CAPÍTULO 14
AS HORAS QUE NÃO PASSAM
Jéssica
Olhando pela janela vejo o cair da noite, Heitor está com os outros trabalhando, não só no meu caso e sim em vários porque hoje o dia foi corrido, estão para fazer uma apreensão de drogas. Busco em minha mente, onde eu possa ter errado para estar sendo punida, mas não consigo lembrar de nada. Não sou santa, mas sempre procurei ser uma pessoa justa, mas enfim eu continuo confiando em Deus.
Escuto barulho na frente da porta, e logo ela é aberta, então Luciana entra com Heitor. Corro de encontro a minha amiga, que me abraça.
— Oh amiga não fica assim, eu sei que vai dar tudo certo. — ela se afasta para olhar melhor para mim. — É bom eu mesma não encontrar com ele, senão o bonitão aqui vai ter que cuidar de mais um caso, só que de homicídio. — ela fala apontando para Heitor, e eu dou risada, mas ciente de que ela está falando sério.
— Não nada disso, você tem que cuidar da Tia, e como ela está?
— Está muito melhor já está até brigando com painho. — ela ri e vamos nos sentar no sofá, e Heitor vai até sua mesa. — Mas falando sério amiga como você está? — segura em minha mão, e sentir o conforto dela é muito bom e importante.
— Agora estou bem, mas fiquei muito assustada logo de cara. — olho para Heitor que está concentrado no que está fazendo. — Ele fez toda diferença, cuidou muito bem de mim. — ela olha para ele, e depois olha para mim.
— E que diferença né amiga? — damos risada. — Bom trouxe tudo o que você me pediu, eu queria colocar umas coisinhas a mais, só que quando você me falou que iria precisar de absorvente, eu até desanimei. — é isso mesmo com tudo o que aconteceu, acabou que desceu para mim, acho que por conta do nervoso, sorte que eu sempre tenho um de reserva na bolsa.
— Você desanimou por não poder enfeitar minha mala ou porque não vai ser tia? — pergunto, ela me olha de maneira terna.
— Oh amiga. — responde olhando para Heitor. — Na verdade eu até já estava gostando da idéia. — da de ombros.
— Você é impossível Lu.
Nesse momento entra três policiais vestidos com uma roupa preta, com coletes a prova de balas, todos armados.
— Chefe tudo pronto. — um deles fala com Heitor, que se levanta vai até um armário, retira duas armas.
Coloca uma arma nas costas a outra num coldre segura o colete nas mãos vem até mim.
— Vou dar uma saída, volto logo. — olho para ele, sinto meu coração bate forte apreensiva com sua saída, ele abaixa-se segura na minha perna mas fala com Luciana. — Você está com pressa?
— Não. — ela rapidamente responde.
— Faça companhia para sua amiga, eu não demoro. — me dá um beijo rápido nos lábios. —Depois nós vamos para casa, se quiser andar um pouco, sem problemas, mas não saia de dentro da delegacia entendeu? — confirmo com a cabeça. Olho para Luciana, que está com um sorrisinho no rosto.
Falando isso ele se levanta e sai, vejo Luciana acompanhar com os olhos um dos policiais que também a olhou de uma maneira até obscena. Espero ela votar a terra, e quando vira-se para mim, estou com as sombrancelhas levantadas.
— Puta merda, Jéssica você nem me falou que tinha uns gatos aqui, sempre quando penso em policiais logo me vem uma enorme barriga, um bigode fedorento de cigarro. — dou risada do seu comentário. — E aí aquele moreno tá livre?
— Se for José Alceu, creio que sim a última vez que o vi, ele estava com um travesti. — começo a rir com a cara de que ela faz.
— Você está tirando uma com a minha cara né sua vaca?
— Na verdade sim e não. — ela franze a testa. — Sim tô tirando uma da sua cara, e não, ele realmente estava com um travesti, mas foi uma brincadeira dos policiais daqui, ele é novato e fizeram um trote com ele. — vejo o semblante dela mudar.
— Nossa já estava imaginando o desperdício que seria.
— Mas e o César? Já acabou?
— Não, mas sei lá ele é muito estranho, está comigo, mas é como se não estivesse, fica sempre muito pensativo.
— Pode ser por conta do trabalho, não?
— Na verdade nem sei no que ele trabalha, já perguntei, mas ele acaba mudando de assunto. — da de ombros. — Já desisti de saber.
Colocamos nossas conversas em dia, fazia tempo que não conversávamos tanto, demorou umas duas horas até Heitor voltar quando ele entrou na sala senti um alívio enorme dentro do peito. Agora ele está terminando algumas coisas, Luciana já foi e fiquei de ligar para ela duas vezes por dia no mínimo.
Pedi para não comentar com seus pais por enquanto, de qualquer forma vou estar com Heitor nesse fim de semana, que de um todo, não é mentira.
Agora olhando para ele me vem a mente se isso não irá prejudica ele em nada? Como se soubesse que estou pensando nele ele me olha, dou um sorrisinho sem graça por ter sido pega no flagra.
Ele faz sinal com o dedo para ir até ele. Me levanto e vou, e sento em seu colo.
— Porque você está com essa carinha?
— Eu estava pensando, isso não vai te prejudicar? Não quero trazer problemas pra você . — ele passa a mão no meu rosto e dá um sorriso.
— É bom saber que você se preocupa comigo, mas não vai trazer problemas nenhum. — ele cheira meu pescoço.
— Mas aquele policial falou que você não está acima da lei. — ele beija abaixo da minha orelha.
— Sim, não estou, a diferença é que sei usá-la a meu favor. — da de ombros. — Não estou fazendo nada ilegal se é isso que está passando pela sua cabeça
— Na verdade não está passando nada na minha cabeça, só não quero trazer problemas.
—Não se preocupa com isso, sei o que estou fazendo. — me abraça, dá uma olhada no relógio. — Daqui a pouco vamos sair, estou só esperando uma equipe que está na rua. — concordo com ele.
Seguro seu rosto e beijo seus lábios, ele corresponde segurando meus cabelos na nuca. Ficamos assim nos beijando. Eu ainda estou sentindo o efeito do estresse em meu sistema nervoso, sinto como se eu estivesse amortecida.
Se passou uma hora, e estamos descendo as escadas laterais da sala de Heitor, tem três carros estacionados, duas viaturas e o carro de Heitor todos com vidros totalmente escuros. Entramos em seu carro e saímos.
Pela direção que estamos indo, acho que vamos para sua casa. O pior vai ser encontrar com a Silvia.
Depois de uns minutos chegamos a sua casa. Quando saímos do carro ele pega minha mala, e me leva direto para o quarto colocando minhas coisas numa cadeira.
— Fique a vontade tome um banho se quiser dormir sei lá. — vem até mim, que estou realmente precisando de um banho. — Ainda tenho que resolver algumas coisas. — eu o abraço.
— Tudo bem vou tomar um banho. — ele beija o topo da minha cabeça e levanta meu rosto olha nos meus olhos.
— Já volto. —me beija e sai.
Olho para o quarto dele, pensei em voltar em sua casa, mas nunca nessa situação. Pego minhas coisas e vou para o banheiro, ligo a ducha e deixo água quente cair sobre meu corpo.
HEITOR
Saio do quarto deixando Jéssica sozinha, eu gostaria de ficar mais tenho coisas a resolver. Vou para cozinha ver se tem alguma coisa que Rosana possa ter deixado pronto.
Estou mexendo na geladeira quando vejo Silvia chegar. Ela entra pela cozinha batendo a porta.
— Posso saber porque você mudou meu plantão? —olho para ela.
— Porque eu posso. —volto a mexer na geladeira.
— Porque você pode? Não acredito tudo isso é por conta daquela. —fecho a geladeira de uma vez, e a encaro.
— Não ouse abrir sua boca pra falar mais um "a" dela ENTENDEU Silvia. —falo auterando a voz. Por um instante achei que ela iria se calar. — Já aguentei demais essa sua implicância com a Jéssica.
— Ela já fez sua cabeça contra mim eu sabia. — será que realmente ela não vê.
— Não, ela não fez é você quem faz, ela não perde o tempo falando de você isso mostra o caráter dela, ao contrário de você que não perde a oportunidade de apontar defeitos que ela não tem. — falo com um ar cansado. — Mesmo que tivesse cada um, isso não mudaria o que eu sinto por ela.
— Você está cego só pode, onde já se viu arriscar sua carreira por conta dela. — olho bem para ela, para que ela entenda suas próprias palavras.
— Já fiz o mesmo, por muito menos. — vejo seus olhos arregalados. —Não estou jogando nada na sua cara.
— Pois não é o que parece. — ela segura sua bolsa me sinto um pouco mal por isso, mas ela tem que entender de uma vez.
— Fiz o que fiz por uma questão de caráter, sempre deixei isso claro a você. — ela abaixa a cabeça. — Nunca houve nenhum tipo de sentimento que não fosse a amizade da minha parte, e você sabe. — ela me olha com lágrimas escorrendo pelo rosto.
— Tudo bem você é o chefe você quer que eu trabalhe agora de noite tudo bem, você quer a casa só p ara vocês, sem problemas. — sinto a mágoa nas suas palavras.
—Só quero um pouco de paz. — ela me olha e sai, não gosto dessa situação, mas no momento tenho coisas mais importantes para me preocupar.
Coloco uma macarronada no forno pra esquentar. Volto para o quarto e escuto o barrulho do chuveiro, entro no banheiro e vejo ela sentada no chão do box chorando. Sinto meu peito doer ao ver ela dessa maneira sei que ela não tem noção do que eu já sei sobre sua vida, de tudo que ela já passou. Tiro meu celular e carteira dos bolsos e entro no box com roupa e tudo, sento ao seu lado e a puxo para o meu colo. É a única coisa que eu posso fazer no momento.
JÉSSICA
Depois que Heitor voltou para o banheiro, ficamos sentados por um longo tempo. Depois ele tirou a roupa e tomou banho junto comigo. Eu fiquei sentada só olhando ele tomar banho. Não sei se por conta do stress do dia, mas eu não senti desejo ao vê-lo nú. Estou muito cansada.
Nos vestimos e descemos bem na hora que o forno apitou. Ele nos serviu, eu até consegui comer um pouco. Agora estou deitada no sofá tentando prestar atenção no filme que passa, mas não consigo. Heitor está no escritório com os outros policiais estão trabalhando. Só não posso falar que estou sozinha, porque meu fiel escudeiro está deitado nos meus pés. Isso seria trágico se não fosse cômico.
Não encontrei com a Silvia, também nem perguntei, vai que isso chama e ela aparece. Quero distância, só isso. Olho para o Zeus.
— Que coisa. — ele me olha e vem para perto da minha mão, e faço carinho na sua cabeça. — Você é um carinha tão legal, e ainda dizem que o cão puxa o dono, ainda bem que não é seu caso. — ele deita.
Ficamos assim por não sei quanto tempo, mas agora sinto braços me pegando. Estou tão cansada que não consigo abrir meus olhos. Só me agarro a ele, cheiro seu pescoço, sentindo seu perfume.
HEITOR
Ao entrar na sala e me deparar com a cena dela dormindo com Zeus. Dou risada comigo mesmo.
Levei Jéssica para o quarto fiquei uns minutos com ela até que dormisse pesado novamente, voltei para o escritório, assim que entro Léo me questiona.
—Dr. não está difícil de provar que isso foi intensional da parte dele, é só acompanhar o histórico. — ele me mostra umas folhas. — Consegui umas cópias da última auditoria que teve tem menos de dois meses, aqui fica provado que nenhum funcionário tem acesso a esse tipo de documento.
— Mas para isso o processo precisa correr, não quero que ela passe por isso. — ele me olha com um sorriso de canto.
— Necessariamente ele não precisa saber que não demos entrada, montamos toda papelada, ela só passa a ter validade com a sua assinatura e dele que é o acusador, usamos estes documentos para forçar ele a retirar a queixa. — olho e começo a entender sua linha de raciocínio.
— Não faço acordo com esse tipo de gente Léo. — ele continua me olhando com aquele sorrisinho de sacana.
— Gravamos tudo e jogamos a federal em cima dele. — analiso as possibilidades. — Quando ele perceber a bomba já será tarde.
Penso em tudo, não podemos deixar uma brecha para erro. Mas pode dar certo, o importante é ele retirar a queixa, assim não tenho que dar entrada com processo contra Jéssica. Todos estão me olhando com expectativa.
—Vamos preparar a dinamite para enfiar no rabo desse filho da puta!
Depois de termos adiantado toda papelada demos um tempo, o dia estava quase amanhecendo quando eles foram embora. Ao entrar no quarto vejo Jéssica dormindo tão serena, tão diferente de como estava durante o dia de ontem. Eu as vezes me assusto com a intensidade do que sinto por ela. Preciso conversar com ela, explicar minha situação, mas o quanto mais a conheço mais difícil fica.
Deito ao seu lado e a puxo para meus braços. Sentir seu corpo quente era só o que precisava, fecho meus olhos e deixo a exaustão do dia e noite chegar.
JÉSSICA
Antes de abrir os olhos eu já o sinto. Seus braços e pernas estão em cima de mim. Me vem a mente o dia anterior, o que teria sido de mim se não fosse por ele? Sinto meu peito ficar apertado. Lembro dele me torturando para admitir que o amava, meu Deus claro que eu o amo, não agora por causa do que ele está fazendo, mas sim antes só não conseguia enxergar isso. Sempre a maneira que ele me olhava a dor que eu sentia não era de dúvidas e sim de certeza.
Me viro para olhar em seu rosto. Olhando para ele dormindo lembro das vezes em que fiz ele ficar nervoso dou risada ao lembrar.
— Do que você está rindo? Espero que não seja de mim. — ele me pergunta virando de barriga para cima me puxando para seu peito. Sua voz rouca me causa um arrepio.
—Nem um pouco. — passo meus dedos em seu peito brinco com seus mamilos, vejo ele se arrepiar. — Só estava pensando.
— Não sei se gosto de você pensando. — me levanto apoiando em seu peito.
— Como assim? — ele ri.
— Você sempre fica em dúvidas quando pensa. — coloca o outro braço em baixo da cabeça. — Prefiro você assim, aqui sem pensar. — não acreditando no que ele falou fico calada, ele me olha e ri. — Tá vendo você fica linda assim. — mostro a língua para ele. — Só estou brincando, mas tenho medo dos seus pensamentos.
— Medo? porque?
— Vai que você chega a conclusão que sou muito velho para você. — agora ele não está mais rindo, vejo que realmente está falando sério sinto um aperto no peito.
— A conclusão que cheguei é que eu amo você. — falo e ele me olha.
— Ama nada, tive que arrancar isso de você a força. — dou um beliscão no seu peito fazendo ele gemer.
— Você teve que arrancar de mim, num momento que eu não queria confessar é diferente. — ele se vira para mim, me dá um beijo rápido.
— Então me mostre o quanto você me ama, prepara um café da manhã porque eu to quebrado vou dormir um pouco mais. — falando isso ele me beija mais uma vez, e vira para o lado.
Se não soubesse que está brincando ficaria até magoada com seu pouco interesse pelo que falei. Não me abalo com isso, vou para o banheiro faço minha higiene pessoal e saio, indo para cozinha preparar um belo cafe.
Passo pela sala vejo no relógio que já são quase 11: 00 da manhã. Nossa dormi tanto que nem percebi, mas estava precisando mesmo. Chego na cozinha vejo pela janela Zeus na grama pegando sol. Vou ver o que tem na geladeira. Vejo tudo para fazer uma omelete e suco.
Olho na bancada ele tem aquelas máquina de cafe, mas não quero café isso vai fazer meu cérebro voltar a funcionar e não quero.
Faço a omelete, arrumo tudo numa bandeja coloco umas frutas, suco e claro um belo copo de leite com Nescau, meu Deus eu preciso me acostumar com isso. Dou risada sozinha.
— É tem que caprichar mesmo, pelo que ele está fazendo por você isso é muito pouco. — sinto os pelos do meu corpo arrepiar ao ouvir o som da voz dela, calma Jéssica, calma Jéssica. Falo mentalmente para mim mesma. — Mas ele também não merece tanto.
— O que ele merece ou não, não cabe a você decidir. — me viro e a vejo encostada na porta. — Olha Silvia, não estou aqui porque quero, não quero arrumar confusão, mas também não viu engolir grosserias de você. — ela me olha e ri.
— Você engana ele com essa sua conversa de menina doce, mas a mim não, conheço o seu tipo. — ela se aproxima de mim, nesse momento Zeus entra pela passagem de cachorro e fica olhando.
Me distraio com o cachorro e não percebo quando ela segura uma mecha do meu cabelo, quando noto minha reação é somente uma, pego um dos copos de suco e jogo na cara dela, ela grita com o susto.
— Que bom que você conhece meu tipo então mantenha distância e fica tudo certo, já te falei para não encostar em mim, tenho tido paciência com você por conta da amizade que ele tem por você. — por conta do susto que ela levou Zeus está latindo para ela pego a bandeja e saio, quando chego a porta me viro e vejo Zeus vindo comigo. — Pelo visto não é só Heitor que eu engano com meu jeitinho de menina doce — dou uma piscada e saio com Zeus ao meu encalço.
Subo as escadas com meu coração batendo forte olho para ocachorro ao meu lado.
—Você também em amiguinho. — dou risada ele dá voltas em torno de mim.
Abro a porta e entramos, depois dessa não posso fechar a porta na cara dele. Vejo Heitor sair do banheiro, me olha e vem na minha direção.
— Está vendo como te amo olha preparei seu leite com Nescau. — falo rindo, ele pega o copo e toma tudo de uma vez.
Coloco a bandeja na cama, olho para ele e dou um sorriso, mordendo meu lábio inferior para não rir mais, me lembrando da cena lá em baixo.
— O que vocês andaram aprontando? — começo a dar risada, mas faço cara de indignada.
— E porque você acha que aprontei alguma coisa? — ele me olha sério.
— Quando você fica com esse sorrisinho eu sei que você aprontou algo. — caio na gargalhada, com seu raciocínio, meu Deus sou tão óbvia assim?
— Pode perguntar para o Zeus. - aponto para o cachorro, que abana o rabo. — Ele até me ajudou lá em baixo né amigo.
Tomamos café e ficamos na cama até dar fome novamente. Ele pediu comida, eu liguei para Luciana como combinado. Não vi mais a Silvia, estou agora sentada na beira piscina vendo Heitor nadar e já perdi as contas de quantas voltas ele deu.
Não quero nadar porque estou com um pouco de cólica. Meus pensamentos a todo momento se volta para minha situação. Heitor me falou que não é tudo isso que eu pensei, que mesmo com processo correndo não seria presa de imediato teria que haver uma investigação para apurar os fatos.
Que sou ré primária e outras coisas. Que não deveria ter ficado tão nervosa. É fácil para ele falar que entende disso.
Mas ele me disse que virou uma questão pessoal com ele. E é disso que eu tenho medo.
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