Luciana

Mais uma vez estou chegando em minha casa e entro para a solidão que me espera.
Vou até o aparelho de som e ligo, a voz de Toni Braxton se espalha pela casa. Essa música já se tornou meu mantra.

Não me deixe com toda essa dor
Não me deixe em baixo da chuva
Volte e traga de volta meu sorriso
Venha e me livre dessas lágrimas

Preciso dos seus braços me abraçando agora
As noites são tão cruéis
Traga de volta aquelas noites onde eu tinha você ao meu lado
Desquebre meu coração
Diz que me amará novamente

Desfaça essa dor que você causou quando passou por aquela porta
E foi embora da minha vida
Enxugue essas lágrimas
Já chorei tantas noites

Vou para o banheiro enquanto a música penetra minha alma. Apesar da música falar sobre alguém que partiu por causa da morte, esse não é meu caso, mas não sei se tem diferença na dor. Acho que é pior porque você sabe que a pessoa não te quer mais.
Ligo o chuveiro. Enquanto retiro minhas roupas vem em minha mente. Momentos que passamos juntos, ele sempre sorridente, brincalhão.

— Meu Deus, se arrependimento matasse estaria morta.

Falo para mim mesmo. Entro e tomo meu banho.

Depois de banho tomado vou até minha bolsa e pego meu celular. Procuro o número dele e mando uma mensagem.

Fala comigo!

Vejo que ele visualiza, mas não responde. Não satisfeita ligo para ele. Como sempre tem sido toca até cair na caixa postal. Mais uma vez enxugo minhas lágrimas. E assim que faz o sinal do recado eu deixo mais um.

— Se você pensa que se livrou de mim José Alceu está muito enganado, você pode fugir o quanto quiser, não atender minhas ligações, nem responder minhas mensagens, mas eu sei que você escuta os recados. — engulo em seco. — Eu sei que te magoei, sei que fui horrível com você, mas você não pode fazer isso comigo! — sinto uma fúria dentro de mim. — Quer saber? quer fugir fuja eu não estou nem aí!

Desligo e jogo o celular longe de tanta raiva que estou sentindo. Fico um tempo ali. Até eu resolver ir dormir.

Heitor

Estou na minha sala quando Dom entra. Olho para ele que está com a cara fechada, continuo meu trabalho, ele senta-se, e não fala nada. Volto minha atenção para ele.

— E porque desta cara ?

— É a cara que eu uso quando descubro o motivo de ter sido piada a noite passada ! — olho para ele sem entender suas indiretas.

— Da pra ser mais objetivo !

— Porque você tinha que abrir essa sua boca grande e contar para Jéssica que sou dominador ? — olhando para ele minha ficha cai sobre o motivo das mulheres estarem rindo dele.

Não aguento e começo a rir. Rir não a gargalhar.

— Porra! Era por isso que elas estavam tirando sarro de você ?

— Não se faça de besta Heitor você sabe que sim. — paro de rir e olho sério para ele.

— Primeiro, eu não fazia ideia. — me levanto e vou pegar uma água — Segundo e porque isso seria motivo delas tirarem sarro de você? Com certeza não era o fato de você ser um dominador !

— Mas porque merda você tinha que falar para sua mulher ? — Volto a me sentar.

— Eu desconfiei que ela e Cléia tivessem conversado sobre esse assunto — bato meus dedos na mesa  olhando para ele — Desde que a Jéssica me algemou na cama ! — ele me olha sério, mas aos poucos vejo um sorriso se formar.

— A Jéssica te algemou ? — ele pergunta incrédulo. Confirmo com a cabeça. — Porraaaa... Caralho essa garota se supera a cada dia ! — fala rindo.

— Eu acabei perguntando para ela e uma coisa levou a outra.

— Puta que pariu, eu pagava pra ver sua cara  há há há há....

— Vai se foder Dom !

— Saber disso até passou meu mau humor ! — ele fala rindo. Reviro meus olhos.

— Era mais alguma coisa ou só isso ?

— Que isso tá me tocando? — olho no relógio.

— Tenho um encontro daqui a meia hora. — ele franzi a testa e me olha sério.

— Encontro Heitor ? A uma hora dessas da tarde. — concordo com a cabeça. — Você não está fazendo besteira não né ? — nego.

— Não, desde que seja com minha esposa.

— Certo entendi. — ele se levanta — Não vou empatar sua foda da tarde ! — ele começa a gargalhar.

— Eu tenho até medo de perguntar, mas porque da risada ?

— Você tá parecendo aqueles velhinhos que tem que aproveitar a tarde porque a noite os pés esfriam demais. — não respondo só mostro o dedo do meio para ele.  — Certo vou lá trabalhar um pouco !

— Vai tarde ! — ele cai na gargalhada.

— Boa foda senhor. — sai batendo a porta.

Eu fico rindo sozinho, é Sr. Dom se tem uma coisa que aprendi nessa vida é que nada como o tempo, Um dia da caça, outro do caçador.

Desligo o computador, pego meu celular e confirmo o endereço que Jéssica me passou. No fundo tenho um pouco de receio do que ela pode estar aprontando. Vamos pagar para ver, pego minhas chaves e saio.

Chego ao motel que ela escolheu no horário combinado. Pago a entrada e vou até o garagem correspondente. Assim que entro vejo seu carro, eu dou risada comigo mesmo. Eu não era de frequentar motel no meu tempo de solteiro vou começar agora depois de casado pela segunda vez. Desço e subo as escadas, a porta está entreaberta. Entro e fecho a porta.

— Jéssica? — a chamo, ela não responde, mas eu vejo sua bolsa e celular.

Deve estar no banheiro. Coloco minhas coisas em uma das mesinhas, tiro meu paletó e coloco numa cadeira. Escuto uns passos atrás de mim, quando vou me virar escuto um estalo ao meu lado e me assusto. Viro rápido e me deparo com Jéssica vestida de mulher gato e um chicote na mão.

— Porra Jéssica que susto ! — termino de tirar minha gravata e escuto outro estalo.

— Jéssica não, é senhora. — olho para ela e dou risada.

— Cuidado com essa merda, isso dói. — olho para ela que está séria, mas está gostosa pra caralho — Eu lembro dessa fantasia, não chegamos a usar. — coloco a gravata na mesa, e vou até ela. — Vem cá.

— Quem manda hoje sou eu querido. — ela fala e dá uma chicoteada nos meus pés.

Dou um pulo para trás.

— Jéssica, mas que porra é essa? Eu concordei com você nisso, pra satisfazer suas vontades, mas vamos com calma.

— Está querendo dar pra trás? — me pergunta com uma voz baixa.

— Não meu amor — vou até ela e primeiro seguro seu chicote — Não vou dar pra trás — dou um beijo em seus lábios — Mas você sabe no que consiste uma relação de dominação?

— Acho que não, sei lá eu sei que é o que comanda tudo, quer tudo a sua maneira — seguro seu rosto a fazendo olhar para mim.

— Sim, mas também tem haver em sentir prazer em causar dor. — ela fica séria — Mas a pessoa que sente a dor sente prazer nisso. E eu sei que nem eu e nem você somos assim meu. — ela solta o chicote — Você tem prazer em me fazer sentir dor?

— Não !

— E não tem coisa pior pra mim do que saber que você está sofrendo por menos que seja. — ela dá um sorriso — Você quer mandar em mim na cama tudo bem não tem problema, sou todo seu. — dou um beijo em sua boca — Mas dominação não é nossa praia.

— Ouvir você falando assim também acho que não.

— A gente pode tentar algumas coisas pra ver se vamos gostar — faço um carinho em seus cabelos — Mas somente com prazer sem dor. Eu não tenho prazer em sentir dor e muito menos causar isso em você.

— Como você sabe se não tentamos?

— Porque conheço a mim mesmo e conheço você melhor que você.  — vejo uma certa decepção nos seus olhos, solto seus braços e dou um passo para trás.

Mas fico com o chicote.

— Tirando isso — levanto o chicote — O que você inventou pra hoje? — ela dá um sorriso.

— Só me veio a cabeça as algemas. — fala dando de ombros.

— Certo e aquelas coisas que você usou daquela vez você não trouxe ?

— Trouxe — ela olha para a bolsa.

— Trouxe coleira, mordaça alguma outra coisa ? — ela franze a testa.

— Coleira? A Cléia usa uma coleira? — aí merda.

— Vejo que você não pesquisou muito sobre o assunto. — vou até ela novamente — Jéssica entenda uma coisa, em uma relação de dominação e submissão ambos estão de acordo e ambos sentem prazer no que praticam.

Pelo seu semblante vejo que seus pensamentos não estão aqui.

— Ei. — puxo seu queixo — Quer me algemar de novo? — ela me olha — Vamos aproveitar nosso momento Jéssica, se você quer testar alguma coisa testamos, só não vai criar caraminholas na sua cabeça com relação aos outros, eu não sei o que eles usam, mas se está dando certo, tudo bem.

— Verdade vamos aproveitar nosso momento. — ela segura em meus cabelos e beija minha boca.

Sinto seus lábios tocarem os meus, seu gosto. Seguro sua nuca e comando o beijo. Mas logo me lembro de que ela quer estar no controle. Solto e me afasto.

— Então vamos, o que a senhora deseja? — ela me olha rindo.

Tiro minhas calças, meias e sapatos. Fico só de cueca e me ajoelho a sua frente, coloco minhas mãos para trás.

— Estou ao seu dispor minha senhora.

— Heitor! — ela fala eu olho para ela — Levanta daí !

— Você queria um submisso estou desempenhando meu papel. — ela ri, mas um sorriso lindo, e não tem como eu não sorrir também. — Eu tenho muita sorte em ter uma senhora muito linda e gostosa.

— Sério que você vai fazer isso?

— Mas a ideia foi sua. — faço um sinal com o dedo — Vem cá minha senhora traga esse seu corpinho delicioso aqui.

— Que bela dominadora que eu sou. — ela fala com a mão na cintura. Eu me levanto e a pego de surpresa — Ah ! — com ela no ombro a jogo na cama.

— Pra que querer ser dominadora quando você pode ser dominada por mim? — a beijo sem lhe dar tempo de resposta, mas a resposta que eu quero eu tenho.

Ela retribuiu o beijo, suas mãos estão em mim. Escuto seus gemidos, passo minhas mãos por seu corpo e essa roupa de couro colado nele me deixa doido. Paro o beijo e desço com a boca até seus seios e mordo seu mamilo por cima da roupa.

— Ah ! — ela geme e faço o mesmo no outro, esfrego meu corpo no seu sentindo cada parte. Desço até sua boceta, cheiro e mordo. Ela tenta fechar as pernas mas eu seguro firme e dou mais uma mordida — Nossa ! Heitor !

— Fala minha senhora, o que você deseja ? — pergunto ela levanta um pouco a cabeça e me olha.

— Me fode a moda a lá Heitor! — dou risada da maneira como ela fala.

— Será literalmente um enorme prazer ! — dou mais uma mordida — Minha senhora gostosa — olho para sua roupa — Onde abre isso ? — ela ri e vira de costas.

Vejo o zíper. Abro e tiro sua roupa, ela me ajuda e logo está totalmente nua. Tiro minha cueca e volto para cima dela. Ela está com  sua atenção toda voltada para mim.

— Eu te amo Jéssica ! — passo minha mão em seu rosto — Vou te amar da minha maneira — dou um beijo em seus lábios — Meu prazer está em seu prazer ! — falando isso desço minha boca na dela.

Jéssica

Sinto seus lábios nos meus. Sinto meu coração disparar, seguro em seus cabelos. Levanto meu quadril de encontro com seu corpo tentando aliviar minha vontade de contato com ele.

— Você quer meu pau não quer ? — ele me pergunta.

Concordo com a cabeça. Ele abre as minhas pernas com as suas, e sinto a cabeça do seu pau me cutucar. Ele leva uma de suas mãos até lá e encaixa. Arfo quando sinto seu pau me abrindo.

— Ah que gostoso ! — ele enfia tudo. E começa a estocar — Ahhhhhhh ... Heitor !

— Geme minha gostosa, geme ! — ele chupa meu pescoço e vai descendo até um de meus seios e começa a chupar e lamber.

Eu sinto os bicos doloridos ele parece que lê meus pensamentos e dá umas leves mordidas, com isso me levando a loucura. Ele morde um e aperta com o dedo o outro. Realmente não sei o que me levou a achar que eu queria dominar ele. Não tem nada melhor do que me entregar ao seu domínio.

Me sentir amada, idolatrada e também saber que seu prazer está em mim. Pra realizar seus desejos, não preciso fazer nada além de me entregar de corpo e alma. Seguro em seus cabelos e o faço olhar para mim.

— Eu te amo ! — ele para por um momento e olha nos meus. Vejo aquele par de olhos azuis perturbadores e sinto meu coração falhar uma batida. — Meu Deus Heitor como eu amo você ! — sinto uma lágrima escorrer por meu rosto. Ele vem com seus lábios e beija onde a lágrima escorreu.

— Eu te garanto Jéssica que não mais do que eu amo você ! — ficamos por um tempo nós olhando.

Ele parado, mas eu sinto seu pau pulsar dentro de mim. Dou um aperto com minha boceta nele. Heitor fecha os olhos por um momento.

— Puta que pariu Jéssica — ele fala e me olha — Mas isso é gostoso pra caralho, faz de novo ! — faço o que ele pede. Ele morde seu lábio inferior.

— Tá vendo como eu domino você em alguma coisa ! — ele ri e começa a se movimentar.

— Minha linda você me dominou desde o primeiro momento em que pus os olhos em você. Eu não consegui fazer mais nada sem que você não estivesse nos meus pensamentos. — ele se move.

Eu arfo com suas estocadas. Ninguém fala mais nada. Nossos gestos e atitudes falam por si só. Não demora muito eu começo a sentir meu orgasmo. Ele segura minhas mãos entrelaçando nossos dedos e sinto seu corpo arrepiar todo e seus gemidos no meu pescoço só me fazem sentir um prazer maior.

Ficamos os dois parados deixando nossas respirações voltarem ao normal. Ele deita ao meu lado. E me puxa para seu peito. Me abraça e fica fazendo carinho em mim. Um dos melhores momentos para mim é esse, receber seu carinho e atenção depois que fazemos amor.

— Heitor ?

— Oi.

— Ainda temos os géis. — eu falo e ele me abraça rindo.

— Eu sei, eu sei Jéssica ! Você está me saindo melhor que a encomenda. !  — Nos dois rimos.

Cinco meses depois...

Heitor

Estou  saindo da delegacia quando meu telefone toca, olho e vejo ser minha mãe.

— Oi mãe !

— Oi meu filho, como você está ?

— Bem e a senhora ? — entro no carro.

— Bem, só estou ligando para confirmar a data da festinha da Renatinha !

— Mãe não é festa, é só uma pequena comemoração com amigos !

— Pra mim é festa, estar com vocês novamente é sempre uma festa !

— Certo vai ser no sábado a tarde — coloco no viva voz e ligo o carro indo em direção de casa.

— Ótimo até sexta estarei aí ! — ela desliga.

Ela tinha dito que iria viajar após o aniversário de Renatinha, mas quando esteve na agência, não resistiu. Já está na sua segunda viagem aqui pelo Brasil e está programando sua viagem para a Europa. Chego em casa e encontro um silêncio total.

— Jéssica ? — olho na sala, cozinha e não estão em lugar algum aqui em baixo.

Subo as escadas, sair não saíram por que seu carro está na garagem. Olho no quarto da Isa e nada, nem no de Renatinha. Vou até nosso quarto e já escuto vozes, vou até a sacada e vejo uma das cenas mais lindas que possa existir.

Estão minhas três mulheres brincando na praia. Isa está correndo de um lado para outro com Zeus, Jéssica está as voltas com Renatinha que está ensaiando seus primeiros passos. Olhando sinto meu coração falhar uma batida, não tenho palavras para descrever o significado desse sentimento que me domina.
       
Me debruço na sacada e fico observando elas brincarem. Sou um homem de muita sorte. Tenho muitas falhas e defeitos. Mas mesmo assim Deus me abençoou com o melhor.
      
— Papai chegou ! — Isa grita — Vem brincar papai ! — Jéssica volta sua atenção para onde estou.

Não posso ver mas posso jurar que ela está sorrindo. E só essa certeza aquece meu coração. É impressionante como essa mulher me domina por completo.  Ela acena e eu retribuo como um verdadeiro cachorrinho que sou. Só não deixo ela ter toda essa certeza afinal onde ficaria minha masculinidade.

Faço sinal para elas que já vou. Retiro minhas roupas e coloco uma calça jeans e uma camiseta. Logo que chego a praia sou recepcionado por Zeus e logo em seguida por Isa que pula no meu colo.

— Oi minha linda ! — dou um beijo nela.

— Vem papai a tia Jess está ensinando a Renatinha a falar ! — ela desce sacudindo as pernas.

— E o que ela está ensinando?

— Mamãe é claro ! — ela fala revirando os olhos como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Vou até minha linda garota.

— Oi ! — falo e dou um beijo em seus lábios.

— Oi meu gostoso ! — ela fala com um lindo sorriso — Como foi seu dia ? — sento ao seu lado.

— Te garanto que o melhor está por vir agora ! — pego a mãozinha da minha pequena. — Oi minha lindinha ! — ela sorri e se debate toda.

— Estava ensinando ela falar, mas não sai nada !

— Mamãe estava ensinando você a falar? — pergunto, mas é claro que não espero resposta.

Deito e coloco ela sentada na minha barriga apoiada nas minhas pernas.

— Não adianta ela balbucia um monte de coisas, mas não sai nada nítido — ela fala.

— Vai sair quando for a hora ! — falo olhando para Renatinha  — Né minha linda!  Minha mãe ligou para confirmar a data da festinha.

— Não é festa...

— Eu sei falei isso para ela, que era só um bolinho com os amigos, mas mesmo assim ela não quer perder !

— Assim, até aí, sem problemas, só não será uma festa ! — ela fala e nesse momento escuto Renatinha pronunciar algo.

— Fala papai !

— Ela não vai falar ! — Jéssica chega perto — Fala mamãe !

— Pa pa pa  ... — começo a gargalhar, quando vejo a cara de Jéssica.

— Papai ! — falo.

— Pa pa pa pa ... — eu me levanto e dou um grande beijo na minha pequena.

— Ah meu Deus que linda ! — Jéssica chega perto e repete.

— Fala mamãe !

— Pa pa pa...

— É Jéssica essa você perdeu ! — recebo um tapa dela no braço.

— Cala boca ! Ela só falou porque é mais fácil, ou por que está com fome e quer comida ! — dou risada da sua birra por conta disso.

— Então tá deixa eu tirar umas fotos de vocês e fazer um vídeo dela pedindo comida pela primeira vez ! — ela me mostra a língua e eu me afasto um pouco para pegar melhor.

Enquanto tiramos fotos e brincamos, Isa e Zeus corriam de um lado para outro. E nosso dia terminou assim em harmonia como sempre. E eu me sinto o homem mais realizado do mundo. Eu e minhas três mulheres.

Jéssica

— Vamos estão todos na sala ! — puxo Heitor pelo braço, estamos na cozinha  vim buscar o fósforo para acender a velinha do bolo.

— Antes venha aqui !

— Heitor ! — não adianta eu falar, sua boca está na minha.

E eu já não lembro mais o que iria fazer. Sempre é assim basta um toque dele para eu esquecer até meu nome. Seu beijo está com gosto de brigadeiro.

— Estava com vontade de fazer isso ! — ele fala enquanto dá leves mordidas na minha boca.

— O brigadeiro estava no esquema ? — pergunto e ele ri.

— Sempre meu amor !

— Você não tem jeito — seguro em seu pescoço — Mas eu te amo assim desse jeitinho !

— Eu sei ! — dou risada do seu jeito convencido.

— Da pra vocês pararem de se pegar em todo lugar ! — olhamos para Thiago que entra na cozinha — Eu ainda me pergunto como vocês só conseguiram ter só uma filha nesse tempo todo?Do jeito que vocês se pegam em qualquer lugar a proli já era pra estar grande. — balanço negativamente minha cabeça.

— Larga mão de ser invejoso Thiago! — ele põe a mão no peito se fazendo de indignado.

— Euuuuuuuuu ? — Heitor dá um tapa na minha bunda e se afasta.

— Vou deixar vocês conversarem ! — e sai. 

— Adoroooo empatar a foda de vocês ! — Thiago fala rindo. Dou um tapa nele.

— Até parece que íamos transar aqui ! — ele se encosta na bancada. — Mas ontem foi aí ! — falo apontando onde ele está. Ele se afasta como se tivesse tomado um choque.

— Eu falo vocês não perdoam nem a cozinha !

— A cozinha que é mais interessante ! — ele me olha com uma cara incrédula — O que é Thiago vai me dizer que você nunca usou algo comestível no ato ?
— nesse momento entra Cléia e Luciana.

— Jéssica você veio fabricar o fósforo ? Estão todos esperando — Cléia fala. — pego a caixa na bancada.

— Na verdade ela estava quase dando pro gostosão ! — Thiago fala.

— E você sua bicha assanhada está com ciúmes ? — Lu fala.

— Estou vendo que perdi o respeito com vocês !

— E quando você teve ? — agora é Cléia quem fala. Todas caímos na gargalhada.

— Suas barangas ! — ele fala irritado indo para sala e só piora a crise de risos.

— Vamos antes que minha filha durma sem os parabéns ! — foi uma simples comemoração com os amigos, mas foi perfeito.

Agora estou saindo do quarto da Isa, e vejo Heitor sair do quarto de Renatinha. Eu estou cansada. Nos encontramos no meio do corredor.

— Pronto, ela dormiu ? — pergunto a ele.

— Sim ! — ele me responde segurando minha cintura. Beija meu pescoço, seu bigode me faz cócegas e me arrepia.

— Vou tomar um banho !

— Sim vai lá tomar seu banho ! — vejo que ele me olha de um jeito safado.

— O que você vai aprontar Heitor ? — ele ri e me beija.

— Nada só vou comer bolo ! — ele lambe os lábios, e eu compreendo perfeitamente como ele pensa em comer o bolo.

— Certo ! — dou outro beijo em sua boca. — Vai pegar o bolo ! — ele se afasta e eu me lembro de algo.
— Heitor ! — ele vira e me olha — Não esqueçe dos brigadeiros ! — falo dando uma piscadinha, ele dá um enorme sorriso.

— Safada !

— Gostoso ! — ele desce e eu vou tomar meu banho. Vou me preparar para mais uma sessão confeitaria.

Quarta posto o epílogo, e na segunda começo a postar No Ritmo das Ondas.

Bjos...