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| Capítulo 9 | Mesmo que sabe como vai soprar, é difícil contornar o vento

Tudo brilhava ao meu redor. Eu havia conquistado uma passagem para uma nova era que não imaginava alcançar tão cedo. Depois que o afeto se enraizou, senti que os brotos surgiriam a qualquer momento, prontos para florescer entre minhas fissuras.

Seria uma imagem muito linda.

Aquela tarde de domingo começou com uma tensão da minha parte. Afinal, André estava a caminho para conversar com meus pais. As primeiras pessoas a saberem da novidade foram minha mãe e Flavia; foi impossível controlar a emoção que fazia meus olhos brilharem e meu sorriso se esticar até as orelhas.

A chegada dele foi marcada por um cumprimento um pouco retraído, mas a recepção dos meus pais foi bastante agradável. Durante algumas horas, a sala de estar se encheu de palavras, e minha mãe sustentava meus argumentos, tentando fazer meu pai ver as coisas de outra forma. Sabia que não era fácil liberar um relacionamento entre dois jovens de quinze anos, e por isso, André e eu concordamos com algumas regras propostas por eles. Finalmente, conseguimos a tão sonhada resposta positiva.

Tivemos que esperar pelo próximo final de semana para concluir as permissões. Só de pensar em conhecer os pais dele, o anseio me acompanhava durante toda a semana.

O sábado chegou com uma dose alta de euforia, desde o momento em que comecei a me arrumar até nossa chegada à casa de Paulo, pai de André. Assim que a porta número 304 foi aberta, fui recepcionada por um homem alto, com uma estrutura física que aparentava ter quase quarenta anos, com cabelo e barba ralos da mesma cor dos cabelos de André.

Sua recepção foi muito agradável, assim como o andamento da conversa. Enquanto preparava o almoço, Paulo manteve uma conversa animada na cozinha. Percebi, ao entrar no apartamento, que o ambiente estava decorado com quadros e artigos do seu time favorito, o que deixava claro que ele foi o responsável por incentivar André a entrar no mundo do esporte.

— É bem legal saber que pai e filho compartilham os mesmos gostos — comentei após essa constatação.

— Sempre fui fascinado por futebol. Quando o André fez cinco anos, o presenteei com um uniforme e uma bola oficiais do time... gastei uma grana naquela época — Paulo disse, virado de costas para mim e André.

— Ah, foi por uma boa causa, pai — meu namorado respondeu.

Paulo terminou de temperar a salada e colocou a travessa de vidro na mesa, que já estava cheia de pratos com comida, todos com um cheiro apetitoso.

— Vocês podem se servir. E você, Lana, fique à vontade — ele pediu. — Aqui é tudo simples, mas bem caprichado.

Balancei a cabeça e sorri timidamente. Peguei a colher de plástico e coloquei arroz no meu prato. André me ajudou a servir o restante, já que alguns recipientes estavam fora do meu alcance.

Enquanto nos deliciávamos com os pratos preparados por Paulo, a conversa continuou e arrancou elogios da minha boca.

Depois de comer, André e eu lavamos a louça. Peguei o pano e comecei a secar o que já estava no escorredor.

— Estou muito feliz que vocês dois deram certo... E, Lana, gostei muito de conversar com você. Saiba que minha casa sempre estará aberta para você — disse Paulo, sorridente.

— Isso quer dizer que eu e ela podemos ficar aqui à tarde? — André perguntou, enquanto fechava a torneira.

— Claro que sim. Até porque, você vem aqui todo final de semana... a determinação foi essa.

Sequei o último prato. Quando fui estender o pano, André fez sinal para que eu o entregasse.

— Guarda compartilhada, eu sei — completou, enquanto secava as mãos.

— Ah, e falando nisso, preciso conversar com sua mãe sobre amanhã.

Saímos da cozinha e fomos para a sala de estar. Eu e André nos acomodamos no sofá de três lugares.

— Espero que ela deixe, é só dessa vez. Se quiser, posso ligar para ela — André sugeriu.

Paulo se encostou na estante e cruzou os braços.

— Bom, domingo é o único dia de folga que sua mãe tem. Mas pode deixar que eu resolvo isso, filho.

André virou-se para mim e me deu um beijo na bochecha.

— Se tudo der certo, amanhã você vai conhecer a Cibelle.

Com uma conversa tranquila e sem atritos, Paulo convenceu a ex-mulher. André me deu a notícia antes que eu vestisse o pijama e comemorei com um sorriso, acompanhada de pequenos pulos sobre o carpete do quarto.

Quando chegou o domingo, fui avisada logo cedo para chegar à tarde. André me enviou o endereço e disse que me buscaria no ponto de ônibus próximo à sua casa.

Como já estava acostumada a me aventurar pela cidade usando o transporte público, localizar a linha e a rota foi fácil, mesmo sem conhecer aquele bairro. Quando o ônibus parou e as portas se abriram, avistei André, que me esperava ansiosamente.

Desci rapidamente e fui ao seu encontro. Fui recebida por seu abraço aconchegante e um selinho demorado.

— Queria que você ficasse para almoçar, mas minha mãe quis tirar folga da cozinha. Ela gosta de tirar o dia para descansar, especialmente depois do plantão puxado de ontem — ele explicou.

Nossos dedos se entrelaçaram enquanto ele me guiava pela caminhada.

— Sem problemas. Imagino que a área da enfermagem não é para qualquer um.

— Não mesmo — ele admitiu. — Desde que ela terminou o curso técnico, estou nessa rotina há quase um ano. Por outro lado, é bom porque a agenda cheia durante a semana faz com que só nos vejamos à noite.

O trajeto durou quase dez minutos até chegarmos a um sobrado pequeno e amarelo. André abriu o portão, e minhas mãos começaram a suar.

Ao entrar, percebi que o lugar era mais espaçoso e acolhedor do que o apartamento de Paulo. Meu momento de observação foi interrompido quando a mulher apareceu na entrada da cozinha, que se conectava à sala.

— Então você é a Alana.

Ela caminhou até mim e me cumprimentou com um aperto de mão. Notei que ela usava roupas confortáveis, seus cabelos escuros estavam um pouco bagunçados, e seu rosto expressava fadiga, embora a cor dos olhos e as sardas fossem semelhantes às de André.

— Prazer, Cibelle.

Antes que eu pudesse sorrir em resposta, ela virou as costas e voltou para a cozinha.

— Filho, acabei de chegar do mercado e comprei alguns salgados. Vou esquentar no micro-ondas e já levo para a mesa. Enquanto isso, você e sua namorada podem se sentar — ela pediu, com voz alta.

— Pelo menos teremos um lanche, você não vai sair de barriga vazia — André brincou, puxando uma cadeira para eu me sentar.

Nós dois rimos.

Não demorou muito para que o micro-ondas apitasse. Cibelle retornou à copa com uma bandeja cheia de salgados fritos e três copos de vidro. Em seguida, tirou da sacola uma garrafa de refrigerante, que colocou em cima da mesa.

— Vou me sentar com vocês, mas podem ficar à vontade.

— Obrigada — respondi.

O ambiente ficou quieto enquanto nos deliciávamos com o lanche. Percebi que Cibelle não parecia interessada em iniciar uma conversa.

— Mãe — André quebrou o silêncio, e ela o encarou. — Como você sabe, eu e a Lana estamos namorando, e eu quero pedir sua permissão para...

— Está bom, não precisa explicar — ela o interrompeu. — Estou feliz por vocês dois e sempre vou desejar o melhor para você, filho. Continue com suas conquistas: carreira, estudos, relacionamento... Pois tudo isso fará você ser o melhor.

— Já sei desse conselho, mãe — André concordou.

— É o que sempre digo para você: tenha foco e conseguirá tudo o que quer. Nunca perca tempo com bobagens, pois isso não te trará sucesso e dinheiro.

Depois de amassar o guardanapo sujo, ela arrastou a cadeira para trás e se retirou. Sua forma de tratamento passou longe das minhas expectativas.

— Traduzindo: ela permitiu nosso namoro — André me disse, sorridente. — E não se preocupe com o que ela disse. Ela tem esse pensamento desde que eu era criança, não sei por qual motivo.

— Tudo bem, não fiquei chateada. Só achei que ela fosse mais parecida com o seu pai.

— Se ela fosse parecida com ele, eu não teria pais divorciados.

Após as decisões dos dois lados, eu e André decidimos alterar nosso status de relacionamento no Facebook. Para minha surpresa, meus familiares e amigos deixaram vários comentários de felicitações na publicação.

À medida que começamos a fazer parte da vida um do outro, também compartilhamos nosso vínculo e confraternizações com amigos e parentes mais próximos. André tinha mais contato com os garotos da escola de futebol, já que a maioria deles havia treinado juntos por anos. Pelo menos dois finais de semana por mês, o grupo promovia um encontro na casa de um deles, onde o baralho era liberado, assim como caixas de som tocando funk e eletrônica, pacotes de salgadinhos e algumas latas de cerveja. Não aprovei o consumo de bebida alcoólica, já que todos eram menores de idade, mas André garantiu que era opcional e que preferia manter distância.

Com o passar dos meses, percebi que o relacionamento era um capítulo cada vez mais importante da minha vida, preenchendo meus momentos com sorrisos, beijos, carícias, palavras e atitudes. Descobri tonalidades tão belas que até então desconhecia.

E senti que não estava mais apagada por completo.

Nos encontrávamos sempre nos finais de semana, seja na minha casa, no parque, no shopping ou na casa dele. Num domingo à tarde, o tempo não colaborou com um sol radiante, mas trouxe uma chuva constante acompanhada de um vento gélido.

Como estávamos na casa do Paulo, resolvemos passar aquelas horas deitados no sofá da sala, debaixo das cobertas, enquanto assistíamos a um filme de comédia escolhido por André no serviço de streaming. Eu nunca havia feito isso com alguém. E a primeira vez sempre tem um encanto, por mais simples que seja.

Com o passar dos minutos, meus olhos começaram a se cansar, meu corpo se acomodou tanto naquele ambiente aconchegante que fui vencida pelo sono. Pouco a pouco, minhas pálpebras se fecharam e eu mergulhei em um cochilo tranquilo.

Então, meu momento de sossego foi interrompido por um ruído que meus ouvidos detectaram. Mas o silêncio voltou a reinar e eu continuei a relaxar. Não demorou muito para o som voltar, dessa vez de forma constante.

— Acho que é seu celular — André resmungou, sonolento.

Meus olhos se abriram e percebi que ele também havia adormecido. Virei-me em direção à TV e vi que o filme estava nos créditos finais. Levantei-me vagarosamente e fui em direção à mesa de centro, onde estava meu celular. Assim que peguei o aparelho, o toque voltou a ecoar. Liguei a tela e vi que tinha oito mensagens da Lu na barra de notificações.

Lu: Guria, você fez o trabalho de história?

Lu: Meu Deus, que troço complicado!

Lu: E pior que precisa entregar na terça, ferrou!

Lu: Perguntei para o Marcelo, mas ele não me responde. Deve estar com aquela cara enfiada no PC.

Lu: Lana?

Lu: Preciso de ajuda agora.

Lu: Me responda, por favor!

Lu: ?

Arregalei os olhos. Eu havia esquecido totalmente dos meus afazeres do colégio. O sentimento de angústia se instalou, trazendo sensações incômodas.

— Não disse que era seu celular? — a voz dele me pegou de surpresa. — Quem era?

Bloqueei a tela e coloquei o celular sobre o móvel. Virei-me para trás.

— Era a Lu, minha amiga. Ela me chamou para sair, mas eu disse que não dava, porque estou com você — menti.

— Já que você respondeu a ela, venha aqui no sofá ficar deitada comigo. Estava tão bom — ele pediu carinhosamente.

Foi impossível negar aquela vontade. E a atração fez novamente o seu papel. Permiti que me guiasse ao lado dele, pois tudo o que eu queria era me livrar daquela apreensão. Assim, o afeto surgiu e atendeu ao meu pedido.

— Lana, por que não respondeu minhas mensagens? — Lu perguntou, visivelmente aborrecida. Percebi que sua voz estava alterada. — Estava surtando ontem por causa daquele trabalho.

Eu havia dado apenas alguns passos em direção à minha carteira quando fui surpreendida por ela logo cedo. Fiquei um pouco envergonhada. A encarei e depositei a mochila em cima da mesa. Puxei a cadeira lentamente e me sentei.

— Desculpa por ontem, Lu — confessei. — Eu até vi as mensagens na barra de notificações, mas quando fui responder, meu celular estava com a bateria fraca. E, para piorar, eu estava fora de casa e sem o carregador — menti.

— Sei como é. Já passei por essa situação chata — ela comentou. — Então, eu consegui falar com o Marcelo só mais tarde, e ele me disse que o trabalho consiste em...

— Caramba, que dia angustiante! — Marcelo berrou, enquanto andava freneticamente em direção a nós duas. Levei um susto com sua chegada repentina.

— Ainda são sete da manhã — Lu respondeu. — O que aconteceu?

Marcelo colocou a mochila no chão e se acomodou na carteira à frente de Lu. Notei que suas mãos estavam trêmulas.

— Sabe aquele boy com quem eu estava conversando há algumas semanas?

Eu e Lu concordamos com a cabeça.

— Então, estou curtindo muito nosso papo e estou pensando em chamá-lo para sair. O problema é que não sei como escrever uma mensagem; toda vez que tento, travo e fecho o chat.

— Só por isso?! — Lu gracejou, dando uma risada amena. — Gente, eu já falei várias vezes que ter atitude é tudo. Veja a Alana, por exemplo. Eu a encorajei e agora nossa amiga tem um namorado. Não é tão difícil.

— E se ele rejeitar meu convite? Só de pensar nisso fico nervoso.

Lu estendeu a mão em direção a ele.

— Anda, me dá seu celular — pediu.

— Tenho medo das suas ideias.

— Agora são duas ideias. Estou com a Lu — apoiei. — E ajudo a escrever a mensagem.

Lu sorriu para ele.

— São duas contra um. Relaxa, vamos te ajudar.

Marcelo riu e entregou seu celular. Levantei um pouco e me estiquei para ficar mais próxima de Lu. As palavras começaram a aparecer na tela. Apesar de ter durado poucos minutos, aquele momento nos proporcionou uma dose alta de diversão, acompanhada pela euforia que agitava nosso meio. A mensagem foi enviada e a torcida pelo "sim" transbordou de maneira radiante.

Durante a aula, meu foco estava nos slides e nas diversas palavras que preenchiam o conteúdo abordado. No entanto, minha linha de concentração teve uma pausa quando meu celular vibrou dentro do bolso da calça. Resolvi checar e, ao ver que se tratava do meu namorado, senti que não havia mais Alana na rota dos estudos. Cada mensagem dele era um convite bem convencional, que facilmente me atraía para uma resposta imediata. Meus pensamentos estavam flutuando longe, e a realidade se distanciava cada vez mais.

Em todos os cenários monótonos, eu era convencida a abrir as portas para pairar num universo de devaneios.

Após algumas horas, voltei bruscamente para a sala de aula. O sinal que anunciava o intervalo ecoava por todos os cantos do colégio, aumentando o entusiasmo dos alunos. Guardei o celular no bolso, fechei o caderno e me levantei. Em seguida, meus amigos fizeram o mesmo. Começamos a caminhar simultaneamente até a porta.

— Não acredito! — Marcelo exclamou.

Saímos pela porta e percebi que ele estava com o celular na mão. Sua feição claramente refletia espanto.

— Conta logo! — Lu pediu, curiosa.

Ele nos encarou e um grande sorriso começou a modelar seus lábios.

— É... esse sábado estarei off, pois vou ter um encontro! — revelou e soltou um grito de empolgação.

Imediatamente, nossas emoções se fundiram, provocando uma explosão de cores vibrantes, que só uma amizade poderia oferecer.

Notas da autora: A Alana precisa equilibrar entre relacionamento e estudos.

Não sei se foi uma boa ideia permitir esse namoro tão precoce...

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