39 Promessas Pagas
Todos os garotos do colégio ficaram super animados com a chegada da professora Fernanda, mas o que dizer? Ela é mesmo um mulherão da porra, por assim dizer. Talvez até eu estivesse animada se fosse do sexo masculino. Porém, por fazer parte do time feminino estou morrendo de raiva, não só porque ela vai trabalhar mais perto do Lucas que eu, também porque ela é uma vadia grossa que foi muito ignorante comigo. Fora isso, estamos super de boa.
Mais para o final de agosto, a galera do colégio começou a comentar sobre uma nova festa que vai acontecer na primeira sexta de setembro, no mesmo dia que começa o campeonato entre as escolas. O bom é que o nosso time se classificou por muito pouco quando venceu o Bartolomeu naquele jogo épico que o Thi voltou a ser o capitão, e que o Lucas se tornou o co-capitão. A galera respeita eles. Os dois são muito amados não apenas pelo time, porém, também por todo o colégio Estevão. Mas por que eu estou pensando nisso? Passei os piores dias colegiais da minha vida por causa desse amor entre colégio e time de futebol.
— Eai, esquentadinha — Rômulo se joga na minha frente todo animado. — Você vem né? Na festa do time?
— É... vou pensar — respondo tentando ficar no mesmo nível de alegria que ele. — Oi, Geovane — cumprimento companheiro fiel de Rômulo.
— Eai, gatinha, eu achava que você não dava mais bola pros cachorros. — Geovane começa a rir do próprio comentário, enquanto eu rio do cara de idiota dos dois.
— Na verdade tem muita coisa rolando. Eu vou indo. — Saio logo em seguida.
Thiago sorri assim que me avista. Tenho saído um pouco mais tarde da sala para os intervalos, já que agora o assunto favorito dos garotos é a professora Fernanda, e o jeito masoquista que ela os treina. Na verdade ela gosta de pegar pesado nos treinos, não só com os garotos, também com nós garotas. Os caras acham mesmo que ela é masoquista porque sentem atração por ela. Nós meninas que vemos mesmo a verdade sobre aquela lá. Ela não é uma professora ruim... é só... ela é muito melhor que o professor Jeferson, e acreditem isso é um problema, além de não ser um problema. Me jogo na frente dos garotos, e noto que o assunto professora Fernanda já se acabou.
— A galera tá falando da festa que vocês vão dar na sexta que vem — menciono. Nenhum deles parece surpreso. Acho que a bunda grande da professora Fernanda não foi mesmo o assunto inteiro que foi trocado na minha ausência.
— É — fala Thi animado. Não é estranho, ele é capitão, talvez seja o mais animado de todos. — E você vai vir né?
— Na verdade, não sei não. Não frequento mais festas. — Sento entre eles.
— É meu aniversário — declara Thiago. Ele me olha com aquele sorrisinho que me conquista. — Não vai ser só a festa do time... Anda esquentadinha, eu quero você lá. Diz que sim — implora com as mãos em reza.
— Eu vou pensar.
— Vai ser a última oportunidade de você ver o Biel no palco por um bom tempo.
Como assim a última vez que vou ver o show do Biel por um bom tempo? Minha mente começa a tentar imaginar quantos significados essa frase tem, mas todas elas dão em um único motivo... o Gabriel vai embora.
— O quê? — pergunto não dando ouvidos a eles.
— Valeu, Thi — profere Biel revirando os olhos. Jon, Pê e Tony ficam na deles. — É, Emy, eu vou embora.
— Vai embora? — indago tentando medir o peso disso. — Mas, por que? O que houve?
— Não aconteceu nada. — então por que vai embora? Quero perguntar. Gabriel respira fundo não muito calmo. — Os sem nomes receberam um convite para estudar numa escola de artes no Paraná. Isso vai ser bom pra nossa carreira.
— Que notícia incrível. — Mas é uma notícia boa e ruim ao mesmo tempo. Não tô entendendo, sempre que os amigos de Fabrício saíam de nossas vidas não tinham o mesmo poder de me fazer sentir o que está passando em mim agora. Essa notícia, ao mesmo tempo que me deixa feliz por ele, me faz sentir que estou perdendo ele também. Fico calada entregue aos pensamentos. Eu estou mesmo perdendo o Gabriel? Ele está indo embora mesmo? Tudo parece muito estranho.
— Emy — chama. —, nas férias nós fizemos o teste para a escola. Essa semana eles me disseram que conseguimos entrar. Eu só não sabia como te contar.
— Biel, me promete que não vai me esquecer — peço. A única vez que eu me senti tão bem como me sinto com todos esses rapazes, foi com Fabrício e com o Lucas. Saber que Gabriel está indo embora é como sentir que uma parte de mim está indo com ele.
— Nunca — diz. Pego sua mão e ficamos vidrados. Talvez sim, ele está indo para uma escola nova, onde vai conhecer pessoas novas. Quem sabe encontra uma garota que consiga me substituir em seu coração. Não que isso seja ruim, eu não consigo dar a ele o amor que tem por mim, mas não quero que ele coloque qualquer outra garota no meu lugar, isso jamais. — Nunca vou esquecer nenhum de vocês, e eu voltar até o fim do ano para nos vermos antes do natal. Acha que eu consigo te esquecer? — Mas é uma sensação de perda para mim. Sem pensar duas vezes, me agarro nele com força, como se abraçá-lo fosse fazê-lo mudar de ideia.
— Own — solta Thi de forma irônica. Para Thiago pode não ser mesmo o fim, mas perder o Gabriel é perder uma amizade. Sempre fui uma garota de poucas amizades minhas. Todas as outras eram do Fabrício, e Alexia, Karen e Rebeca nunca foram minha amigas. A roda de rap são meus amigos, mas nenhum deles se comparam ao que cada um desses aqui presentes, representam para mim.
Gabriel devolve meu gesto de carinho um tempo depois, e beija o topo da minha cabeça. Seu cheiro sensível me conforta. O que seria de mim sem ele? O Thiago estaria comigo se não fosse o Gabriel? Foi por causa dele que o Thiago acreditou que eu não tinha traído o Lucas; o Gabriel foi o primeiro a reconhecer que aquilo não havia acontecido, e ficou do meu lado quando ninguém mais ficou. Mas ele está trilhando o próprio caminho, e eu preciso aceitar, tenho que ficar feliz por ele.
— Quando vai? — pergunto.
— No meio de setembro.
— Eu viu sentir sua falta — declaro. Eu não sei se essa cena está ridícula para os outros meninos, ou se está exagerada demais. Eu nunca tinha ligado o foda-se para os meus próprios amigos, mas esse é um caso extremo.
— Eu também — Biel me aperta mais contra ele. —, mas prometo que eu vou voltar para te ver.
— Sem querer interromper o casal — fala Thi. —, mas temos visitas. — Meu melhor amigo faz um sinal com a cabeça para que nos viremos. Muito rápido me direciono para onde ele aponta, não apenas ele, mas todos os garotos estão olhando. Para a Alexia, mas a Alexia não representa nenhum tipo de ameaça. Karen está com a mesma pose ridícula de sempre, e por fim, a nova última integrante. Uma garota de cabelos escuros e com o olhar venenoso que eu já conheço. Me coloco de pé bem rapidamente ficando de frente com elas. Se o meu sangue ferveu? Eu estou a beira de explodir no meio do pátio para todo mundo ver. Meus amigos começaram a nos rodear esperando que eu não tome a decisão que eles sabem que eu quero. As três me olham com deboche, principalmente a Paula... a Paula, exatamente. Agora como ela está aqui, eu não sei.
— Eu não creio que você ficou tão baixa a ponto disso.
— Eu já sabia que vocês eram boas amigas, Emily — diz Alexia andando de um lado a outro. — Eu só fiz o favor de convidar a Paula pra conhecer o seu novo colégio. Não e magnífico?
— O que não me surpreende nenhum pouco — digo rápido. — E você, Paula... o quanto você tá ganhando por isso?
— Eu? — pergunta fazendo a egípcia. — Nada, eu só queria saber um pouco por onde você anda.
— Caralho, Alexia — solta Thi se intrometendo. — Tem que aprender a largar o osso de vez quando.
— Fica na sua, Thiago. A sua dona ainda não te chamou.
— O que você quer aqui? — pergunto quase para meter meu punho na cara de uma das três. — Por que você tá fazendo isso?
— Nada, querida — responde Paula olhando as unhas como de costume. — A Alexia me convidou para vir passar esse final de mês aqui, e como eu posso né? Resolvi aceitar. E o que eu quero, é só me apresentar para os seus amigos. Oi, meninos. — acena com seu sorriso cínico ridículo.
— Agora, pode embora. — Tenho a impressão de que se ela não for eu posso não ser a Emily diplomática por muito tempo.
— Não vai me apresentar a eles?
— Mas que porra tá acontecendo aqui? — indaga ele. O rei da confusão, que não consegue ficar por muito tempo longe de um grupo de alunos que estão prestes a se pegar. O Lucas surge do meio da galera e toma toda atenção para si. Por um momento ele fica quieto, e sua respiração até falha quando vê Paula. Não devo esquecer que esse é o primeiro contato dele com ela, assim como teve um primeiro contato com Otávio, Igor e Aaron em São Paulo. — O que você tá fazendo aqui? — indaga.
— Luke — fala Alexia muito alegre em vê-lo. Ele deve ser o único ser na terra que consegue manter a loucura de Alexia controlada, e ela até parece alguém de verdade com ele por perto.
— Lucas — diz Paula com um sorrisinho presunçoso no rosto de vadia. — Então você é o que cara que foi roubado da Alexia. Caramba, Emily, você tem mesmo um ótimo gosto para homens. Ele é um gato. É uma pena que você sempre está roubando os homens.
— Eu vou roubar esse sorriso da sua cara, sua vagabunda. — Antes que eu invista sobre Paula os meninos me seguram e Paula se afasta rindo como Paola bracho.
— Calma, Emy — pede Jon se colocando entre eu e as garotas. Thi ainda segura meu braço, e suspiro fundo toda a minha raiva por estar passando por isso. Eu não acreditava que Alexia chegaria ao extremo, que fosse buscar alguém no meu passado para usar como arma contra mim. O Lucas ainda está tentando dar razão a tudo isso. Paula? Aqui? Até eu estou impressionada.
— Eu só tinha vindo te cumprimentar — diz a mesma passando a mão nos cabelos. — Agora vamos indo, né, Alexia? — Alexia assente saindo primeiro, segundo de sua fiel escudeira. — Ah, Emily, deixa eu te lembrar... eu não sou mais sua inimiga. — assim que termina Paula vai embora.
— Pode me soltar — digo aos meninos. Lucas me olha, e eu o olho. — Você tá bem? — que pergunta interna estranha. Na verdade, eu não sei o que ele está sentindo. Não sei o que está pensando. A Paula está mesmo aqui no Estevão? Está mesmo aqui na minha cidade? Ela veio mesmo tornar a minha vida um inferno?
— Tô bem — refuta. — O quê...
— Armação da Alexia, como sempre. — tento formar um sorriso para mostrar que nada disso me atingiu, mas é inútil, isso me atingiu. Contudo, de forma alguma eu vou deixar que a presença da Paula mude a minha vida. Se a Alexia está pensando que ter se aliado a vagabunda da Paula para tornar a minha vida num inferno, ela está muito enganada. Vamos ver quem vai tornar a vida de quem um inferno!
Eu pedi para os dias caminharem devagar depois da notícia que Biel iria embora, mas eles se colocaram contra mim. Não é nem início da primavera ainda, mas o sol já está colorindo boa parte do nosso litoral. As manhãs ainda estão começando bem geladas no início de setembro, mas a tarde fica bem quente. Hoje é sexta feira, e as aulas estão suspensas porque vamos receber um colégio aqui para o primeiro jogo do campeonato. Eu não consegui muito contato com o Thiago hoje, o Gabriel deve está ensaiando com a banda que veio de longe apenas tocar nesse show especial, como presente de aniversário para o Thi, e comemorar a primeira vitória do campeonato. Parece que as duas primeiras turmas a se enfrentarem no campo são as equipes mais fracas do campeonato. Isso é, nosso colégio e um tal de Rodrigues. Nunca ouvi falar. Está na cidade, mas é tão afastado que nossos pais nem pensam nele como opção para nos matricular. Mas não é apenas o Thi e o Biel que estão indisponíveis hoje. Pê e Jon também. O Thiago os recrutou como ajudantes para organizar toda a nova festa, que só vou porque é aniversário do Thiago, e o último show do Biel ao vivo para mim. Mas se fosse uma festinha qualquer de time de futebol eu estaria fora. Mas Pê e Jon já devem estar por aqui, já que precisam fotografar e pegar todos os detalhes para colocar no jornal do colégio da próxima semana.
Me junto a meu único parceiro, Tony. Vamos assistir o jogo juntos, já que nesse meio tempo, os meninos estão ocupados. Enquanto seguimos para o campo de educação física, passamos pelo grupinho de vadias. A Paula parece cada dia mais agarrada com a Alexia. Não é mesmo de se estranhar já que as duas são répteis da mesma espécie e se merecem. Uma é psicopata egoísta e a outra não passa de galinha manipuladora. Todos esses últimos dias no colégio, eu senti falta de poder arrancar os cabelos dela. Sempre tenho essa vontade quando lembro que ela fez o Fabrício gozar, e apenas de pensar nisso eu sinto nojo dela e dele também. A Paula, porém, não fez nada para me provocar. Não tem se aproximado, e nem dito nada que possa tirar a minha paciência. Só a Alexia que tem tentado nos jogar uma contra a outra de vez em quando, e não deu muito certo também, pois a própria Paula pula fora.
Tony conta animado que fez sua inscrição para o próximo concurso de dança que vai acontecer. Nosso colégio, infelizmente não oferece mais esse tipo de interação entre os alunos, e a inscrição do Tony foi pela internet. Eu até fui convidada com a menção daquele CorKscrew. Tony afirma que ele poderia detonar muitas equipes. Porém, eu não estou pronta... não me sinto pronta. A única dúvida que fica na minha cabeça é, por que a Penélope deu todo aquele show comigo, e não com a Natalia? Pois ela também fica perto do Tony as vezes. Mas a resposta para essa pergunta ficará para outro momento já que temos nosso caminho interceptado por ele.
— Eu vou acompanhar a galera, Emy — Tony começa a seguir a multidão em direção ao campo de futebol, e Lucas se aproxima de mim devagar, como se eu fosse atacá-lo. Eu devia? Eu não sei bem. Eu amo o Lucas, e descobrir certas coisas sobre ele não mudou nada. Acho que eu o odiaria se ele ficasse afastado, mas ele tem frequentado a igreja nas minhas consultas semanais. O que é um ele quase comeu a Laura, e perdeu a virgindade com a Patrícia com um “comecei a construir a minha garagem”, e, “O Fabrício não perdeu a virgindade com você”, com, “Ele te amava, como eu te amo”.
— Oi, boa sorte — digo.
— Que sorte? Você é minha sorte. — espero que ele não tenha notado que eu fiquei sem jeito. — Hoje vou cumprir minha promessa, vou fazer gols pra você.
— Não seja bobo, Lucas.
— É sério. — Lucas olha para o chão como se estivesse se preparando para dizer algo. Ele se aproxima mais de mim enquanto segura uma mão com a outra. Talvez ele queira segurar a minha mão, como eu quero que segure minha mão, mas está sem jeito. — Emy, eu...
— Hey, merdinha. — é interrompido por Thi que surge no final do corredor. É neste momento que noto que não há mais ninguém nos corredores do campo. Mesmo depois de tudo, ele ainda é capaz de me fazer desligar e ser o único. — A gente tem que ir. — Thiago pisca para mim e me manda um beijinho. — Esquentadinha da minha vida. Desculpa não responder suas mensagens, mas a treinadora tá pegando bem pesado essa semana. Vamos, campeão!
— Vai, Lucas, antes que a Fernanda coma você vivo.
— Tá — diz para mim entre um suspiro e outro. — Posso fazer uma coisa? — Antes que eu responda Lucas me beija no rosto delicada e longamente. E enquanto seus lábios estão em contato com meu tato, tudo em mim estremece. Meus olhos se fecham enquanto se entregam ao seu aroma, e ao seu toque. — Até depois, gatinha. Torce por nós. — ele sai em companhia ao Thiago, e por um tempo fico parada aqui no corredor, tentando imaginar o que foi isso? Fazia tempo que eu não sentia seu toque, e sempre que isso acontece, meu corpo deseja por mais. Mas não dá, eu não posso dar a emoção o que ela deseja e acabar sofrendo depois outra vez.
— Amor, agora não é horas de ficar pensando no boy — ela mesma me alerta. — O jogo vai começar. Anda, anda, anda — manda estalando os dedos rapidamente.
Opto por ignorar a minha versão sorridente no corredor e entro o mais rápido que posso no campo do colégio. Os berros são ensurdecedores, como de costume. Os xingamentos e gestos obscenos também. Todos dizem que o futebol une as pessoas, o que é uma tremenda mentira, ou as duas torcidas estariam mescladas. O Thiago já deve ter mencionado algo sobre pancadaria depois de um jogo, e desde então nunca mais foram colocadas as torcidas juntas.
Me sento ao lado de Tony, que está sentado ao lado da namorada dele. A Penélope está linda, e desvio o olhar rápido quando ela me nota atenta a ela.
— Oi... Emily — cumprimenta no meio dos berros. Algo me diz que Penélope está constrangida.
— Oi.
— Se vocês quiserem eu saio do meio de vocês — fala Tony com um sorrisinho sem graça.
— Não precisa, amor — diz a namorada dele se agarrando mais em seu braço. — Eu posso falar daqui. Emily, eu sinto muito por tudo que eu te falei aquele dia.
Depois de tanto tempo que ela descobriu que eu não tive nada no lance da traição, é agora que ela me pede desculpas? Em que munda essa garota vive? O da Natalia?
— Foi um mau entendido — respondo sincera e ao mesmo tempo um pouco irritada, mas por respeito a Tony coloco meu melhor sorriso no rosto. — A Alexia conseguiu enganar todo mundo, até eu.
— Num é? Ela é uma vadia psicopata do caralho. — Agora o meu falso sorriso se transforma em verdadeiro de um momento para o outro. Não achei que a namorada do Tony tinha esse tipo de palavra no vocabulário. Eu também tenho, mas mesmo que eu ande com garotos, ainda conservo uma parte feminina minha. — Eu não achei que ela fosse chegar a tanto por um cara.
— Eu posso sair do meio se vocês quiserem conversar melhor — Tony insiste. O jogo já começou e estamos conversando sobre como a Alexia pode ser louca, Penélope e eu. O Antônio ainda ficou entre nós duas enquanto criamos umas teorias malucas sobre Alexia e Paula. Ela disse que as duas devem estar tramando mais alguma loucura contra mim. Claro, isso tudo depois que eu contei que a Paula é uma inimiga antiga. Então a multidão dos Estevão vai a loucura com um berro de gol. Foi o máximo para nos tirar da conversa. Lá em baixo, o Lucas está correndo de um lado a outro com um sorriso que alegra meu coração. Ele beija dois dedos e manda em minha direção assim que me avista na arquibancada.
— Ele é louco por você — comenta a namorada do Tony. — Deveriam dar uma chance aos dois.
— É complicado — refuto me sentindo feliz por ele ter me dedicado o gol. Eu amo ele, quero declarar para Tony e Penélope, mas eu não preciso dizer em voz alta, eles sabem.
— Você deveria — fala Tony sem olhar para mim. — Ele é um cara bem legal.
— Não sei, mas não vamos mais falar sobre isso, tá?
— Tá bom — conclui Penélope.
O jogo foi marcado com a primeira vitória do Estevão sobre o colégio Rodrigues. De acordo com o Tony, eles ainda não foram eliminados da campeonato, mas precisa recuperar esse jogo para não ficar atrás na fase do mata mata. O nosso colégio não teve muito trabalho de ter uma vitória com quatro gols a um deles. Isso não deve ser influência daquela bunda enorme da Fernanda, mas a competência dela é enorme. A professora Fernanda quase não se moveu enquanto assistia a partida, e pareceu até muito orgulhosa quando apertou a mão do treinador adversário. O cara com certeza ficou puto. Acho que ele se perguntou como perdeu para um time treinado por uma mulher.
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