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Um ponto final

Por Emily

Acordo depois de uma boa noite de sono. Desligo o alarme e percebo que são 09:00h da manhã do dia 28 de dezembro. Cada dia mais perto do ano novo.

Ainda não consegui falar com o Harry. Na verdade ele não falou nada e eu já falei mais de uma vez, não quero ficar correndo atrás de algo que talvez apenas eu queira. Não estou duvidando que ele goste de mim, mas não é possível que esteja sendo tão fácil pra ele.

Levanto, escovo os dentes e vou tomar meu café da manhã normalmente como todos os dias. Estamos de férias essa semana por causa das festas de fim de ano e da tempestade de neve lá fora, então estou sem muita coisa pra fazer.

Falo um pouco sobre o ano novo no grupo e estão todos bem animados. Falei até com a Olívia, filha da tia Mary, ela já super se enturmou com todo mundo. Fora nosso grupinho de sempre vão outras pessoas. Alguns garotos do time de lacrosse e a maioria das meninas da nossa sala.

- Vocês não acham muito arriscado essa ruma de adolescente sozinhos em uma casa no ano novo? - Elena exclama para o Thomas enquanto discutem sobre minha decisão de ir para a festa.

- A gente também fazia isso, amor, deixa eles se divertirem - se já briguei com o Thommy não lembro.

- Uma ruma de adolescente com bebidas, álcool, cheios de hormônios - reviro os olhos observando ela andando de um lado para o outro. - O próximo passo são as drogas.

- Elle, chega - acalmo ela sentando no sofá. - São nossos amigos, calma.

- Amigos esses que não conheço metade - reclama. - Se fosse só vocês e os quatro de sempre eu não ligava, mas lembro perfeitamente da confusão aqui em casa naquela festa que eu cheguei de surpresa.

- É, por esse lado, você tem razão - Thomas chatonildo concorda com ela.

- Gente, eu não vou usar drogas, minha mente está ótima, no máximo um suquinho ou refrigerante - faço uma cara fofa e eles riem me olhando. - Sério, vocês precisam me levar a sério.

- Não vou impedir de você ir, Emily - Elle fala mais calma. - Confio em você, já disse várias vezes, mas toma cuidado por favor.

- Vou tomar, eu prometo - faço coraçãozinho pra ela que ri e começa a mexer no celular.

Ficamos um bom tempo sem fazer nada, até que o Eric liga para Elle. Ela fica com uma expressão estranha enquanto fala no telefone, Thomas e eu ficamos até preocupados.

- Vamos ter que ir na casa do Eric agora - fala se levantando.

- O que houve? Aconteceu alguma coisa? - Thomas questiona tirando as palavras da minha boca.

- Sim, ele falou que o Derek está lá e quer falar com nós três - se refere ao Eric, ela e eu.

- O que esse homem ainda tem pra falar com a gente? Ainda não superou que perdeu? - Exclamo mais alto do que imaginei.

- Calma, só vamos porque parece ser sério - ela sai andando e vou atrás dela.

- Eu não vou, não tenho nada pra falar nem pra escutar vindo do Derek - sou sincera enquanto ela veste uma roupa quente pelo frio que está fazendo lá fora.

- Vá se arrumar, saímos em dez minutos - manda e fico parada com os braços cruzados.

- Emily, colabora deve ser algo importante mesmo, o Eric não gosta do pai de vocês, se fosse besteira ele nem ligaria - Thommy comenta, mas não saio do lugar.

- Olha só, eu pedi com jeitinho, mas não é mais um pedido, estou mandando - Elle diz séria, então vou para o meu quarto e faço o que ela mandou. Visto uma roupa de neve qualquer e ao sair do quarto já estão me esperando.

Vamos calados o tempo inteiro no carro, apenas com ao som dos Beatles que o Thomas colocou. Minutos depois paramos em frente a casa do meu irmão, vemos um carro na frente, mas não demos importância, só descemos e tocamos a campainha.

Logo a Sara abre a porta e não parece nada bom. O Eric está sentado com a cara fechada e o Derek parece com a cabeça distante.

- Oi - Elle é a única que fala.

Ficamos de pé apenas observando essa cena. Ok, realmente parece algo sério.

- Preciso falar uma coisa com vocês - Derek se levanta e todos ficamos em pé prestando atenção nele.

- Vamos, já chamei elas, prossiga - Eric exprime, ele não está nada feliz.

- Eu sei tá bom, sei que vocês não aguentam mais minha presença na vida suas vidas e não tiro a razão. Meus erros começaram há dezesseis anos atrás quando a Angelina morreu. Se eu pudesse voltar atrás mudaria todos os meus atos, nunca deixaria meus três filhos sozinhos - introduz e já cansamos de ouvir tudo isso.

- Já sabemos de toda sua história melodramática, pode ir direto ao pontos? - Esclareço escorando na parede, sinto o olhar dos meus irmãos em mim, mas nenhum fala nada.

- Sinto que desperdicei uma vida muito boa que teríamos juntos - a voz dele embarga e o Eric suspira, ele está se coçando pra sair daqui, sei disso pela sua postura e olhar distante. - Eu vou embora.

- O que? - Todos nós perguntamos ao mesmo tempo, ficamos confusos. Não é como se ele estivesse em nossa vida para "ir embora", ele foi há muito tempo, dezesseis anos atrás, como o mesmo disse.

- Consegui um emprego na minha área na Irlanda - minha sobrancelha enruga, não sei bem o que está acontecendo. - Minha esposa e eu não temos nada aqui, talvez seja lá que conseguiremos um recomeço.

- Você vai para Irlanda? - Elle pergunta também confusa.

- Minha esposa, os filhos dela e eu - começo a rir, todos me olham com uma cara de surpresa, mas não ligo.

- Veio dizer pra gente que vai embora construir uma linda família feliz com sua esposa e seus filhos novos? Por que não? Não tem mesmo o que perder aqui, pois os três filhos, OS SEUS FILHOS, você deixou pras trás - vou me aproximando dele sem perceber, sua expressão é de vergonha e angústia. - Sério Derek, você já foi dormir pensando que seus dois filhos adolescentes com um bebê de dois anos fizeram o enterro da própria mãe sem ter o pai pra dar uma força? Porque ele simplesmente fugiu - é nessa hora que o Eric me puxa pra trás. - Se eu fosse você teria insônias todas as noites - me solto do meu irmão e subo as escadas entrando no quarto da Angelina que está vazio, ela deve ter saído pra algum lugar.

Meu corpo inteiro perde as forças. Por incrível que pareça eu não consigo chorar, só uma raiva me invade. Acho que já chorei tantas vezes pelo Derek que já criei uma defesa. Minha respiração está acelerada e fico andando de um lado para o outro. Não vou fazer isso, se ele quer um "te perdoo, vá em paz" não vai conseguir, não de mim.

Por Elena

Odeio todas as vezes que minha irmã fica mal pelo Derek, acho que ele decidir ir para outro país foi uma das melhores coisas que já fez depois de nos deixar.

- Eu vim me despedir de vocês - Derek afirma após a Emily subir as escadas correndo. - Viajo hoje às 19:00h. Adiei o máximo que pude essa despedida, porque mesmo vocês achando que não ligo... ainda são meus filhos.

- Não é que a gente pensa que você não liga - Eric começa. - Foram dezesseis anos anos de provas. Contra fatos não há argumentos.

- Vão ficar livres de mim por tempo indeterminado, talvez para sempre - balança os ombros com um sorriso sarcástico. - Não é o que vocês querem? - Um silêncio se forma.

- O que veio fazer? Se despedir? Precisa de algo? - Tento ser o mais neutra possível.

Isso dói em mim. A cima de qualquer coisa ele é meu pai e ainda existem lembranças boas com ele em minha mente.

- Não estou pedindo pra vocês me perdoarem, eu só... - as palavras parecem não se formularem na cabeça dele. - Preciso ir tranquilo.

- Não tem com o que se preocupar, pode ir - Eric fala escorado no corrimão.

Ele anda um pouco para frente, mas volta e vira pra gente com os olhos marejados. Meu coração aperta, o Eric desvia, mas sei que ele lembra do nosso pai de verdade, de como ele era bom até um certo ponto da nossa vida.

- Eu posso pedir um abraço? - Por incrível que pareça o Eric toma a frente vai até lá.

- Conseguiu. Apesar dos erros que cometeu, você conseguiu uma família nova. Não é porque a mamãe morreu que você precisa viver sozinho para sempre. Vá, consiga o trabalho e não desperdice essa chance, Derek - meu irmão abraça ele. Olho pra Sara que está mordendo o lábio chorosa, acho que nem ela esperava isso. - Seja feliz e não precisa pensar na gente todos os dias, nem ter noites de insônia.

- Eu tive - meu irmão já ia saindo, quando ele falou. - Eu bebia pra conseguir dormir por muito tempo - Eric e eu nos entreolhamos, ele se afasta e me aproximo.

- Não precisa mais ter - tento decorar cada traço seu, como se realmente não fosse mais vê-lo. - Estamos bem e já aprendemos a nos cuidar - engulo seco e lhe abraço.

- Cuida bem dos seus filhos - assinto com a cabeça.

- Cuidarei. Espero que seja feliz e que daqui uns anos volte pra dar um oi - sorrio levemente. - É o rei de estragar momentos em família, seria bem significativo.

- Perdoe-me por precisar crescer tão rápido, minha garotinha - não respondo nada. - Sempre será minha garotinha.

- Tchau, pai - me distancio e percebo que a Sara foi chamar a Emily.

Por Emily

- Emily - Sara entra no quarto e me abraça forte. - Não fica assim.

- Eu estou bem - respondo sem ter certeza. - Vou ficar bem.

- Você precisa se despedir dele - nego com cabeça sentindo as lágrimas, antes inexistentes, começarem a se formar.

- Eu não quero, não posso, não consigo - começo a andar pelo quarto.

- Ei, vem cá - ela segura meus ombros. - Não é obrigada a nada, mas você não vai ter outra chance. Ele vai embora hoje às 19:00h.

- Ele nunca foi meu pai, Sara, não é agora que vou abraça-lo e tudo vai ficar bem - sou sincera e meu irmão aparece na porta. Olho pra ele chorando, ele também está com os olhos vermelhos, vem até mim e seus braços me apertam contra seu peito.

- Tá tudo bem, não precisa ir lá - fica desse jeito até eu me acalmar. - Não precisa falar com ele nunca mais se é o que você quer.

- Eu não quero - soluço. Eu não sabia que precisava colocar tudo isso pra fora. - Eric, eu não quero.

- Ninguém vai te obrigar a nada - continuamos assim por um tempo, escuto a porta da frente ser fechada e um carro sair. - Acabou, irmã. Não precisa mais passar por nada disso.

- Eu não tenho pai, Eric - meus joelhos se dobram até encostarem no chão e ele se abaixa comigo e continua.

- Tem sim, para com isso, você nunca precisou dele, não é agora que vai precisar - sua voz é calma e sua mão massageia minhas costas. - Eu sempre serei seu pai, o Thomas também é seu pai há muitos anos - olho pra ele que enxuga minhas lágrimas. - Emily, você nunca vai está sozinha, eu te prometo.

- Obrigada - abraço-o forte.

Pouco tempo depois voltamos para casa, não temos muito o que falar, então tudo parecia normal, ou estranho de mais. Almoçamos e fiquei em meu quarto na companhia do meu violão. Toquei, depois assisti um pouco de TV e as 19h nunca chega. Elle e Thommy precisaram ir jantar com a Mel e o Ben, eles estão em uma reunião sobre um álbum novo do Thomas, então fiquei só.

Tomo um banho e a água quente parece limpar meus pensamentos e todas essas coisas em cima de mim. Lembro do Harry, do meu pai e de Nova Iorque. Tantas coisas aconteceram em pouco tempo e não estou sabendo lidar. Procurando uma roupa para vestir noto a foto que colei na prateleira, meus irmãos, meus pais e eu em um natal feliz antes de uma tragédia acontecer. As vezes me pergunto o que teria acontecido com nossas vidas se minha mãe nunca tivesse saído de casa naquele dia.

Olho para expressão do meu pai e meu coração de despedaça em mil pedacinhos. Ele vai embora e a última coisa que eu disse pra ele foi para ter insônia pelo que aconteceu com a gente. Se ele é um pai ruim, sou tão péssima filha quanto ele. Olho a hora e são pouco mais de 18:00h. Começo a sentir uma falta de ar, não sei explicar. Visto uma roupa qualquer e saio de dentro de casa o mais rápido possível.

- Mamãe, queria tanto saber o que fazer - começo a andar de um lado para o outro, está escuro e as ruas desérticas, ninguém sai quando está muito frio. Uma camada de neve cobre nosso jardim e toda parte externa das casas. As ruas só estão mais limpas para passagem dos carros. - Preciso fazer alguma coisa.

Sem pensar mais entro em casa, pego a chave do meu carro e meu celular. Começo a dirigir para qualquer lugar, não sei o que fazer, mas não posso ficar parada. Paro em frente ao Grill que está fechado, que droga não quero ficar só. Ainda sem as ideias firmes em minha mente vou até o apartamento do Harry e só percebo a burrice que estou fazendo quando toco a campainha.

- Que merda Emily, o que você tá fazendo aqui - xingo e vou saindo antes que alguém atenda.

- Emily - levo um susto com a voz do Peter, olho pra ele que me analisa. - O que aconteceu? O que está fazendo sozinha com toda essa neve nas ruas?

- Eu não me despedi do meu pai - falo sem conseguir mais controlar minhas ações, minhas pernas começam a tremer e não sei se é por causa do frio ou de nervoso. Eu teria caído se ele não tivesse me segurado. - Ele foi embora igual todo mundo, Peter. Todos vão embora. Até o Harry já foi embora.

- Não, calma - ele tira o cabelo do meu rosto e me abraça forte. - Você está gelada, entra - me leva até a sala e aumenta o aquecedor.

- O que está acontecendo aqui? - Estremeço ao escutar a voz do Harry atrás de mim. Antes de eu falar qualquer coisa o Peter olha com a cara ameaçadora para ele. - O que houve? - Aparece em minha frente, mas não o olho.

- Calma, pega alguma coisa quente pra ela beber, está gelada - Peter manda se levantando. - Ou melhor, vem abraçar sua namorada, eu pego - nessa hora foco no Harry que está confuso, mas vem até mim.

Não consigo falar nada, eles não perguntam mais até o Peter trazer um chá para mim. Só então percebo que saí nesse frio sem casaco, nem cachecol, nem nada.

- Pode explicar o motivo de ter saído de casa assim? - Harry questiona ao meu lado.

- Meu pai foi embora - não expresso reação nenhuma.

- Como assim embora? Achei que ele nunca tivesse chegado - Peter comenta.

- Às 19:00h ele voa pra Irlanda, vai embora com a esposa e os filhos dela - coloco a xícara na mesinha. - Ele chamou a gente para se despedir, mas eu não quis. Briguei como todas as vezes, algumas coisas mais... basicamente mandei ele ir se ferrar.

- Uma vez você me falou que queria ele longe, que ele simplesmente sumisse, lembra disso? - Harry questiona e assinto.

- Eu queria me sentir bem com isso, mas não me sinto, mesmo depois dele já ter feito dezenas de coisas para nos prejudicar - sou sincera, acho que nunca tinha falado isso em voz alta.

- Precisa se despedir - Peter diz sério.

- Pois é, vai ser um ponto final - Harry concorda.

- Mas eu não quis na hora, perdi minha chance - escoro no sofá abraçando minhas pernas.

- Disse que ele sai às 19:00h? - Assinto. - Temos vinte minutos - Harry levanta pegando uma chave na bancada e segura minha mão. - Vamos encontrar com ele.

- Não da tempo, Harry - falo.

- Da sim, se você vestir esse casaco e irmos agora - ele coloca um casaco que estava pendurado na sala, ele fica um pouco gigante em mim, mas obedeço. O cheiro forte do perfume dele invade minhas narinas e me acalma.

- Harry, as ruas estão muito escorregadias, tá doido ir de moto - Peter aponta para a chave na mão do Harry.

- E de carro a gente não chega a tempo, então vamos - me puxa com a mão e um minuto depois estamos em cima da moto dele dando partida.

Ok, esse pode ir para o top dez de momentos que mais tive medo na minha vida, e olhe que já fiz muitas loucuras com os meus amigos. As ruas estão molhadas, algumas ainda com neve e o Harry está dirigindo muito rápido e nesse momento já ultrapassou uns três semáforos. Seguro bem forte nele como o mesmo mandou, confesso que sentimentos estranhos passam pela minha cabeça, pois estamos brigados... estamos? Mas se eu não segurar a moto vai embora e eu fico.

- Se continuar assim nós não vamos chegar vivos - alerto gritando para ele escutar.

- Se não formos assim não chegamos lá a tempo - são as únicas palavras que trocamos durante os dez minutos até o aeroporto. Acho que andando em uma velocidade normal chegaríamos em meia hora no mínimo.

Colocamos os capacetes em cima da moto sem amarrar mesmo, ele segura na minha mão e vamos correndo até a porta principal que para nossa sorte não está tão lotada.

- Boa noite, qual é a sala de embarque para o voo das 19:00h para Irlanda? - Harry freia ainda segurando minha mão e pergunta como se nada estivesse acontecendo enquanto eu falto morrer tentando recuperar o fôlego. Como que pode correr isso tudo e tá bem assim?

- Preciso da documentação de vocês, cartão de embarque e... - a moça muito bonita é interrompida pelo Harry.

- Não vamos embarcar, só precisamos falar com uma pessoa.

- Infelizmente não posso autorizar - ela olha pra gente com uma cara feia.

- E se eu mostrar isso algo muda? - Ele abre uma parte do seu casaco deixando o distintivo a mostra.

- Vocês vão por aqui reto, vão dobrar na quarta curva a esquerda e depois a segunda a direita - explica sem contestar.

- Obrigado, Mirandy - e lá vamos nós correndo novamente.

- Ei, espera aí - paro recuperando o fôlego na segunda curva, ele me olha e respira fundo também. - Eu sou cantora, não atleta olímpica - reclamo.

- Desculpa - sorri.

- Como sabe o nome dela? - Pergunto apenas por curiosidade.

- Estudava na mesma escola que eu, fiquei com ela no primeiro ano do ensino médio - franzo a sobrancelha sem entender nada, ele olha a hora e segura minha mão de novo. - Temos pouco mais de sete minutos, vamos.

Corremos e até escutarmos uns avisos sobre últimos minutos antes do embarque para Irlanda. Paramos olhando para todos os lados, mas não o vejo. Um homem de camisa verde e casaco cinza escuro vira sorrindo para uma moça sentada com duas crianças, impossível não reconhecer o sorriso que foi tirada a xerox do Eric.

Nossos olhares se cruzam e não penso duas vezes até correr até ele. Derek vai se aproximando também até sentir seus braços em minha volta.

- Pai, me desculpa - digo entre lágrimas. - Eu achava que não queria me despedir, mas... - soluço.

- Tudo bem - tira o cabelo do meu rosto. - Não precisa me pedir desculpas, a culpa foi toda minha.

- Tudo que eu falei não é verdade - olho para seu rosto tentando não esquece-lo nunca.

- É verdade sim, minha filha, eu errei e nunca vou me perdoar por isso - enxuga minhas lágrimas e segura minhas mãos juntas as suas.

- Mas você merece poder recomeçar - digo mais calma. - Se o que precisa para isso é que eu te perdoe, tudo bem, pode ir em paz - me abraça novamente e ficamos assim por um tempinho.

"Embarque para Irlanda em um minuto, por favor senhores passageiros, fazer uma fila para última checagem."

- Não - falo olhando pra ele segurando-o forte. - Eles precisam esperar, precisamos de mais tempo.

- Você vai ficar bem, Emily, não precisa mais de mim - sua mão quente acaricia meu rosto, tento decorar essa sensação, pois ele nunca fez isso antes.

- Não quero que vá agora - peço.

- Eu preciso ir - força um sorriso. - Você terá o Eric, a Elena, o Thomas, a Sara - olha para o lado. - O Harry - percebo ele um pouco afastado. - Eu nunca fui presente, filha, não vai sentir minha falta.

- Todas as pessoas sempre vão embora.

- Não. Eu vou, mas eles não - passa a mão em meu cabelo. - Você vai ficar bem.

"Senhores passageiros, se organizar para o embarque."

- Não, pai - ele se solta de mim e o Harry me segura.

- Seja muito feliz, minha filha - assinto tentando conter toda essa coisa dentro de mim.

- Você também - beija minha testa pela última vez e se afasta. - Não olhe pra trás - peço.

O Harry me abraça forte e ficamos esperando ele subir a escada rolante. Sua esposa e os filhos vão na frente e ele atrás de todos levando uma bolsa de mão. Ao chegar no fim da escada para um pouco e olha para trás. Que droga eu pedi para ele não olhar.

- Ele foi embora - falo baixinho.

- Foi.

Uns minutinhos depois vamos saindo do aeroporto. Por algum motivo o Harry não solta minha mão o que eu estranho por ele está chateado comigo, mas não falo nada. O caminho a partir dali é bem mais tranquilo e lento do que a vinda. Enquanto andamos penso em como será daqui pra frente. As coisas não vão mudar, pois não é como se o Derek estivesse presente em nossas vidas, mas parece mesmo um ponto final.

Antes mesmo de eu perceber ele para a moto em frente a minha casa, desço, tiro o capacete e te entrego.

- Sua irmã está aí? - Questiona me analisando.

- Ela saiu com o Thomas para uma reunião de trabalho - respondo com indiferença.

- Você vai ficar bem? - Assinto com a cabeça abrindo o portão com minha chave, me surpreendo quando o vejo estacionando a moto.

- O que está fazendo?

- Não vou te deixar sozinha.

- Não precisa ficar comigo, eu estou bem - não quero incomodar ninguém com meus dramas familiares.

- Não vou te deixar sozinha - repete fechando o portão atrás de nós dois e fazendo sinal para entrarmos em casa.

Ficamos sem falar nada por um bom tempo, mas por incrível que pareça não é desconfortável. Entramos em meu quarto, Harry senta na cadeira em frente a varanda, eu entro em meu closet para trocar de roupa e quando saio ele está me observando.

- Ainda está bravo comigo? - Pergunto me sentando em sua frente.

- Não precisamos falar disso agora, Emily - desvia o olhar pra longe.

- Harry, se você vai terminar comigo e ir embora de vez, faz isso logo - aumento o tom de voz chamando sua atenção. - Não precisa esperar eu melhorar pra depois eu ficar pior de novo - sou sincera. - Então por favor, se for terminar comigo diga logo e vá embora - minha voz embarga no final com medo de sua resposta. Ele tira seu casaco e vem até a cama, senta ao meu lado e segura meu queixo deixando nossos olhares se cruzarem.

- Não vou embora - ele me abraça e retribuo mesmo sabendo das consequências disso se ele fosse embora.

Deitamos juntos na cama, eu me enrolo, mas ele fica apenas observando as coisas ao redor. Não sei quais suas intenções em ter ficado aqui, mas não queria ficar só mesmo. Aos poucos o cansaço do dia inteiro vem chegando e o som de sua respiração calma me faz relaxar cada vez mais. Não faço ideia a hora que ele saiu dali.



Olá gente, tudo bem? Finalzinho de capítulo fofo por aqui, espero que tenham gostado desse ponto final. Lembrem de votar e comentar o que acharam.

- Xoxo

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