CAPÍTULO 27
ACERTO DE CONTAS
Heitor
Depois que José Alceu ligou. Fui até o quarto e coloquei uma calça. Dei uma olhada em Jéssica que continua a dormir. Fui para a sala tentando me distrair com algo na TV, mas não consegui. Deixei meus pensamentos voarem livre por minha cabeça. Tentando entender tudo que vem acontecendo em minha vida. A chegada de Jéssica em um momento onde eu havia me fechado para o mundo.
A maneira como a conheci. Dou risada relembrando o seu jeito, quando peguei ela me olhando. Ficou toda sem graça. Foi tudo muito intenso desde o começo. De uma maneira que até eu me perdi no meio dissotudo.
Escuto barulho de moto do lado de fora, vou até a porta. Assim que abro vejo José tirar o capacete. Faço sinal para que entre. Vamos até a sala.
- Sente-se. - aponto um dos sofás. - O que você queria me falar? - ele me olha e olha para o restante da casa.
- Jéssica? - pergunta cauteloso.
- Está dormindo. -vou até o bar pegar uma bebida. - Quer beber alguma coisa ?
- Não obrigado, não sei se a Jéssica lhe contou sobre como a Sílvia tem a tratado. - olho para ele, sem entender.
- Não necessariamente em detalhes. - vou até o sofá e me sento. - Comentou que a Sílvia não gosta dela, porquê? Você está sabendo de algo? -ele esfrega as duas mãos na perna.
- Não vim dar uma de futriqueiro, mas depois do que aconteceu eu realmente fiquei preocupado. - ele se remexe no lugar.
- Fale o que você sabe. - ele me olhou, concordando.
- Não foi a primeira vez que eu presenciei algo entre as duas e sempre a Sílvia tem se mostrado violenta e agressiva. - coloco o copo na mesa.
- Me conte em detalhes, parece que você sabe muito mais que eu. - e então ele me contou tudo que sabe desde o dia do churrasco. Me levanto e ando pela sala.
- Como eu não soube disso? - pergunto em voz alta, mas a pergunta não é para ele e sim pra mim mesmo. - E você acredita que ela possa ter feito isso? - ele me olha com as mãos cruzadas sobre os joelhos.
- Não ficaria surpreso se fosse, ela já deixou claro que não gosta nem um pouco da Jéssica, como lhe falei se eu não tivesse entrado na sua sala ontem ela teria partido pra cima com tudo. - me levanto e coloco o copo no bar.
- Certo agradeço por me contar. -volto até o sofá. -Vou tomar providências sobre isso, mas que fique assim como se eu não soubesse de nada. - ele concorda.
- Não acredito que ela tenha deixado as digitais, se foi realmente ela, por enquanto é uma hipótese. - penso em tudo.
- De qualquer maneira teria que ser feito a perícia. - passo as mãos no cabelo. - Quando teremos o resultado?
- Creio que amanhã ou no máximo depois de amanhã.
Depois de termos acertado tudo, para o próximo dia. Ele foi embora e eu fui para o sofá. Tentando entender tudo.
Em um momento escuto choro, grito, levanto rápido e vejo que estou na sala. Merda deveria ter ido para o quarto, assim não teria cochilado no sofá. Escuto mais um grito, saio correndo em direção ao quarto. Jéssica se debate na cama, está sonhando ou tendo um pesadelo. Seguro em seus braços.
- Jéssica acorde. - tenho que fazer força. - Jéssica sou eu Heitor. - ela chora.
- Me solta! - ela grita entre as lágrimas, subo na cama e sento em suas pernas para fazê-la para de se debater, seguro seus braços ao lado do seu corpo.
- Acorde meu amor sou eu Heitor. - abaixo minha cabeça e beijo sua boca ela acaba me mordendo. -Aii caralho. - falo alto me afastando e passo a língua no lábio onde ela mordeu.
Não sei se minha voz ou o ato dela, mas ela acorda assustada.
- Calma Jéssica sou eu está tudo bem. - sua respiração está acelerada, a ajudo se sentar, ela faz uma careta.
- Foi um sonho? - ela me pergunta é eu a abraço.
- Um pesadelo. - beijo sua nuca. - Mas já passou. - faço carinho em seus cabelos. - Se lembrou de alguma coisa?
- Tinha um homem me batendo. - ela passa a mão até sua boca onde está com a marca. - Me xingava falava que era porque você matou o irmão dele. -presto atenção ao detalhe que os dois serem irmãos.
- Ele falou mais alguma coisa? - ela balança a cabeça negativamente.
- Não lembro de mais nada, eu estava desesperada. - a abraço.
- Esqueça tudo tá bom, venha vamos deitar. - me deito e a puxo para deitar no meu peito. - Você vai lembrar. - beijo sua cabeça, a abraço e faço carinho em seu braço. Não demora a ela voltar a dormir. E eu também me entrego ao cansaço.
No dia seguinte ficou tudo mais ou menos como antes. Jéssica tomava os remédios e logo dormia. Eu resolvi algumas coisas por telefone. Alceu me ligou avisando que os resultados chegariam no outro dia. Não tive mais notícias da Sílvia. Mas sempre foi assim ela nunca se meteu em minha vida antes, ou eu que não percebia.
Jéssica passou maior parte do dia dormindo e agora a noite a ajudei a tomar um banho. Comeu e logo dormiu novamente, se o médico não tivesse avisado sobre o remédio eu estaria preocupado. Estou verificando meus e-mails quando meu celular toca. Pego e olho o número. Atendo por necessidade.
- Boa noite mãe. - falo e ela logo da uma risadinha sem graça.
- Como sempre eu tenho que ligar. - ela reclama.
- Estou tendo uma semana ocupada. - me justifico.
- Como sempre não é mesmo Heitor? Bom que seja, liguei para saber se virá amanhã? - me lembro de ter dito que iria.
- Não vou poder ir nessa semana. - me recosto no sofá. - Vou ver se consigo ir semana que vem. - ela ri.
- O que está acontecendo com você meu filho? Você nunca foi assim tão relapso com sua família.
- Quando eu for aí conversamos mãe. - aperto meus olhos cansado tenho que abrir o jogo para todos, mas primeiro tenho que conversar com Jéssica.
- Você tem falado com a Isa pelo menos? - me lembro da nossa última conversa. E não quero entrar nesse assunto.
- Mãe eu realmente tenho que ir.
- Você não está me dando alternativas Heitor. - ela fala.
- Alternativas de que mãe? Estamos falando da minha vida, quem decide o que e onde, sou eu, já estou bem grande se não percebeu agora realmente tenho que ir, boa noite. - desligo já irritado com a situação.
Sempre pensei em todos primeiro e deixei minha vida de lado. Agora não, eu preciso pensar em mim, tenho a chance nas minhas mãos de ser feliz, não novamente, porque antes eu achava que era feliz, agora tenho certeza. Saio dos meus pensamentos quando sinto mãos em meus cabelos.
- A quanto tempo está aí? - ela ri no meu pescoço.
- A tempo suficiente pra ver você olhando pro nada. - ela dá a volta no sofá e senta-se no meu colo. - Porque não está na cama?
- Estava resolvendo algumas coisas. - aponto para o notebook na mesinha. - E você como está?
- Cansada de ficar deitada. - dou risada. - Nunca imaginei que diria isso. - passo meus dedos em seus cabelos e ela fecha os olhos.
- Está doendo? - pergunto.
- Não eu gosto de sentir seu toque. -ela deita o rosto na minha mão. - Estou com saudades dos seus toques. - me olha com luxúria nos olhos.
- Jéssica! - falo em tom de alerta. - Você está com o corpo todo dolorido, não posso fazer isso. - ela se aninha mais em mim e fala no meu ouvido.
- Por favor depois do sonho que tive, só lembro disso me faça esquecer Heitor. - sinto meu coração aumentar as batidas, o sangue circular mais rápido por minhas veias. Ela lambe e morde meu pescoço.
- Jéssica. - falo a repreendendo, mas estou tentando me convenser de não fazer isso. Ela passa a mão por minha ereção e dá uma leve prescionada
- Eu preciso de você. - meu Deus isso só pode ser provação. - É só você ser cuidadoso. - me beija na orelha. - Eu sei que você pode ser. - segura meus cabelos e me beija de leve nos lábios, se afasta um pouco. - Machucou o seu lábio? - me lembro da mordida que ela me deu na noite passada.
- Foi uma gata brava. - ela me olha com cara feia, começo a rir. - Foi você ontem Jéssica, teve um pesadelo não lembra? - ela concorda com a cabeça. - Fui tentar te acordar com um beijo e você me mordeu.
- Me desculpe - me beija. - Não lembro. - seguro seu rosto e olho nos seus olhos.
- Não tem que se desculpar minha linda. - beijo sua boca com delicadeza. - Não quero fazer isso agora Jéssica, não com você assim. - passo meus dedos por seu rosto. - Vamos esperar mais um pouco. - ela se esfrega mais em mim.
- Por favor, eu estou ficando louca Heitor. - vejo a sinceridade em seus olhos. - Preciso sentir seus toques, quero me lembrar disso. - seguro seu queixo olho em seus olhos.
- Você vai ter que me dizer se sentir alguma coisa. - ela rapidamente concorda. -Você tá me saindo uma bela encomenda. - seguro suas pernas e me levanto com ela no colo.
Vamos para o quarto, a coloco na cama. Fico olhando para ela enquanto retiro minhas roupas, Jéssica me olha com desejo. Vou até ela e retiro sua camiseta vejo no seu abdômen as marcas roxas. Vou com meus lábios até cada uma delas e beijo. Como um pedido silencioso de desculpas, por não ter impedido que ela passasse por isso.
Chego a seus seios. Faço leves carícias com a língua e escuto seus gemidos. Vou até sua boca e beijo. Ela segura meus cabelos e puxa, isso me deixa doido, mas não posso extravasar minha vontade. Abro mais suas pernas com as minhas e levo meu membro até sua entrada. Sinto o calor dos seus lábios vaginais. Preciso de todo meu auto controle para não ser bruto. A penetro com cuidado.
- Ah... Heitor. - ela geme, eu me sinto completamente domado. - Como eu amo isso. - beijo seu pescoço e falo ao seu ouvido.
- Eu também minha linda. - e assim de uma maneira calma e lenta a amo.
Apoiado com os cotovelos para não colocar meu peso em cima dela, invisto nas estocadas. Logo sinto ela me apertar e sei que está pronta para gozar.
- Quero que sempre se lembre disso. - ela me olha sem entender seus olhos estão pesados com a luxúria. - Eu amo você Jéssica, de todas as maneiras e formas, independente de qualquer coisa eu te amo. - acabo de falar e ela se entrega ao orgasmo, e logo eu também me entrego.
Sinto todos os meu músculos teso. Minha respiração está pesada, deito ao seu lado. A puxo para mim.
- Você está bem? - pergunto, e ela me olha, abraça meu peito solta sua respiração.
- Melhor impossível. - fecha os olhos e se entrega ao cansaço. Eu a abraço, e assim ficamos logo sinto que ela dorme pesado. Eu procuro também descansar.
No dia seguinte saí para resolver algumas coisas. Cléia e Luciana ficaram com Jéssica. Ela já está muito melhor, quase não sente dores no corpo só não conseguiu se lembrar dos fatos com clareza. Chegando a delegacia recebo de José Alceu os resultados da perícia na cela.
- Você já olhou? - ele concorda com a cabeça, jogo os papéis na mesa. -Então?
- Realmente há digitais dela, mas também há de outros funcionários. E na arma somente a do detido ou defunto agora. - penso em tudo, mas independente de ter provas eu preciso tomar providências.
- Certo, ela está de serviços hoje?
- Não amanhã sim.
- Ótimo. - passo a mão no meu rosto. - Amanhã eu resolvo tudo isso, provavelmente vou me ausentar o dia de amanhã. - ele concorda. - Mas quero discrição total.
Depois de ter em mente o que fazer trabalhei o resto do dia. Adiantei os trabalhos e resolvi algumas coisas pendentes. Chegando em casa, vejo o carro que aluguei para Dom, me dou conta que não tive notícias dele hoje. Assim que abro a porta, escuto as risadas das três. Vou até a sala e estão todos assistindo alguma coisa na TV.
- Boa noite. - falo e todos me respondem, vou em direção a Jéssica que está meio que deitada no sofá. - Como você está?
- Com saudades. - beijo seus lábios.
- Ótimo começou a melação. - escuto Dom reclamando, pego uma das almofadas e sento no chão.
- Fica aí olhando quem sabe você aprende alguma coisa. - falo rindo, pois sei que ele se gaba por não se prender a mulher alguma.
- Aprender? Com você? - ele cai na gargalhada. - Mas nem fodendo, esqueceu que sou eu que te ensinei. - viro para Jéssica ao sentir seus dedos em meus cabelos.
- Já comeu? - pergunto, ela nega com a cabeça, me levanto e bato no ombro do Dom. - Vem me ajudar, vou ensinar a você como tratar bem uma mulher com comida. - dou risada da cara que ele faz e vou para cozinha, ele nem se levantou. - Dom. - ele me olha balançando a cabeça, mas vem.
Assim que ele entra na cozinha falo logo, baixo.
- Saíram os resultados da perícia. - ele entende minha necessidade de chamá-lo e se aproxima. - Tinha as digitais dela, mas também a de outros funcionários.
- Mas as delas não eram para estar lá, não cabe a ela esse tipo de serviço. - ele fala pensativo.
- Eu sei, mas pode alegar muitas coisas. - pego o telefone para pedir alguma comida pronta.
- E o que você vai fazer?
- Amanhã vou tomar providência, para mim já deu. - ele concorda com a cabeça. - A quanto tempo você está aqui? - ele me olha e dá um leve sorriso.
- Tá com ciúmes? - ele pergunta rindo.
- Seu rabo, quero saber se ela não se lembrou de mais nada. - digito o número de uma pizzaria.
- Faz um tempo que estou aqui, tinha marcado de olhar uma casa com a morena, mas ela deixou para amanhã não quiz deixar elas sozinhas, mas se lembrou não comentou comigo
- E você se acertou com Cléia? - ele me olha fazendo uma careta.
- Só estou fazendo um favor. - agora sou eu que dou risada
- Conheço bem seus tipos de favores. - a atendente atende eu faço os pedidos das pizzas e outras coisas.
Voltamos para a sala e eu pergunto o que vamos assistir. Todos me olham e dão risadas, não entendo. Olho para Jéssica que está rindo também. Até Dom se manifestar.
- Não se preocupe não vamos assistir o guarda costas. - e então todos caem novamente na gargalhada, olho para Jéssica.
- Era disso que vocês estavam rindo quando cheguei? - todos concordam, balanço minha cabeça sei que virei piada.
Mas logo o assunto é esquecido, as pizzas chegam e todos comemos e temos uma noite agradável. Dom levou as meninas embora. Eu e Jéssica tomamos banho e fomos dormir ela estava cansada pois passou o dia mais acordada e ainda está tomando os remédios.
No dia seguinte saio cedo e deixo Jéssica na casa dela. Pois vou passar o dia quase todo fora e lá com as amigas sei que estará melhor.
Jéssica
Heitor me deixou em casa. Luciana passou uma maquiagem em mim para esconder um pouco da marca em minha boca. Ela teria que ir até o restaurante de seus pais, e não quis me deixar em casa sozinha. Cléia saiu com Dom. Agora todos acham que virei uma inválida. Quando chegamos lá Tia não estava, tinha ido fazer umas compras. Achei melhor assim, não quero que eles saibam apesar de eu mesma não saber direito.
Enquanto Luciana foi resolver o que precisava eu fui até a praia. Sentei em uma pequena duna e deixei o vento batendo no meu rosto. Olhando para o mar a minha frente. Fechei meus olhos, e fiquei sentindo o vento bagunçar meus cabelos, fiquei lá. Sentia minhas forças renovadas a cada sopro que sentia entrar por minhas narinas.
Escutei de longe o latido de um cachorro, não abri meus olhos, mas veio a minha mente a imagem de Zeus. Dei risada comigo mesma. Aquele cachorro era uma figura, logo veio a imagem da Sílvia.
- Ai, mas nem nos pensamentos essa praga me deixa em paz! - logo que eu falo isso vejo um embaralho de imagens na minha cabeça.
Mas tudo se encaixa como um quebra cabeça. Lembro de quando cheguei na delegacia com Heitor, dela entrando na sala, da nossa discussão, de José Alceu a impedindo de me bater, dela me observando na cozinha e um estalo se dá em minha cabeça.
- Foi ela? - sinto uma vontade de vomitar ao lembrar de tudo. As imagens do meu agressor dele me fazendo refém. - Meu Deus eu poderia ter morrido. - minha respiração está acelerada, sinto meus músculos tremerem. - Para mim já deu, ela vai ter o que merece. - me levanto e vou para o restaurante. Vejo Luciana e falo que tenho que ir pra casa.
- Eu vou com você. - ela fala.
- Não precisa Lu, eu estou bem. - falo abrindo meus braços. - Veja eu só tenho que fazer uma coisa. - ela me olha desconfiada.
- Não sei porque eu não acredito em você. - reviro meus olhos. - Mas tudo bem você está mesmo bem e eu tenho umas coisas pra resolver, mas me garanta que qualquer coisa você me liga? - garanto a ela, me despeço e vou para casa.
Bom, casa não seria realmente para onde estou indo. Assim que o táxi para em frente a delegacia, sinto meus músculos tremerem. Não estive aqui desde o dia em que tudo aconteceu.
Empurro essas lembranças profundo da minha mente. Agora não é hora para chorar e sim fazer algo que a tempo era para ter feito. Saio do carro e entro. Logo quando entro vejo o atendente me olhar de um jeito diferente. Ele logo fala.
- O Dr. não está. - olho para ele e dou meu melhor sorriso.
- Oi eu sei, só vim buscar uma coisa que esqueci na sala dele. - ele me dá um sorrisinho e o telefone toca agradeço seja lá quem for.
Faço sinal para ele que vou subir, ele concorda. Subo as escadas de dois em dois degraus. Se era para mim estar sentindo dor, não sei só sei que não sinto nenhum dos meus músculos.
Não sei onde é a sala dela, sempre encontro com ela pelos corredores ou na sala de Heitor. Passo por duas salas e nada, passo pela sala de Heitor, a qual está com a porta fechada. Logo mais a frente só tem uma sala com a porta aberta e ali que acho meu alvo. Está concentrada no que está fazendo. Eu entro e fecho a porta ela não me olha só responde.
- Alceu já falei agora não dá tenho que terminar isso aqui é importante.
- Também vim resolver algo importante. - falo e ela me olha. - Oi Silvia. - ela me olha e dá um sorrisinho cínico.
- Ora ora vejamos quem resolveu aparecer. - ela vira a cadeira e se levanta, devagar como se para me impressionar ou intimidar. - A que devo a sua ilustre visita? - ela vem em minha direção, como ela está de salto e eu de tênis ela está relativamente um pouco mais alta.
- Vim resolver algo que deixamos pendente da última vez que nos encontramos. - falo numa naturalidade e tranquilidade que não estou sentindo no momento.
Ela para na minha frente, me olha e pensa.
- Você não se lembra? - pergunto ela nega com a cabeça. - É isso aqui! - falo e acerto um tapa na sua cara com toda minha força. Ela se assusta e quase caí. - Não era isso que você queria? Então agora vamos acertar nossas contas. - falo e vou para cima dela.
Não enxergo nada na minha frente, acerto outros tapas ela tenta se defender mas tropeça e cai e eu não penso duas vezes vou para cima dela. Sento em cima de suas pernas ela tenta me bater, mas eu a peguei desprevenida está em desvantagem.
- Você poderia ter me matado sua vaca. - eu falo desferindo tapas ela tenta me acertar, não consegue estou em cima dela ela puxa meu cabelo, mas não tem força suficiente, acerto ela novamente.
- Sua louca. - ela grita. - Sai de cima de mim sua vagabunda. - eu não ligo e continuo a bater.
- Eu deveria ter feito isso a muito tempo para você aprender a me respeitar sua cadela vadia. - vejo sua boca suja de sangue, mas eu não paro toda a minha raiva acumulada por tudo que ela me fez vem como um furacão dentro de mim.
Ela grita eu falo alto.
- Eu não fiz nada para você porque você me odeia? - eu pergunto.
Vejo movimentação ao meu lado, mas eu não consigo parar, até que sinto braços me puxarem eu ainda tento acertar mais. Mas sou retirada de cima dela. Eu a olho toda descabelada e sangrando. Minha respiração está acelerada parece que tudo que eu vivi nos últimos dias vem como uma enxurrada e eu só tenho vontade de chorar e é o que eu faço.
- Nunca mais se aproxime de mim entendeu?
- Meu Deus vocês não podem se encontrar sem que algo aconteça. - não olho, mas sei que é José Alceu. - Você está bem? - ele me pergunta. Concordo com a cabeça, mas não consigo parar de chorar.
- Você só pode estar brincando. - Silvia fala para ele. - Ela me ataca olha meu estado e você pergunta para ela se está tudo bem? - ela se levanta passando a mão pela boca que está cortada olho para minhas mãos estão sujas de sangue passo na minha calça para limpar. - Eu vou processar você. - ela me fala.
Sinto vontade de ir para cima dela de novo, mas José me segura.
- Você não vai processar ninguém. - escuto Heitor falar e olho para trás, ele está fechando a porta. - Pode soltar ela. - ele aponta para mim, José me solta, e vou até ele.
- Pode ter certeza que vou Heitor. - Silvia fala desafiando ele. - Vou colocar um belo processo no rabo da sua queridinha e você não vai poder fazer nada. - Heitor segura meus ombros e me olha.
- Vai para minha sala e me espera lá. - ele fala e eu saio quando chego a porta escuto ela falar.
- Não adianta Heitor você não tem argumentos para me convencer do contrário. - saio e bato a porta e entro na sua sala.
Minha primeira atitude e ir lavar minhas mãos.
Heitor
Quando entro na sala de onde vem os gritos, não me impressiono ao ver Jéssica sendo segurada por José Alceu e Silvia se levantando em um estado deplorável. Depois de Jéssica sair olho para Silvia a minha frente.
- Você não vai processá-la. - falo ela ri. - Pego os papéis que estou segurando e jogo em sua mesa. - Você tem a opção de escolher para onde vai ou se escolher processar Jéssica você vai enfrentar um processo interno, tenho suas digitais na cela até você conseguir provar que não tem nada haver com isso você vai perder seus direitos, será afastada, você escolhe. - o que eu falo a faz parar de rir ela me olha séria.
- Você não pode fazer isso.
- Não só posso como já fiz. - cruzo meus braços olho para José Alceu. - Nos de licença. - ele concorda e sai. - Você acha mesmo que você faria algo contra minha mulher e eu não faria nada? - ela ri e ri muito.
- Faça me rir Heitor, sua mulher? Tem certeza? Pelo que sei sua mulher está no Rio de janeiro sendo enganada por você, que não é a única não é mesmo? - suas palavras não me atingem.
- Você não sabe nada da minha vida Silvia. - ela vem até mim.
- Sei mais do que a sua tal mulher. - e fala fazendo sinal de aspas com os dedos e dá risada. - Quero ver o que ela vai fazer quando descobrir que você é casado e tem uma filha.
- O que ela vai fazer não é da sua conta, você nem vai estar aqui para ver, vai estar bem longe. - ela segura meus braços.
- Onde foi que nos perdemos? me fala Heitor porque você não consegue me ver? - solto suas mãos de mim.
- Nós não nos perdemos Silvia, porque nós nunca tivemos nada além da amizade que você acabou de destruir. - dou uns passos para trás. Ela me olha com lágrimas nos olhos.
- Você não poderia fazer isso comigo, não por causa dela, quando você veio para cá, imaginei que você tivesse uma chance de me ver, ver o que sinto por você. - a olho e agora sou eu quem dá uma risada.
- E aí não teria problema de eu ser casado? Olha Silvia eu sempre fui muito sincero com você, nunca dei vazão a nenhuma de suas tentativas você sabe disso. - ela abaixa os olhos e limpa com a mão as lágrimas que caem.
- Eu pensei que com o tempo você me veria e sei lá, eu amo você Heitor. - balanço minha cabeça negativamente. - Você poderia me dar uma chance. - seguro em seus braços e a olho nos olhos.
- Não se trata de dar uma chance Silvia a gente não escolhe quem ama. - ela tenta me agarrar. - Não Silvia. - falo mais alto. - O que está feito, está feito agora cada um arca com as consequências dos seus atos, vou passar em casa e pegar minhas coisas você fica com a casa enquanto resolve tudo. - ela abaixa a cabeça, eu a solto e vou em direção a porta. - Vou pedir para o José Alceu te levar no pronto socorro para dar uma olhada nesses machucados.
- Não precisa, não quero mais nada da sua parte. - eu simplesmente saio.
Não quero esticar mais essa conversa, está feito e está feito. Entro na minha sala e vejo Jéssica sentada no sofá com a cabeça baixa.
- Você está bem? - ela concorda com a cabeça mas não levanta. - Pelo que vi você lembrou de tudo? - ela novamente concorda com a cabeça. - E perdeu a língua nesse processo? - ela levanta e rosto vejo que está chorando, vou até ela e sento ao seu lado a puxo para se sentar no meu colo. - Pronto agora passou, você lembrou você se vingou, agora é recomeçar, esqueça a Sílvia. - seguro seu rosto e a faço me olhar.
- Não estou orgulhosa do que fiz. - coloco um dedo nos seus lábios.
- Esqueça tudo vamos para casa. - ela concorda e eu dou um beijo na sua boca. - Estava com saudades dessa boca. - ela ri.
-Não está bravo comigo?
- Adiantaria alguma coisa se eu estivesse? - ela nega com a cabeça. - Então vamos esquecer isso, estou até disposto a assistir aquele filme que você gosta hoje.
Ela ri eu a levanto e saímos pela porta lateral. Amanhã termino de resolver o que preciso antes de conversar com ela, e contar toda a verdade.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro