One Shot - Garotos podem gostar de outros garotos, Johnny
Johnny não soube quando aconteceu, quando olhou para Daniel LaRusso e pensou: "Maldito idiota lindo com seu sorriso perfeito irritante"
E então tudo dentro de sua mente não é mais sobre ser o melhor em Cobra Kai, não é sobre Ali, não é sobre o velho de merda que sua mãe se casou, tudo se torna Daniel, Daniel e Daniel.
Mesmo quando ele não está presente.
Mesmo quando Johnny está com seus amigos e o maldito cheiro de sabonete da pele de Daniel invade suas narinas.
Mesmo quando ele está tomando banho e o corpo magro e esguio de Daniel vem em mente e Johnny luta com todas as forças para ignorar a ereção no meio de suas pernas, bom, até que deixa de lutar.
Mesmo quando Daniel passa por ele parecendo alheio ao mundo ao seu redor e Johnny precisa fechar os olhos e inspirar para capturar mais do aroma do xampu de morango que Daniel sempre tem pelas manhãs, é tão fodidamente bom que Johnny quer o arrastar contra uma parede e enfiar o nariz em seus cabelos negros.
Johnny não sabe quando se pega olhando para o LaRusso nas aulas ao invés de estar curtindo com seus amigos e ignorando todas as explicações da professora, mas ele sabe que Daniel fixa os olhos em alguma coisa quando está calculando nas aulas de matemática e sempre usa a cor azul e amarelo nas aulas de arte. Por que diabos ele sabe disso?
Johnny quer pegar o LaRusso pela camisa ridícula dele e o afastar de Ali sempre que os vê junto, mas apenas aperta os punhos e faz uma cara raivosa que todos seus amigos acham que é por causa de Ali, tecnicamente, é sim, mas não pelos motivos que eles pensam.
No meio da noite, quando o silêncio é o seu maior aliado e todos ao seu redor estão dormindo, ele se pega olhando para o teto e pensando sobre as sensações que sente perto de Daniel.
O que o assusta não é o fato de gostar de garotos, é o fato de não estar assustado com isso.
Ele se lembra de Daniel e tudo parece estranhamente certo, como se gostar dele fosse como respirar, e há algo tão automático em tudo isso que deixa sua mente barulhenta.
── Merda. Eu tô tão ferrado. ── porque Johnny sabe que não existe a menor possibilidade que seus desejos se tornem realidade, que possa provar a textura dos lábios do LaRusso ou passar a mão por seus cabelos sem que seja em meio a uma briga.
Ele xinga todos os planetas, cosmos, deuses, universos, ele xinga seu próprio coração idiota até que pegue no sonho e encontre Daniel neles, seu Daniel, um Daniel que ele nunca poderia ter na realidade mas que o encontra todas as noites em seus sonhos.
Johnny tem chegado mais cedo no colégio desde que começou a reparar no LaRusso, ele sabia que Daniel sempre chegava mais cedo que os outros e ia direto para biblioteca.
Porém desta vez foi diferente.
Johnny viu quando ele cumprimentou alguém e seguiu pelo corredor, parando para amarrar o cadarço e fazendo Johnny morder o lábio inferior com a visão que lhe foi privilegiada.
Ele estava pronto para passar em sua frente e seguir até a biblioteca para esperar pelo LaRusso, mas depois de voltar a andar pelo corredor, Daniel parou como se uma barreira invisível tivesse se chocado contra seu corpo.
A expressão de surpresa e meio alegre dele não passou despercebido pelo Lawrence, que nunca foi curioso mas queria saber o que tinha deixado Daniel assim.
── Não sabe mais como andar, LaRusso?
── perguntou se aproximando e quase riu de como os olhos fofos dele se arregalaram, rapidamente sendo dominado um ar neutro e debochado.
── Caiu da cama, Lawrence? Porque você não é do tipo que acorda cedo e muito menos pra vir pra escola. Não sei se sabe mas aqui só se ensina quem tem cérebro, queria saber como você ainda não foi expulso. ── Daniel deu um passo a frente, como se quisesse garantir que Johnny não se aproximasse do vestiário.
Johnny estreitou os olhos, ele tinha estudado Daniel o bastante para saber que ele parecia nervoso, porém quisesse esconder isso desesperamente.
── Por que parece que você foi pego vendo pornô pela sua mãe, LaRusso? ── Daniel franziu o cenho e andou para mais perto do Lawrence.
── Você vive de cara emburrada e nem por isso eu fico querendo saber o motivo, cuide da sua vida, Lawrence. ── Johnny sorriu e andou para frente, apenas para ser parado quando Daniel invadiu seu espaço pessoal, fazendo com que fosse impossível que ele andasse.
── Com licença, estou tentando cuidar da minha vida. ── disse como se estivesse explicando para uma criança e Daniel revirou os olhos. ── Por que não quer que eu chegue no vestiário? ── ele fez a pergunta que sabia que Daniel menos queria.
── Você pode andar onde você quiser, apenas... Apenas... ── ele pressionou os lábios em uma linha reta e Johnny soube que ele estava pensando se ia mentir ou não.
── Apenas? ── Johnny aproximou seus rostos e o modo doce como Daniel o olhou quase fez seu cérebro parar.
── Apenas tenho algo pra te contar. ── algum brilho tomou conta das íris escuras e Johnny se viu hipnotizado.
── O que? ── se aproximou ainda mais, mesmo que fosse fisicamente impossível já que seus corpos pareciam habitar no mesmo curto espaço.
── Não estou com a Ali, nunca estive. ── Johnny se surpreendeu com o tom de voz dele, parecendo ser o de alguém que estava acariciando um cachorro.
── Eu sei. ── Daniel franziu o cenho fortemente e seus lábios se entreabriram, chamando a atenção do Lawrence.
── Você sabe?! Então por que todas aquelas brigas? Provocações, socos, machucados!
── Você é meio tapado, hein. ── Johnny sorriu e quando viu que podia se mexer sem que Daniel o impedisse porque parecia em algum tipo de transe, se aproximou do vestiário, vendo algo assim pela primeira vez em toda sua vida.
── Oh, porra. ── ouviu Daniel grunhir atrás de si mas não conseguiu tirar os olhos dos dois garotos se beijando contra o armário.
Ele sentiu um tipo de quentura gostosa no peito, sabendo que não era o único que nutria esse tipo de coisa. Porque garotos podiam gostar de garotos, mas falar isso em voz alta era diferente.
Ele estava feliz por tal representatividade, por saber que não era defeituoso ou estava sozinho no mundo.
── Johnny, vamos, cara. ── Daniel o puxou pela mão porque parecia o único jeito dele andar, e ele meio que se esqueceu rapidamente dos garotos se beijando com sua mão entrelaçada com a do LaRusso.
A biblioteca estava vazia quando eles entraram, ambos sem falar uma palavra durante o trajeto até que Johnny explodiu, ele nunca conseguia ficar em silêncio por muito tempo.
── Você não vai falar nada?
── O que quer que eu fale? ── sua voz foi tão calma que Johnny quase acreditou que tinha alucinado.
── Sobre o... E eles se... E eles sendo... E tudo! ── Johnny engoliu em seco quando foi alvo do olhar sério de Daniel.
── Algum problema?
── Não sei, parece que eu vou explodir. ── se algum deles notou que suas mãos ainda estavam entrelaçadas, nem um deles se importou em separar.
── Garotos podem gostar de outros garotos, Johnny. ── ele soltou uma risada que fez o Lawrence quase parar de respirar.
── Eu sei. ── respondeu olhando nos olhos de Daniel. ── Eu sei bem. ── ele sabia que estava se entregando, mas existia um tipo de adrenalina que nunca sentiu antes correndo por suas veias.
Daniel piscou, piscou novamente e repetidas vezes até que suas sobrancelhas fizessem um movimento para baixo.
── Já gostou de algum garoto? ── há uma linha de diferentes tons na voz de Daniel que Johnny nota como se fosse um elefante cor de rosa na sala.
Ele quer saber, por algum motivo ele quer saber se Johnny já prestou atenção em garotos antes.
Porém por outro lado ele parece incrédulo que possa receber um sim, como se Johnny fosse carregado de uma atmosfera heterossexual inabalável.
── Já. Gosto de um garoto, LaRusso. ── a resposta pula de sua boca com uma naturalidade que o assusta.
O peito de Daniel subiu como se ele respirasse profundamente, e parece haver uma pequena batalha interna antes de se aproximar de Johnny.
── Coitado do garoto. ── ele brincou com os olhos brilhando em alguma coisa, Johnny sabia que podia ficar olhando para Daniel o dia inteiro e nunca iria se cansar.
── Coitado de mim. Esse garoto é insuportável. ── revirou os olhos com um sorriso no rosto e sentiu sua respiração falhar quando Daniel tocou seu rosto, perto de sua boca.
Johnny encarou Daniel e ele parecia muito concentrado em alguma coisa em seu rosto. O Lawrence tinha decidido ignorar toda a ansiedade que seu corpo parecia produzir e as batidas frenéticas de seu coração, ele só queria prestar atenção em Daniel, ele só conseguia prestar atenção em Daniel.
── É ridículo quando você sorri e suas covinhas aparecem, porque são fofas demais pra ninguém não reparar. ── Johnny não conseguiu evitar sorrir.
── Isso era pra ser um elogio? ── Daniel deu de ombros e Johnny ia soltar um comentário ácido e debochado quando sentiu a ponta dos dedos do LaRusso contornando seus lábios.
── Gosto de você quando fica calado. ── o ar do riso de Johnny bateu contra os dedos de Daniel e ele sorriu, um sorriso que fez Johnny segurar-se na cintura do LaRusso para não cair pateticamente no chão.
Johnny sentiu Daniel estremecer com seu toque e foi o bastante para ele se inclinar e juntar seus lábios com o do LaRusso.
A sensação inicial foi uma mistura de adrenalina, borboletas batendo asas em seu estômago e espanto de que aquilo realmente estava acontecendo.
Ele estava pronto para se afastar ao notar que o LaRusso parecia paralisado e pensou que talvez tivesse confundido as coisas quando ele não retribuiu o beijo, porém quando tentou se afastar a mão de Daniel firmou em sua nuca e aprofundou o beijo.
Johnny quase sorriu ao sentir um gosto forte de suco de uva e abraçou Daniel pela cintura, o puxando para mais perto possível enquanto o LaRusso tinha as mãos em seu pescoço.
Tudo parecia um sonho, um sonho bonito, cheiroso e de cabelos pretos que queria enterrar suas mãos.
Eles se afastaram quando o ar foi necessário, suas testas coladas e ainda de olhos fechados. Johnny precisou de um tempo para controlar sua respiração e toda a bagunça em sua mente porque, é, ele tinha acabado de beijar o cara que queria desesperamente, isso precisava de um tempo.
Seu coração saltou ao abrir os olhos e ver que Daniel o encarava com um sorrisinho.
── É por isso que você ficava me encarando sem parar, Lawrence? ── ele provocou e Johnny bufou, não ignorando o carinho que recebia em seu cabelo.
── O que eu vi em você? ── revirou os olhos e Daniel se aproximou, deixando um selinho em seus lábios antes de se afastar.
── Apenas admita que você me adora, Johnny. ── para a surpresa de Daniel, Johnny enfiou o rosto em seu pescoço, fazendo-o arrepiar e expor mais aquela área.
── Eu... ── ele arrastou os lábios pela pele e ouviu Daniel gemer baixinho, anotando mentalmente o quão sensível o LaRusso era no pescoço. ── Adoro... ── Johnny sentiu Daniel tremer quando sussurrou perto de sua orelha. ── Você, LaRusso. ── roçou seus narizes antes de beijar Daniel novamente, forte e quente, menos gentil que da última vez.
Johnny sorriu ao ouvir o gemido de Daniel abafado pelo beijo quando chupou sua língua, descendo para o seu pescoço em seguida e deixando alguns chupões.
── Deus, J-Johnny... Ainda... E-Estamos em uma escola. ── gemeu.
── Me pede pra parar e eu paro, Dani. ── não houve mais nada antes que Johnny voltasse a chupar o pescoço do LaRusso.
A escola estava cheia quando eles saíram da biblioteca, e se alguém notou as mexas bagunçadas de Johnny ou os chupões na pele de Daniel, ninguém falou nada.
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