Jantar Marin
Por Emily
- Me deixa vai, Elle... - insisto - não aconteceu nada de mais!
- Se não tivesse acontecido nada de mais você não teria quase sido atropelada por um bandido motoqueiro! - ela faz eu me sentar e conversar com ela.
- Estávamos ensaiando para a apresentação do baile, aí a vaca da Katherine começou a me provocar, falar da minha vida e de coisas que você sabe que não gosto que falem - começo a explicação.
- Ah... - ela balança a cabeça positivamente.
- Eu me estressei, falei uma ruma de coisas pra ela também e saí correndo pela calçada, só que o Caleb começou e vir atrás de mim e eu não queria conversar... - pauso um pouco - corri para o outro lado da rua, mas uma moto passou bem na hora e você já sabe o resto.
- Emily, isso poderia ter sido muito pior - ela diz colocando a mão na cabeça.
- Eu sei, me desculpa - sou sincera.
- Você não precisa me pedir desculpas, só tenha cuidado, amor a vida, né! - sorrio com o que ela fala.
- Posso ir para o meu quarto agora? - pergunto pois quero muito ficar sozinha.
- Claro que pode - vou levantando e ela diz - mas vamos jantar no Eric hoje assim que o Thomas chegar, então se arrume, ok? - assinto com a cabeça e vou pro quarto.
Eu odeio, ODEIO, quem se mete na minha vida, principalmente pessoas que não fazem parte dela e ficam falando como se soubessem de tudo. As únicas três pessoas que sabem como foi e como aconteceu são Eric, Elena e eu, aquela idiota não tinha nada que falar aquelas coisas e eu nem deveria estar me sentindo tão mal assim.
Deito na minha cama e pego meu celular, vejo várias ligações do Caleb, da Lizzie e do Christian, ignoro todas e só mando uma mensagem no grupo dizendo que estou bem. Desligo meu celular e pego meu violão, ainda não sei tocar muita coisa, mas o que sei já me faz muito bem.
Começo a tocar e cantar Thumbs da Sabrina Carpenter e fico impressionada, nunca tinha tocado ela só no violão, ficou muito bom a acústica, vou colocar na lista das músicas dos shows. Penso nisso e lembro que talvez a gente não toque no baile, já que eu mesma expulsei a Katherine da banda. Mudo meu pensamento e levanto para tomar banho e me arrumar pra jantar na casa do Eric.
A música tem mesmo o poder de me animar, tomo banho cantando e só percebo depois como minha perna está ardendo por causa da água batendo nela.
- Droga, o curativo - sorrio lembrando do Harry e eu na cozinha, mesmo as coisas não tendo ficado tão claras pra mim.
Termino, visto uma roupa qualquer e vou pra sala esperar o Thomas e a Elena, uma calça jeans preta, uma camisetinha branca e um casaco camuflado.
Depois que as duas princesas terminaram de se arrumar fomos direto pra casa do Eric. Eu estava mesmo precisando falar com a Ange, então ótimo dia pra ir pra lá.
- Tia Elena - Ange abraça minha irmã e vou logo entrando.
- Eu não existo não, é? - falo com ela e ela vem até mim e me abraça.
- Oi, Emily! - retribuo o abraço.
- Precisamos ter um particular depois, viu? - ela balança a cabeça que sim e depois vai falar com o Thomas.
Entro e na hora que o Eric ver minha perna ele tem um susto.
- Emily, o que foi isso? - ele aponta e sento no sofá ao lado dele.
- Boa noite pra você também - ignoro a pergunta dele, só porque sei que ele odeia isso.
- Me responda, Emily - começo a rir da cara dele - Elena, o que aconteceu com a Emily?
- Calma, amor, deixa pelo menos eles chegarem direito - Sara fala e senta na sala com a gente.
- Resumidamente, ela quase foi atropelada por um motoqueiro - Elena responde (droga, nem brincar ela sabe).
- É o que? - Eric questiona com a mão no coração - Você o que? - ele olha pra mim com uma cara péssima.
- Eu quase fui atropelada por um motoqueiro bandido, machuquei minha perna e o policial foi me deixar em casa e ainda fez um curativo em mim - exagero com a voz e ele começa a se abanar.
- Eric, calma - Sara diz olhando pra ele.
- Você quer me deixar louco? - ele continua se abanando e com a respiração irregular.
- Papai - Ange grita e vai até ele.
- Eric, respira - Elle chega perto dele tentando fazer ele respirar e eu começo a bolar no chão de tanto rir.
- Amor, toma uma água - Sara dá um copo de água pra ele, ele bebe e continuo rindo muito.
- Dramático! - falo ainda rindo.
- Eu vou te pegar, garota! - ele me olha com uma cara séria e na hora mudo minha expressão pra uma séria também.
- Ericzinho, para, olha só, eu estou com a perna machucada, você não pode me torturar com cócegas hoje - digo levantando do chão e me afastando dele.
- Ah, mas pra rir de mim passando mal por sua causa você tá super boa, né? - ele levanta e todo mundo da umas risadinhas.
- Eric, calma, eu te amo, maninho! - sorrio nervoso - eu estava só brincando...
- Brincando é? - ele chega mais perto ainda sério - isso também vai ser só uma brincadeira...
- Eric, meu lindo - ele ignora meus elogios e me puxa pro sofá - Eriiiic, alguém me ajudaaaaaaa! - grito e ele começa a fazer cosquinha bem ao lado da minha barriga e as outras em vez de me ajudar ficam filmando e rindo.
Depois de eu conseguir chutar ele e ele me soltar voltamos a conversar civilizadamente.
- Ange, vamos lá no seu quarto, quero falar com você - chamo ela e levantamos indo para o quarto dela.
- O que foi, Emily? Tá tudo bem? - ela pergunta.
- Você que vai me dizer, como está sendo as aulas? - pergunto sentando em sua cama e ela faz o mesmo.
- Bem, eu acho - ela responde sem olhar diretamente para mim, conheço bem esse truque, uso ele com a Elena até hoje.
- Não mente pra mim, Ange, sou sua tia, amiga, lembra? - seguro a mão dela, a Angelina nunca foi de se abrir tanto com as pessoas - tem certeza que você está se adaptando bem?
- Estou, eu conheci uma amiga, ela se chama Rebekah, ela tem outros amigos que também foram muito legais comigo - dessa vez ela parece ser sincera.
- Que bom! Então qual é o problema? Porque você "acha que está tudo bem"? - faço aspas.
- Tem uma garota que não gostou muito de mim, o nome dela é Anny, ela me olha de um jeito esquisito... - ela me conta e fico preocupada, eu posso ser meio doidinha, mas cuido muito bem da minha sobrinha.
- Olha Ange, infelizmente sempre vai ter pessoas assim que vão arranjar um motivo pra não gostar da gente... - levanto o queixo dela pra ela olhar pra mim - mas o importante mesmo são aquelas pessoas que estão com a gente, não as que não se importam.
- É que... Eu não me sinto bem, sabe? Ela fala umas coisas, que eu não gosto - Ange diz.
- O que? - ela pensa um pouco - me fala, amor, como eu vou te ajudar?
- Teve um teste de matemática sobre os conteúdos do ano passado, pra saber se a gente ainda lembra, aí a professora foi dar as notas e falou que a minha tinha sido a melhor da turma, porque eu tirei dez... Ela começou a me chamar de nerd, dizer que era vergonhoso e que eu me achava por ter tirado essa nota, mas não é verdade - ela faz cara de choro e abraço ela.
- Não fica assim, meu amor! - dou um beijinho na cabeça dela e fico de frente pra ela - olha, você não tem nada do que se envergonhar por tirar boas notas, o seu pai e a tia Elena sempre tiraram notas muito boas e olha só o que eles se tornaram - ela assente - não liga pra essa garota, tá?
- Ela é a patricinha da sala, anda com a Mih e com a Sô pra todos os lugares e namora com um menino da turma do sétimo ano, acredita? - ela fala e começo a rir.
- Calma, Mih e Sô? - ela rir também.
- Michelle e Sophie, melhores amigas dela - ela responde.
- Ah, e ela namora? Como assim, ela não tem só onze anos como você? - fico confusa.
- Sim...
- Olha, esquece essa menina, ignora tudo que ela te disser e se te incomodar, fala pra sua professora, pra mim, pra sua mãe, pro seu pai, ou pra Elle, tá? - ela balança a cabeça positivamente - fica com seus amigos, com a Rebekah, ok? E sobre esse namorado dela... Garotos não prestam, nem pensa nisso agora, seu pai te mata, viu! - ela ri e começo a fazer cosquinhas pra ela ri mais.
- Obrigada, Emily!
- De nada, meu amor! - abraço ela e tenho um ótima ideia pra ajudar minha sobrinha favorita.
Voltamos lá pra sala, pois já chamaram a gente pra jantar. Fui ajudar a Sara na cozinha, pegar os pratos e talheres e resolvi falar logo com ela sobre o que quero fazer.
- Sara, posso falar contigo? - pergunto enquanto ela mexe o suco em uma jarra.
- Claro que pode, tá tudo bem? - ela diz.
- Está sim, eu só quero pedir pra ir buscar a Ange na escola amanhã - falo sem expressar nenhuma cara de preocupada, nem diferente.
- Por que? Aconteceu alguma coisa com minha filha? - ela fica sem jeito.
- Não, só quero fazer uma surpresa pra ela, pode ser? - digo e ela sorrir.
- Ah, tudo bem então! - ela pega os pratos e vamos saindo da cozinha.
- Não fala nada pra ela, tá?
- Ok, misteriosa! - sorrimos e fomos pra sala de jantar.
Comemos, falamos sobre várias coisas, sobre o dia de cada um e foi bem divertido. Jogamos UNO e dançamos Just dance. Depois quando já era meio tarde voltamos pra casa, eu estou bem cansada e os assuntos na casa do Eric mudaram um pouco meus pensamentos, mas eu não esqueço de tudo que aconteceu, desde as palavras grosseiras da Katherine, até momentos com o Harry em casa.
Vou direto pro meu quarto e vejo mais ligações e mensagens dos meus amigos. Mando mensagem pra Lizzie dizendo que falo com ela amanhã e que estou bem, digo o mesmo para o Christian e já ia falar pro Caleb também, mas me surpreendo com alguém entrando no meu quarto do nada sem bater.
- Vai mesmo ficar sem falar comigo? - ele entra com uma cara sem expressão de nada, mas seus olhos estão vermelhos, como se estivesse chorado.
- Caleb! - falo e vou até ele abraça-lo.
- Não faça isso comigo! - ele diz em meu ombro - poxa, Emy, o que custava me ligar, eu estava muito preocupado, principalmente por aquele policial babaca ter trazido você.
- Ele não é babaca... - respondo puxando ele pra sentar na minha cama - ele me trouxe, falou com a Elena e depois foi embora.
- Estou me sentindo muito culpado pela Katherine, eu fui um dos que coloquei mais força pra ela entrar na banda, você nunca gostou dela, deveríamos ter procurado outra pessoa - ele fala deitando e deito ao lado dele.
- A culpa não é sua, de nenhum de vocês... Só dela, ela não presta! - sinto lágrimas nos meus olhos, mas enxugo antes do Caleb ver - eu só saí daquele jeito porque não queria falar com ninguém, entende?
- Entendo, mas não faça mais isso, por favor! - abraço ele e ele beija minha testa - você é muito importante pra mim, sabe né?
- Eu sei, e você também sabe que mesmo eu te chamando de idiota, babaca, choco... eu te amo, você é o melhor amigo do mundo! - sorrimos.
Ficamos calados por um tempo só pensando e foi um péssima ideia, já que quando eu paro e penso eu só lembro daquela mocreia. Que raiva, eu não consigo esquecer as palavras dela.
- Emy, o que foi? - Caleb pergunta quando percebe que estou tensa.
- É porque eu sei que boa parte do que ela disse é verdade... - choro e ele me abraça.
- Claro que não, para de falar besteiras! Você não é assim, nunca se deixou levar pelas coisas que falam de você, nem de ninguém... - ele diz, mas não consigo me acalmar.
- Deve ser difícil mesmo conviver comigo, a Elena não tinha opção - penso alto e ele faz eu olhar pra ele.
- Não repita isso, Emily Marin! Como pode ser difícil lidar com você? Tá você faz umas coisas sem pensar, mas é a garota mais feliz, determinada e talentosa que eu conheço, além de linda também, mas não se acha... - finalmente ele me faz sorrir - sua irmã te ama, o Eric, a Sara também e todos os seus amigos de verdade, só esquece aquela menina, tá?
- Interessante que eu estava dando esse mesmo conselho pra Angelina agora pouco - rio lembrando - é mais fácil falar.
- O que aconteceu com a Ange? - ele pergunta.
- Uma garota da sala dela dizendo coisas com ela, não gostei nada do que ela me falou - lembro do meu plano - mas temos um plano!
- Temos? - ele questiona rindo.
- Sim, você vai me ajudar!
- Vou? - ele fica surpreso.
- Claro que vai, amanhã depois da nossa aula vamos buscar ela na escola, quero ver a tal da patricinha que tá mexendo com minha sobrinha - faço uma cara maliciosa.
- Ei, calma lá, ela é uma criança - ele sorrir - você não pode brigar com uma menininha, Emy.
- Eu não vou bater nela não, né Caleb... Só fazer um medinho - ele ri com minha ideia.
- Você não tem um pingo de juízo, garota!
- Eu sei... - rimos.
- Eu te ajudo em o que você quiser, desde que seja dentro da lei e que a gente não corra risco de morrer, mas me prometa que vai parar de pensar do que a Kit kat te falou... - ele pede e respiro fundo com o apelido, jogo um travesseiro na cara dele que cai da cama.
- Vai chamar outra pessoa de Kit kat, idiota! - falo alto e ele começa a rir.
- Calma, minha loirinha! - ele ainda tá bolando no chão rindo.
- Não achei a menor graça e "minha loirinha" é sua mãe! - grito e ele continua rindo.
- Ela não é loirinha... - ele faz bico e reviro os olhos - só você! - ele pega no meu cabelo e sorrio.
- Você é perfeito! - falo e ele beija minha testa.
- Acho melhor eu ir antes que a Elena me expulse - rimos, pois normalmente ele só vai quando a Elena chuta ele de casa - até amanhã, dorme bem e esquece aquela garota, vamos encontrar outro baixista.
- Amanhã sai o resultado, né? - pergunto e ele assente com a cabeça se referindo ao resultado de quem vai tocar no baile.
- Boa noite! - ele beija minha cabeça e sai.
- Boa noite... - fico deitada pensando no dia de amanhã.
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