Exausta
Por Emily
Ele sofreu um acidente de carro - Harry começa a mandar mensagens para o pessoal assim que escuta isso já que o celular tá no viva voz.
Ai meu Deus - é o que eu consigo dizer.
E eu entrei em desespero na hora, saí correndo para pegar o carro e ir buscar você - ela começa a soluçar e sinto lágrimas escorrendo descontroladamente pelo meu rosto. - E eu caí - Harry passa para o banco do motorista e liga o carro. - E eu estou sangrando "ain" - a escuto gemer baixinho.
Sangrando? Você se machucou? Se cortou? Calma, estamos indo aí, ok?
Não Emily - sua voz piora. - Eu estou sangrando - Harry dá partida o mais rápido possível. - Acho que estou perdendo os bebês - fico sem ar com o choro de desespero da minha irmã do outro lado da linha. - Eu não consigo levantar, maninha, tem muito sangue.
Calma, Elle - não sei o que falar, mas tento acalma-la enquanto o Harry ultrapassa todos os sinais vermelhos. - Calma, pode não ser isso, você se assustou, mas calma.
Eu tô com medo - ela chora. - Não sei como o Thommy tá, Emily, tenta ligar para o hospital.
Não... eu não sei... - fico perdida, não sei quem precisa mais de mim. - Quais notícias você tem dele?
O hospital ligou porque viu o meu número no celular dele, não sei como ele tá, eu tinha que ir lá - geme de dor novamente. - Emily, você precisa vir rápido.
Estamos chegando, Elle, fica calma.
~~~~~~
Acho que nunca cheguei tão rápido em minha casa. Saio correndo para dentro destrancando as portas e fico sem reação por alguns segundos ao ver a Elena sentada no último degrau da escada escorada na parede com sague ao seu redor.
- Elena - vou até ela e lhe abraço. Olho pra aquele sangue e pra como ela está branca.
- Oi Elena - Harry chega atrás de mim. - Eu liguei para a ambulância, mas eles falaram que podem demorar um pouco e acharam melhor a gente te levar - explica.
- Eu não consigo Harry, eu estou com medo - chora e seguro suas mãos que estão tremendo. - E o Thommy? Eu estou tão preocupada.
- Calma, uma coisa de cada vez - ele chega mais perto. - Precisamos cuidar de você primeiro.
- Se eu perder...
- Não pensa nisso - a interrompo. - Vamos ter calma, ok?
- Temos que ser rápidos, tá bom? - Harry diz. - Emily, pega uma toalha, e coloca no banco do carro.
- Não, eu quero que ela fique aqui - ela pede.
- Calma, ela precisa me ajudar - meu namorado responde. - Eu estou aqui - Elle assente e faço o que ele vai me pedindo. - Coloca na parte de trás, você vai com ela. Pega também um lençol caso ela sinta frio.
- Só isso?
- Por enquanto só - Harry coloca o braço por trás do pescoço da minha irmã. - Elena, vou levar você até o carro, tá bom?
- Tá - responde.
- Tem alguma coisa doendo além disso? - Questiona. - Acha que quebrou algo com a queda?
- Eu não sei.
- Tudo bem, vamos ter cuidado - levanta devagar e corro até o carro para abrir a porta antes deles chegarem.
Corremos até o hospital, apesar de estar muito preocupada, tento passar a maior segurança para a minha irmã. Assim que chegamos médicos vieram até o carro e a colocaram em uma maca.
- Oi, sou a doutora Grey Sloan - uma mulher branca de cabelos escuros fala comigo. - Já estou sabendo mais ou menos o que aconteceu com ela, alguém ligou.
- Sim, o meu namorado - respondo. - Você acha que...
- Não podemos dizer nada ainda, vamos examina-la, ok? - Sorri levemente pra mim e sai junto com a maca da Elena e outros médicos.
Bem nesse momento, todas as forças que eu achava que tinha se acabaram. Sinto minhas pernas perderem as forças e o Harry me segura antes de eu cair no chão.
- Eu... eu não sei o que fazer - começo a chorar e nos sentamos na recepção que está bem vazia.
- Você precisa primeiro se acalmar - me entrega um copo de água.
- Preciso saber do Thomas - respiro fundo. - Mas estou com medo, não sei como foi esse acidente... Harry - me escoro nele e soluço.
- Vai ficar tudo bem, deixa eu ir saber, tá bom? - Assinto.
- Ai meu Deus, Emily - escuto a voz da Sara e a mesma vindo até mim correndo. - Eu corri assim que fiquei sabendo do acidente do Thommy. E o que houve com a Elena? Eric não soube explicar.
- Cadê ele? - Pergunto sentando ela na cadeira.
- Ele ficou em casa, você sabe como trabalho dele está corrido, tinha acabado de dormir e alguém precisava ficar com a Angelina. Preferi que ele ficasse, mas ele odiou - fala. - Me conta logo, Emily.
- O Harry foi saber sobre o acidente do Thomas, mas quando ligaram para a Elena ela se assustou, saiu correndo pra sair de casa e de alguma forma caiu - Sara fica boquiaberta. - Nos ligou desesperada falando que estava sangrando.
- Sangrando?
- Ela acha que está perdendo os bebês - começo a chorar de novo e a Sarinha me abraça.
- Isso não pode acontecer, calma - olha ao redor. - Você está só com o Harry aqui? O que vocês estavam fazendo?
- Comemorando o resultado da Julliard na escola - as lembranças aparecem na minha mente junto com a dor de cabeça da bebida.
- Ah, isso explica o cheiro de vodka - reviro os olhos pra ela. - Fica tranquila, você fez o que tinha que ser feito.
- Eu não sabia que tinha capacidade de fazer tudo isso - olho a hora no celular (03:14). - Catorze minutos atrás Harry e eu estávamos bêbados no carro dele. Por um momento achei que não conseguiríamos chegar em casa. Que droga, a Elena grávida sozinha em casa, eu sou uma irresponsável, Eric sempre teve razão - fecho as mãos com força fazendo minhas unhas cravarem na palma.
- Ei, para com isso - Sara levanta meu queixo. - A culpa não é sua, não tinha como a gente saber de uma coisa dessas. Estava comemorando uma novidade com seus amigos, relaxa e não se culpa por isso.
É bem nessa hora que o Harry chega falando no telefone, mas logo desliga e se aproxima de nós duas.
- O Thomas está bem - respiramos fundo. - Um sem noção foi fazer uma ultrapassagem e bateu de frente com o carro dele - arregalamos os olhos com sua explicação. - Foi uma sorte muito grande ele ter tido apenas uma luxação no quadril, um ombro deslocado e arranhões.
- Luxação e ombro deslocado?
- É, mas isso é resolvido logo, só precisa ficar de repouso por um bom tempo. Os cortes e arranhões parece não ter sido nada muito grave - nos sentamos de novo.
- Só que foi uma tremenda irresponsabilidade não terem explicado isso pra Elena pelo celular - reclamo com raiva. - Se alguém manda você vir para o hospital imediatamente porque alguém da sua família sofreu um acidente, o que você vai pensar?
- Amor, eles não podiam dizer algo diferente disso - Harry explica. - Thomas apagou com o acidente e até eles fazerem todos os exames não podiam passar notícias boas pra família.
- Será se já sabem algo da Elena? - Sara questiona.
- A médica falou que vinha avisar - respondo.
- Harry, obrigada por ter vindo com ela - minha cunhada agradece.
- Não há de que - diz. - É a Elena... e além disso é o meu trabalho.
- O que aconteceu com o homem que estava dirigindo o outro carro?
- Morte cerebral - diz olhando pra baixo.
- Nossa...
- Meu Deus...
Várias horas se passaram e nada de recebermos notícias. Já estamos ficando muito preocupados.
- Eu vou falar com aquele médico, não aguento mais esperar - levanto e vou até um médico parado na recepção. - Com licença - chamo sua atenção. - Poderia me dá notícias de Elena e Thomas Miller.
- Oi, tudo bem? Não sou eu que estou cuidando de nenhum dos dois, mas vou tentar saber de algo, ok? - Assinto e volto para cadeira.
- Emily, eu posso ficar aqui até saber de alguma coisa, você pode ir pra casa descansar um pouco - Sara aconselha.
- Eu não vou conseguir descansar, estou bem aqui - suspiro. - Só preciso saber se minha irmã está bem.
- Vem cá, vamos andar um pouco ali fora - Harry entrelaça os dedos nos meus e levanto mesmo sem vontade.
Fomos até a parte externa, são mais de sete horas e o sol começa a nascer. Esses são os meses mais frios de Londres, os dias são curtos, as vezes neva ou chove.
- Não seria má ideia você ir em casa, eu posso te levar - comenta quando sentamos em um banco em frente ao hospital.
- Harry, eu não consigo - passo a mão na minha cabeça que está latejando. - As pessoas que estão ali dentro são as mais importantes da minha vida - enxugo as lágrimas em meu rosto. Nem sabemos o que aconteceu com os bebês da Elena ainda, eu estou entrando em desespero.
- Queria poder tirar você daqui - ele escora minha cabeça em seu ombro e passa os dedos entre os fios. - Saiba que eu estou aqui também, pra o que precisar.
- Eu sei - aperto sua mão.
Minutos depois recebemos uma mensagem da Sara falando que a doutora Grey Sloan tem notícias da Elena.
- Bom gente, primeiro quero pedir desculpas pela demora - começa. - O caso da Elena era mais complicado do que imaginamos - meu coração acelera e o Harry passa o braço pela minha cintura me dando uma certa firmeza. - Mas a notícia boa é que os bebês estão bem.
- Ai eu nunca quis tanto ouvir isso - Sara é a primeira a comemorar.
- Que bom, ainda bem!
- Mas a gravidez de gêmeos já é algo mais complicado. A Elena estava ótima, se alimentando super bem e isso foi fundamental para a saúde dos bebês, se ela estivesse fraca nem sei o que poderia ter acontecido - prestamos bem atenção. - Ela está no meio do quinto mês de gestação e a partir de agora precisará ficar de repouso total.
- A Elena vai surtar - comento baixinho.
- Não é bom passar meses sem poder fazer muita coisa, mas é uma maneira de deixar os bebês e ela fora de risco.
- Tudo bem, doutora, prometo que ela vai ficar quietinha - Sara responde.
- Eu também estou no caso do Thomas Miller - passa para o outro prontuário. - Ele está bem, fora as fraturas que vocês já ficaram sabendo, e alguns arranhões, o Thomas não corre mais perigo - agrademos em coro. - Só está sedado porque colocamos o quadril dele no lugar e isso é bem doloroso, mas logo que ele acordar eu digo para vocês poderem vê-lo. Mas a Elena está acordada, vocês podem ir lá no quarto 25.
- Obrigada doutora - digo já andando em direção ao quarto. - Vamos - chamo os dois.
Assim que abrimos a porta vemos a Elena com uma expressão cansada, mas logo abre um pequeno sorriso ao olhar para mim. Vou até seu encontro e lhe abraço com delicadeza.
- Fiquei com medo - falo ainda abraçando-a.
- Eu também.
- Mas você está bem, e os bebês também - digo.
- Só precisa ficar de repouso até eles decidirem nascer - Sarinha chega perto da cama. - Não me assusta, sua doida - sorri para minha irmã.
- E aí cunhadinha, até eu metido aqui - Harry acena.
- Oi Sara, ou Harry - fala baixinho. - Obrigada por cuidarem da minha irmã. E quem falou essa coisa de repouso sabe que tenho uma marca pra cuidar?
- Talvez. Mas você também tem dois bebês que precisam de atenção agora - Sarinha senta na cama ao seu lado. - Elena, sei como você é ativa e gosta de resolver suas coisas, mas agora você precisa cuidar de si e dos seus filhos.
- Eu sei - responde. - Eu faço qualquer coisa para mantê-los em segurança - toca em sua barriga. - Vocês sabem mais algo do Thommy? A médica falou, mas estou com medo de ela me esconder alguma coisa.
- Ele está bem, sedado ainda, mas bem - tranquilizo.
- Que bom.
- Agora você precisa descansar - mando. - Vocês vão precisar ficar mais uns dois dias aqui, então vou pegar algumas coisas em casa, tá certo?
- Eu posso ficar aqui com ela - Sara fala. - Harry, você pode ir com a Emily?
- Claro.
- Pronto, tentem passar lá em casa também e falar com o Eric - assentimos e saímos do quarto em direção ao estacionamento.
O caminho foi bem silencioso, acho que estamos muito cansados para falar qualquer coisa. Também aproveitei para dizer as notícias para meus amigos, eles ficaram sabendo só o que aconteceu na hora, estavam doidinhos.
Pelo Thomas ser famoso várias páginas de fofoca já estão comentando sobre o acidente, até mesmo sobre a Elena possivelmente ter perdido os bebês... mas como eles sabem de tudo isso tão rápido? Algumas querem informações minhas, resolvo responder uma delas só para deixar todo mundo sabendo que estar todo mundo bem.
Assim que chegamos em casa me deparo com o sangue da Elena na escada, a bagunça que fizemos de madrugada e percebi que ainda estou com roupa de líder de torcida. O tempo passa de uma forma estranha quando estamos tensos.
- Vou ligar para a Tia Mary, ela já mandou várias mensagens e acho que ela pode nos ajudar com isso aqui - Harry concorda e disco o número. Ela logo atende e fala que está a caminho.
Vou até o closet da Elle e do Thommy e organizo as coisas dos dois para mais ou menos três dias, acho que não passam isso tudo, mas melhor sobrar do que faltar. Confesso que sinto dificuldade, não sei bem o que levar. Que tipo de documentos? Que tipo de roupa? Não sou acostumada com isso.
A tia Mary me ajuda bastante e em meia hora organizo duas mochilas. Vou até meu quarto e o Harry me acompanha.
- Preciso de um banho - falo indo até meu closet escolher uma roupa confortável para hospital. - Sua cabeça está doendo?
- Ressaca? Óbvio - abre uma gaveta do meu closet onde sabe que tem alguma roupa dele. - O Peter está indo dá uma força a Sara, acho que você pode dormir um pouco, a cabeça vai melhorar.
- Não estou com sono - acho que não consigo enganar mais ninguém. Passa os braços pelo meu corpo e amoleço totalmente.
- Você está exausta. Amor, não precisa aguentar tanto, não pode cuidar de tudo e de todos - diz puxando minha blusa. - Vem, vamos tomar um banho.
Tomamos um banho quente e parece que o sono que eu estava triplicou, mas é como se tivesse saído um peso de mim também. Visto uma calça e blusa de moletom e Harry me obriga a deitar por uns minutos.
- Eu vou deixar essas mochilas lá no hospital, aproveito e passo na casa do Eric, de lá eu volto para cá, ok? - Comenta e tenho um susto, acho que cochilei.
- Eu preciso ir com você.
- Não precisa, vai ser meia horinha, eu prometo - eu reviraria os olhos se não estivesse cansada de mais para isso. - Dorme um pouco, quando eu chegar deito aqui ao seu lado, tá? - Assinto, ele dá um beijo na minha bochecha e sai fechando a porta do quarto.
Por Harry
Acho que esse está sendo o dia mais longo da minha vida. Penso nisso no caminho do hospital para a casa do Eric. Acabei de deixar as coisas lá e conversar um pouco com o Peter. Parece que o Thomas está quase acordando e seria bom alguém com ele, por isso preciso falar com o Eric.
Estaciono o carro e toco a campainha, logo ele abre a porta e eu entro.
- Harry, e aí? Notícias - seu rosto mostra que não dormiu nada a noite inteira.
- Acho que você sabe que estão bem - ele assente. - O Thomas vai acordar, seria bom que alguém estivesse com ele - comento sentando no sofá em sua frente. - A Emily estava exausta, deixei ela em casa, e fui deixar algumas coisas no hospital, mas seria bom uma pessoa mais conhecida.
- Nossa, você não tem a mínima obrigação de fazer isso, Harry... - o interrompo.
- Eu faço pela Emily.
- Eu sei e ela tem muita sorte de ter um cara como você na vida dela - bate no meu ombro. - Eu só não sei o que fazer, a Ange tá lá em cima, não posso deixar ela só.
- A Mary está na casa da Emily, eu vou pra lá agora também... posso leva-la e você vai ao hospital - sugiro.
- Você não precisa ir em casa?
- Eu me viro - respondo.
~~~~~
- Então você ainda é o namorado da Emy? - A garotinha fofa pergunta no banco de trás do meu carro.
- Sou sim, mas por que "ainda"? - Sorrio pelo retrovisor.
- Achei que ela ia te largar, porque você era chato e não queria ficar com ela por causa de frescurices de idade - começo a rir.
- Quantos anos mesmo você tem?
- Onze, por que? Sei que posso parecer um pouco mais velha, mas só onze - explica.
- Você puxou a sua tia Emy - sorri.
- Obrigada - bate de leve no meu ombro concordando. - Você está com uma cara péssima, dormiu quando?
- Eu nem lembro viu, Ange...
Chegamos em casa e parece que a Angelina se dá super bem com a Mary. Inclusive, ela falou que cuida da pequena e eu posso dormir um pouco.
Entro no quarto da Emily e fico feliz em vê-la dormindo tranquilamente. Tiro minha camiseta e me deito ao seu lado bem devagar. Nem sei quando meus olhos fecharam.
Olha quem voltou!! Gente, mil desculpas pelo sumiço, mas até escritoras precisam de férias!! kkkkk Escritora, estudante, vestibulanda, estagiária.... estou tentando em virar! Mas prometo não abandonar a Emily, ok?
- Xoxo
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