43 Os Acasos da Obsessão
É muito estranho encontrá-la aqui sozinha. Após muito tempo sem ter Alexia comigo, notei que nós duas fazemos partes de espécies humanas bem diferentes. Alexia é um ser que precisa estar em constante socialização para poder sobreviver, e eu só preciso de um grupo de garotos que são únicos, e que não são encontrados em qualquer parte do mundo. Por mais que eu pergunte a mim mesma, o que ela está fazendo aqui sozinha, eu não tenho tempo para brigar com ela em busca de alguma resposta. Mas quer saber? Talvez ela possa me ajudar.
— Eu sei que eu não devia te perguntar esse tipo de coisa — reviro os olhos. Talvez Alexia tenha se arrependido de tudo que me fez, e estar aqui sozinha representa isso. —, mas você viu o Lucas por aí?
— Em primeiro, quem disse que você poderia falar comigo? — indaga. Ou não mudou nenhum pouco.
O brilho do sereno no jardim, e a pouca névoa que começa a se formar sobre o bairro deixa tudo sombrio. Abraço meus braços com o vento frio batendo sobre mim. A minha embriaguez ainda não se esvaiu por completo, e até consigo sentir tontura procurando Lucas em todas as direções. Se tem algo que o Lucas faz muito bem é se esconder. Sempre que eu o procuro é difícil encontrá-lo. Mas eu sou muito burra mesmo, aperto os olhos lembrando que essa situação toda já poderia estar resolvida se estivesse com meu celular.
— Você acha que eu te daria alguma informação? — indaga como se eu estar aqui fosse a coisa mais absurda do mundo. Olho cerrado para ela, pois, além de tudo, é um absurdo ela estar aqui na casa do Thiago.
— E o que você tá fazendo aqui? — pergunto. Um sorrisinho diabólico se coloca nos lábios dela nesse mesmo momento.
— Você não vai querer saber. — Eu nunca tive medo dela, mas algo nessa fisionomia me faz soltar mais rápido o oxigênio. Alguma sensação estranha.
— É, eu acho que não — digo a fim de evitar qualquer discussão. — Eu vou indo. Tenho que achar o Lucas.
— Por que você tinha que aparecer? — seu tom é mais tristonho dessa vez. Me viro para ela, Alexia parece está começando a chorar. — Por quê? Por que você tinha que roubar ele de mim?
Não sei bem se vocês já sentiram algum tipo de pena de alguém, como eu estou começando a sentir dela agora. Mas não é nada disso, eu ainda odeio a Alexia e o grupinho dela, mas pensando um pouco mais, eu não teria conhecido o Lucas se não fosse por ela.
— Ou teria — comenta a minha amiga sensação. — Vocês nasceram um para o outro.
Alexia fica linda com uma coroa loira feita de mechas, e seu vestido lhe cai muito bem. As maçãs rosadas fazem seu rosto evidente. Ela é uma garota bonita. Talvez eu dissesse isso à ela se não tivesse me traído a sangue frio.
— Eu não roubei o Lucas de você — digo observando como o vento dança com seus cabelos. — Olha, se eu soubesse que você era afim dele na época que você fingiu ser a minha amiga, eu nunca teria me envolvido com ele. — Alexia soluça com o rosto virado para o chão querendo esconder seus sentimentos de mim. — Eu... jamais teria me apaixonado por ele. — Faço silêncio ouvindo o vento da noite pairando sobre nós. — Será que você não pode nem ficar feliz por ele está sendo feliz? — pergunto. Sei que o elo que eu tinha com ela jamais se reestabelecerá, mas podíamos pelo menos não vivermos em guerra sempre que nos encontrarmos por aí.
— Nunca! — responde com amargura que faz minhas sobrancelhas franzirem. — Eu nunca vou ficar feliz por você tá com ele! Ele é meu, e você não pode simplesmente chegar do seu mundinho perfeito de São Paulo para roubar ele de mim!
É impossível ter um diálogo com ela. Acho que Alexia não está apenas bêbada, também deve estar a efeito de alguma substância a mais, talvez por isso esteja vivendo num mundo de quase um ano atrás, quando eu cheguei. Parece loucura minha, mas estarmos sozinhas bêbadas e drogadas, parece não ser a melhor das circunstâncias para ficarmos só nós duas.
— Eu nunca vou ficar feliz por você e ele! — Ela solta cada palavra com tanto ódio que sinto seu rancor. As lágrimas de antes deixaram um grande borrão em volta dos olhos. Agora a pessoa que havia demonstrado fragilidade voltou a ser o mesmo monstro de sempre. — Eu odeio você! — declara com uma frieza que apenas ela consegue.
Meus dentes colidem na boca agora com o vento soprando sobre minhas costas.
— É recíproco, como eu já disse. — a garota está me fuzilando com os olhos. Eu não preciso ler mentes para saber que também está arrancando os meus cabelos em seus pensamentos. Porém, enquanto ela manter a diplomacia, eu manterei a minha. — Como pode ser tão cínica? Como você pode ser tão ridícula? — pergunto. Ela quer uma discussão, encontrou uma. — Você praticamente me jogou pra cima dele quando cheguei nessa porra de escola! — solto no mesmo tom de frieza que ela na expectativa de que possa sentir um pouco do que conseguiu causar em mim, pois esse arrepio e por ela. Eu não tenho medo da Alexia, eu não tinha, mas ela tá diferente. Seus olhos parecem mais frios que o comum, a forma como seus ombros estão relaxados. Ela não é a Alexia que eu conheço. A garota com quem eu vivo discutindo por aí, caminha com uma armadura por cima do corpo, e está sempre rangendo os dentes. Essa é calma, cautelosa. A garota que formulou todo aquele plano que colocou um colégio inteiro contra mim... a verdadeira Alexia. — Você é... — engulo em seco. — Ruim... e merece ficar sozinha.
Se eu não tivesse visto, não acreditaria, mas ela começou a rir. Isso mesmo, eu acabei de rebaixar ela com palavras, mas Alexia parece que não sentiu. Eu já teria enfiado a língua na garganta da pessoa que me dissesse tudo isso. Sinto meus pés dando dois passos para trás. Isso está estranho. Alexia sozinha, Alexia fria e calma, Alexia rindo sem deboche, mas com maldade.
— Você torna isso tão interessante, sabia? — pergunta. Alexia caminha em minha direção devagar ainda com o sorriso no rosto. — Sabe, Emily, eu vi o Lucas. Na verdade eu tava pensando se ia ou não atrás dele. Ele saiu por aquele portão — declara fazendo questão de apontar com o dedo por onde ele foi. — Eu percebi que ele tava triste. Mas não preciso perguntar pra saber quem é o motivo. — ficamos em silêncio as duas enquanto procuro por Lucas com olhar pela rua, mas ele não tá aqui. — Você não merece ele, não merece o amor que ele sente. Você não dá valor pra ele.
— Eu sei — sinto o peso esmagador no peito, tendo que aceitar eu assumi isso em voz alta. Talvez tenha sido tudo que Alexia, Karen e Rebeca foram capazes de me proporcionar nos meu primeiro ensino médio sem o Fabrício, que fizeram eu me fechar para o amor de Lucas. Agora eu tô sentindo um peso ainda maior que o de antes por lembrar de seus olhos se declarando para mim em alguns minutos. Ele tocou meu rosto e me disse que eu era tudo que ele precisava para ser feliz. Seus olhos estavam brilhando por me ouvir declarar o meu amor por ele, mas eu novamente o apunhalei.
— Você machuca ele. — Sua voz se mistura com meu novo pensamento destrutivo sobre o como eu fui ser horrível. — Você não é capaz de fazer ele feliz.
— Tá enganada! — refuto muito rapidamente. — Eu vou fazer ele feliz. — eu não sei se deveria, mas um encontro com a Alexia me pede para usar contra ela a maior arma que eu tenho. — Ele me ama, e eu amo ele. — Alexia franze o cenho sentindo o desafio. — E eu vou ficar com ele. Vou dá pra ele todo o meu amor, é algo que você não pode dar... porque ele não ama você.
— Cala a boca, Emily — manda com a voz oscilando carregada em ódio. Suas mãos estão fechadas em punho.
— Eu vou ficar com ele — declaro com todo o amor do mundo saindo pela voz. As vezes é bom unir o útil ao agradável. Declarar o que eu sinto por Lucas em voz alta, ao mesmo tempo que me faz bem, faz um estrago em Alexia, e isso é bem mais do que ela pode suportar. — Vamos ser felizes juntos... vamos reconstruir o nosso amor de onde você fez questão de quebrar ele.
— Mandei calar a porra da boca. — Alexia está respirando como um touro e consigo até ver as fumaças sendo expelidas pelo seu nariz.
— Você pode ter quebrado a ponte que nos ligava. — me aproximo mais de Alexia, ficando tão próxima, que sou capaz de sentir o aroma adocicado de seu perfume. — Mas o nosso amor nos serviu como guia... bebê. — concluo. Por um momento espero que Alexia me soque a cara. Não é uma coisa minha, acho que essa noite eu também estou estranha. Esperar que a minha pior inimiga me soque o rosto para que eu possa avançar nela... o que está dando em mim? Felizmente Alexia respira relaxada, e então eu me afasto dela.
— Então, vocês estão quase pra voltar? — indaga com aquele mesmo sorrisinho que me causa arrepio de agora pouco.
— É, estamos, mas como eu disse: tenho que encontrar o Lucas. Bye, Alexia.
— E quem disse que você vai a algum lugar? — troco olhares com ela. Aquela garota sarcástica e segura de si desapareceu.
— E quem vai me impedir?
— Nós precisamos ter uma conversa, Emily. — Sua mão surge de trás das costas e com ela, Alexia aponta uma pistola simples e brilhosa em minha direção. Sinto meu corpo paralisar de imediato, e minha respiração cessa. Era por isso que ela se manteve calma todo esse momento.
— Alexia... calma — peço a medida que consigo recuperar o fôlego. Toda brisa gelada do noite se transforma em uma atmosfera densa e fervorosa. O que eu tô sentindo é medo?
— Eu tô calma, Emily, calma até demais. — Enquanto analiso minhas próximas palavras deixo que a música alta do casarão escuro longínquo seja a única fonte de vida entre nós duas. Alexia me olha como uma cobra pronta a dar o bote.
— Por que tá fazendo isso? — pergunto. O motivo com certeza é o Lucas, mas nunca achei que ela pudesse chegar a tanto.
— O quê? Matando? — Alexia sorri, mas dessa vez como uma psicopata. — Como você ainda tem a coragem de me perguntar isso? Você roubou ele de mim.
— Não roubei ninguém... de você. — solto cada argumento com tom suave, cada palavra dita pode ser a última. Alexia está louca. Procuro alguém com olhos, alguém quem eu possa pedir socorro, mas cada parte da grama e que eu consigo ver no canto dos olhos não tem ninguém. É como daquela maldita vez no campo de futebol com o Kevin. Nunca ninguém está presente quando precisamos. Minha respiração está saturada, e a da Alexia também. Ela também está nervosa, e completamente fora de si.
— Você roubou ele de mim, e você vai pagar por isso — sinto meu medo ir se transformando em raiva. Notar a semelhança entre as ocasiões me faz ter ódio dela. Alexia e Kevin, os dois sempre me fazendo mau. — Imagina, Emily, quando eu matar você... ele vai ficar tão sozinho, e tão triste. — Alexia é mesmo muito psicótica. Eu ainda estou incrédula de que ela esteja mesmo pensando em me matar apenas para poder ficar com ele. — E eu vou estar lá pra consolar ele.
— Então vai! Me mata, Alexia!
— Não duvide de mim, Emily! — manda com o cano da arma mirado direto em minha testa. — Cala... a boca.
— Não... não vou mais me calar. — deve ser a embriaguez que está correndo em minhas veias que está me dando uma coragem insana, ou eu perdi mesmo a noção do perigo. Mas a questão é: — O Lucas me ama, Alexia, ele me ama.
— MANDEI CALAR A PORRA DA BOCA!!! — Alexia segura a cabeça e lágrimas começam a subir em seus olhos. A garota tapa os ouvidos com as mãos para não me ouvir.
— Você acha mesmo que me matando vai ficar com ele? — rio em ironia. — Ele te odeia, garota, acorda! Você estragou tudo que tinha com ele.
— Cala a boca, Emily! — Alexia aponta a arma em minha direção novamente.
— Se você acha mesmo que me matando vai ajudar a resolver seus problemas, vai em frente... me mata! — mando. Por favor, não faz isso, Lex. Não me mata não! Abro os braços para aceitar meu destino com coragem. — Vai, Alexia! Atira em mim! O que você tá esperando?!
— Cala a boca antes que eu largue uma bala na sua cara!
— Você não tem coragem. — rio outra vez. — Você sabe que ele nunca vai querer você como me quer. Você sabe que ele me ama de uma forma que ele nunca conseguiu te amar. — Alexia chora enquanto o vento retira uma mecha de cabelo do seu rosto. — Atira em mim logo antes que alguém veja a gente! Anda! — Faço uma pausa olhando de cima a baixo. — Ele nunca vai te perdoar se me matar. Todo mundo sabe que nos odiamos, e você seria a primeira quem a polícia iria investigar.
Alexia faz uma pausa enquanto seca o rosto com o antebraço. Espero que minhas palavras mude sua ideia de tirar a minha vida. Nós estamos gritando, mas eu duvido que nossas vozes cheguem dentro da festa.
— Vai embora — ordena com tom mais baixo. — Vira de costas e vai embora. Você tem quinze segundos pra desaparecer da minha frente antes que eu largue uma bala na sua cabeça. Agora vai!
Caminho para trás enquanto conto os passos, e a cada segundo não tiro os olhos dela. Alexia é hostil e perigosa. Essa obsessão que ela tem pelo Lucas está indo longe demais. Sinto minha respiração ainda descontrolada enquanto meus músculos tensionados com calma me levam para trás. Tudo o que eu mais quero agora é sumir daqui. O Lucas? Posso conversar com ele amanhã. Respira, Emily, calma, muita calma. Você só precisa entrar para a casa. Okay, mas calma. Respiro fundo, e me viro de costas. Um segundo, caminho cada vez mais rápido na direção oposta de Alexia. Dois segundos, olho para trás e encontro seu olhar psicópatico me olhando a sangue frio. Três segundos sua arma está em minha direção com as duas mãos apoiando-a com maestria. Quatro segundos, o choro de Alexia desaparece e ela está sorrindo como o coringa, um sorriso problemático e zombeteiro. Cinco segundos, foi onde seu sorriso desapareceu, e ela suspirou fundo. Acho que ela desistiu outra vez de me matar, não devo ser um alvo agora. Seis segundos, meus passos ficam mais duros e vejo Alexia coçando o couro cabeludo com o cano da pistola. Sete segundos, seu olhos estão pulando do rosto e seus dentes estão rangendo na boca. Oito segundos, o que restou da coragem de poucos segundos começa a se esvair do meu corpo, e o medo toma conta de cada célula minha, e no momento começa a fugi pela minha respiração. Nove segundos, Alexia se move de um lado para o outro e fala sozinha. Acho que ela está perguntando para alguém se deve atirar em mim ou não. Dez segundos:
— Corre, Emily, vamos brincar de tiro ao alvo. — Eu devia correr mesmo, mas sinto meus pés vacilando. Eles não me obdecem. Tudo que eu consigo é apenas caminhar com rapidez.
Onze segundos:
— Eu tô brincando com você. — Alexia gargalha como a Bellatrix Lestrange de Harry Potter. — Você tem quatro segundos nas minhas contas. É melhor você correeer! — diz toda animadinha e com um sorriso animalesco.
Doze segundos, olho para frente, mas vejo que a sacada da casa está inalcançável para apenas três segundos. Treze segundos procuro algum lugar para me esconder caso realmente Alexia não esteja brincando, ela não parece estar brincando. Ai, meu Deus, ai meu Deus. Lucas, Fabrício, me ajudem! Quatorze segundos, me viro uma última vez para Alexia, e ela não parece mais aquela louca. Alexia está rindo e gargalhando, mas parece normal, ela parece apenas estar zombando de mim, e isso me faz respirar fundo e sentir alívio. Ela está brincando. Quinze segundos, ainda vejo minha rota de fuga bem longe cheia adolescentes punks dançando e bebendo, mas a essa distância eles não conseguem identificar nós duas em meio a escuridão. Como eu consegui me distanciar tanto em tão pouco tempo?
Dezesseis... segundos:
Disparos soam pela noite, mas eu não consegui ser tão rápida. Meus passos cessam, e a dor se espalha instantaneamente pelo meu corpo. Meus dentes começam a colidir, e as lágrimas sobem em meus olhos de imediato. Dezessete segundos, ouço minha voz em gemidos no silêncio frio da noite, e a franqueza toma de leve meus músculos, antes tensos. Com dificuldades me inclino para baixo e coloco a mão na minha barriga. Tento tapar o ferimento na tentativa de estancar a hemorragia que me mata lentamente, mas parece inútil. O sangue logo se espalha por toda a minha mão, e vejo as gotas pingando sobre a relva no sereno.
— Emily! — a voz de Alexia soa sobre a noite. — Não, não, não, não! — Me volto à ela com mais dificuldades ainda. Assim como os meus, os olhos de Alexia parecem incrédulos também com o que fez. Caio para trás com o gosto do ferro inundado minha boca. Além da minha barriga, outro buraco me arranca a vida lentamente cravado em meu peito. — Emily, não por favor. — Alexia se aproxima de mim desesperada, e antes que eu caia ela segura minha cabeça. — Meu Deus. SOCORRO! SOCORROOO! — Meus olhos começam a pesar. Ela conseguiu, ela disse que faria, e fez. Alexia me matou. — SOCORROOO! — Gostaria de dizer alguma coisa, mas não consigo. Minha cabeça voa para a única pessoa quem eu gostaria de ver antes de partir. E como se meu coração o chamasse:
— EMILY! — Lucas se aproxima. — Emily! — muito rapidamente ela toma o lugar de Alexia e me deita em seu colo. — pede ajuda, agora! — manda para Alexia. Alexsandra puxa o celular do bolso rapidamente. As lágrimas de Lucas desabam em meu rosto quase que bem rapidamente. Ele veio acompanhado de uma multidão de pessoas que, com certeza, ouviram os disparos de Alexia.
— Aqui não tem sinal de celular. — Alexia expressa com muita aflição.
— Porra, faz alguma coisa! — berra Luke. — Emy... Emy, por favor... Emy, não me deixa.
— Eu vou procurar ajuda. — Alexia sai correndo e some da minha fraca vista. Minha respiração vacila, e vejo Lucas desesperado enquanto me abraça com força.
— Não me deixa, por favor. Eu não vou aguentar se você morrer. — Soluça enquanto molha meu rosto. Suas lágrimas quentes me confortam, e seu abraço me traz paz. A dor consegue ser suportável com seu toque. — Eu não vou conseguir suportar, meu amor, fica comigo, por favor, fica comigo.
— Lu... cas. — Luke me olha nos olhos chorando. — Lu... ke, eu te amo, meu amor. — respiro fundo com força.
— Não, eu não vou aguentar sem você. — Lucas nega com a cabeça continuamente.
— Não... — engulo em seco. — chora... Eu vou ficar bem — minha respiração começa a falhar quando minhas lágrimas começa a correr pela lateral do rosto. — Não chora... — Soluço alto. — Eu amo você — minha voz continua em sussurro. Meus olhos começam a vacilar.
— Não vai, Emily, não!
— Achei alguém! — me forço a olhar para Alexia. A garota sai empurrando a multidão comovida a nossa volta. Com ela vem uma moça, jovem cabelos castanhos.
— Eu sou médica, posso ajudar. — Lucas permite que ela me olhe. — Oi, querida, eu vou te examinar, só fique comigo.
— Eu não... — minhas palavras cessam quando o encontro. Eu achei que havia visto os últimos olhos esmeraldas essa noite, mas ele está ali. Fabrício caminha da multidão sem dificuldades. A tristeza está batendo forte em sua face, e ele me olha atentamente. Fabi se aproxima de mim, e me estende a mão.
— Emily, você está me ouvindo? — pergunta a moça qual mau conheço. — Temos que fazer um procedimento para drenar o sangue no seu pulmão. — continua, mas não estou atentamente ligada à ela. Minha mão automaticamente segue em sua direção, e no momento em que eu o toco um torpor toma conta de todo meu corpo. A leveza do cansaço vai batendo. — Emily, não se entregue... Emily, fica aqui. — pede, mas tudo que eu ouço e sua voz doce chamando meu nome, antes de me entregar ao cansaço.
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