente Will por anos. Tem noção do quanto ele sofreu com as acusações crueis que fizeram?! _ Maria Lúcia se levanta e aponta o dedo para o grupo ao redor. Harold é um deles.

Puxo sua mão.

_ Todos perderam alguém aqui. Deixe-os. Ajude-me a ir embora. Preciso respirar...

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