CAPÍTULO 13
AS LÁGRIMAS QUE CAEM
Jéssica
Entramos em sua sala, e assim que ele fecha a porta, eu o abraço, soltando tudo que segurei durante o tempo que os policiais chegaram lá.
— Calma Jéssica. — passa as mãos nas minhas costas, e eu só consigo chorar.
Ele me leva até o sofá, ficamos ali até eu conseguir parar de chorar, me sentindo mais calma.
— Eu não sei o que aconteceu, eu juro Heitor, nunca peguei nem uma bala que não fosse minha. — ele me abraça novamente beija minha cabeça.
— Eu sei, fica calma, daqui a pouco vamos saber de tudo. — assim que ele fala isso, alguém bate a porta. Ele se levanta, abrindo a porta e vejo José Alceu.
Heitor da passagem para que ele entre. Eles vão até a mesa, Heitor começa analisar os papéis, esfrego meu rosto.
Heitor faz um sinal para alguma coisa na folha mostrando a José Alceu.
— Dr. já tomei a liberdade, e já puxei capivara, está aqui. — ele entrega uma outra folha para Heitor, que analisa tudo.
— Sua assinatura é registrada Jéssica? — Olho para ele confusa. — Verifica essa assinatura, para ontem Alceu.
— Sim senhor. — ele sai da sala com as folhas e Heitor me olha.
Está sério, ele empurra sua cadeira e vem até mim. Senta-se ao meu lado.
— Quem é Eduardo Ferraz, Jéssica? — ele me olha e eu não entendo. — Ele quem está te acusando. — fico de boca aberta.
— É um dos sócios de uma construtora, que tem parceria com a empresa que eu trabalho. — ele continua me olhando.
— Quem é Eduardo Ferraz para você Jéssica? Quem ele é diante da sociedade eu sei, quero saber o que ele é pra você. — respiro fundo, abaixo minha cabeça.
— Nós já fomos, cuncunhado desde essa época ele fica me assediando. — olho para ele. — Mas eu nunca dei atenção para ele, Eduardo é casado com a irmã de um ex namorado, que eu tive com 16 anos. — ele me olha. Continuo a contar. — Ele tinha ido embora, não havia me procurado mais, até essa semana que deu as caras novamente.
— Porque, não me falou quando ele voltou? — perguntou.
— Não sei, não queria arrumar confusão, sei lá Heitor. — seguro minha cabeça nas mãos, sinto ele me abraçar.
— Vamos resolver isso. — ele fala.
— Mas afinal, do que estão me acusando? — olho psra ele.
— Artigo 171, estelionato, fraude é a mesma coisa. — ele se levanta e vai até sua mesa pega uma folha volta e me entrega. — Você assinou isso? — olho para folha.
Meu Deus!
É a minha assinatura. Não preciso nem responder, minha cara já deu a resposta a ele, nesse momento José Alceu entra.
— Dr. é autêntica. — ele olha para mim, volta sua atenção a Heitor.
— Você falou que ele tem parceria nos negócios com a empresa que você trabalha?
— Sim, eu não sei direito qual é a associação entre eles.
— Você assina alguma coisa?
— Não, eu não assino nada lá.
— Como ele conseguiu sua assinatura? - me lembro das flores, foi a única coisa que eu assinei ultimamente.
— Eu assinei ontem uma entrega de flores. — eles me olham. — Eu até pensei que fosse você que tivesse mandado, mas quando o Ferraz chegou veio falar comigo e jogou na minha cara. — lembro do termo que ele usou. "Dando pro delegado" mas não vou falar isso. — Pelo modo como ele falou, sobre eu estar com você, vi que tinha sido ele.
— As flores eram pra você? —Heitor me pergunta em voz baixa, confirmo com a cabeça, ele chuta a cadeira.— E o que mais ele falou?
— Me ameaçou. — agora sou eu que respondo em voz baixa ele volta a chutar a cadeira, me assusto com sua agressividade.
— Puta que pariu Jéssica, você recebe flores de um outro homem é ameaçada e não me fala nada? — Fala num tom alto, passando as mãos no cabelo.
— Como eu ia imaginar, as flores eram iguais a aquela que você me deu naquela noite. — falo me sentando no sofá e volto a chorar. — Eu até liguei aqui para falar com você, mas você estava ocupado e não podia me atender, não tinha nenhum cartão nas flores, não tinha como ter certeza.
— Você ligou aqui e não me passaram a ligação? — ele me pergunta, faço que sim com a cabeça. — Quem atendeu? Você perguntou, você se identificou?
— Sim, me identifiquei, e quem atendeu foi a Silvia, falou que você estava ocupado e não poderia me atender. — ele não escuta mais nada e sai batendo a porta.
Olho para José Alceu, que está parado no mesmo lugar, desde a hora que entrou.
— Eu não acredito nisso. — falo mais para mim mesma do que para ele.
— Tudo vai se ajeitar, tenha calma. — ele fala e sai, calma tem sido a palavra chave desses últimos dias.
Não tenho noção do tempo que se passou, estou sentada no mesmo lugar. Começo a pensar na minha situação se eu realmente for presa? Meu Deus Tia já está ruim da pressão, não posso deixar que ela saiba de nada por enquanto.
De repente a porta é aberta e Heitor entra, fico olhando para ele, analisando se ainda está puto. Ele me olha, respirando fundo e vem até mim.
Senta-se ao meu lado, me puxa para ele. Como é bom sentir seu calor a sensação que tenho é que estou onde deveria estar. Por um momento achei ter perdido tudo isso. Sentindo a dor no meu peito começo a chorar novamente.
— Tudo vai ficar bem, eu te garanto. —
Ele me abraça é tão bom sentir ele aqui comigo, choro tudo que tinha acumulado, que sinto meus olhos pesados.
HEITOR
Depois de deixar Jéssica chorar bastante, sinto sua respiração pesada sei que ela dormiu. Coloco ela cuidadosamente, no sofá para que não acorde. A cubro com uma manta.
Vou até minha mesa e faço um rápido raciocínio. Pego telefone.
— Venha até minha sala, traga o Roriz também. — desligo.
Esse filho da puta vai ver com quem tá mexendo. Passa uns minutos eles entram faço sinal, para que falem baixo, sentam-se a frente.
— O que nós já temos? — pergunto, José Alceu me entrega uma folha.
— Infelizmente a assinatura é incontestável, temos que procurar uma ponta solta. — Alceu responde. — Quanto tempo temos até ter que dar entrada no processo?
— Algumas horas, mas sendo que se trata de uma sexta feira, posso só dar entrada na segunda. — respondo a sua pergunta tentando fazer um rápido raciocínio lógico, para nem precisar sujar seu nome com algum processo.
— Dr. pelo que sondei o cara é metido com política, aqui entre nós ele deve ter o rabo preso, como também questões fiscais. — Léo comenta tendo razão.
— Só que tudo é uma questão de tempo, temos o fim de semana para achar qualquer coisa, você achou o rapaz da entrega? — pergunto me lembrando.
— Ainda não foi localizado, mas tem dois na cola dele, mas Dr o cara não ia ser burro de ele mesmo contratar o cara, deve ter sido outro.
— As vezes não Alceu, o cara está com orgulho ferido, isso cega e faz o cara meter os pés pelas mãos.
— O problema, é que ela não pode ser vista saindo daqui. — olho para Ricardo e entendo sua linha de raciocínio, ele dá de ombros.
Não vou deixar ela dormir aqui até tudo isso se resolver.
— Quem vai estar no plantão hoje a noite?
— Otávio e Zé Carlos. — Ricardo responde.
— Ótimo assim que chegarem mandem vir falar comigo. — me volto para Léo.
— Chama teu primo da federal, veja o que ele pode arrumar do filho da puta. — ele concorda com a cabeça e sai.
Esse tal de Eduardo vai se arrepender de ter se metido comigo. Preciso tomar algo para dor de cabeça. Procuro na gaveta e vejo uma foto de Jéssica que tirei sem ela perceber volto minha atenção para ela dormindo no sofá. Olho no relógio já é quase hora do almoço.
— Me arruma o telefone do restaurante que vocês pedem comida. — eles me olham sem entender talvez minha mudança de assunto. — Ela vai acordar com fome. — nem sei porque justifiquei.
Eles se olham e entendem, depois de pedir a comida, voltamos ao trabalho coloquei eles para analisar alguns documentos encontrados sobre esse tal Ferraz, pelo visto processo nas costas dele não falta. Léo entra trazendo mais alguns. Começamos a montar uma estratégia.
JÉSSICA
Escuto vozes, abro meus olhos, e vejo Heitor em sua mesa com três homens, a sua frente. Me sento arrumando meus cabelos. Escuto um deles falarem.
— Dr. pelo que já sondei, o x vai ser a lavagem de dinheiro, esse negócio dele é só fachada. — Preciso usar o banheiro, me levanto, olho para eles. Heitor olha para mim, e vou pro banheiro.
Depois de usar e lavar minhas mãos lavo meu rosto. Fico um tempo parada olhando para o espelho, minha cara está inchada, meus olhos vermelhos.
Quando saio os outros não estão mais, só está Heitor que vem na minha direção.
— Como você esta?
— Me sentindo atropelada por um caminhão. — ele ri.
— Já está melhorando, vem vamos comer. — não vou conseguir estou enjoada.
— Não vou comer. — ele me olha sério. — Estou meio enjoada. — ele me abraça.
— Não se preocupe é só uma questão de tempo, para que eu possa resolver. —sinto aquela pressão no meu peito de novo.
Nos sentamos no sofá e reparo que tem umas vasilhas de comidas, nem reparei nisso quando acordei. Mesmo ele insistindo quase não comi nada tudo parecia ter pedra e areia no meio. Só consegui tomar suco.
Estou deitada no sofa com a cabeça em seu colo, aproveitando os carinhos que ele faz com uma das mãos, já que a outra ele está usando para mexer no notebook que está ao seu lado.
— Se fosse para ficar presa assim eu até que iria querer prisão perpétua. — ele ri, bate na minha bunda.
— Você já falou com sua amiga? — meu Deus esqueçi de avisar Luciana.
— Não eu esqueci completamente. — me levanto do seu colo. — Estou com receio por causa de Tia, que já está ruim por causa da pressão. — ele concorda com a cabeça.
— Mas ligue para ela, peça para te fazer uma pequena mala com tudo que você possa precisar por dois dias. — meu Deus vou ficar presa mesmo?
Meus olhos enchem de lágrimas novamente.
— Porque está chorando de novo?
— Eu vou ter que ficar presa mesmo? — ele me olha segura meu rosto, limpa as lágrimas dos meus olhos e me beija sinto o gosto das lágrimas nos nossos lábios.
— Sim você vai ficar presa sim. — fala se afastando um pouco pra olhar em meus olhos. — Comigo, pelo fim de semana sem direito a fiança. — dou risada de suas palavras, mas é impossível conseguir me fazer parar de chorar.
— Estou falando sério Heitor.
— Eu também.
*Ele volta a me beijar, e sentir seus lábios é como ver um oásis em pleno deserto, parecia ser a única fonte de vida.
***
Nota de esclarecimento
*Quando escrevi esse livro, não imaginava que iria escrever uma série sobre Árabes.... essa referência ficaria bem melhor lá 😁😅
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