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50 Quebrando a Blindagem










     Sinto meu corpo paralisar ainda que esteja imóvel. Alana falou que os adolescentes me odeiam. O que mais ela sabe sobre mim?

      — Eu entendo que você não queria que eu soubesse dessas coisas — profere analisando minhas feições como uma ótima detetive. Mas ela não é uma detetive, é uma simples policial. — E você está aí, numa cama de hospital e pode ter sido qualquer um a tentar te matar.

      — É.

      — Eu atendi o chamado da senhora ribeiro no sábado a noite, Emily. — Alana se levanta da cadeira e dá uma volta no quarto, enquanto a deixo falar. Contudo, tocou no nome Ribeiro no feminino. Envolver a mãe do Thiago não é nada bom. — Ela me disse umas coisas sobre você.

      — E você acreditou nela — respondo imaginando os absurdos que a mãe do Thiago tenha dito ao meu respeito.

      — Ela é uma mulher que não erra nas impressões.

      — E daí você foi investigar a minha vida? — pergunto olhando-a afastada de mim.

      — Basicamente. — Fico em silêncio controlando meu nervosismo muito bem. — Eu fui no seu colégio, conversei com a sua diretora e professores... interroguei alguns dos seus colegas... — ela meneia a cabeça durante essa outra pausa. — Foi suficiente para saber que a maioria não gosta de você, e que torceram muito pela sua morte.

      Eles torceram pela minha morte? Por que isso não é uma novidade para mim? Num súbito movimento repentino minhas mãos começam a suar frio e se esfregarem uma noutra.

      — Onde você quer chegar? — pergunto. Ela está contando que investigou a minha vida, mas não está indo direto no ponto, consigo perceber. A mãe de Kevin não chegou nem a perguntar se eu tinha alguma ideia de quem tentou me matar, mesmo com minha súbita declaração quando ela entrou pela porta.

     — Emily, você tem culpa disso tudo? — Minhas mãos pararam, mas assim que me acostumo a ideia de que ela está mesmo me perguntando isso, meu cenho começa a franzir na testa. De onde ela tirou esse absurdo de que eu tenho culpa da minha tentativa de assassinato. — Você tem não é? — perguntando notando o meu silêncio.

     — Não! — respondo de uma única vez. — Por que eu teria culpa de alguém tentar me matar?

     — Por causa disso. — a mãe do Kevin retira um celular do bolso, e logo o coloca em minha direção, e lá posso ver mais uma vez estampando a sua tela, a foto onde estou nua com o David. — Ou essa menina não é você.

     — Não... não sou, só que... — Minha voz se cala no fundo da garganta no súbito momento de ansiedade. Engulo em seco. Pelo teor das coisas que ela está me perguntando quer obter uma confissão minha de ser culpada de Paula ter tentado me matar, ou ela quer saber como tudo isso foi acontecer, e se eu contar, ela vai descobrir sobre tudo... tudo que venho tentando esconder de todos a todos esses meses.

       — Mais achei que você quisesse mesmo colocar alguns criminosos atrás das grades — a nova eu comenta próxima de mim. Ela está certa, agora eu quero justiça, mas não assim... não dá para simplesmente contar tudo que eu passei para a mãe do inimigo, as coisas não funcionam assim.

     — Só que... — Alana me pressiona a completar a frase. Continuo respirando fundo e segurando um choro. Talvez Thi estivesse certo, e esse não fosse o momento para conversar com a polícia, mas fui tola e agora preciso ir ao fim.

     — Nada. — Completo.

     — Então isso diz mesmo o que eu acho? — pergunta outra vez me deixando sem opções. Meus dedos começam a apertar os cobertores enquanto minha ansiedade me faz suspirar cada vez mais. — Você é mesmo culpada?

     — Por que acha que sou culpada de tudo? — indago não trocando olhares com ela. — Você acha que tem esse direito? De ir na minha escola, de investigar a minha vida e saber que um bando de adolescentes me condenam, e por isso sou a culpada de tudo? Isso não significa que eu sou culpada e também não te dá o direito de me julgar!

      — Não tô te julgando... você está se julgando. — Alana morde o lábio inferior enquanto me direciona um olhar de pena. Talvez eu precise da pena dela para me livrar de toda essa culpa que ela está me jogando também. — Eu não descobri só essa foto, eu descobri que você traiu um garoto popular, praticamente a estrela daquela escola. Descobri que você já causou brigas entre garotos por todas as partes. — esfrego o rosto enquanto ela continua soltando essas novas informações na minha cara. —, que casal de adolescentes já terminaram por sua causa.

      — Mas eu não tenho nada haver com isso! — rebato em minha defesa.

      — Que a briga do Lucas e do Kevin foi por sua causa — contrapõe de forma a deixar um silêncio entre nós duas. Agora tô entendendo tudo, ela quer saber do filho dela.

      — Então isso nunca foi sobre mim — digo sem saber o que expressar. Kevin não é mais uma ameaça, mas a menção de seu nome nessa conversa me causou um nervosismo novo. Eu já deveria saber, na verdade, eu já sabia, algo me disse isso desde o início. — É do Kevin que você quer saber.

      — Tô tentando te ajudar — mente ela. — Mas pensa só... fotos, o ensino médio te odeia, Lucas e Kevin brigaram por sua causa e sofrer uma tentativa de homicídio... — Alana olha para outra direção enquanto vislumbra longe. Faz sinal de pouco com os dedos. — Tá faltando uma coisa aqui que não tá encaixando. Se você não tem culpa nisso tudo, essa é a chave de tudo. Mas se não tá faltando nada, e se essa história toda tá completa... — ela faz uma pausa de forma a se abster —, eu não vou poder fazer nada por você. — Como se ela quisesse mesmo me ajudar.

      Cubro os olhos com as mãos secando alguma lágrima. Ela está certa, tem muita coisa que ela não soube investigar a fundo e veio me perguntar. A armação da Alexia, o estupro do Kevin são os pontos que ela está procurando para completar todo esse quebra-cabeça. Mas não tenho como simplesmente falar que eu fui drogada em sua casa e que o filho dela me estuprou assim numa festa adolescente.

     — Olha pra mim, Emily. — soluço e seco o rosto, com o corpo trêmulo me volto à ela. Estou com medo, pela primeira vez desde que Lara me confrontou no café, eu sinto medo. — Me fala. — ela faz uma pausa esperando a minha resposta, mas logo volta a falar vendo meu silêncio, mas agora tenta se aproximar mais de mim. — Eu sei que ser adolescente é difícil, e sei que tem muito segredos entre você e aqueles garotos com quem você anda. Mas tô tentando te ajudar, e por isso você tem que me contar o que tá faltando pra completar isso tudo.

      Começo a chorar nesse momento sentido a angústia e o peso no peito. Eu não posso contar. Ela já descobriu muito e com certeza já tem uma opinião formada sobre mim, mesmo que lute pelos direitos das mulheres. Como eu gostaria de poder contar com ela, mas infelizmente eu não posso.

      — Me fala — pressiona.

      — Eu não posso! — refuto negando com a cabeça. Minha voz saindo em tom mais grave pelo choro. — Eu não posso.

       Vejo seu semblante desapontado assentindo em minha direção. As lágrimas turvam sua visão em seguida. Alana começa a se direcionar a saída nesse instante. Seco os olhos e vejo-a abrir a porta de saída, seus passos são firmes assim como a opinião que tem sobre mim.

      — Saindo daqui vou até a delegacia e vou pedir que arquivem o caso — profere apática e sem me olhar. — Finalização do caso: a vítima provocou tudo isso. — ela está louca, nenhuma delegacia pode arquivar um caso assim, mesmo se a vítima for o pior assassino da história.

      Aperto os olhos com dedos, e finalmente algo em mim começa a mudar. Não dá, eu não consigo sobreviver com a ideia de que ela está fazendo a minha caveira, e que vai ser pior se eu deixar ela solta por aí com essa informação. 

     — Eu fui drogada — solto em tom leve porque eu não queria falar isso em voz alta. Fui vítima da Alexia e do filho de Alana, mas ser vítima me faz mais ainda ter vergonha de tudo. — Eu tava drogada nesse foto.

     Alana fica parada por um momento de costas para mim. Eu não sei se ela está assemelhando o que eu disse, como se fosse empática, mas por um curto momento ela fica ali parada, no que parece ser uma eternidade para mim, que não estou nenhum pouco confortável com que vem agora. A mulher fecha a porta com leveza, e assim que ela se vira para mim, eu que desvio meu olhar do seu. A vergonha me faz querer me esconder, e a tristeza continua me fazendo chorar. O nervosismo mantém meu corpo trêmulo. Eu não sei como ela recebeu essa informação, e isso me deixa insegura, ainda mais porque ela não é um dos meus amigos, ela é uma policial em potencial a descobrir informações e defender o filho.

       — Drogada? — pergunta de forma franca, por um momento ela parece mesmo imparcial, tanto que essa informação não pareceu ter sido grave para ela. — Você se drogou na festa do Kevin?

       — Fui drogada, será que você tá surda?! — solto em tom ofensivo.  — Eu não me droguei e não bebi demais. Alguém me drogou e drogou o David também... — movo os ombros tendo que lembrar daquela noite, sentir aquela fraqueza, a mesma fraqueza que senti na noite passada quando Alexia esteve aqui... Saber agora que o Kevin me causou aquilo me faz ter nojo de mim mesma por lembrar que eu caí como um pato no joguinho deles. — Quem fez isso com a gente, montou bem a cena porque eu não transei com ele... — engulo em seco vendo seu olhar de dúvida. — Não pergunta. Foi montado pra parecer que sim, mas não aconteceu nada. Mas você chegou aqui gritando que sou culpada de tudo. — faço uma pausa esperando que ela se defenda, mas ela está aproveitando a minha raiva para obter as informações, e eu não tô nem aí sobre o que vou dizer. Ela quer a verdade? Ela quer a última peça do quebra-cabeça? Ela vai ter! — Eu tava namorando com o Lucas nessa época, e fizeram parecer que eu trai ele, e por isso todos aquele bando de adolescentes me odeiam. Eles acham mesmo que eu trai o Lucas, mas eu não trai. — engulo em seco vendo seu rosto perplexo. — e a briga do Lucas e do Kevin. Como a ótima detetive que você tá sendo já deve saber que rolou algo entre eu e Kevin no baile da primavera, né?

      — É agora que a gente para, Emily —  alerta-me a minha cópia, mas parece que a raiva nas minhas veias é mais forte que qualquer gota racional.

     — Sim... — Alana olha em outra direção antes de completar a frase:  — Os alunos disseram que vocês saíram da festa e parece... — pigarra — que fizeram alguma coisa. — seus olhos me medem de cima abaixo, mas tem solidariedade neles. É diferente, a mulher na minha frente, não parece mais a policial de algum tempo atrás, que estava ameaçando fechar meu arquivo e ela também não tem nenhum tipo de ameaça em seu semblante, como se Kevin fosse um aluno do Estevão, como qualquer outro.

      — Emily — alerta a emoção.

      — Emily, não faz isso — me pede a razão.

      — Calem a boca, é a hora do Gran finalle — comemora a sensação com entusiasmo.

      — É o que todo mundo pensa — digo olhando-a fixamente. — Mas a coisa não aconteceu bem dessa forma.

     — Ah não? Então tem mais? — ela pergunta cruzando os braços. Nesse instante sinto uma lágrima cortando um lado do rosto. A culpa começou a tomar conta de mim enquanto lembro de tudo que aconteceu naquela noite. O nojo e a raiva vêem logo em seguida.

      — Tem. — meus dentes colidem na boca. — É isso que não tá encaixando? Porque o Lucas e o Kevin brigaram por minha causa... — suspiro fundo como se o oxigênio me desse forças para admitir como eu fui burra aquela noite. — Eu não transei com o Kevin no baile. Eu fui estuprada. — Observo os braços dela se dobrarem por cima do colo, como se tivesse quebrando a guarda. Uma fina espessura se forma em sua testa, e seu corpo pequeno se contrai.

     —   Muito bem, garota! — a sensação comemora, enquanto as outras duas ficam caladas como se admitir isso fosse o fim do mundo.

      — Estuprada? — pergunta com a voz embargada — Estuprada por quem?

     Como assim estuprada por quem? Ah não brinca! Ela quer mesmo tirar esse fardo do Kevin?

      — Como assim por quem? — indago com o cenho franzido. — Eu fui estuprada pela única pessoa com quem saí da festa naquela noite... — Alana parece não acreditar. Acho que na mente dela eu saí com outros caras aquela noite, talvez ela pense isso para não ter que colocá-lo como um agressor. Seu silêncio me mostra o quanto ela ficou abalada com a minha confissão. Eu posso ter culpa de ser idiota, de ser fraca e de ser ingênua, mas isso eu não tenho culpa, abrir os olhos dela sobre quem é seu filho. Mas se ela precisa de algo mais direto, eu vou dar: — Eu fui estuprada pelo Kevin.
   
      Sua respiração fica parada enquanto nos olhamos fixamente. É como um jogo para ver quem fica séria por mais tempo. Mas sinto muito em dizer, eu venci. Alana nega com gestos e se apoia no móvel perto de si. Engole em seco e por um momento perde o controle da respiração. Com os olhos quase pulando do rosto, começa a repetir:

      — Você tá mentindo... tá mentindo. — Ela me olha desesperada. — Tá mentindo.

      — Agora pega leve — pede a razão me olhando.

      — Pega não — mas a sensação parece não se agradar com a ideia e é com essa que estou. Me sinto exausta de guardar coisas para não fazer mau as pessoas.

      — Eu posso não ter provas... mas tenho testemunhas. — a cada palavra Alana continua a perder o chão. Seus olhos querem cada vez mais fugir do rosto e a cabeça continua a negar a verdade. — Thiago... o filho da sua querida amiga advogada Ribeiro... Ele é meu melhor amigo e me encontrou naquela noite depois que o Kevin... — corto a parte do estupro. — Eu teria me matado se ele não tivesse me encontrado. Foi como eu me senti... morta, e queria tá morta depois de tudo aquilo. — Alana está tão abalada que continua imóvel, ou continuaria a negar. — Se você não acredita em mim pode perguntar a ele. — Desvio meu olhar dela e volto a como tudo aconteceu. — Por isso Kevin e Lucas brigaram. O Lucas descobriu, não através de mim porque eu não queria que ele soubesse também, mas ele descobriu e por isso os dois brigaram.

      — Quem é a outra testemunha? — consigo notar o vacilo no tom de voz dela. Sua firmeza não é mais tão convicta agora. Sua incerteza me penetra como uma faca e então percebo que não deveria ter feito isso, não deveria ter contado do que rolou no baile. Alana nem consegue me olhar nos olhos. De uma mulher forte para uma mulher forte, ela está em estado de negação. Como uma boa autoridade da lei, ela quer evidências. E eu... eu não quero estar lá quando ela encontrá-las.

      — O Caique.

      — O Cai? — pergunta ela estranhando que o melhor amigo de Kevin saiba.

       — Ele sabe — conto. — Ele sempre soube que o Kevin já tinha essas tendências... se é que pode chamar isso de tendência. — o silêncio afunda o cômodo num péssimo clima sempre. — Acho que nossa conversa acabou, Alana. Agora você já tem tudo que queria. E imagino que com isso toda a história que você fez questão de me acusar, faça sentido. Que você veja que eu sou vítima nisso tudo. — apoio a cabeça na cabeceira macia da cama para ignorar sua presença.

     Por um momento ela ainda continua ali, sentada, imóvel. Nem o som da sua respiração consigo ouvir. E então ela se levanta e finalmente anuncia a sua saída a pequenos passos que parece uma eternidade para nós duas. Assim que ela abre a porta vejo seus ombros caídos e ela sai. Meu corpo puxa fôlego profundamente, como se eu estivesse sendo sufocada, era como eu me sentia. Fecho os olhos, e as minha cópias que deveriam me dar apoio, simplesmente somem. Então Lucas entra de supetão sem bater. Ao vê-lo me sinto segura novamente, e respiro fundo para não chorar, mas o peso no meu peito é mais forte e lágrimas desabam de meus olhos. Lucas logo me abraça e acaricia meus ombros enquanto apoio a cabeça em seu peito.

      — Eu tô aqui, eu tô aqui — declara beijando minha cabeça.

      — Eu contei à ela — falo expirando fundo o seu cheiro de Malbec. Espero que ele entorpeça minhas emoções, mas não é o suficiente. — contei pra ela.

      Após o cafuné, meu namorado me olha e sorri para mim. Ele demonstra que não importa o que eu tenha feito e nem o que eu tenha admitido ou que eu tenha delatado, está tudo bem, vai ficar tudo bem. Acaricio seu peito enquanto vejo seus olhos verdes tristonhos tentando me convencer de que tudo está bem. Esse é o Lucas sendo o Lucas, uma pedra. Eu não precisei dizer tudo para que ele saiba o que aconteceu aqui, e tanto ele quanto eu, sabemos que tudo vai mudar agora. Eu não sei como Alana vai agir, eu não sei como o Kevin vai agir. Pelo menos a Paula está longe e não pode mais tentar me matar. Nossa paz momentânea e quebrada quando Thi entra no quarto. Thiago segura a maçaneta da porta enquanto nos olha um pouco preocupado. — A mãe do Kevin quer falar comigo... Sobre o a festa na casa do Kevin e o baile de primavera.

     Ela ia falar com ele mais cedo ou mais tarde, mas ele não imaginava que esse seria o motivo.

     Thiago se senta de frente com nós dois, e então eu conto aos dois como foi nossa conversa. Declaro que eu não me contive quando ela ameaçou a fechar o meu arquivo de tentativa de homicídio como a causa de tudo. Peço desculpas ao Thiago por colocá-lo como minha testemunha em tudo, mas então ele se acalmou mais quando eu disse que ela so iria mesmo confirmar tudo. Eu espero que  a mãe do Kevin não pense que estamos inventando tudo isso como forma de incriminar o filho dela. Em outro abraço do meu namorado fico tentando me convencer que ela é aquela mulher empática imparcial que eu vi em algum momento da nossa conversa.

     — Ela foi embora — declara Thiago respirando fundo. — Parecia pirada. Estava quieta. Não parecia a mesma mulher que chegou aqui.

      — Eu tô com medo — digo.

      — Relaxa — pede Thiago consertando o corpo na cadeira. — A gente tá junto nessa.

      — Juntos — conclui Lucas.

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