"Você já amou alguém até chegar a sentir que já não existe? Até que não importa o que aconteça? Até o ponto em que estar com ela já é suficiente. E, quando você olha pra ela, seu coração para por um instante? Eu já."

- Diário de uma paixão

Por Emily

Acordo lentamente sem o despertador dessa vez, resolvi acordar por conta própria hoje, esses últimos dias foram corridos e eu precisava disso. Assim que abro os olhos lembro da data de hoje, dezenove de dezembro, amanhã é aniversário do Harry e vamos viajar hoje pra casa do lago. Resolvo ligar para ele.

Meu amoooor, Preparado para seu fim de semana inesquecível?

O que você tá aprontando em, Emily Marin?

Não confia em mim, baby? - Sorrio e ele dá uma risadinha. Aproveito pra olhar a hora. - Depois do almoço passo aí, tá bom? Esteja pronto!

Ok, garota misteriosa!

Tchau, te amo.

Te amo.

~~~~~~

Levanto bastante animada para meu dia. Arrumo meu quarto e vou direto para o banheiro tomar um banho e vestir uma roupa. Como já são quase onze horas já visto a de ir. Dou uma revisada nas coisas que preciso levar e pronto.

Além de roupas, coisas normais, preciso também levar algumas coisas que talvez lá não tenha. Estou levando algumas comidas, por exemplo. Além do presente do Harry que escolhi junto com minha irmã.

- Bom dia - chego na cozinha e dou de cara com a Elle e o Thomas.

- Bom dia - Elena responde comendo iogurte com cereal.

- Bom dia, chatinha - Thomas como sempre muito educado. - Vocês estão preparadas pra confusão que vai ter quando o Eric descobrir dessa sua viagem escondida, não é? - Elle e eu olhamos pra ele fuzilando-o com os olhos.

- Se você ficar com o bico calado ninguém descobre - respondo.

- Até a Sara sabe, gente, um dia ele vai descobrir, eu estou só avisando.

- Thomas, quero fazer a vontade da minha irmã dessa vez, não vejo problema nenhum e estou dando um voto de confiança. Se o Eric não conseguir entender isso, problema dele. Sou adulta e sempre soube tomar muito bem as decisões sobre a Emily - fala e coloca a tigela suja na pia.

- Será se essa mudança de humor é da gravidez? - Pergunto rindo e ela revira os olhos.

- Ainda posso desistir - ameaça e fico pianinho na hora.

Não como nada, fico esperando o almoço ficar pronto já que vamos sair meio dia. São umas duas horas de viagem, talvez três. A Elena me passou o caminho e coloquei no GPS, espero que não tenhamos capítulos de Hamily perdidos na mata.

Antes de sair de casa dou mais um checada em tudo, a Elena me ajuda a arrumar as coisas na mala e começa aquele discurso de sempre.

- Toma cuidado, em Emily - ela avisa e assinto com a cabeça. - Eu confio minha vida a você, por isso estou deixando você fazer isso. Desde de quando falamos sobre faculdade percebi como mesmo não parecendo, as vezes, tem uma garotinha madura nessa sua cabeça - dou um sorriso sapeca e ela me abraça.

- Fico feliz por achar isso, te amo!

- Também te amo. Olha só, já fui adolescente, já viajei com o Thomas e sempre é muito divertido, mas não esqueça de ter cuidado, tá ouvindo - ela ajeita minha roupa e reviro os olhos.

Estou com um vestido de um tecido grosso cinza escuro, ele vai até o meio da minha coxa e pelo friozinho que tá fazendo coloquei uma jaqueta por cima.

- Não se preocupe, não existem vampiros nem lobisomens de verdade, lá é super seguro e no máximo aparece uma barata voadora, ainda bem que meu namorado é policial e não tem medo de uma baratinha - digo e ela ri.

- Ok, não faça nada que não queira, não pegue um resfriado, coma direito e não volte grávida - arregalo o olho e vou entrando no carro, mas ela me puxa de volta. - Para de ser chata, estou falando sério, você não é mais criança.

- Ok madame, prometo não fazer nada que eu não queira, não pegar um resfriado, comer direito e voltar intacta, tá bom pra você? - Falo forçando um sorriso.

- Está ótimo - beija meu rosto. - Vai com Deus.

- Amém - entro no carro e saio em direção a casa do Harry.

Não demoro até ver aquele prédio que já me acostumei. Estaciono e caminho até a porta de seu apartamento. Bato na porta e logo sou atendida. Sorrio assim que vejo aquele sorriso perfeito, corro e lhe abraço.

- Amooor - ele me levanta e cruzo as pernas ao seu redor.

- Oi, princesa - ele vira o rosto pra mim e me beija. - Nem acredito que vamos passar o fim de semana juntos, achei que seus irmãos nunca mais iam deixar depois daquele dia - começo a ri e ele me coloca no chão.

- Pois é, mas a Elena é um docinho de coco quando quer - sorrimos.

Harry está usando uma camisa cinza escura e calça preta. O cabelo está um pouco maior do que sempre e a barba voltou a crescer, deixando-o com uma cara de mais velho. Damos um tchau rápido para o Peter que fez várias caras maliciosas pra gente (esse povo não entende que sou um bebê).

- Pra onde você pensa que vai? - Pergunto vendo ele indo para o lugar do motorista.

- Pra onde eu deveria ir?

- Eu vou dirigir - aponto para o banco do passageiro e ele revira os olhos.

- Quando você vai dizer para onde vamos? - Questionou pela centésima vez desde que estamos na estrada.

- Quando você vai parar de perturbar? - Respondo e ele faz careta. - Para de ser chato, é surpresa.

- Mas eu sou curioso - começa a mexer no meu porta-luvas do meu carro. - Por que você tem um ingresso do show do Harry Styles dentro do seu carro? - Ele mostra rindo.

- Porque eu é da sorte, guarda no lugar, Harry - mando e ele pega outro papel lá dentro.

- E por que tem um papel de bala? Pode jogar?

- NÃO - grito e ele se assusta. - Chupei no show do Harry Styles, deixa isso quieto e coloca uma música pra gente escutar - ele guarda e me olha de um jeito estranho.

- É estranho eu não ser o único Harry da sua vida.

- Amor, eu te amo, mas não atrapalhe minha relação com o Styles - ele ri e se apoia no banco escolhendo uma música.

Demoramos um bom tempo e conversamos sobre outras coisas para o Harry parar de perturbar. Fomos chegando mais perto e entrando pelas árvores altas, ele fica todo tenso porque achava que eu ia me perder. Graças a Elena tenho um ótimo senso de localização na maioria das vezes.

De longe avistei o lago e mais no fundo a casa da Sara. Ela parece aquelas casas de séries, no começo eu confesso que tinha um pouco de medo, mas hoje em dia é tudo tão lindo e perfeito por aqui.

Ao redor possui muitas árvores altas comuns nessa região. O lago é bem na frente da casa feita de madeira com uma varandinha na frente. Como os caseiros sabiam que a gente vinha, eles colocaram algumas cadeiras e mesas do lado de fora. Tem uma doca de madeira que leva até uma parte mais funda do lago, onde é seguro mergulhar. Em um dos lados próximo as árvores existem duas placas de duas trilhas que podemos fazer, uma mais curta e outra mais longa que só podemos com ajuda do cuidador.

No fundo da casa, não tão distante, tem outra casa, um pouco menor, mas no mesmo estilo, lá moram um casal e até um tempo atrás uma garota chamada Britney, mas ela casou e foi morar na cidade. Lembro que uma vez viemos aqui e ela teve uma briga séria com a Mel, quase a Mel dava uma machadada nela (minha família é um pouco exagerado, talvez).

- Que lugar é esse? - Pergunta quando descemos do carro, ele olha pra todos os lados e fico impressionada assim como ele.

- É a casa do lago da Sara, é lindo não é? - Respondo e ele assente ainda olhando para todos os lugares.

- Que incrível. De quem foi a ideia? - Ele ri e começamos a andar.

- Minha, óbvio. Tive ajuda de outras pessoas, mas...

- Muito criativa - ele segura minhas mãos deixando nossos corpos frente a frente, toca meu rosto e observa cada detalhe, como se estivesse decorando. Nossos lábios se tocam e nos beijamos. - Vai ser um aniversário inesquecível.

- Vai sim!

Apresentei a casa pra ele, tanto a parte externa, quanto a interna e também o celeiro que é tipo um depósito. Ela tá um pouco diferente desde que vim aqui pela primeira vez, fizeram serviço uns anos atrás. No andar de baixo tem uma sala e cozinha embutidas, bem espaçosas e claras. O andar de cima é de mezanino, ficam quatro quartos, alguns com banheiros e outros não.

Levamos nossas coisas pra dentro e antes de escurecer o Harry começou a fazer uma fogueira lá fora. Peguei algumas comidas e marshmallow para depois do jantar. Já está quase escurecendo, então fomos preparando logo tudo.

A da lua cheia ilumina toda área externa da casa, além de pequenas luzinhas penduradas por dentro do lago nos dois postes. Tudo fica muito aconchegante. Não faz tanto frio por causa da fogueira, mas de qualquer forma vestimos uma roupa mais quentinha e ficamos aproveitando nosso momento.

Jantamos e a comida estava muito boa. Ficamos conversando sobre coisas aleatórias por muito tempo. Já está até meio tarde, mas estou me sentindo tão bem que nem sinto vontade de sair daqui ou entrar.

- Achei você muito corajosa... só nós dois nesse lugar - ele olha em volta e sorrio. - Você não tem medo?

- Eu não deveria confiar em você? - Pergunto e ele revira os olhos. - Não, zero medo. Me sinto segura ao seu lado e aqui é super tranquilo.

- O que te faz pensar isso? Tá escutando esse uivo? - Fico séria, mas não escuto nada.

- Não... - respondo ainda fazendo o máximo de silêncio.

- E aquelas bolinhas amarelas ali no escuro, só eu estou vendo? - Ele aponta para o breu no meio das árvores, me aproximo dele procurando, mas só vejo escuro. - Ali, amor - ele aproxima meu rosto do dele e olho na mesma direção.

- Não tem nada ali, para de coisa - digo baixinho sentindo um frio na espinha. Olho para o lado e percebo a cara dele segurando o riso perto de mim, bato de leve no braço dele e começa a rir mais ainda. - Cadê a graça, Harry? - Pergunto brava e ele me puxa pra perto.

- Foi engraçado - muda a expressão me encarando, mas volta a ri.

- Olha só... - viro de costas e ele me puxa pra sentar com ele, caio em seu colo de costas e ele beija meu pescoço. - Não achei engraçado - falo baixinho já hipnotizada pelo seu toque.

- Desculpa - ele sussurra.

- Pelo que? - Sussurro de volta enquanto sua boca está muito próxima da minha, não consigo pensar direito sob pressão. Ele sorri e me beija.

Em um movimento rápido me viro de frente pra ele, ainda em seu colo, ele me puxa pra mais perto e é como se existisse apenas nós dois. Sua mão fria vai para dentro da minha blusa, incrível como confio nele, me sinto bem com isso, é o momento certo, lugar certo, perfeito, com a pessoa certa.

Acho que o céu é uma das coisas mais belas do mundo, tanto de dia, quanto de noite. As estrelas sempre vão estar ali, presenciando tudo, testemunhas de todas as coisas. Parece que hoje elas até se alinharam de forma sincronizada para tornar essa noite ainda melhor.

- Aqui tá frio, vamos entrar? - Ele pergunta baixinho parando por alguns segundos o que estamos fazendo.

Assinto e levantamos. Enquanto ele fecha a porta digo que vou subindo, preciso pensar e ficar um pouco sozinha. Chego no quarto que vamos ficar e vejo o espelho rapidamente. Olho pra mim, sinto como aqueles primeiros dias de aula em uma escola nova, quando não sabemos o que vai acontecer. É um medo, mas um medo bom, um frio na barriga.

- Emily... - ele entra e se escora na porta, me observa e sinto um arrepio. - Não precisamos fazer isso se você não quiser - não olha diretamente pra mim. Suas bochechas se ruborizam, apesar do quarto está quase completamente escuro, apenas a luz da lua passa pelo vidro da varanda.

- Quem disse que eu não quero? - OK, NÃO FAÇO IDEIA DA ONDE SAÍRAM ESSAS PALAVRAS, MAS FOI SEM PENSAR. Me aproximo dele e um sorriso nasce em seu rosto. - Só preciso falar uma coisa - é minha vez de ficar envergonhada.

- Fale - estamos tão próximos um do outro, que sinto sua respiração, a ponta dos seus dedos tocam meus braços.

- Eu nunca... - as palavras não saem.

- Tudo bem - segura meu rosto fazendo nossos olhos se encontrarem, toda insegurança some como mágica.

Fico na ponta dos pés e beijo-o. Ele entrelaça os braços em meu corpo, me abraça e as coisas ficam cada vez mais intensas. Puxo sua camiseta pela cabeça e ele faz o mesmo com minha roupa. Nos deitamos bem no meio daquela cama gigante e macia. Suas mãos passeiam pelo meu corpo agora já sem roupas. Observo cada centímetro do seu corpo e me apaixono ainda mais.

- Você tem certeza? - Pergunta parando e focando em meus olhos.

- Tenho - Respondo e não sei muito bem como as coisas progrediram daí em diante.

 Só sei que envolveu muito amor, que eu estou muito feliz e com a pessoa que eu amo. Ele me abraça por trás e sorrio.

- Boa noite - diz e beija o topo da minha cabeça.

Antes de responder percebo o relógio na parede do banheiro, mas da pra ver da onde eu estou. Está marcando 00:02.

- Feliz aniversário, amor - digo baixinho do mesmo modo, sem olha-lo. - Eu te amo.

- Obrigado, eu te amo - posso sentir ele sorri bem atrás de mim.

- O que vai querer de presente? - Questiono brincando, até porque já comprei o presente.

- Que você me prometa que estará presente em todos os meus próximos aniversários - viro pra ele encarando aqueles olhos penetrantes que nunca esqueci desde a primeira vez que vi.

- Eu prometo - respondo, lhe dou um selinho e fico de costas para ele me aconchegando em seu abraço.

Foi em uma noite de lua cheia, as estrelas estavam lindas e brilhantes.

Oi genteeee, tudo bom vocês? Espero sim. Capítulo terminando em grande estilo por aqui. Espero que vocês tenham gostado desse dia pré-aniversário do Harry, fiz com muito carinho. Usem a imaginação de vocês para detalhar as coisas kkkkk. Enfim, aguardem muitas emoções no próximo. Lembrem de votar e comentar o que estão achando.

- Xoxo