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Capítulo 4

Não sei como, mas acordo com um bater na porta. Desde quando é que eu estava a dormir? E então lembro-me do sucedido na sala, de chegar ao quarto e tomar banho e deitar-me na cama. Desperto para a vida com outra batida na porta.

- Entra. - digo sentando-me na cama e vendo o meu irmão a por a cabeça para dentro.

- Anda comer, que já está na hora de jantar. Não percebo como é que tu é o Enzo dormiram por tanto tempo. - disse saindo e fechando a porta, estranho, dormi assim tanto?

Olho para o telemóvel e são 9:30 da noite, fogo, dormi mesmo muito, para aí umas 4 horas. Levanto-me da cama e vou á casa de banho pentear o cabelo e lavar os dentes, para não ter mal hálito. Vou de pijama mesmo comer, só calço antes as minhas pantufas, já que o chão na cozinha escorrega. Chegando lá, vejo a Mel a por uma panela na mesa e o meu irmão a por as bebidas, ao chegar a beira vejo que é macarrão a comida preferida do Enzo. Por falar na criatura, acaba de entrar na cozinha, só de calças de pijama, com a parte de cima dos boxers a mostra, que proporciona uma bela visão, com os cabelos bagunçados de ter acabado de acordar, que apetece ficar a passar a mão, e a cara amaçada que da vontade de morder.

Aí, outra vez, estes pensamentos, tenho que pensar ainda em bater a cabeça contra uma parede, não sei como posso ter pensamentos destes com aquele infeliz.
Mas prontos o comer decorreu bem, depois vimos um bocado de televisão e fomos para os quartos, como é óbvio a Mel veio comigo para bisbilhotar, até já sei o que vai perguntar. E assim que se senta na cama, lá vem a pergunta.

- Aí meu Deus, Bella. Que foi aquilo durante o filme, podes enganar o trengo do teu irmão, mas a mim não, aquilo não foi de ele te pinicar. O que vocês estavam a fazer? - Perguntou debruçando-se na minha cama para ficar a minha beira a dar um sorriso malicioso, eu mereço?

- Não estávamos a fazer nada, além de ele ser um trengo e estupido por natureza, não se passou nada. Agora não se pode dizer o mesmo de ti e do meu irmão que não se calavam. - disse desviando o assunto.

- Sei sei, foi mesmo isso. Só estávamos a comentar sobre o filme, nada demais. - vi que ficou um bocado desanimada a dizer isto.

E então mudei de assunto e passamos as próximas horas a falar de coisas variadas e a ver vídeos. Lá para a 1 da manhã, ela foi para o quarto de hóspedes que costuma ficar a dormir, já que estava cheia de sono. Já eu, não conseguia dormir de maneira nenhuma, visto que tinha dormido a tarde, então levantei-me e fui para a sala assistir alguma coisa na televisão. Já se tinha passado para aí uns 45 minutos, quando reparo numa pesssoa a entrar na sala a comer um pedaço enorme de bolo de chocolate, claro que para minha sorte só podia ser o Enzo, naquelas calças ridículas.

- Ei, dá-me um bocado de bolo. - disse quase a salivar por um bocado, tinha um ótimo aspeto.

- Não não, vai buscar à cozinha, este aqui é meu. - disse sentando-se no sofá.

- Anda lá, só um bocadinho. - disse a engatinhar até ele, feita manhosa, a ver se ele me dava.

Ficando assim cara a cara com ele, que me olhava com um olhar intenso, que foi quebrado quando aproveitei o facto de ele estar distraído, para trincar um pedaço de bolo, e realmente estava muito bom, o que me fez gemer. Mas levantando a cara depois de trincar, deparei-me com aqueles olhos verdes que estavam um bocado mais escuros que o normal. Então senti-me envergonhada, já era a segunda vez que ele me ouvia gemer em menos de 24 horas, nem é preciso dizer que isso é super constrangedor, se me lembrar só do que aconteceu à pouco.  Desvio-me rapidamente dele e volto-me a deitar, ele faz o mesmo, e assim ficamos a assistir televisão. Lembro-me que o meu irmão quando me foi acordar disse que ele também tinha dormido, então também não deve estar a conseguir dormir agora. Não sei como mas acabo por adormecer com alguma coisa a tocar no meu pé, mas só sei dizer que era bom.

Acordo com alguém a ri-se, não percebo, porque alguém estaria no meu quarto ainda mais a rir-se. Como estes risos, não acabam, e posso perceber que são de mais de que uma pessoa, tento virar-me para levantar, mas aí, sinto um peço por cima da minha cintura. Viro-me rapidamente para o lado e percebo que estou no sofá e que atrás de mim, está o
Enzo com o braço em cima de mim e uma perna. Como é que isto aconteceu? Nem me lembro direito de adormecer, vai-se lá saber. Viro-me para o outro lado de onde vinham os risos e encontro, o Lucas, o meu irmão e a Mel a rirem-se que nem perdidos a olhar para o telemóvel do Lucas. Meu deus, parecem três doidos varridos, ainda vão fazer chichi nas cuecas de tanto rirem-se.

- Aí gente, que se passa? O que tanto olham no telemóvel que vos faz rir?- perguntei curiosa.

O meu irmão então virou a tela de telemóvel para mim, e vejo que é uma foto minha e do Enzo a dormir, na qual eu estou com a cabeça encostada na peito dele, a abraçá-lo. Que merda é está? Quando isto aconteceu? Tento levantar-me para ir apagar aquilo, mas um braço, que parece que peça uma tonelada está-me a prender.

-Olha que fofinhos, a dormir abraçadinhos, até parece um casal de namorados. - disse o meu irmão a gozar.

E todos riem-se, vejam bem, que melhor amiga que eu tenho, que só sabe rir da minha desgraça. Percebam, eu e o senhor aqui, nos odiámos, e aquela foto é um cúmulo, se não a apagar eles nunca vão parar de gozar com a minha cara.

- Matteo, apaga essa merda agora!- literalmente berro, já que não dá para sair.

- Shiu, quero dormir, assim não dá. - disse o trengo ao meu lado, ainda de olhos fechados. Fazendo os outros rirem mais ainda, eu não mereço isto.

- Shiu Bella, deixa o homem dormir. Abraçá-lo outra vez, para ele dormir melhor. Ficam
tão fofinhos assim. - disse a minha melhor amiga a gozar com a minha cara, enquanto apontava para a foto.

Com amigos assim, quem precisa de inimigos.

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