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CAPÍTULO 1

Olá pessoas lindas, voltamos a origem onde tudo começou... 

Essa foi minha primeira estória aqui no app, e eu escrevi pelo celular, sem nenhuma regra e sem nenhuma pretenção de que iria ter o alcance que teve... confesso que tinha uma meta sim, minha meta era alcançar 5 k de visualizações com a história completa.... 

Eu só tenho a agradecer, primeiramente a Deus e depois a cada um de vcs que lêem e divulgam... MEU MUITO OBRIGADA! 

Quem já conhece esse casal pode matar a saudade deles, e quem não conhece espero que goste, e que Heitor e Jéssica possam ganhar um lugarzinho dentro de vcs... 

Meus personagens não seguem o politicamente correto, são inspirados em pessoas normais e reais que não escondem quem são, mas tem seus medos e anseios, erram como nós. Aprendem com seus erros, buscam a felicidade e o amor verdadeiro. 

E, a amizade é algo muito importante e evidente nessa história, não somente aqui, mas para mim na vida real, e isso é o que eu passo de mim para eles, amigos são anjos emprestados por Deus. Quem tem Deus no céu e um bom amigo na terra, tem tudo. 

Bjos, boa leitura...

JÉSSICA

— Jéssica já está de saída? — viro ao ouvir a voz de Ariane, e a vejo vindo em minha direção. Paro antes de chegar a saída.

— Sim. Não vejo a hora de chegar em casa, e tomar um banho, esses dias tem sido bem puxado. — ela revira os olhos.

— Nossa nem parece que você tem 24 anos e está solteira, nunca sai, sempre prefere ficar em casa. — agora é minha vez de revirar os olhos.

— Não basta Luciana agora você também vai pegar no meu pé por conta disso? — pego meus óculos de sol, na bolsa e os coloco assim que chegamos a calçada. — E eu prefiro descansar, foram dias tensos, aqui.— ela me olha compreendendo o meu argumento.

— Tá bom então, cada um tem seu jeito, eu relaxo saindo com as amigas. — ela dá de ombros. — Até amanhã Jéssica. — Nos despedimos.

— Até.

Saio andando pela calçada indo em direção ao restaurante dos pais da Luciana. Lu e eu, dividimos uma casa no centro da cidade o que facilita por ser perto de tudo, inclusive do meu trabalho, posso circular pela cidade a pé, já que não sei dirigir, e não tenho carro. Mesmo estando cansada após um dia cansativo de trabalho, prefiro passar no restaurante, se ela já estiver livre, poderemos ir embora juntas, e curtir uma noite de amigas.

Romero e dona Lurdes, os pais de Luciana, que eu chamo carinhosamente de tios, possuem esse restaurante a beira mar, muito movimentado diga-se de passagem, e sempre estão precisando de uma ajuda. Eu sempre acabo fazendo um extra, nos meus dias de folga e fins de semana, quando precisam. Não que eu ganhe pouco, meu salário é muito bom, trabalho como assistente administrativa de uma grande empresa na cidade. Mas acabo ajudando porque eles precisam, e todo dinheiro é bem vindo.

Assim que chego ao local, vejo uma movimentação diferente. Percebo ser uma briga entre um clientes. Vejo tio Romero intervir, e por instinto vou em sua direção temendo por ele. Acabei presenciando e testemunhando toda a confusão. Um casal que bebeu além da conta, e o homem acabou tentando agredir a moça, que até então não sei o que ela é dele. Eles discutiam e pouco pude entender. Com a chegada da polícia militar, eles foram embora após a moça prestar queixa.

— Que maneira épica de acabar meu dia. — falo rindo da situação junto com Luciana, que me abraça enquanto seguimos em direção ao estacionamento.

— E quem falou que acabou? — olho assustada para ela que logo ri. — Tem uma panela de brigadeiro te esperando, em casa fiz antes de vir para cá. — suspiro aliviada e abraço sua cintura apertando.

— Agora sim você está falando minha língua. — não tem maneira melhor de terminar o dia, com uma panela de brigadeiro e algum filme romântico.

— Ah Jéssica, é fácil te agradar. — rimos as duas.

Uma semana, após aquele incidente que ocorreu no restaurante, eu seguia minha vida pacata, do trabalho pra casa de casa pro trabalho, até receber uma intimação para comparecer a delegacia. Além dos meus próprios problemas, ainda tenho que me preocupar com os dos outros. Notifiquei meu chefe, que precisaria chegar mais tarde no dia seguinte por conta da intimação.

No dia seguinte, chego no horário marcado. Fui encaminhada para a sala do responsável pelo processo. A delegacia é um prédio de dois andares. As salas não são grandes, os móveis simples, e a movimentação é grande, um vai e vem de pessoas, e assuntos diferentes.

— Bom dia, Jéssica Sampaio? — um homem segurando algumas folhas nas mãos, me pergunta assim que entra na sala que estou.

— Sim. — respondo. Ele sorri e senta-se, começando a digitar.

— Bom você sabe no que consiste sua presença aqui? — concordo com a cabeça.

— Sim eu sei, fui ajudar um casal que nem sei se é casal mesmo, e acabei aqui.— o sorriso dele se amplia com o que eu falo.

— Pode ficar despreocupada, é só me contar o que você sabe, acredito que isso não vai passar daqui. — estranho seu comentário, mas me abstenho de qualquer outra pergunta.

Sentada, em um sofá desconfortável vou contando tudo que sei, ele segue digitando meu depoimento, lendo em voz alta tudo que está escrevendo. Reparo no ambiente a minha volta. Poderia ser um pouquinho melhor, se não tivesse tanto cheiro de tabaco na sala. Pelo menos a porta está aberta, permitindo que o ar circule e me dando a visão da sala da frente que está vazia.

Escuto vozes de outras pessoas falando, risadas. De repente vejo uma movimentação no corredor, um casal conversando, ou discutindo de maneira discreta. O homem está de costas segurando vários papéis, conversa freneticamente com a mulher. Aparentemente está nervoso, não consigo entender o que falam, não que eu tenha tentado escutar, mas todos conversam alto as vozes se misturam.

Volto minha atenção, ao homem a minha frente, que me pergunta algo. Quando olho novamente, para os dois que estavam no corredor, vejo que agora estão na sala da frente, que estava desocupada. Ele está sentado, assinando papéis. Agora posso observá-lo melhor, e vejo que é muito mais bonito que imaginei quando o vi de costas. Se eu imaginei? Claro que sim. O desconhecido está vestindo uma camisa social preta de manga comprida, dobrada na altura dos cotovelos. Seu rosto tem traços marcantes, vejo uma leve barba por fazer, não consigo ver seus olhos, pois estão voltados para os papéis. Mas é um belo homem. E pela voz que ouvi, que homem.

—Seu endereço é esse mesmo? —Volto minha atenção ao policial a minha frente, que fala comigo. Preste atenção Jéssica.

— Sim — Respondo a ele.

Será que tudo isso é carência?

Volto minha atenção a outra sala.

A mulher já não está mais, e do nada, o bonitão levanta o olhar e me encara. Sou pega no flagra. Puta que pariu. No instante em que nossos olhares se cruzam, senti um arrepio percorrer meu corpo. Senti meu coração acelerar. Nos encaramos por um segundo, que pareceu uma eternidade. Isso me incomodou de um jeito, que acabei desviando o olhar primeiro.

Que foi isso?

Influência dos livros clichês, que eu ando lendo, só pode. Acabo rindo sozinha.

— Poderia assinar aqui? — ainda meio atordoada com o que aconteceu, ou com o que eu imaginei acontecer, levanto indo até a mesa, e o policial indica onde devo assinar.

— Sente-se só mais um minuto, vou imprimir sua cópia — Sento-me novamente.

Com medo de olhar para o belo homem da outra sala. Procuro algo para mexer para não olhar, mexi no celular, procurei algo na bolsa, mas não tive como evitar. Olhei. Ele está digitando, reparo na agilidade em que seus dedos digitam, em seu relógio, parece ter bom gosto. Então seus dedos param de digitar. Meu coração dispara.

Assim que levanto meu olhar, vejo que ele está me encarando. Desvio o olhar, e começo a mexer no celular novamente, para disfarçar é claro. Quando olho novamente, vejo que ele está recostado na cadeira, braços cruzados no peito, me encarando com um sorriso torto e convencido no rosto. Fico com raiva de mim, por ter caído na tentação de olhá-lo.

Desta vez, eu seguro o olhar o máximo que posso, seu sorriso se amplia mostrando seus dentes, num sorriso magnífico. Sinto meu coração, disparar, não sei o que faço. Mas graças a Deus, nesse momento o policial me entrega a cópia, e estou liberada. Agradeço a ele e vou em direção a porta. A mesma mulher que conversava com o dono do sorriso Colgate, entra novamente na sala, falando com ele. Mas vejo de canto do olho, que ele não desvia sua atenção. Está me olhando fixamente. Ajeito minha bolsa e saio. Assim que chego à rua sou recebida pelo mormaço da manhã. Quero acreditar que todo esse calor que estou sentindo seja culpa do mormaço.

— Meu Deus, o que foi aquilo? — Falo em voz alta, começo a rir sozinha indo em direção ao trabalho.

HEITOR

Estou tentando raciocinar o que a Sílvia me fala, mas é a mesma coisa que nada. Quem era a moça da outra sala? O que ela poderia estar fazendo aqui?

— Você está prestando atenção em mim Heitor? — levanto indo atrás de algumas respostas que já posso obter.

— Sim, estou... só um momento. — Saio da minha sala e vou até a sala do Paulo. Claro que eu não prestei atenção em nada do que ela disse.

— Bom Dr. Já que está aqui, vai assinar esses documentos agora ou deixo na sua mesa?

— Me de os documentos relacionados à moça que estava aqui.— ele me observa sem entender, mas me entrega o que pedi.

— Está aqui, não há nada de relevante nesse caso, é somente uma testemunha de uma confusão entre um casal que provavelmente amanhã a mulher virá retirar a queixa, porque a raiva já terá passado. Como sempre. — concordo com a cabeça. Infelizmente é isso que acontece a quase todos os casos de queixas que recebemos entre conjugues.

— Certo. Qualquer coisa me avise. — saio com os documentos que me interessam em mãos. O que eu realmente preciso está aqui, nome dela.

— Vamos Heitor, estão esperando você. — Silvia fala quando volto para minha sala, mas antes de colocar os papéis na mesa olho seu nome, matando minha curiosidade.

Jéssica.

Já era noite quando consegui entrar novamente em minha sala. Sento em frente ao computador e pego os papéis que me interessam, penso novamente se devo ou não fazer o que estou prestes a fazer. Isso é loucura. Mas o fato de achar tudo isso ser loucura, não é o suficiente para me impedir de digitar seu nome, e ir em busca de mais informações.

Isso é somente um mero detalhe.

Uma semana depois...

Estou sentado olhando tudo que descobri sobre Jéssica Sampaio. Não me levem a mal geralmente não faço isso, mas ela perturbou minha mente de tal maneira que há muito tempo não sentia isso.

— Bora almoçar dr. Fernandes? — Léo entra em minha sala.

— Não eu... — eis que me surge uma ideia, entre tudo que descobri sobre Jéssica, ela freqüenta em seus dias de folga, o restaurante dos pais da amiga, com quem mora. Deixei tudo isso de lado, achando essa súbita obsessão por ela meio doida, mas ela não sai dos meus pensamentos. — Bom na verdade vou sim, afinal quero experimentar a comida de um lugar que já ouvi falar.

Saio da delegacia com Leonardo e Ricardo para almoçar, mas na verdade minha fome é outra. Quero saber mais sobre Jéssica Sampaio. Logo chegamos ao local. O restaurante é grande, tem uma grande área aberta cercada por uma pequena cerca de madeira. Somente separando o ambiente interno da área de fora. Muito aconchegante e prático já que estamos na beira da praia. Olho tudo em volta e não vejo Jéssica. Bom mas hoje é sua folga segundo informações que consegui, pode ser que ela não tenha vindo hoje.

Vou até a frente do restaurante olhando o ambiente, e dou uma olhada na praia. É nesse momento que a vejo. Está deitada tomando sol. Sou chamado para sentar e propositalmente escolho uma mesa onde tenho uma visita privilegiada de todo o ambiente.

Não demora, e ela vem em direção ao restaurante e segue pela lateral, onde fica uma ducha. Esta deslumbrante, posso, dizer que seu biquíni, não ajuda muito a mudar meus pensamentos com relação a ela. Não escuto a conversa a minha frente, minha atenção está toda voltada à loira de cabelos longos, que está tirando à areia acumulada em seu corpo com a água. Conforme suas mãos deslizam por ele, eu me imagino fazendo isso no lugar dela. Sinto meu amigo aqui em baixo reagir só em imaginar.

— Entendi o que lhe trouxe aqui. — volto minha atenção a Léo que faz essa observação. Dou um sorriso mas, deixo claro minha opinião.

— Já que entendeu se abstenha de qualquer comentário. — os dois me olham sérios. Não ligo para o que vão pensar e que sim, se pensarem algo que mantenham para eles, somente. Volto minha atenção ao que me interessa.

Linda.

Ela está desatenta aos olhares que atrai. Mas não passa desapercebido por mim. Ela termina de se lavar e se enrola em uma toalha. Será que ela também sentiu algo quando nos encaramos? Será que ela teria feito o mesmo a meu respeito quando fui atrás de informações?

Pensar nela procurando algo sobre mim, me faz desviar o olhar.

Preciso conversar com ela, assim saberei onde estou pisando.

JÉSSICA

Eu estava enfrentando alguns problemas na empresa que trabalho. Mas graças a Deus, esqueceram de mim essa última semana. Como eu tenho direito a uma folga por semana fora os finais de semana que não trabalho. Então hoje eu decidi me dar esse momento de descanso. Passar a manhã tomando sol e dando uns mergulhos era o que eu precisava para renovar minhas energias.

Mas combinei de ajudar meio expediente no restaurante. E segundo meu relógio estomacal, já deve estar no horário. Junto minhas coisas e vou em direção ao chuveiro, próprio para retirar o sal e a areia antes das refeições.

Ligo o chuveiro e aproveito para lavar bem meu cabelo, costumo usar ele trançado quando trabalho aqui, e com ele molhado é mais fácil de fazer isso.

Assim que termino de me enxugar, enrolo-me na toalha e vou para o banheiro me trocar. Logo que subo as escadas, tenho uma visão do estacionamento nos fundos. E algo chama minha atenção, vejo uma viatura da polícia civil, isso faz meu coração disparar. Como se meu olhar fosse requisitado, viro lentamente para um dos canto. E sim, lá está ele, o dono do sorriso Colgate. Está me olhando fixamente, não disfarça sua cobiça, eu fico sem reação no momento. Ele está sentado em um canto onde tinha uma visão privilegiada do chuveiro onde eu estava. Quero morrer. Como não reparei antes? Está acompanhado de mais dois homens.

Saio do meu estado de torpor, e me encaminho para colocar meu uniforme. Será que ele veio aqui por minha causa? Claro que não. Como ele iria saber, isso é só uma coincidência, já que nem trabalho aqui. Assim que chego a cozinha, já trocada tia Lurdinha, vem em minha direção.

— Jéssica minha filha, por favor, minha linda leve esses pratos a mesa 15. — Quando ela fala o número, já sei onde fica. Isso só pode ser carma. Tento sair de fininho.

— Tia, não tem outra pessoa? — Espero pela resposta que quero muito ouvir, mas ao olhar para essa senhora, baixinha, que tem sido como uma mãe para mim, desde que cheguei a essa cidade, me parte o coração.

—Não... Não tia me de aqui, eu mesma levo. — Ela abre um sorriso enorme.

— Minha linda, você sabe que ocupa o outro lado do meu coração, ao lado da minha nega?

— Nossa tia e o lugar do tio fica onde? — ela sorri ainda mais, e, sei que vem bobagem.

— Oh! Minha querida pra ele deixo uma outra parte que ele gosta muito, e fica mais embaixo. — ela solta sua risada ao ver que tapo minha boca para não cair na gargalhada.

— Aí meu Deus, tia, eu não quero ouvir isso. — Pego os pratos e saio da cozinha, rindo. Me, dirijo para a tal mesa. Eles param de conversar assim que chego. O tal não para de me encarar. E eu fazendo o meu melhor estilo, não estou nem aí, evito de olhar para ele. Mas ele faz um comentário.

— Será que a comida daqui é tão boa quanto falam? — Um dos homens que estão com ele na mesa responde.

— A melhor que já comi. — Os três me olham esperando uma resposta. Olho para cada um deles, então respondo ao engraçadinho.

— Se não estiver ao seu paladar, fale com a cozinheira que é quem faz a comida. — viro para o outro que elogiou. — E você está puxando o saco da pessoa errada, eu não dou desconto!

Assim que termino de falar eles se entreolham, e caem na risada, sou presenteada com mais um dos seus sorrisos Colgate, e não posso deixar de reparar a roupa que ele está usando, uma camisa pólo preta com o emblema da polícia civil, calça jeans. Eu acabo rindo junto com eles.

— Vão beber alguma coisa?

Anoto seus pedidos, saio para ficar no caixa, que é geralmente onde fico, quando trabalho aqui. Estou perdida em meus afazeres, quando percebo que tem alguém parado a minha frente. Assim que levanto meus olhos vejo de quem se trata.

— Acho que não fomos apresentados Jéssica. — Não fomos apresentados mais ele sabe meu nome? Isso me deixa irritada.

— Não, não fomos. — Respondo olhando para ele.

— Sou Heitor.

— Prazer Heitor, bom meu nome você já sabe. — Volto minha atenção para o que eu estava fazendo, ele continua parado, e isso me causa um incomodo.

— Você não é de falar muito pelo visto? — ele continua tentando puxar assunto.

— Não, quando não quero conversar. — Falo dando um sorriso forçado. Ele solta uma risada gostosa, bate sua mão no balcão. Não entendo sua reação mas tenho que admitir gosto de ver ele sorrindo.

— É Jéssica vai ser um prazer conhecer você. Até a próxima— Não gostei da maneira como ele falou, então respondo algo.

—Talvez não tenha uma próxima. — falo discordando do que ele disse.

— Não conte com isso linda. — Fala e pisca para mim.

Então, vira-se e caminha de volta para à mesa. Fico atônita, com rumo da conversa. Linda? Fico observando ele voltar à mesa sem saber o que falar ou pensar. E mais uma vez eu me pergunto, o que foi isso?

O que mais me incomoda é o fato de ter gostado.

A semana passou sem maiores problemas. Desde aquele dia, não vi e nem ouvi mais nada sobre Heitor. E isso me causou um incomodo maior do que quando ele esteve no restaurante, não sei porque mas acho que gostei da sua presença mais do que gostaria. Gosto da sua ousadia. Estou no meio do meu expediente de trabalho, quando o telefone toca.

— Pronto. — Atendo.

— Jéssica, tem uma chamada para você na linha dois posso passar? — Fala Ariane.

— Se identificou? — Pergunto.

— Não necessariamente, só falou se tratar sobre um depoimento. — Deve ser da delegacia penso comigo e isso me faz lembrar dele. Heitor.

— Sim, pode passar — Aguardo o toque.

— Bom dia, é a senhorita Jéssica Sampaio? — seja quem for, não é ele. A voz é diferente.

— Sim, o que deseja?

— Aqui é da delegacia, onde a senhorita prestou um depoimento alguns dias atrás.

— Sim, sei sobre o que é, mas aconteceu alguma coisa?

— Sinto informar mas, faltou uma assinatura no seu depoimento, e gostaríamos que passasse aqui pela manhã se possível. — Penso no que ele disse. Bom amanhã é meu dia de folga, não teria problema, passar lá.

— Tudo bem, sem problema, a que horas?

— Pode ser depois das dez.

— Combinado, amanhã estarei aí, tenha uma boa tarde.

Desligo e fico pensando se vou encontrar com Heitor. Esse pensamento me faz sorrir. Tem algo nele que prende minha atenção, não sei se é o sorriso que achei lindo ou a maneira intensa que me olha. Aqueles olhos azuis me perturbam. A... Melhor parar de pensar nele.

No dia seguinte cheguei no horário combinado. Estou sentada na recepção, quando vejo o atendente se aproximar. Olho na cópia do meu depoimento o nome do escrivão responsável.

— Bom dia, gostaria de falar com sr. Paulo. — Ele me olha com uma expressão confusa.

— Seria só com ele? — me pergunta e eu fico confusa. — Hoje ele está de folga. — como assim?

— Mas me ligaram daqui ontem, pedindo para que eu viesse hoje, nesse horário. — Ele pede um minuto, pega o telefone discando, fala com alguém, depois de alguns minutos ele me encaminha a mesma sala que eu estive na semana passada.

— Pode ficar a vontade já vem alguém lhe atender.

— Obrigada.

E eu me sento no sofá, e a primeira coisa que eu faço é olhar para a sala onde Heitor estava, mas hoje ela está fechada. Que pena. Passado alguns minutos, eis que entra Heitor na sala. Era o que eu esperava não esperando na verdade, talvez em vê-lo. Não me, levem a mal eu ando meio confusa comigo mesmo, e vamos dizer que ele não tem ajudado muito no meu raciocínio.

— Olá Jéssica. — cumprimenta com um menear de cabeça e um sorriso.

— Olá.

— Não disse que teria uma próxima vez? — Não sei se está me perguntando ou afirmando.

— Pois é. — respondo um pouco agitada.

Ele vai até a mesa pega alguns papéis, e vira-se para mim.

— Vamos até minha sala. — Fala abrindo a porta para mim. Essa aproximação dele me perturba. Ele me perturba.

Passo por ele e fico no corredor esperando. Meu coração está acelerado com sua presença. Então ele abre a porta da outra sala. Dou uma olhada assim que entro, estou sentindo meu coração batendo no meu ouvido para ser sincera. Reparo, em uma plaquinha na mesa que está escrito DELEGADO, agora sei sua função. Ele passa por mim, vai até sua mesa e assina os papéis. Reparo que hoje ele está ainda mais bonito. Hoje, está vestindo um terno, que lhe cai muito bem, está perfeito. Ele vira-se para mim.

— Pronto agora está assinado. — Falando, isso ele vem em minha direção.

— Como? — pergunto confusa.

Estou tentando entender o que ele disse, quando percebo sua intenção, mas já é tarde de mais. Ele esta diante de mim, e suas mãos, segurando meu rosto, e sua boca próxima da minha. Ele vai me beijar?

Sinto seus lábios se moverem contra os meus, o cheiro gostoso de seu perfume se infiltra em minhas narinas. Não sei se é por conta do ímpeto de sua ação, ou da sensação que está se espalhando pelo meu corpo, como se fosse uma anestesia, não tenho tempo de fazer nada, sinto os músculos do meu corpo amolecendo, meu coração está batendo tão rápido e forte que não escuto nada a minha volta, além dele. Até que vou entrando em uma escuridão, e já não sinto mais nada.

Eu estava sonhando com certeza era isso, só pode. Abro meus olhos lentamente e começando a recobrar a consciência, vejo que não estava sonhando, e sim tive um pesadelo, pois o autor da proeza que me levou a desmaiar, está sentado a minha frente, em sua mesa, digitando. Engulo em seco, e procuro me recompor. Levanto, sentando-me, minha cabeça ainda está girando. Ele olha para mim, e levanta-se vindo em minha direção. Procuro ser mais rápida dessa vez. Coloco-me de pé e estico meu braço.

— Calma aí! Quem você pensa é? Eu vim aqui porque faltou uma assinatura - Ele para a minha frente colocando as mãos nos bolsos, e me observa.

— Sim faltava, necessariamente não a sua, mas a minha. — Me responde com um sorriso nos lábios.

Minha reação pode até ter sido exagerada, mas foi tão automático, que nem eu mesma consegui raciocinar. Acertei um, tapa em seu rosto, que minha mão ardeu tanto que se não fosse a pressa de sair dali teria sentado e chorado com a dor que senti.

Rapidamente peguei minha bolsa, e sai correndo, passei pela recepção e todos me olhavam sem entender nada. Assim que cheguei do lado de fora do prédio, sinto um puxão no meu braço, e de repente estou sendo carregada pelos ombros de Heitor. Não acredito nisso. Eu tento sacudir minhas pernas, mas não consigo, ele abre a porta de uma viatura que estava parada em frente a delegacia me colocando dentro fechando a porta.

Eu não consigo ter reação alguma, tamanho o meu espanto. Ele entra ligando o carro naturalmente, como se nada tivesse acontecendo, e saímos dali. Eu vejo as pessoas olhando sem entender nada e tão assustadas quanto eu. Isso está realmente acontecendo ou eu nem acordei ainda, e estou tendo um sonho?

Deve ser isso meu dia nem começou, isso é o que dá passar a noite pensando nele.

Já tem alguns minutos que estamos dentro do carro, em um silêncio absoluto. Vejo que estamos saindo dos limites da cidade, fico curiosa e acabo perguntando.

— Para onde estamos indo? — Ele vira-se para mim dando um leve sorriso, e posso ver a como um lado está vermelho. Bem feito.

— Um lugar especial. — Fala, voltando sua atenção para frente. Eu não posso negar que estou assustada, mas também tem algo de diferente que não consigo definir o que é.

Continuamos em silêncio, depois de mais alguns minutos ele entra num caminho de areia, saímos da estrada principal, e logo estamos na praia, em um lugar totalmente deserto.

Começo a ficar com medo, nesses momentos o que passa na nossa cabeça? Chamar a polícia, claro. Então, eu dou risada sozinha, ele é o delegado. Ele para o carro e desce tirando o paletó, abrindo a porta traseira jogando no banco de trás, também tira sua arma que estava nas costas e a coloca sobre seu paletó.

O que eu faço?

Correr não seria uma boa opção.

Ele dá volta no carro e abre minha porta. Eu nem me mexo.

—Você não vai descer? — Pergunta. Eu olho para ele, que está com um braço segurando a porta e o outro apoiado no teto do carro.

—Porque deveria?

— Temos que conversar.

— Isso teria sido o correto a se fazer antes. — falo.

— Foi mais forte do que eu, quando vi... Não voltei atrás. — suas palavras parecem sinceras.

— Isso eu devo encarar como um elogio?

— Sempre. — responde com um sorriso torto.

Fico olhando. Ele não vai desistir, não tem outro jeito se não descer. Eu ainda estou sob efeito da adrenalina do que aconteceu na delegacia.

Viro para descer, mas não vou sair com ele parado aí. Ele percebe minha cautela, e balança a cabeça com um leve sorriso, mas tira uma das mãos. Passo por ele, me encostando, na lateral do carro para não cair, pois, ainda sinto minhas pernas bambas. Cruzo meus braços, em um sinal inútil de defesa. Dou uma olhada em volta não vejo nada de especial.

—Este é o lugar especial? —Pergunto.

— Sim. — responde, dou mais uma olhada. Volto a olhar para ele, que está me observando atentamente.

— Mas o que tem de especial?

— Se quiser sair correndo de novo sinta-se a vontade. — tenho certeza que minha feição é hilária, porque ele cai na gargalhada. Eu fico com tanta raiva da sua ousadia, e descaramento, que minha única reação é sair andando. Dou alguns passos ele me segura pelo braço novamente. Fico possessa puxo meu braço mas claro que ele não solta.

— Não toque em mim. — Falo com raiva — Você não falou que eu estava à vontade pra caminhar? —Pergunto elevando minha voz.

—Você não vai andar quinze quilômetros, nesse sol, e... Você se incomoda de eu pegar no seu braço, mas eu já peguei na sua bunda. — Paro abruptamente, com o que ele acabou de falar — Você acha Jéssica que eu deixaria você cair no chão quando desmaiou? — eu deveria me sentir intimidada, mas não estou, nem assustada. Olhando para ele, não tenho medo, mas sinto tantas coisas que não sei definir.

— Cara você só pode estar louco, mentiu para que eu voltasse à delegacia sem a menor necessidade, me beija sem saber se realmente eu queria ser beijada por você, fez toda aquela cena na rua... Eu não sei como é da onde você vem, mas aqui as pessoas comentam, não quero nem imaginar o vão falar. — seguro minha cabeça em imaginar a cena. Louco. Ele levanta o dedo indicador.

— Primeiro... Eu, não menti realmente faltava uma assinatura, só não era a sua... E sim a minha.— Continuo olhando fixamente para ele, que se aproxima lentamente. Não acredito no que ele fala. Sinto meu coração disparar, mas não de raiva.

— Segundo... Hoje você não trabalha, então não atrapalhei seu trabalho. — agora com certeza minha cara foi ao chão.

— Até nisso você pensou?— Pergunto.

— Costumo pensar em tudo, Jéssica. — Ele me responde, e continua, como ele sabe?

— Terceiro... De onde eu venho, as pessoas cuidam da própria vida. — o único problema de tudo é que eu, não sei dizer o que acho de tudo e com sua aproximação só piora.

— O que você quer? — Pergunto em um tom baixo, totalmente desarmada, por ele e com aquele formigamento estranho em todo o meu corpo.

Ele se aproxima mais, pega uma mecha do meu cabelo coloca atrás da orelha, passa os dedos levemente pelo meu rosto, sinto um arrepio. Merda, merda, merda. Minha respiração está pesada. Ele mexe comigo e sabe disso.

— Você sabe o que eu quero Jéssica, e você também quer, eu sei. — está tão na cara assim? Pergunto a mim mesma.

—Você não pode saber o que eu quero se nem eu mesma sei.— Falo e então ele sorri. Ah esse maldito sorriso.

— Faz assim deixa para pensar amanhã, hoje eu penso por nós dois. — Olho para ele, estou com os braços cruzados, no peito como para me proteger, só não sei se dele ou de mim mesma.

— E no que mais você pensou?— Pergunto já sabendo da resposta.

— Nisso. — Sua mão vai para minha nuca, segurando meus cabelos.

Sinto meu coração pronto para sair pelo meu peito de tão forte que bate, ele se aproxima, sei que vai me beijar, agora não sou pega desprevenida mas, isso não significa que estou relaxada. Ele encosta seus lábios nos meus lentamente, sinto o calor da sua respiração, acho que está me testando para ver se não desmaio novamente.

Seus lábios se movem, meu coração parece que parou de vez. Então eu começo a retribuir o beijo. Abro meus lábios, para que sua língua possa passar livremente. Ele me puxa para seu corpo, e coloco minhas mãos em seu peito, sinto sua respiração ofegante. Seu coração bate tão forte quanto o meu.

Ele se afasta e seus olhos buscam meu rosto, talvez buscando alguma indicação de estar, gostando. Então volta a me beijar com mais intensidade. Passo minhas mãos por seu pescoço buscando um apoio. Ele abaixa-se segurando por detrás das minhas pernas, me levantando. Dá alguns passos e estou sentada no capô do carro.

Eu não sei dizer o que estou sentindo, é uma mistura de sensações. Agora suas mãos, estão livres, para explorar meu corpo. Ele aperta minha cintura, com isso eu o puxo pela camisa. Essa adrenalina percorre meu corpo me deixando entorpecida, o seu cheiro é delicioso, em um momento atrás eu não queria que ele me tocasse, agora estou quase arrancando sua camisa. Ele para o beijo, olha para minhas mãos, para o que estou fazendo, e isso serve para ele como confirmação, de que eu também quero. Eu estou sentindo um ardor espalhar pelo meu corpo. Nunca fiquei tão excitada assim com um beijo.

Seguro em seus cabelos, que está um pouco comprido, sinto sua barba arranhar minha pele por onde passa. Ha desejo em suas mãos, me apertando, esfregando a onde toca. Ele começa a puxar minha blusa de dentro da calça, já estou perdida de desejo, quero seu toque. Ele para de me beijar, começa a dar leves beijos, no meu pescoço, me contorço ao sentir sua respiração quente na minha orelha.

Um gemido escapa dos meus lábios, quando seus dedos tocam minha pele, meu Deus sinto como se seu toque me queimasse. Segura com força minha cintura, sinto sua mão subir por minha barriga, não quero que ele vá adiante, mas não consigo fazer com que as palavras saiam da minha boca. Suas mãos chegam até a base dos meus seios e param, parece até que ele leu meus pensamentos.

Seus dedos ficam fazendo leves carícias, mas não ultrapassam daquele ponto. Fico feliz que ele tenha conseguido se controlar, porque eu não conseguiria.

Seus lábios descem até o limite do decote da minha blusa, sinto sua respiração ofegante, seu hálito quente na minha pele. Ele está com a cabeça apoiada nos meus seios. Passo meus braços por seus ombros, e o aconchego mais a mim.

Ficamos assim por um tempo, cada um perdido em meus próprios pensamentos. As respirações se acalmando, escuto o barulho das ondas, olho na direção do mar, vejo o rebuliço que elas causam na areia, me sinto perfeitamente igual, um rebuliço de sensações, sentimentos. Fui da raiva ao prazer em questão de segundos.

Passado alguns minutos, Heitor levanta a cabeça, olha nos meus olhos, o azul dos dele parece me hipnotizar, vejo ele percorrer os traços do meu rosto, com o olhar. Segura meu queixo, passando o polegar por meus lábios. Ele sorri. Diga-se de passagem, um lindo sorriso. Definitivamente esse sorriso é minha perdição.

— Você está vermelha, espero não ser de raiva, desta vez. —Dou um leve sorriso com seu comentário.

—Se for vai fazer alguma diferença? Creio que não. —Falo olhando para ele.

— Não... Não faria, mas não quero que seja assim. —Passo meus dedos em seu cabelo, é tão bom fazer isso. Ele fecha os olhos com meu toque. Puxo, ele para um abraço.

— E agora... Não pensou no próximo passo? —Pergunto rindo, ele levanta a cabeça.

— Não deveria brincar com isso. — Ele olha em seu relógio. —Não vou poder te dar a atenção necessária agora, tenho que estar no fórum daqui a duas horas, para onde você vai?

— Bom você realmente desestabilizou minhas ideias. — ele sorri. — Vou para o restaurante dos pais da Lu.

—Eu levo você.

— Não! Você me deixa na cidade e de lá eu vou... Aí meu Deus, espero que eles não fiquem sabendo do seu show. — Falo tapando meu rosto.

— Eu falo com eles.— ele é convicto no que fala.

—Tá louco? Não, nem pensar, qualquer coisa eu nego. — ele me observa atentamente.

— Porque todo esse medo?

— Não é medo, sim respeito, eles são como meus pais aqui, e não quero envergonhá-los. — ele concorda com a cabeça.

— Tem vergonha de mim?

— De você não... Mas do papelão que você fez, sim. Muita vergonha.

— Serei mais discreto então.

Entramos no carro, e fomos conversando, combinamos de nos ver assim que possível. Fiquei olhando para ele, enquanto dirigia, e me perguntando como tudo isso aconteceu? Esse homem é um verdadeiro furacão. Só espero não me perder dentro dele.

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