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57 Dividindo os Lados





        Quase que levei um soco na cara quando cheguei no colégio na manhã de terça. O Thiago pareceu furioso, mas é só o jeito dele de coordenar o time de futebol. Como sou o segundo capitão ele me esperava para bolar novas estratégias. Eu estava sem cabeça para pensar nisso de verdade. No entanto, ainda estou um pouco distante. Meu pai ter uma nova família e estar sendo feliz mexeu comigo. É injusto que ele seja feliz enquanto nossa família foi destruída. Foi nisso que fiquei pensando ontem a noite antes de dormir... Na verdade, vieram outros pensamentos em minha mente. Um deles foi tentar deduzir o que Emily tem a me falar, e eu não cheguei a conclusão alguma mesmo supondo muitas coisas. Depois foi tentar dar uma de investigador e imaginar quem poderia ter tentado matar minha namorada. E então me surgiu outro nome na mente.

      É sempre estranho chegar na aula e não ter Emily falando o mais alto que pode ou tirando uma com a cara da Alexia. Tive essa sensação de vazio quando fui a aula nos dias que ela não estava Eu não consigo explicar porque, talvez eu não a veja e não consigo protegê-la. Ela não precisa, mas é coisa minha. Passei o primeiro período de aulas pensando nisso, mas entendi que eu estar no colégio é mais que estar longe de Emily... Preciso me mover, tentar achar ela ou ele, seja quem for que tenha tentado tirar ela de mim. Mas antes de tudo, preciso controlar a minha raiva.

      No intervalo me apoio na parede em frente ao banheiro feminino onde sei que vou encontrá-la. Nesse mesmo horário, nesse mesmo local. A porta se abre e revela a garota loira. Natália está mais gostosa que antes, o brilho labial está em fartura em seus lábios impecáveis, mas os cílios postiços são evidentes em seu rosto. Passeio seu corpo com os olhos, parando diretamente em seus seios apertados pela blusa rosa decotada.
     
     Ao me notar, Natália prende os cabelos num coque frouxo. Estranho que ela não exiba o sorriso de sempre. Antes, era mais minha companheira que a própria Alexia, mas com ela tudo sempre foi mais superficial, pois era apenas sexo e amizade. Depois da última vez que conversamos ela permitiu que o clima continuasse ruim entre nós.

      — Lucas, oi — diz.

      — Sem felicidade em ver seu jogador? — indago astuto. Eu ganharia mais um dos milhares de tapas se Emily me ouvisse proferir essa frase.

      — Você nunca foi meu jogador, nós dois sabemos disso, querido. — Natália cruza os braços. — Mas diz logo aí o que tu quer de mim? Sexo eu sei que não é.

      — E como “tu” sabe que eu quero alguma coisa?

      — Você só vem aqui nessa hora quando quer alguma coisa de mim — refuta enquanto assente. — Só que das outras vezes costumava ser... — Natália não termina a frase.

      — Uma mamada — completo indignado comigo mesmo por me sentir sujo de imaginar isso. — Das melhores que você sabia dar.

      Natália faz uma expressão de aflição olhando para outras pessoas que estão atrás de nós, as quais eu imagino que seja seu grupinho de falsas amigas.

      — Você pode falar logo o que você quer, por favor? — pergunta quase que implorando.

      — Só não tenho jeito de falar disso, Nati. — junto o máximo de coragem que eu tenho. — Seja sincera, não foi você quem tentou matar a minha namorada na festa do Thiago, foi?

      Natália franze o cenho estranhando a pergunta. Nisso já tenho a resposta pela qual eu queria saber.

      — É lógico que não — responde rapidamente de forma indignada. Não minto que desenvolvi em mim uma pequena desconfiança da garota, mas era bem pequena, até porque Natália prefere fazer alguém sofrer a acabar com tudo de uma única vez. Já eu precisava tirar de mim essa dúvida. Mas ela poderia estar mentindo? Não está, eu conheço muito bem a Natalia... Ao menos a Natália, para acreditar que ela não é a assassina. Pensar que eu já fiz um mau julgamento de alexia ainda me faz desconfiar de qualquer pessoa, mas estou trabalhando nisso. É difícil olhar qualquer adolescente dessa escola e ver nele o rosto de quem tentou matar Emily é complicado, é como viver num lugar onde você não sabe quem é quem, e quem tem a coragem de cometer atrocidades. É como um jogo de máscaras, mas sempre umas caem mais fácil que as outras, mas tem pessoas como a Nati, que não usa máscara nenhuma, então se ela não gosta já faz questão de deixar isso bem claro. — Era isso? Eu vou indo.

      — Hey — chamo-a segurando seu pulso e impedindo que ela saia. — Foi mau por desconfiar de você.

      — Tranquilo, eu não esperava por isso, mas tá tudo bem. — Natália tenta passar isso com m sorriso diferente do comum. Sua boca diz algo, porém sua expressão diz que não tá nada bem. — Eu vou ir nessa. Depois nós se fala. — É óbvio que ela está tentando fugir de mim. Não protesto, pois já não temos mais tanta intimidade quanto antes. Enquanto a vejo de afastando só consigo pensar no que eu sinto em questão a Nati. Eu não à odeio, tenho um carinho por ela. Natalia sempre esteve aqui quando eu precisei e depois de tudo eu ainda gostaria de ser amigo dela... somos amigos, mas não como éramos antes.

     Depois que Natália sumiu de vista aproveitei o que eu ainda tinha de tempo restante para comer alguma coisa e me hidratar bem porque agora eu vou enfrentar uma fera e vou precisar de toda energia possível. Troco mensagens com minha namorada durante esse tempo. Emily quis saber como estava a situação no colégio sem ela e eu disse que estar aqui sem ela não é a mesma coisa. Conversamos sobre essas coisas mais tranquilas, eu não quis dizer sobre meu pai por mensagens quando ela quis saber.

      Tive que pegar o caminho mais longo até o campo do colégio pois Alexia veio na minha direção, ainda não consigo deixar ir essa parte. Imaginar todas as vezes que sofri calado por causa dela, e pior, todas as vezes que eu sofri desabafando com ela sendo que ela era o motivo de toda a minha tristeza e raiva, faz com que tudo fique pior. Talvez seja real o que dizem por aí, que quando amamos demais alguém, conseguimos odiar com mais força ainda essa pessoa. Mas deixando de lado essa parte, chego por trás de Thiago. Caminho na ponta da chuteira para fazer o mínimo de barulho possível. Bom, não é o suficiente já que ele me nota antes que eu tome seu lado. Antes que possa começar a me atacar mostro um sorrisinho na tentativa de amenizar o meu atraso.

     — Achei que tu não vinha mais, gogo boy. — Não dá tão certo assim. Ele ainda lembra daquela porra na night privê e faz questão de zuar com minha cara sempre que possível.

      — Tava resolvendo um bagulho — solto em minha defesa.

     — O que é mais importante que o futebol?

     — Emily — refuto sem pensar duas vezes e Thiago começa a rir de mim.

     — Já era de pensar que tu virou um cadelinho dela — fala em meio a risos.

     — Trouxa.

     — Mas resolveu? — indaga.

     — Não. — faço uma pausa vendo os garotos do time correndo de um lado para o outro, treinando com cones. — Quero saber quem tentou matar ela.

      — Como assim quem tentou matar ela? — pergunta Thi focando para ver se os garotos estão fazendo corretamente. — Num foi aquela mina lá de São Paulo?

     — Não. — De verdade, ainda não sei se fico aliviado por saber que a amiga do Fabrício não é uma assassina, ou preocupado de saber que o verdadeiro assassino ainda está por aí. — Ela me disse que não.

     Thiago me olha pelo canto dos olhos. De certo ele ficou tão intrigado quanto eu quando Paula me confirmou não ter tentado matar minha namorada.

      — Mas como assim, mané? Tu falou com ela por onde? — De todas as perguntas que ele poderia me fazer, é justamente essa que ele abre a porra da boca pra indagar? — Mensagem? — engulo em seco e nego com a cabeça. — Ligação? — nego novamente. — Skype?

      — Porra foi cara a cara! — digo de uma vez antes que ele diga que eu tive que usar telefone sem fio pra falar com a Paula.

      — O quê?

     Não me surpreende ele se impressionar já que a Emily deve não só ter feito a caveira da garota para ele, mas de certo não deve ter sobrado caveira para falar. O Thiago sabe o quanto Emy a odeia.

     — Coisa minha, muleque.

     — Coisa sua que destruiria seu paraíso. — Depois de tudo que Emily e eu passamos não acho que chegaria a isso, mas que ela vai ficar puta da vida, isso vai, até porque tenho que contar. Eu não quero manter segredos que futuramente possam abalar a estrutura da nossa da relação.

     — Eu tô ligado.

     — Caralho como assim a gente não sabe quem tentou matar a Emily? — pergunta ele, mas percebi que essa pergunta é para si mesmo. Fico calado enquanto ele se auto responde mentalmente, ou tenta responder. — Deixando isso de lado temos que focar aqui. — Muda de assunto. — Temos jogo marcado e os muleque faltaram ontem e hoje.  — Quais muleques? Procuro identificar os faltantes com o olhar. Para o Thiago está preocupado com isso, de certo são titulares. — O Kevin, o Caique e o Nicolas. — O trio babaca, esses filhos da puta sempre dando problemas.

     — Mas por que eles faltaram? — quero saber.

      — Tu acha que eu sei, mané? Eles só não vieram. — Com o trio babaca faltando assim eu tenho que deixar a minha posição de ficar aqui olhando e bolando táticas com o Thiago e entrar em campo. É estranho os garotos faltarem, inclusive a treino pré jogo, e dois dias seguidos é mais estranho ainda. Algo me diz que tem alguma coisa acontecendo.

     — Eu vou entrar — anuncio. — Não vou tá aqui olhando, então bola essa porra direito. — Thiago mostra o dedo do meio para mim enquanto sigo para onde o resto do time está.

     A melhor parte de gostar de futebol é que quando você entra em campo todos os problemas são capazes de desaparecer momentaneamente. Enquanto prático as jogadas ensaiadas com Rômulo e Geovane consigo esquecer de me perguntar quem tentou matar Emily, não lembro o que a Alexia me fez e nem que meu pai tem outra família. A vida é totalmente diferente. É com o rosto molhado de suor que consigo lembrar porque eu amo o futebol, no que ele contribui com minha vida. Minhas táticas aqui dentro são melhores com Rômulo e Geovane, os garotos mudaram suas posições com a falta da galerinha do Kevin e viraram atacantes. Bom que deu lugar a outros que ficam na reserva esperando seu tempo para brilhar. O brilho nos olhos do Thiago demonstra como isso o faz bem também. Imagino que ele tenha conseguido tirar bons planejamentos desse nosso treino.

     Enquanto eu tomava banho depois do treino, todos os problemas voltaram, mas quando fui para casa eu tratei de afasta-los da minha mente, pois chega a segunda boa parte do meu dia. Não vejo Emily desde o domingo quando saí bravo de sua casa, a saudade em meu peito é grande o suficiente para fazer meu coração palpitar. Não quero que tudo que tenha acontecido tenha a feito se afastar de mim.

     Porra, Lucas, você tem que parar de ser tão pessimista! penso para mim.

      Fui para casa e tomei outro banho. Dei um abraço na minha mãe esperando que ela possa me desculpar pela forma que apareci na madrugada de ontem para hoje. Não fiquei para o almoço e também não optei por ir de Mustang ver Emily, mesmo que eu quisesse muito.

     Bato na porta da casa da minha namorada esperando que ela possa me atender logo na primeira batida. Estou ansioso, inquieto para vê-la. Bato outra vez e ouço o grito de Francine soar do outro lado em um berro ao dizer “ Está com pressa corre uma maratona”. Me esforço para não rir. Quando me atendem fico surpreso por ver que foi Emily quem abriu a porta. Por cima da surpresa meu coração palpita com mais força, sinto um calor reconfortar meu peito quando seus olhos também brilham quando me vêem. Não consigo esperar mais um segundo e beijo seus lábios. Com a mão livre, minha namorada toca meu rosto e meu corpo estremece. Essa sensação não é nova, mas é sempre melhor que a anterior quando acontece. Agarro minha namorada levemente, como se ela fosse uma taça que pudesse se estilhaçar se eu colocar mais força. Emily desliza sua mão pela minha cintura e meu pau pulsa dentro da bermuda enquanto sobe. Não quero pensar em mais quanto tempo vou ter que esperar para comê-la outra vez... Reformulando: não consigo imaginar quanto tempo mais tenho que esperar para fazer amor com ela. Nunca tinha pensado no sentido que essas duas frases poderiam ter. Antes, as duas tinham o mesmo entendimento, fazer sexo, meter, foder; agora no entanto, eu consigo diferenciar uma da outra.

      — Caralho, você me deixou de pau duro — digo com um sorriso animado. Nossas testas juntas e Emily começa a ri.

      — Você sempre diz isso.

      — Porque é sempre verdade — refuto em tom suave e baixinho.

      Me sinto renovado quando abro os olhos vejo os seus próximos dos meus. Ela é linda e nunca vou cansar de olhar para ela e observar o quanto fica cada vez mais linda sempre que a vejo.

      — Luucas! — a voz arrastada de Fran surge do outro lado de Emily e somos obrigados a nos largarmos. Obrigados, pois eu ficaria assim por muito tempo! Mas como disse Renato Russo: temos todo o tempo do mundo!

      — Fran — a cumprimento.

      Com um abraço rápido e alegre Fran me cumprimenta. Saber que Fran tem anulado suas responsabilidades consigo mesma para cuidar de Emily e do pai, me faz gostar mais dela. Apesar de tudo que descobri no domingo, não consigo nem pensar em como é odiar Francine. Minha mãe e ela são boas amigas hoje, e hoje é tudo que importa.

      — Entra, tô terminando de fazer o almoço. — chama a mulher.

     — Entro, mas eu já comi, não tô com fome — minto.

     — Aaah — resmunga.

     Quando Francine volta para a cozinha eu e Emily nos sentamos juntos na sala para conversar. Ela disse que tinha algo importante para me falar, mas não quis me contar antes que outra pessoa pudesse chegar. Isso, o Thiago. Eu me sentiria incomodado se ele não fosse a porra do melhor amigo dela, quem esteve com ela nos últimos meses que eu ajudei a foder com a vida da garota. Mas enquanto Thiago não chega resumo para ela que descobri que Paula não é a assassina que estava na festa dele.

      — Como você sabe disso? — pergunta minha namorada. Reviro os olhos tentando ignorar a feição desconfiada dela. Essa era a parte que eu não queria chegar. — Você falou com ela, não é?

     — Falei, mas foi só uma vez — disparo logo em minha defesa. — Eu tava puto, muito puto de verdade e fui pra São Paulo na casa da dona Mariana, e fiquei a segunda feira lá. — me falta fôlego, mas não consigo parar de falar. — Encontrei com a Paula e falamos disso. Eu precisava falar disso, mas foi por acaso, eu juro.

      — Caralho, Lucas, o que aconteceu com sofrer sem fazer merda? — fala desapontada. Mas foi isso que eu fiz e não está bom para Emily? Foi assim que consegui uma informação importante, certeza que ela mandaria toda a polícia pra cima da garota se não fosse esse meu descuido.

     — Foi só dessa vez, eu juro.

    Passo a língua nos lábios sentindo o tesão dar lugar a tensão. Emily me mede de cima abaixo, como se analisasse se estou intacto ou se Paula ficou com algum pedaço meu. Mas ela não tem um pingo de raiva nos olhos. Seria melhor se Emy quisesse me dar um tapa, já que o desapontamento é uma facada que ela punhou no meu peito. Esse silêncio é um momento que durou uma eternidade, mesmo que a poucos segundos. Então batidas soam pelo nosso clima. Consigo respirar fundo quando Thiago chega, pois sei que ele é capaz de me ajudar com isso.

     — Eu tinha que falar pra você que eu vi e falei com ela — digo concluindo. Me levanto para ir atender a porta. — Não quero que essas coisas acabem com a gente depois.

     Sigo em direção a entrada e espero que nesse pouco tempo ela possa pensar melhor. Se eu estou arrependido de ter ido a São Paulo? Não tô não. Eu precisava disso, devo me colocar aos poucos nos meus próprios planos e ver o quanto eu preciso dos meus momentos.

      Thiago não fica surpreso quando abro a porta e algo me diz que Emily avisou a ele que eu também estaria por aqui, já eu não sabia que ele vinha até ela me contar quando cheguei.

     — Entra, puto — chamo. Volto para a sala e vejo que minha namorada ligou a TV e colocou num programa qualquer de auditório da tarde. Quando Thiago adentra o cômodo logo percebe o clima e diz:

     — Você já falou pra ela da mina lá, né?

     Assinto.

     — Tá tudo bem? Posso ficar lá fora até vocês se resolverem.

     — Tá tudo bem, Thi — garante Emy. — Luke, senta aqui. — Ela bate duas no lugar ao seu lado no sofá. Sorrio e meu sento perto dela. Emily pega meu rosto segurando pelo queixo, conectando nossos olhos outra vez. — Não vou deixar aquela vadia foder com a gente.

      — Não — nego gesticulando. — Ela tá longe demais pra isso. — Emy suspira fundo enquanto assente. — Mas agora é sua vez. O Thiago tá aqui, o que você tem pra falar?

     Emily espera até Thiago se sentar no outro sofá de frente para nós dois.
  
      — Eu tenho duas notícias, uma é boa e a outra e ruim pra vocês , quis vocês querem primeiro?

     Troco olhares com Thiago e ele solta:

       — Huuuum... — enquanto pensa. Já tive emoções demais por hoje então deixo essa por conta dele. — A boa.

      — Tá, lá vai. — Emily engole em seco se preparando para falar. — A Alana veio aqui ontem. — A Alana? A mãe do Kevin? — Ela sabe o que o Kevin me fez e ela acredita. — suspiro. Melhor suspirar em vez de ficar sem palavras. A mãe policial do Kevin sabe a verdade e acredita nela. Que loucura! — Por isso ela pegou férias da polícia e diz que vai investigar meu caso.

      — Quê? — indaga Thiago. — Eu não entendi.

     Bom, nem eu! Ela vai investigar o caso de abuso da Emily e aplicar uma pena ao próprio filho?

     Emily faz questão de explicar melhor. Diz que não é isso. Emy declara que como forma de gratidão por não ter denunciado o Kevin a mãe dele vai trabalhar exclusivamente na investigação de quem tentou asssassiná-la na festa do Thiago. Isso é bom né? Acho eu que sim. Ter uma ajuda indireta no caso vai ser bom para mim também.

     — Aquela mulher é meio louca — solta Thiago, mas eu não vejo motivos para isso.

     — Eu sei — fala Emy, é engraçado como os dois se compreendem. Certamente é como eu e David nos compreendemos. — Tem mais, a Alana disse que vai colocar o Kevin para fazer algum tipo de tratamento psicológico para conter essas vontades.

     — Existe tratamento pra estuprador? — pergunta Thiago intrigado.

     — Pra mim é só cortar o pau dele fora e tá suave — comento. Thiago ri e eu também rio, mas logo paramos por ver que Emily não achou muita graça. Imaginar Kevin sem aquilo que ele chama de pau deve ser engraçado, eu não me imagino sem o meu!

      — É nisso que vem a outra notícia — Ela continua. — Ela boa pra mim, mas não sei pra vocês... — Emily faz uma pequeno suspense sem querer. — Ela transferiu o Kevin de escola.

     — Não, tá cê tá de graça né? — pergunta Thiago. — Como tranferir se a gente precisa dele no time?

     — Não é sobre o time agora, Thi. — Pela primeira vez vejo os dois estarem em lados opostos. Eu fico no meio disso tudo. Realmente o Kevin ir embora do Estevão vai ser bom. Eu vou gostar de não ver e querer socar a cara daquele filho da puta todos os dias, mas vai ser ruim também, já que ele joga muito bem e vai fazer falta no time.

     — Tá beleza, mas se fosse! — Thiago esfrega o rosto com as mãos.

     — Por isso eu disse que talvez não fosse boa pra vocês.

     — Pra mim tanto faz, de verdade — declaro. Ainda não sei bem em qual lado ficar, parece uma decisão difícil de tomar.

     — Tá bom — aceita Thi, ele é bom em digerir as coisas rapidamente. Uma habilidade que eu não tenho, mas que invejo nele. — E os boatos?

     — Que boatos? — Emily pergunta movendo os ombros.

     — Se a galera descobrir mais essa vão querer outra vez acabar com você — diz ele certo do que fala. — Você não tinha pensado nisso? — Faz sentido depois desses meses todos.

      — Ah não, nem vem — Emily protesta. — Eu não vou suportar ser caçada outra vez por aqueles idiotas de novo. 

     — Não vai — garanto eu.

     — Ser popular não quer dizer que nós pode tudo, Lucas.

     — Mas ela é minha namorada, Thiago, eu não vou deixar ninguém fazer nada com ela — rebato em seguida.

     Ficamos os dois em um embate de olhares. Nós estamos do mesmo lado aqui, mas ele tem razão de que se isso se espalhar pode se tornar pior que antes. Ser popular não significa que podemos tudo, mas eu faço o que tiver ao meu alcance para que isso não se torne um fardo para Emily outra vez, até porque foi ele quem procurou. Nos últimos meses a galera que perseguiu minha namorada em boa parte foram meninas que gostam de mim e o Kevin tem mais garotas que gostam dele que eu.

     — O único jeito é que isso não saia daqui — Thiago quebra o silêncio. — Nós três sabemos, os meninos vão ficar sabendo, mas temos só uma ponta solta. — Ele faz uma pausa enquanto eu e Emily nos perguntamos que ponta solta é essa? — O próprio Kevin.

     Puta merda!

     Porra!

     É verdade, apenas o Kevin pode ascender a primeira faísca e tudo volta o que o foi para Emily.

     — Eu vou falar com ele — Thiago afirma e faz uma pausa rápida. — Mas eu devia ter imaginado, a mãe do Kevin foi na escola hoje, ela deve ter ido pegar os documentos pra mudar ele de escola. Deve ser por isso que os muleques faltaram ontem e hoje. Ele tá mudando. — Thiago não parece feliz com a saída do Kevin. É insensível da parte dele? É um pouco, até porque está colocando os interesses do time acima da situação. Por ser namorado de Emily eu entendo o motivo dela. Mas se ela fosse, sei lá... como qualquer outra garota, eu pensaria igual a ele.
    

   

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