Por Emily

Chegamos em casa finalmente, no meio do caminho o pessoal se separou da gente para ir deixar todo mundo em suas casas, já que o Peter está dirigindo. Descemos do carro e chamo o Harry para entrar que aceita de primeira. Abro a porta da sala ainda anestesiada com todo nosso fim de semana, mas o que eu escuto é como um balde de água fria.

- COMO VOCÊ PODE FAZER UMA COISA DESSAS SEM ME AVISAR ANTES? - Escuto o grito do meu irmão direcionado a Elena, com o barulho da porta ele olha para nós dois. - Ah, até que fim chegaram? - Fico totalmente sem reação.

- Será que da pra você parar? - Elena chama atenção dele de volta. - Eu não sou mais criança há muito tempo pra ficar te pedindo permissão, eu sei o que é o melhor pra Emily e você não tem o direito de gritar assim comigo.

- Você pode saber o melhor pra você, mas tá claro que não sabe o melhor pra Emily - Eric responde e meu sangue ferve, pode brigar comigo, mas não ouse falar da minha irmã.

- VOCÊ NÃO REPITA ISSO NUNCA MAIS NA SUA VIDA - Falo alto chegando perto dele que nem se move. - A Elena sempre cuidou de mim, para de falar essas besteiras!

- Gente, vamos manter calma - Sara pede e só agora noto a presenta dela e do Thomas na sala.

- Emily, você não sabe o que tá dizendo, é só uma garota inconsequente que não sabe parar quieta - vou pra cima dele, mas alguém me segura e só depois percebo que é o Harry.

- Harry, me solta - tento me soltar.

- A culpa é sua - Eric aponta para o Harry que fica quieto e me solta devagar.

- Minha? O que eu fiz? - Pergunta ficando frente a frente com meu irmão.

- Eric, ele não tem culpa de nada, a única culpada aqui sou eu - Elena chega.

- Qual o seu problema comigo, cara? - Harry pergunta se aproximando, ele e o Eric ignoram totalmente as outras pessoas na sala.

- O problema dele não é com você, é com os namorados das irmãs - Thomas responde tentando separar os dois. - Vamos manter uma distância de segurança, vamos?

- Quem você pensa que é pra sair assim com a Emily, em seu palhaço? - Eric dá um soco na boca do Harry, na mesma hora todas nós começamos a gritar, mandar ele parar e o Thomas foi lá e entrou no meio dos dois.

- SE CONTROLA, ERIC, ELE NÃO FEZ NADA DE ERRADO NÃO - Thomas grita e vou até o Harry que está com a boca sangrando, mas desvia de mim.

- Vá embora - Eric manda olhando para o Harry.

- Não vai - eu peço, mas não adianta, ele sai. Vou atrás dele, mas ele sai antes de eu alcança-lo.

- O QUE VOCÊ FEZ, IMBECIL? - Empurro meu irmão que me olha com indiferença.

- Emily, ele não é bom pra você - ele fala.

- VOCÊ NÃO SABE O QUE É BOM PRA MIM, EU VOU TE BATER - Começo a ir pra cima dele, mas o Thomas tá me segurando. - QUE DROGA, ME SOLTA, THOMAS!

- Eric, vamos embora, não acha que já fez show de mais por hoje? - Sara interfere.

- Nunca mais diga que eu não sei cuidar da minha irmã - Elena olha pra ele com desprezo.

Ele sai sem falar nada e Sara acompanha.

- Desculpa gente, eu juro que tentei evitar - ela pede.

- Tudo bem Sarinha, você não tem culpa - Elena responde.

Só quando o Eric passa pela porta o Thomas me solta, pego meu celular e saio lá para área externa da casa, não troco uma só palavra com ninguém.

Que merda, meu irmão se mete em tudo. Sei que errei em não ter avisado pra ele, mas exatamente por isso. É um ciumento, protetor ao extremo que se pudesse colocaria a Elena e eu em uma bolha. As lágrimas saem descompassadas dos meus olhos, a culpa é toda minha, ele bateu no Harry por minha culpa. Ligo várias vezes pra ele, mas sempre cai na caixa postal.

- Droga - sento na beirada da piscina e coloco o celular no chão. - Eu estraguei tudo.

- Não estragou nada não - Elena chega com duas xícaras de chá e senta ao meu lado, me entrega uma e fica com a outra. - Ele não atendeu? - Balanço negativamente a cabeça. - A culpa não foi só sua, eu deveria ter falado com ele.

- Não deveria não, ele não precisa ter controle em todas as coisas das nossas vidas - sou sincera.

- Ele faz isso porque ama a gente, é um amor estranho, mas é amor - ela fala.

- Eu sei, mas o amor dele me sufoca - comento tentando ligar de novo.

- Conta sobre o fim de semana, não precisam estragar as lembranças por causa disso - ela sorri de forma cativante.

- Eu preciso falar com ele - digo.

- Ele vai atender quando essas coisas passarem - Elle enxuga uma lágrima perdida em meu rosto.

- Posso te contar amanhã? - Começo a chorar e ela me abraça.

- Claro - seu colo é o melhor colo do mundo, sempre me aconchegou desde criança.

- Eu preciso ver ele, Elle, não vou conseguir dormir sem saber dele.

- Quer que eu te leve lá, ou você consegue dirigir? - Levanto rapidamente.

- Sério?

- Como eu já disse, confio em você - sorrio e lhe abraço. - É a sua vida, meu amor, não posso impedi-la de viver - ela fala e me entrega a chave do meu carro que por algum motivo estava com ela.

- Eu te amo!

- Eu também te amo - responde e corro até meu carro. Entro, coloco o cinto e dou partida em direção a casa dele.

Cheguei em tempo recorde, estaciono o carro na vaga de sempre, pego a chave, o celular e saio para o apartamento. O elevador parece até demorar mais. Bato na porta e ninguém atende, bato de novo e o Peter abre com uma cara não muito boa.

- Oi, Barbie - força um sorriso.

- Peter, cadê o Harry? Diz que ele chegou inteiro em casa - olho por trás dele se vejo algo.

- Algumas gotas de sangue estão faltando, talvez um dente, mas... - interrompo ele.

- Cala a boca, é sério cadê ele? - Com isso, ele abre a porta e deixa o espaço para eu passar.

- Sabe onde é o quarto dele, pode entrar - agradeço e ele sorri.

Bato na porta antes de entrar, mas ele não responde, então entro. A cama está vazia, mas com a ponta meio bagunçada, como se ele estivesse se sentado ali. Escuto o chuveiro do banheiro do quarto ligado, me aproximo da porta e respiro aliviada.

- Harry - chamo escorada na porta.

- Peter, não quero conversar - responde seco.

- Amor - chamo de novo.

- Emily? - O chuveiro para.

- A própria...

- O que está fazendo aqui? - Pergunta ainda de dentro do banheiro.

- Preciso que você me perdoe, por ter te metido naquela confusão e pelo meu irmão descontrolado - falo tentando não tremer a voz.

- Não estou com raiva, não tem porque pedir desculpas - sua voz é calma.

- Claro que está e tem todo direito - explico. - Não vou mais fazer isso.

- Tá - é a única coisa que ele diz.

- Eu quero te ver - sinto lágrimas se formando em meus olhos.

- Pode entrar - escuto o chuveiro ligar. Minha respiração chega a travar na hora, mas enxugo minhas lágrimas e entro. Ele está do outro lado do box, o vidro completamente embasado por causa da água quente.

Emily, você pode fazer isso, repito várias vezes na minha mente. Tiro minha roupa sentindo seus olhos em mim mesmo através do vidro embasado. Abro o box e encaro apenas seu rosto, os olhos avermelhados e o canto da boca machucada. Me aproximo devagar, coloco meus braços em volta do seu pescoço e lhe dou um selinho demorado.

- Isso dói? - Pergunto com um pequeno sorriso, já meio sem controle das minhas ações pelo seu corpo molhado em contado com o meu, o chuveiro ligado e tudo isso.

- Não - responde retribuindo e aprofundando mais o beijo.

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- Eu quero deixar bem claro que eu vim aqui conversar com você, não foi ficar se pegando no seu chuveiro não - digo vestindo minha roupa enquanto ele veste a dele depois do banho.

- Mas foi você quem entrou no banheiro - ele me olha com uma cara safada.

- Porque você estava triste e me chamou - me justifico.

- Seu irmão não gosta de mim...

- O problema não é com você, é com os namorados das irmãs - Harry ri. - Você não vai me deixar por causa disso, vai?

- Quem tá falando em te deixar, tá doida? Eu te amo e não é seu irmão que vai fazer esse sentimento mudar - fico feliz e se eu não estivesse concentrada de mais vestindo minha roupa eu iria lá beijar ele.

Chega mensagens no meu celular e abro, pois percebo que são da minha irmã. Digo que está tudo bem e chego daqui a pouco em casa.

- Preciso ir embora, a Elle deixou eu vir conversar contigo, mas não quero abusar - ele se senta e suspira com uma carinha triste.

- Mas a gente nem conversou direito.

- Gastamos nosso tempo para outra coisa - arrumo meu cabelo.

- Gastar é uma palavra bem relativa - se defende.

- Sei... O que está pensando em fazer no natal e no ano novo? - Mudo de assunto.

- Não sei, tem planos?

- Tenho para o natal, a 5tars vai fazer um show em parceria com TMM Record Company, gravadora do Thomas e vai ter doações para crianças e famílias carentes no dia vinte e cinco.

- Nossa, que incrível, se eu puder ajudar de alguma forma - ele se oferece.

- Qualquer ajuda é ótima - respondo. - Bom, vou embora.

- Precisa ir mesmo? - Dou um beijinho nele.

- Sim - ele me acompanha até a sala e o Peter está lá.

- Hum, Barbie, você poderia me fazer um favor - Peter pergunta.

- Claro, que favor?

- Manda o número da Elizabeth pra mim - fico boquiaberta e o Harry começa a rir.

- Elizabeth? - Rio muito. - Ok, só porque você chamou ela de Elizabeth.

- Se liga em, é melhor amiga da minha namorada - Harry manda.

- Você fica com a Barbie eu eu fico com a Skipper - Peter comenta e rimos mais ainda.

- Você não existe, Peter - ele faz coraçãozinho pra gente e saímos. O Harry me leva até meu carro e vou embora.

Chego na minha casa alguns minutos depois, estaciono meu carro no meu lugar da garagem e entro em casa fazendo silêncio, talvez minha irmã esteja dormindo. Quase pulo de um susto quando vejo ela sentada no sofá (verdade, ela não dorme se eu estiver fora).

- Que susto, Elena, achei que era um fantasma - coloco a mão no coração e tranco a porta.

- Nossa, estou tão feia assim? - Pergunta fazendo pose com sua camisola chique branca que deixa sua barriga de grávida bastante aparente.

- Não, só é branca da cor da camisola, achei que era um bicho, um vampiro, sei lá - me jogo no sofá ao seu lado.

- Seu sonho é conhecer um vampiro, Emily - ela ri colocando a cabeça ao lado da minha.

- Acho que a Caroline Forbes teve muita sorte de ter pego os três vampiros mais gostosos que já existiram - ela arqueia a sobrancelha.

- Ah claro, que existiram... - balança a cabeça sorrindo.

- Estou cansada - digo virando de lado. Ela se mexe, me cheira, pega no meu cabelo e fica sentada me olhando como se eu tivesse virado um dinossauro. - Tudo bem?

- Por que você tá com o cabelo molhado? - Arregalo os olhos, ela abre a boca tapando-a com a mão. Eu sento no sofá, ela fica em pé me encarando.

- Ok, não vamos ter essa conversa agora, não hoje, estou morrendo de sono - levanto indo para o meu quarto e ela me acompanha.

- Emily Marin, claro que vamos, sou responsável por você e é isso que as pessoas responsáveis fazem - ignoro ela andando atrás de mim pelo meu quarto, ela fecha a porta e eu vou para o banheiro, mas ela me acompanha.

- O que? Não tem nada pra falar não - tiro meus sapatos e começo a procurar uma roupa de dormir.

- Claro que tem, eu te conheço há dezoito anos - reviro os olhos e tiro a roupa para tomar um banho, não considero o que houve lá na casa do Harry um banho.

- Meu cabelo ainda está com cheiro de ovo? Passei quatro xampus e ainda não saiu - ela cheira e nega. Entro dentro do box e ela me acompanha. - O que é isso? Vai tomar banho comigo também? Ok, pegue uma toalha pra não sair molhando meu quarto - reclamo.

- Te espero na sua cama - sai e escuto ela deitando na minha cama.

Visto minha roupa calmamente, um macacão de unicórnio que o Thomas me deu quando fomos em uma loja e eu fiquei arrastando ele para comprar pra mim. Parece que faz anos, mas foi há uns dois meses atrás. Olho pra Elle deitada na minha cama já arrumada e deito ao lado dela.

- Você está bem? - Ela quebra o silêncio.

- Estou ótima - respondo.

- O Harry foi fofo com você? - Sorrio com o jeito da minha irmã.

- Ele sempre é fofo comigo.

- Por que você cresceu tão rápido? - Passa a mão pela minha bochecha. - Se tornou uma pessoa tão extrovertida, que não aceita menos do que merece, que quer ter seu espaço no mundo, cheia de personalidade, inteligente e que só traz orgulho para mim.

- Por sua causa - falo e ela me abraça.

- Toma cuidado, tá? - Assinto. - Com todas as coisas que ainda vão vir. Em breve você vai para uma faculdade longe de mim e já penso em como sentirei sua falta.

- Não vamos pensar nisso agora - peço.

- Tudo bem, você cresceu para isso. Eu já vivi bastante e agora é sua vez - sorri. - Seria egoísmo meu se eu não deixasse você voar sozinha.

- Para com esse papo, não estou preparada pra ele agora. Por que você tá assim? É hormônio da gravidez?

- Deve ser - rimos juntas.

- Que bom - lembro do Harry. - Acho que estou apaixonada.

- Agora que você percebeu?

- Eu ainda não falei pra ele sobre meus planos, nem Nova Iorque - precisava desabafar sobre isso com alguém.

- Como não? Você já vai receber o resultado semana que vem.

- Não tive coragem, está tudo tão perfeito, tenho medo de falar e estragar tudo - sou sincera.

- Não vai estragar tudo, ele te ama e vai saber lidar com isso. Ou melhor, vocês saberão. Tenha calma, uma coisa de cada vez - ela aconselha levantando da cama e fechando as cortinas.

- Durma aqui comigo hoje - peço.

- Tá - responde. Ajeita o cobertor em mim e deita ao meu lado. - Dorme bem, princesa.

- Te amo - digo.

- Também te amo - dá um beijo na minha testa e apaga o abajur que estava ligado, deita e acho que dormimos logo.

Oi gente, tudo bom? Finzinho de capítulo fofo e entre irmãs, espero que tenham gostado. O que estão achando e quais as expectativas para os próximos capítulos? Estão gostando da relação da Emily e do Harry?

Já quero ir pedindo desculpas pelas minhas tentativas de hot kkkkk usem a imaginação de vocês, porque isso não é comigo não! Enfim, lembrem de comentar e deixar o voto de vocês.

- Xoxo