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CAPÍTULO 33

PASSADO E FUTURO SE ENCONTRAM

Dois dias depois... (segunda feira)

Heitor

Assim que chego á delegacia sou recepcionado por Alceu.

— Chefe, fizemos uma prisão ontem de um indivíduo que já estávamos na cola dele por receptação. — eu entro na minha sala e ele vem atrás. — O que me surpreendeu foi que com ele foi achado notas de dinheiro. — olho para ele sem entender.

— Qual a novidade nisso?

— Não sei por qual motivo, mas eu resolvi conferir o número de série e elas batem com aquele roubo de dois anos atrás. — olho para ele com curiosidade.

— Você conferiu?

— Sim, duas vezes, e realmente são daquele roubo. — sento e agora entendo sua euforia. — Há duas possibilidades, ele estava envolvido ou recebeu pagamento de aluguem que estava. — analiso tudo.

— Ou não ter nada haver com nada, porque eles podem ter começado a rodar o dinheiro. — ele concorda. — E, se for isso vão aparecer muitas ainda notas em diversos lugares, e isso não quer dizer que as pessoas estavam envolvidas, ninguém confere número de série de dinheiro quando vai fazer compra.

— É olhando por esse lado, realmente. — percebo que ele desanimou. Eu sei que meu humor anda dos piores, desde que Jéssica está na cidade, mas não posso deixar que isso me domine.

— O que mais foi pego com ele?

— O objeto da receptação, celular e as notas.

— Manda fazer uma limpa no celular, leva para os técnicos e pede para fazerem backup do que for possível, hoje em dia esses aparelhos guardam a vida das pessoas.

— Certo vou lá agora qualquer novidade te aviso. — ele sai e Dom entra até parece que estavam combinados. — O que você está fazendo aqui? E a lua de mel?

— Só semana que vem esqueceu? — realmente acabo lembrando, dele ter comentado algo.

— Verdade, eu ando com a cabeça aérea. — ele senta e me olha.

— Já conseguiu conversar com ela? — ele pergunta e eu nego.

— Não, eu a encontrei na praia, a Isa tava junto e no casamento ela disse não ser local apropriado que realmente não era. — ele concorda. — Na verdade nem sei mais se devo.

— Porque está falando isso?

— Ela está na cidade alguns dias, não me procurou nem mesmo quando falei com ela no casamento. — dou de ombros. — Ela me apagou da vida dela a dois anos atrás, e tenho que me conformar. Vida que segue.

— Você se conformando com isso? — ele parece incrédulo.

— A gente aprende com tempo, que nem tudo é como queremos. — esfrego minha cabeça, e penso em algo para mudar o assunto querendo tirar esse da mente. — Que história é essa que eu preciso namorar para deixar de ser chato? — ele começa a rir.

— A pestinha deu com a língua nos dentes, eu sabia. — eu acabo rindo também. — Até que demorou.

— Ela também contou sobre a Barbie. — ele fica sério e quem ri alto agora sou eu. — Você tem que tomar cuidado com o que fala perto dela Dom, isso tudo é engraçado, mas sério cuidado.

— Estou vendo. — ele fala.

Ficamos por ali conversando, até que Alceu entra novamente.

— Consegui fazer o backup de duas conversar antigas, mas o áudio está muito ruim o técnico vai dar uma limpada, se você quiser dar uma olhada. — me levanto. Era a desculpa que eu precisava para encerrar o assunto Jéssica. Seguimos até a sala onde está sendo feito isso.

Realmente as únicas informações relevantes, são as duas conversar da época do roubo enquanto o técnico limpa o áudio, dou uma olhada nos números que estão marcados de chamadas recebidas e efetuadas e faço algumas relações com agenda. Um número me chama atenção por não ser estranho.

Eu conheço esse número.

— Pronto. — Alceu fala chamando minha atenção. — Pode rodar? — concordo com a cabeça. A sala está em um silêncio total.

"Tudo certo pra hj a noite?"

"Claro chefe o esquema já tá todo montado, só falta o sinal"

"Ok depois nos falamos"

Alceu coloca a outra ligação para rodar. Realmente os áudios estão ruins, muita interferência.

"Se preparem ele tá saindo"

— Não tem mais nada só isso mesmo? — pergunto.

— Da data do assalto, sim.

— Vocês prenderam, ele ontem? — penso um pouco.

— Sim.

— De uma semana para cá, pode ter acontecido alguma coisa e nos dar uma pista. — saio indo para minha sala. Quando me sento lembro do tal número que me chamou atenção. Volto e falo

— Liga para esse número aqui. — aponto o número que chamou minha atenção.

— Vai ligar sem ter nenhum tipo de informação, e vai falar o que? — Dom me questiona.

— Fala qualquer coisa só preciso tirar uma dúvida, e rastreia. — falo. — Coloca a Natália para falar ninguém desconfia de mulheres. — O técnico faz a ligação, e a sala fica novamente em silêncio. Nosso número é restrito, não tem como a pessoa identificar. O técnico coloca para gravação.

—Alô. — a pessoa atende é um homem.

— Bom dia, eu me chamo Bruna, é da central de atendimento do seu cartão de crédito, tivemos uma cobrança indevida, e só necessitamos que confirme seus dados, para fazer o estorno. — Há um silêncio do outro lado da linha, mas ele responde.

— Você deve ter ligado errado, não tenho cartão com registro nesse número. — ele vai desligar olho e vejo que não deu tempo de rastrear. Faço sinal para ela enrolar. Essa voz não me é estranha.

— Ok, tudo bem realmente não é sobre o cartão. A pessoa que me passou esse número foi o Douglas. — olho para Alceu faz sinal que é o cara que foi preso. — Ele me falou que você estaria interessado em um tipo de serviço que eu forneço. — silêncio novamente na linha, mas eu escuto vozes por perto.

— Bom depende que tipo de serviço. — ele tosse. —Pode ser mais específica? — o técnico faz sinal de ter conseguido rastrear. Faço sinal para ela enrolar.

— Bom faço de tudo, você é quem manda.

— Quando ele te passou meu número? — ele está desconfiado.

— Dias atrás, não lembro o dia certo porque não nos encontramos pessoalmente, assim você pode conferir o material. — as vozes se aproximam, e ouço uma risada conhecida. E ele acaba desligando.

— Droga. — Natália reclama. — Agora que estava até ficando interessante. — Algo chama minha atenção.

— Volta o aúdio de agora, tira a voz dele e foca nas que se aproximam. — ele faz o que pedi. Quando ele coloca novamente. Eu escuto.

"E como" e as risadas.

Simplesmente sinto meu coração disparar ao reconhecer a voz de Jéssica e sua risada. E agora sei de quem é o tal sujeito e reconheço o número.

— Onde está a localização?

— No shopping a beira mar. — penso rápido.

— Umas das vozes é da Jéssica a outra com certeza é da Luciana. — esfrego o rosto pensando no que fazer. — Não podemos chegar de uma vez ele está com elas. — olho para Dom.

— Desgraçado estava de baixo do nosso nariz esse tempo todo. — Dom da um soco na mesa. — Como não desconfiamos antes? — ele me encara. — Foi ele que sumiu com o celular no dia da sua perseguição. — confirmo, mas meu foco está no que fazer no momento atual.

— Vamos temos que tirar elas de perto desse vagabundo, se ele desconfiar. — saio da sala nem querendo pensar nessa possibilidade.

Jéssica

Estou no shopping com Luciana, viemos comprar os últimos acessórios para dar de presente para Cléia usar na lua de mel. Estamos voltando para o estacionamento onde Cesar ficou nos esperando.

— Eu vi você dançando com ele no casamento, e depois saiu de lá praticamente correndo com Thiago. — ela comenta enquanto aguardamos o elevador.

— Pois é, dancei. Não tive muita escolha. — dou de ombros com lembranças daquela noite. — Minha companhia me abandonou.

— Eu acho que já deu, você deveria conversar com ele, e saber de toda a verdade. — ela volta a tocar no assunto.

— Eu vou conversar com ele, mas independente dos motivos, a verdade é que ele me enganou. — falo e saio assim que as portas se abrem.

— Eu entendo seu lado, mas ele merecia pelo menos a chance de se explicar. — ela fala e eu começo a ficar irritada, porque eles sempre defendem Heitor.

— Vocês sempre tentam defender ele. — ela segura meu braço e me encara.

— Não defendo ele, mas não acho certo o que você fez com vocês nesses dois anos Jéssica.

— Chega desse assunto. — voltamos a caminhar em silêncio. — Você acha que ela vai gostar? — pergunto a Luciana, sobre um item do sex shop querendo quebrar o silêncio, e o clima estranho que ficou.

— Ela pode até não gostar, mas depois que usar vai amar. — ela fala e nós duas rimos.

— E como. — afirmo e voltamos a rir. Chegamos até Cesar que falava ao telefone e desliga assim que paramos ao seu lado.

— Chegamos, meu amor. — Luciana fala beijando ele.

— César você já deveria estar criando raiz. — falo para ele pela nossa demora. Ele dá uma risadinha sem graça e um tanto nervosa. Luciana vasculha a bolsa.

— Esqueci meu celular na loja, não acredito. — ela me entrega a bolsa. — Segura para mim Jéssica, vou rapidinho buscar.

— Ainda bem você reparou aqui. — falo, e observo como César parece estar inquieto.

— Esquece esse celular, te dou um novo só vamos logo. — ele fala meio nervoso, nós duas olhamos para ele sem entender.

— Você está louco? — Luciana fala. — Cinco minutos já volto. — e ela sai para buscar o celular. Eu olho para César dando de ombros. Passa um tempinho e reparo que César á todo momento olha no relógio. O seu celular toca, ele atende. Eu não fico prestando atenção na conversa, olho para ver se Luciana está vindo e de longe a vejo.

— Eu sabia. Desgraçado. Porque não me avisaram antes que ele rodou, porra? — César fala ao telefone. Olho para ele assustada pela sua explosão. Ele me olha com raiva explícita. Não entendo nada.

— Aconteceu alguma coisa? — pergunto preocupada por nunca ter visto ele desse jeito.

— Para o seu próprio bem, espero que não. — ele fala enfiando o celular no bolso, abre o porta malas pega alguma coisa. Não entendo nada do que ele fala. Pelo visto não sou somente eu que ando com o humor estranho.

Luciana chega e entramos no carro encerrando qualquer assunto. No caminho meu telefone toca, não reconheço o número, mas atendo.

— Alô.

— Jéssica sou eu Heitor não fala nada só escuta por favor. — ele fala baixo. — Eu preciso que você e sua amiga se afastem do César tudo bem? — ele fala baixo.

— Como assim por quê? —olho para César pelo retrovisor, e vejo que ele está prestando atenção em mim. — Não estou entendendo Thiago me explica direito. — falo disfarçando, e achando tudo muito estranho.

— Boa garota. — ele fala e isso me faz lembrar de alguns momentos nossos, que ele me dizia ser uma garota má. — Não posso explicar agora, mas preciso que se afastem dele. Só faça isso, por favor. — o que ele me fala, me deixa completamente apavorada, mesmo não entendo nada. —Fique calma e não demonstre nada, aja naturalmente.

— Como se fosse fácil. — penso rápido, estamos indo para casa. — Olha Thiago estou indo para casa com Luciana, depois você me explica melhor pode ser? Já estamos chegando.

— Ótimo, te encontro lá. — ele fala e eu não sei se desligo ou não. Estou com medo mesmo não entendo nada.

Desligo o telefone e olho no espelho respirando fundo. César me olha e desvia, voltando sua atenção para Luciana que está mexendo no celular. Eu estou com minhas mãos suando, coração disparado. Procuro manter a calma. Eu coloco meu celular no silencioso caso ele toque de novo.

— Estava falando com quem Jéssica? — olho para César. Luciana também olha para ele.

— Porque você quer saber? — retruco. — Não escutou quando falei Thiago? — ele me olha e ri.

— Mas eu não acredito em você. — ele fala e eu o encaro pelo retrovisor. — Todos esses dias você o chamou de Thi, e agora usou o nome completo, não era com ele que falava. — ele esfrega o cabelo nervoso. — fico mais nervosa.

— Que conversa é essa, César? Que diferença faz com quem ela estava falando. — Luciana fala, ele não olha para ela continua dirigindo e olhando para mim.

— Você está mentindo. —ele acusa. Olho para ele, e parece que agora volta aquela velha desconfiança que sempre tive dele. — Era com Heitor que você estava falando, não era? — meu coração, falta sair pela boca. Estou com medo.

— E se eu estivesse qual o problema? Ele está querendo falar comigo á dois anos não teria porque mentir. — falo parecendo mais natural possível. — Essa conversa está muito estranha, pode me deixar em casa, por favor?

— Verdade, eu não tenho nada haver com isso, mas vamos dar uma voltinha. — ele fala mudando a direção de onde estamos indo.

Sinto o medo aumentar. Eu estou com o celular no colo, onde ele não consegue ver. Retorno a ligação para o último número e deixo.

— Como assim passear? para onde vamos? — eu pergunto em voz alta. — Falei para Thiago que estava indo para casa. — ele me olha e ri.

— Não tem problema você fala com ele quando voltar. — Luciana olha para nós sem entender também. — Se você quiser descer eu paro e vou dar uma voltinha com sua amiga. — ele passa a mão no rosto de Luciana, e pisca para mim pelo retrovisor.

Eu sinto meu coração disparar, ela não está percebendo o que está acontecendo, e eu apesar de não saber sei que boa coisa não é. Estou tendo uma conversa silenciosa com César que está me olhando pelo espelho.

— Eu fico. — falo ele me olha e ri.

— Boa amiga você. — ele não falou para onde vamos, mas eu sei que Heitor vai usar o rastreador do celular ele sempre fez isso, espero que não tenha mudado nessa área.

— Aonde vamos? —Luciana pergunta.

— Dar um passeio. — ele fala e fica quieto, Luciana volta a mexer no celular. Eu fico sem saber o que fazer. Saímos da parte mais urbana da cidade, e pela direção sei que vai sair da cidade, olho para o celular ainda está na chamada em andamento.

— Porque vamos sair da cidade César? — Luciana pergunta e eu agradeço. — Eu tenho compromisso, vamos voltar. — ele não fala nada e continua dirigindo. — Você não me ouviu? — ele olha para ela, não responde volta a dirigir até que ele fala.

— Não era para ser assim. — ele me olha. — Não mesmo, até estava começando a gostar de você Jéssica.

— Que conversa é essa, César? — Luciana pergunta ficando agitada.

Olho para a estrada e mais a frente vejo dois carros parados fechando a estrada. Ele para o carro. Puxa uma arma e fala com Luciana.

— Vai pra trás. — ela olha horrorizada. — Vai logo porra! — ele grita. — Vem você para frente Jéssica e não tenta nenhuma besteira. — Luciana começa a chorar.

Eu faço o que ele manda, antes coloco meu celular dentro da calça. Ele me olha sério, está nervoso. Olho para trás para ver como Luciana está e vejo as viaturas se aproximando. Ele puxa meu braço.

— Liga para ele. — pego meu celular. — Vai logo, não temos tempo. — finjo fazer a ligação, porque meu celular já estava com a chamada em andamento. Coloco no viva voz.

— Jéssica? — escuto a voz do Heitor.

— E aí amigão, libera minha passagem ou dou um tiro nela você que escolhe. — ele aponta a arma para mim. Luciana grita em horror. Eu nem respiro.

— E porque você acha que vou fazer isso? — o que Heitor fala faz um nó se formar em minha garganta.

— Você não se importa o que vai acontecer com ela?

— Talvez você esteja dando muito importância a isso.

O que ouço cai como uma pedra no meu estômago. Eu não estou acreditando no que estou ouvindo, ele não se importa mais comigo? E, o que ele me falou na festa? Era outra mentira?

— Certo então já que você não liga, vamos embora então morra quem tiver que morrer. — ele desliga o celular. — Eu acho que você esperou tempo demais para conversar com ele. — ele fala rindo. Cesar pega o telefone dele, é faz uma ligação. — Preciso de ajuda. — ele fala, e da as coordenadas de onde estamos para alguém.

Eu olho para Luciana. Ela está chorando eu não choro, sinto um pânico, mas não tenho grandes reações. O meu telefone começa a tocar novamente ele atende e escuta.

— Você só pode estar de brincadeira. — ele escuta novamente, me olha e ri. — Certo então, faça isso e sem nenhuma gracinha ou as duas morrem. — eu olho vejo Luciana em pânico. — Vamos sair do carro você vem comigo. — me puxa para fora pelo braço e fica atrás de mim.

Vejo Heitor se aproximar com as mãos levantadas. O que ele está fazendo? Ele passa por nós e senta no lugar do motorista. César olha para Luciana, e faz sinal para ela sair.

— Você fica gata graças ao bom moço aqui. — ela sai meio que no automático. Está aos prantos.

Entramos no carro, e Heitor liga e começa a dirigir. Olho pelo vidro traseiro Luciana cair no chão chorando e ser amparada por um policial. Olho para César.

— Você é um desgraçado mesmo. — ele ri. — Machucou minha amiga. — ele fica sério.

— Não era para ser assim eu estava mesmo gostando dela. — ele olha para Heitor. — Me de seu celular. — Heitor entrega, e ele joga para fora do carro. — Agora pisa. Vamos ter companhia mais a frente para os seus amiguinhos que devem estar vindo atrás da gente. Logo mais a frente vemos quatro carros, vindo de encontro, eles passam diretos.

— Uhuu... Eu não acredito que vou perder a melhor parte. — César fala todo animado. — Ah como eu gosto dessa adrenalina. — Olho para Heitor pelo retrovisor ele me olha e fala com os lábios, "calma"

Saímos da cidade e não sei quanto tempo já estamos na estrada. A uma certa altura ele manda Heitor pegar uma estrada de barro e entramos no meio da mata. Parece que não vai ter fim essa estradinha. Acho que quase uma hora depois chegamos a um sítio, entramos e Heitor para o carro em frente ao portão onde tem dois homens armados.

— Não preciso te lembrar para não fazer besteira, não é? — fala César para Heitor.

Ele desce do carro me puxando junto, Heitor também desce. Ele está calado não falou nada, desde que entrou no carro.

— Leva eles para o barracão e amarra bem amarrado. — Somos levados a um barraco mais afastado da casa principal. Lá fomos colocados em cadeiras e amarrados com os braços para trás. Um dos caras da um soco em Heitor do nada.

— Seu babaca. — ele fala e sai. Olho para Heitor que está com a boca sangrando.

— Porque você fez isso? — pergunto.

— Me diga porque eu não faria? — ele devolve a pergunta. Fica um cara na porta, olho para ele, Heitor também, depois ele olha para os lados.

— Tinha que ter pensado na Isa simples assim. — ele me olha e ri.

— Você não perde esse seu jeito mesmo, acha que não precisa de ninguém. Você sempre está certa. — olho para ele, suas palavras me machucam e eu nem sei porque. O cara da porta nos olha.

— Porque está falando assim? Só porque não quis ouvir você a dois anos atrás? — ele ri e isso me irrita. — Você é um babaca!

— Eu sou um babaca agora? — César entra no barracão.

— Fico muito feliz por estar dando a vocês essa oportunidade de se acertarem. — ele dá uma risada debochada. — Pena que não vai servir para nada. — ele chuta a cadeira onde Heitor está sentado. — Você não vai sair daqui vivo. — eu olho para ele horrorizada com o que escuto, mas Heitor não parece ligar. — Você eu vou deixar viva porque afinal eu gostava da Luciana e em memória do que tivemos, vou poupar você. — ele vira para Heitor. — Você não, vai para vala. — fico desesperada com suas palavras.

—Você não pode fazer isso. — falo.

— Não só posso como vou. — ele sai e fala para o cara da porta. — Estamos indo no horário combinado você faz o que tem que fazer. — ele olha para nós e sai.

— Mas que merda. — xingo.

— Não perdeu essa mania? — Heitor me questiona.

— Você ouviu o que ele falou, e está preocupado com o merda que eu falei? — ele não me dá atenção está olhando tudo em volta, vê alguma coisa no chão. Me olha, e quando vai falar algo, um outro cara entra no galpão e olha para Heitor.

— Então foi você que matou meu primo. — ele vai até Heitor é bate nele. Eu grito de desespero, ele não liga e começa a bater mais. Eu fecho meus olhos, não querendo ver isso. Escuto vozes se afastando, abro meus olhos e vejo que eles foram embora e Heitor está desacordado.

— Heitor? — chamo, mas ele não responde.

As horas passam vejo que começa a escurecer. Heitor começa a resmungar e levanta a cabeça.

— Graças a Deus você está vivo. — eu falo. — Você está bem?

— Estou ótimo, não vê. — ele se remexe na cadeira. — Preciso sair daqui.

— Fique a vontade. — ele me olha e vejo como seu rosto está machucado. — Você está sangrando. — ele revira os olhos. — Seu grosso. — ele olha para os lados de novo.

—Começa a brigar comigo. — pede e eu não entendo.

— Por quê? Não fiz isso a dois anos atrás, não vou fazer agora.

— Me xinga, coloca pra fora tudo o que você queria falar nesse tempo. —olho para ele sem entender. — Vai Jéssica.

— Você é um safado. — falo para ele. — Sem vergonha, você me enganou, mentiu.

— Não menti, omiti. — ele se defende. Dou de ombros, e ele olha para o cara na porta.

— Que seja, não faz diferença para mim. — ele balança a cabeça e abaixa.

— Sim você tem razão. — ele fala. — E se soubesse como eu não me arrependo. — ele fala e meu coração aperta. — Você nunca passou de mais uma, só para passar o tempo. — olho com raiva. Sinto toda a raiva que guardei esses dois anos voltar com tudo.

— Eu te mato. — dou um chute com toda minha força em suas pernas, ele cai com cadeira e tudo. A careta de dor que ele está fazendo diminui a raiva que sinto. — Espero que esteja doendo muito seu filho da mãe. — estou com tanta raiva dele que continuo chutando ele.

— Pode parar. — ele fala se remexendo.

— Eu nem comecei, sorte sua de eu estar amarrada se não, não ia sobrar nem um pedacinho de você seu escroto. — o cara da porta vem para perto.

— Cala boca vagabunda. — ele me dá um tapa. — O chefe falou para não te matar, mas não falou que não era para tocar em você. — olho assustada para ele e começo a chutar ele também. — É assim mesmo que eu gosto arredia. — fico desesperada e olho para Heitor que olha sério.

O cara pega meu cabelo com força e puxa tentando me dar um beijo. Eu fecho meus olhos temendo o que pode acontecer, e começo a me debater como posso. Acho que só agora minha ficha cai sobre tudo que está acontecendo.

— Tire as mãos dela. — Heitor fala, abro meus olhos e vejo ele se levantando e dando um soco no cara que cai, sem esperar, mas logo se levanta e os dois começam a brigar.

— Seu filho da puta, eu vou matar você. — o cara fala. Eles se debatem, caem no chão vejo o homem pegar uma arma na cintura.

— A arma Heitor, ele pegou a arma. — tudo acontece muito rápido eles rolam no chão de novo e escuto um disparo e logo depois outro.

Os dois param de se mexer e meu desespero aumenta e eu começo a chorar. Heitor começa a se mexer e levanta jogando o cara para o lado. Vejo sua respiração pesada. Ele vai até um armário e procura algo. Eu estou tremendo só agora percebo. Ele corta as cordas que me prendem e me puxa pelo braço.

— Vamos. — ele olha tudo antes de sair. — Temos que ir por trás, vamos entrar na mata. — ele volta e pega a arma que está no chão.

— Como você se soltou das cordas? — pergunto curiosa.

— Tinha um caco de vidro no chão, quando você me derrubou eu peguei, vamos antes que apareça alguém.

— Como pela mata, não seria mais fácil pela estrada?

— Aqueles carros podem voltar, não vamos arriscar. — ele me puxa pela mão e saímos pelos fundos do sítio.

A mata é fechada, e tenho dificuldades para andar mesmo Heitor indo na frente, mas mesmo assim é difícil. Depois de um tempo caminhando ele para em uma arvore e olha para cima.

— E pra onde vamos?

—Bem lá na frente tem um rio e depois tem uma pequena cabana abandona.

— Como você sabe?

— Costumo acampar nessa área. — ele fala voltando a andar.

— Não sabia que você gostava de acampar.

— Você não sabe muitas coisas sobre minha vida Jéssica. —ele me olha. — Mas vamos ter tempo para colocar o papo em dia. — ele fala sorrindo.

— E quem disse que quero saber? Só quero sair daqui. — ele me olha concordando e vejo que feri seus sentimentos. Bem vindo ao clube.

Continua andando, olho para cima está ficando escuro. Depois de um tempo andando já está escuro e frio, muito frio na verdade, estou tremendo. Chegamos ao rio.

— Não é muito fundo. — ele comenta me olhando. — Vem sobe nas minhas costas, para você não molhar as roupas. —Eu faço o que ele fala.

Segurando minhas pernas ele começa a atravessar. Em um trecho fica mais fundo e molho meus pés.

— Ah. A água está congelando Heitor, como você consegue?

— Quer trocar?

— Idiota. — falo. — Você acha que aconteceu alguma coisa com os outros?

—Eu espero que não.

Chegando do outro lado ele me põe no chão. E voltamos a andar quase não enxergo nada. Mas ele vai mata adentro sem hesitar. Depois de um tempo chegamos a tal cabana que ele falou.

— Você chamar isso de cabana é elogio hein. — falo rindo ele abre a porta.

— Da próxima vez reservo um hotel cinco estrelas. — eu entro. — Pelo menos vai nos proteger dos animais, e do extremo frio.

— Quem falou que vai ter próxima vez? — ele não fala nada, só fecha a porta e começa a tirar a roupa. Eu desvio o olhar.

— Não tem nada de comida. — ele fala.

— Eu não estou com fome. — eu falo.

— Isso é uma novidade para mim. — acabo rindo do seu comentário.

Me, viro e ele está sentado quando tira a camisa vejo um machucado, na altura da cintura. Vou até ele.

— Você está ferido? — pergunto tocando o local.

— Ele me acertou um tiro. — ele fala tirando minha mão de sua barriga.

— E só agora você fala isso Heitor? — olho tudo em volta. — Aí meu Deus, não tem nada aqui, e você ainda me carregou no ombro.

— Calma Jéssica, foi de raspão. — eu ando pelo local, para ver o que encontro. Passo a mão no que parece um cobertor ou um pano grande. Pego e estico no chão.

— Deita aqui. — vou até ele e puxo pela mão. — Vai Heitor, deita você tem evitar movimentos para não aumentar o sangramento. — Ele faz o que peço com dificuldade. — Você está com muita dor?

— Não só estou com muito frio. — ele deita coloco a minha mão no local onde foi atingido e vejo se há profundidade, não dá pra ver nada direito, temos somente a luz da lua que entra pelas frestas. Realmente não parece grave. — E aí doutora, vou sobreviver?

— Não sou médica. — retruco.

— Mas é filha de um. — olho para ele.

— Você está tremendo, tem que tirar o restante da roupa molhada senão você vai morrer de frio. — Pego outras coisas e coloco atrás da sua cabeça para fazer tipo um travesseiro. — Heitor?

— Oi. — ele responde quase sem voz.

— Você não para de tremer estou ficando preocupada, você pode entrar em hipotermia. — eu abro sua calça e puxo pelas pernas, ele geme. Esfrego suas pernas para aquecer. — Heitor? — ele não me responde.

Meu Deus o que eu faço. Preciso aquecer ele. Retiro minhas roupas e deito ao seu lado, já ouvi muito meu pai falar que calor humano é a melhor maneira de evitar uma hipotermia.

— Por favor não morre. — falo abraçando seu corpo.

— Não vai fazer diferença para você. — ele fala baixo. — Você já me apagou da sua vida.

— Você ainda está vivo, por que não me respondeu? — vou me levantar, ele me segura.

— Só fica aqui assim, se eu morrer morro feliz. — tenho vontade de bater pelas bobagens que ele está falando.

— Cala boca você não vai morrer. — ele não responde mais nada, fica quieto. Á todo momento eu coloco minha mão abaixo do seu nariz para ver se está respirando. Depois de um tempo eu também fico cansada e me entrego ao sono.

Heitor

Antes mesmo de acordar eu sinto o calor do seu corpo. Meu Deus como eu sonhei com isso durante esses dois anos. Abro meus olhos, e vejo que ainda está escuro, e ela dorme profundamente. Sinto sua respiração no meu peito me trazendo inúmeras lembranças.

Eu me mexo e saio do seu abraço. Preciso urinar. Levanto e vou para fora da cabana, faço o que tenho que fazer. Quando volto, ao abrir a porta, a luz do luar entra, e a vejo serena dormindo. Encosto a porta e volto para fora.

Esfrego meu cabelo pensando em tudo que aconteceu. Como será que estão todos? Em pensamento espero que todos estejam bem. Tenho que confiar no treinamento deles. Volto a pensar em Jéssica e a forma como ela me tratou desde que voltou. Sempre hostil.

Em nenhum momento ela demonstrou algum interesse em saber, ou perguntou algo. Escuto barulho atrás de onde estou e logo ela para ao meu lado. Eu estou somente de cueca e ela também está de roupa intima, mas não olho para ela.

— Heitor sobre hoje. Sobre o que aconteceu, não quero que você entenda nada errado. — eu balanço a cabeça.

— Não se preocupa Jéssica, é só meu trabalho. — falo e ela abraça o próprio corpo. — Não teve nada haver com você, ou nós. — passo a mão nos cabelos, sentindo o peito arder.

— Você está querendo me ferir? — acabo rindo sem vontade.

— Não, somente querendo me proteger. — falo voltando para dentro. — Melhor entrar, ainda vai demorar a amanhecer. — ela entra sem falar nada. Eu volto a deitar, mas diferente de antes eu fico de costas para ela. — Deita assim um esquenta o outro, não vou encostar em você.

Demora um pouco para que eu a sinta as minhas costas. E estando eu acordado e sabendo que Jéssica está atrás de mim, eu não consigo evitar coisas naturais, como uma ereção ao sentir sua pele tocar a minha. Fecho meus olhos, e procuro não pensar em nada, procuro não pensar nela. Quando acordo novamente vejo alguns raios indicando que o dia está amanhecendo. E diferente de como fui dormir agora eu estava de barriga para cima e ela está abraçada a mim.

Não consigo resistir ao cheiro de sua pele, e beijo sua cabeça. Ela se remexe me abraçando mais, e sua perna esbarra em meu membro que está rijo. Sinto-o pulsar com o toque. Aquela velha e conhecida dor, volta a martelar em meu peito.

— Eu pensei que iria te perder ontem. — ela fala baixo o que me assusta, pensei que ela estava dormindo. Engulo em seco. — Senti algo tão desesperador, que não sei nem explicar. — ela continua. — O que é estranho.

— Não é estranho, eu sinto esse desespero todos os dias quando acordo e vejo que tudo, não era um sonho, e eu realmente perdi você. — o que eu falo faz ela levantar a cabeça e me olhar. — Eu só queria ter tido a oportunidade de me explicar, Jéssica. — fecho os olhos e coloco o braço livre em cima deles.

— Eu... — ela começa a falar, mas nesse momento começo a escutar vozes do lado de fora.

Me, levanto com tudo e faço sinal para ela ficar quieta. Pego a arma e vou para perto da porta olhar pela fresta.

— Veste a roupa. — falo baixo. Ela rapidamente coloca as roupas e joga minha calça, também coloco.

Escuto as vozes mais perto. Quando alguém surge em meu campo de visão, vejo que são os policiais.

— Heitor? — ouço a voz do Dom. Abro a porta sentindo alivio por serem eles. — Porra mano, você está bem? — ele olha para minha barriga. — Caralho você foi alvejado.

— Foi de raspão. — falo e nesse momento Jéssica sai e todos olham para ela, inclusive eu. Nossos olhares se cruzam, enquanto uma policial lhe empresta o agasalho, desvio o olhar e volto minha atenção para os policiais.

— Me faça um resumo enquanto voltamos. — peço a Dom.

Quem leu, deve estar notando as mudanças...

São pequenas, mas necessárias. 

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