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05 Bruno





     — Hey, mano, o que aconteceu lá? — Davi indaga assim que consegue me alcançar. Quando me sento de frente para o campo de futebol.

     — Ela confirmou o que eu já sabia, Davi — respondo. Não chora, Lucas, você já chorou muito para um dia. — Perdi ela, irmão.

     Davi soa calado. Talvez ele esteja sendo condolente com meus sentimentos, ou talvez não tenha mesmo o que dizer. Não posso negar que por mais idiota que pudesse ser o que ele tivesse a dizer, eu estaria aqui para ouvir, opinar, e até sorrir... Queria muito que ele dissesse algo agora. Não é fácil aceitar a derrota, por mais que seja para trazer algum bem. Mas que bem ficar longe da Emily pode me trazer? Logo agora que eu a perdi, é momento em que eu mais estou sentindo sua falta. Estou aqui sentado numa arquibancada de um campo de futebol de colegial, com praticamente o meu irmão. E estou sentindo a segunda maior perda da minha vida. E eu ocasionei isso. Não posso, eu não quero acreditar, mas ela está certa... Emily está certa, ela me disse, me pediu para acreditar e para crer; me deu vários benefícios da dúvida... No primeiro momento em que ela assumiu na minha cara, eu acreditei. Aquele maldito luau, aquele maldito sentimento no coração me fez isso agora. Me sinto em choque, sinto que a qualquer momento uma bomba pode explodir em mim, e eu sei que isso é efeito da falta de crença, de que tudo aconteceu mesmo. Posso adiantar a todos que é difícil, muito difícil perder sua melhor amiga e o amor da sua vida nas mesmas cento e sessenta oito horas.

     Davi toca em meu ombro e o aperta com solidarismo. Olho para ele enquanto ele continua a tentar me passar forças. Os olhos de Davi mentem para mim, eles tentam me mostrar algo que não vai acontecer, que é ficar tudo bem. Já a boca, eu agradeço por continuar sem fala, pois a mentira dos olhos eu consigo suportar, mas se ele me dissesse talvez lhe arrancasse alguns dentes por isso.

     — Eu sinto muito, irmão — diz para mim, e foi o máximo para me fazer chorar. — Quer um abraço?

     — Eu quero a Emily, David — exclamo com minha voz falha. Nós miramos ao campo e voltamos a ver o grupo do terceiro em aula de educação física.

     Quando o intervalo do terceiro se encerra ele aparece.

     — Sem aula pragora? — Acho que ele não está muito interessado nisso agora.

     —  O que você tá fazendo aqui? — inquiro enquanto o rapaz de olhos castanhos se senta do meu outro lado. — Veio brincar com o que eu tô sentindo?

     — Tenho cara de quem faz isso? — Thiago pergunta meio sem acreditar que tenha vindo de mim essa questão.

     — Não — respondo após um tempo só olhando para ele. — Como ela tá?

     — Destruída, mas você sabe como ela é... orgulhosa. E você como tá?

     — Como você acha? — indago respirando fundo.

     Thiago cruza a perna por cima dos joelhos. Acho que em um momento de sofrimento nunca tive tanta parceria. David de um lado, e Thiago do outro. A última vez que isso aconteceu a maldita da Alexia é quem estava comigo, e agora, descubro que ela tinha sido a porra da autora de todo aquele sofrimento. O meu melhor amigo que disse, e a verdade dele me fez acreditar em tudo, e meu outro amigo Thiago, tentou de todas as formas me fazer seguir por um outro caminho, e eu crente da certeza acabei me jogando de um penhasco emocional... Bruno.

     — E aqueles quinhentos, bem que poderiam voltar, né não? — Thiago tenta quebrar o clima da situação. Até que consigo sorrir um pouco, mas aquele maldito dinheiro representa isso, a minha falta de crença na minha garota... minha ex garota.

     — Eu não tenho mais esse dinheiro.

     — O que você fez com quinhentos reais? — pergunta. Minha cabeça não está ligando para quinhentos reais agora, tudo que meu cérebro está trabalhando nesse instante é só em Emily.

     — Eu fiz uma carteira de identidade falsa. — Thiago estapeia a própria testa. — Foi mal.

     — Relaxa, eu tô zuando, pode ficar suave. — o capitão do time passa o braço por cima da cadeira e olha para onde Davi e eu encaramos a um tempo já. — Fiquei preocupado com você. Eu sabia que a Emily era dura na queda, e achei que o sentimento dela por você pudesse mudar alguma coisa. Tava torcendo pra dar certo.

     — Eu também. Ela não me ama mais — declaro, tendo que sentir o que isso me causa.

     — Ela disse isso né?

     Assinto com gestos.

     — A Emily tá confusa. — Thiago me olha, e então eu olho pra ele. Quem melhor para ouvir, que quem está com ela praticamente todos os dias? — Aconteceu muita coisa na vida de vocês essa semana, e muita coisa na vida dela nos últimos meses. Acontecimentos demais pra uma menina de dezesseis anos. E coisas não param de acontecer. Por isso ela tá confusa.

     — Eu também tô confuso, Thiago. — Esfrego a testa, e seco a umidez que se forma em meus olhos com os dedos. — A filha da puta da Alexia me traiu, ela acabou comigo... E aquela imagem da Emily beijando todo mundo naquele maldito luau, e declarando que me traiu com o Davi não sai da porra da minha cabeça.

     — Aquilo foi mentira, Lucas.

     — Eu sei disso agora, e eu sei também que ela tava querendo me machucar, como me machucou hoje.

     — Não pensa assim, irmão — manifesta David para mim. — Isso é uma fase. Vocês dois estão feridos agora, mas depois a Emily vai pensar com mais calma, você vai ver.

     — Não acredito que a Emily vai pensar com mais calma. — Davi fuzila Thiago com o olhar por retrucar sua tentativa de me fazer sentir melhor. — Foi mal, mas não é da Emily pensar melhor. Ela tá se sentindo traída agora. A Emily tá sentindo tudo de uma única vez, e ela sente a traição que ela acha que o Lucas causou. Não acreditar, não confiar só deixa os pensamentos dela pior.

     — Eu sei — soou mais suave, e lágrimas me sobem os olhos por saber que ela pode nunca acabar pensando melhor.

     — Mas vamos torcer pra isso acontecer. — Thiago sorri na tentativa de amenizar toda a porra que acabou de deixar esclarecido. Assinto também. Seria bom se isso acontecesse, se a Emily pensasse melhor e visse que eu sou o amor da vida dela. — Eu vou indo nessa. Tenho aula de física agora, então...

     — Matias, aquele filho da puta infeliz — exclamo. Thi e Davi me olham como se não fosse eu que tivesse dito isso.

     — Nós também temos aula, Luke.

     — Pode ir se quiser, Davi. Eu não vou voltar praquele maldito lugar, e ter que encarar ela. — Os dois se entreolham nesse instante, e eu me pergunto desde quando eu virei a merda de uma criança. Tá doendo? Sim, e muito, mas eu não vou me matar por isso. Talvez seja esse o motivo pelo qual os dois não querem me deixar sozinho. O Bruno se matou, por amor? Talvez o amor tenha sim sido uma parte qual fez ele se jogar do penhasco abandonado, mas tinha muitas outras coisas envolvidas, e eu ainda estou muito sóbrio para querer fazer isso... para sentir coragem para isso. — Eu não preciso que vocês, dois infelizes, cuidem de mim. Eu já sou bem grandinho.

     — Pode ir, Thiago. Eu vou ficar aqui com o Sr. grandinho. — Encaro Davi com os olhos cerrados, e ele mostra um riso fino em provocação, o que deixa claro que ele não vai sair do meu lado. Mesmo que eu queira muito ficar sozinho agora, agradeço por ele não me deixar sozinho. Essa é a outra parte que pelo menos deu certo em todo esse maldito caso. Ter meu amigo do meu lado.

     — Tem certeza? — pergunto para ele. — Eu não quero acabar com o seu semestre em biologia.

     — Eu sou fera em biologia, e você sabe disso melhor que ninguém, porra. — Sorrio o máximo que consigo para meu melhor amigo.

     — Então beleza, falou pra vocês. — Thiago toca na mão de Davi com um tapa e um soco, e em seguida toca na minha mão antes de sumir de vista.

     — O que quer fazer, Lucas? — pergunta David. — Porque ficar aqui sentado chorando e sofrendo não é a melhor opção de superar uma mina.

     — Que tal chorar sozinho?!

     David bate com o dedo no queixo fingindo estar pensativo.

     — Parece que também não é uma boa ideia. — O sorriso travesso contagiante recai de novo em seus lábios. — Eu tenho uma ideia melhor.

     — Então vamos na sua casa pegar sua identidade falsa — exclamo lendo o que está passando nessa imaginação impura do meu amigo. — E vamos pra praia mais longe possível daqui. Tô afim de encher a cara.

     — Isso é muito melhor. — Davi ri.

     Eai, gostou? — perguntou ele como se minha opinião fosse muito importante. Eu adorava isso no meu irmão, ele sempre me enaltecia de forma que só ele conseguia.

     — Eu gostei muito, Bruno. Quem são eles? — perguntei enquanto segurava seu headphone no meu ouvido esquerdo. Naquele momento meu irmão estava com um notebook que não era nosso, ele com certeza estava gravando mais de seus cds mixados.

     — Radiohead — respondeu quando colocou o cd para gravar.

     — A voz do vocalista parece triste, bem sofrido. — aperto play em uma outra música da banda.

     — Isso de alguma forma faz com que esses porras tenham sucesso. — Ele tava feliz... parecia feliz. Meu irmão não gostava de muitas coisas, mas o pouco que ele gostava adorava compartilhar comigo e com o Davi, e quando estava só eu, era só comigo mesmo. Foi nesse dia que eu consegui aquela banda que aquele maldito filho da puta tocou no baile, foi nesse momento que meu sentimento de afeto pelo meu irmão cresceu mais como sempre acontecia. Eu amava quando ele me mostrava o que era importante para ele. Naquela época ele me ensinou a fotografar, e alguns anos antes me ensinou a jogar futebol com meu pai e minha mãe. Tudo parecia bem naquele tempo, até que o porra do meu pai começou a chegar bêbado em casa a tarde, e depois do trabalho, e depois... todos os dias. Foi ali que todo meu mundo começou a desmoronar... Mas vamos deixar isso de lado, e voltar ao meu irmão.

     — Por mais que você goste muito da banda Radiohead, Luquinhas, ela não é tão boa quanto legião urbana. — zombou, e eu ri junto com ele. Era um esporte para nós rebaixar algumas bandas de rock, e até envolviamos outros estilos musicais como pop e rap, até porque não era apenas rock que meu irmão ouvia. Eu chamava Legião Urbana de música de menininha, e que o Korn e o Scorpions eram as melhores bandas de rock do mundo.

     — Eu não acredito que você tá rebaixando o Radio. Eles tem a melhor música sofrida do mundo — argumentei com graça.

     — Hahaha — zombou mais. E então algumas batidas na porta nos tiraram de nossa discussão. Antes que fosse permitida a entrada, minha mãe invadiu o porão do rock do meu irmão. Eu lembro que não gostei nenhum pouco da aparência da minha mãe naquele dia. Ela chorava muito atualmente, e as brigas com meu pai eram constantes.

     — Esperar a permissão é legal também, mãe. — Bruno nunca ficava contente quando ela entrava sem permissão em seu quarto.

     — Desculpa. — pediu. — Eu não vou poder levar a Jess e o Lucas no aquário hoje. Você pode ir com eles? — Sua voz estava tristonha e muito saturada. Os lábios de minha mãe tinham perdido a cor, e os cabelos, o brilho.

     — A senhora não precisa dele — exclamou Bruno ignorando seu pedido. Eu ainda era uma criança, mas já entendia bem do que eles estavam falando. Meu irmão sempre quis defendê-la do monstro que sempre chegava tarde em casa. — Esse maldito só tá te fazendo mau! — E eu via o rancor que meu irmão guardava de nosso pai por fazer o mau que fazia a nossa família.

     — Já conversamos sobre isso, Bruno. — Lara mordeu o lábio e saiu fechando a porta. E o que podia ser pior para estragar o dia dele que meu pai? As vezes Bruno ia para a escola e então ficava horas fora de casa. As vezes ele ficava dias a fim sem aparecer, e minha mãe ficava louca, enquanto meu pai se afundava mais e mais na bebida. Na época eu não vi motivo aparente para tanta bebida, mas então hoje em dia eu sei o que acabou acontecendo em nossas vidas. Descobrir uma traição não é legal para ninguém. Eu digo isso por experiência própria. Uma maldita armação. Minha mãe não teve a mesma sorte que eu. Quando ela descobriu que meu pai tinha outra pessoa, ela desabou. Aparentemente ele amava essa outra mulher, e essa o trocou, foi por isso que ele começou com a bebida.

     — Pega um casaco, Luquinhas. — meu irmão não estava a par daquilo nesse dia. Bruno pegou sua jaqueta de couro, que futuramente viria ser minha. — Vamos ver alguns peixes hoje.

     Eu não estava animado, e meu irmão também não. O Bruno, além de não gostar de sair comigo e com a Jess, era um bom irmão, ele gostava da gente. Horas mais tarde naquele dia descobrimos porque minha mãe não pode ir conosco no aquário. Ela confrontou meu pai. Descobriu algum tempo antes sobre o caso fora de casa dele, mas preferiu segurar esse mundo sozinha até aquele maldito dia. Eles ainda estavam brigando feio quando voltamos do passeio. A Jess disse que não deveríamos voltar antes do horário estipulado, mas o Bruno era rebelde, e eu amava isso nele. Não fomos ao aquário, fomos tomar sorvete e ir até a praia. Minha irmã era pequena, mas já com algumas noções das coisas, e Bruno a conquistou com a ideia de ver as gaivotas planando pelo céu azul do oceano. Estou desviando o verdadeiro foco aqui, foi mal.

     Quando chegamos em casa aquele dia nos assustamos com a ordem. Alguns pratos estavam em pedaços, e tinha algumas quadros fora do lugar também. A voz alta e cansada da minha mãe soava em lágrimas, e meu pai pedia por perdão. E então o nome da outra surgiu na conversa. O Bruno ficou chocado e em choque inicialmente. Mas me pediu para levar a Jess para o nosso quarto assim que recobrou a consciência dos fatos.

     — Leva a Jess pra cima, Luquinhas. — Eu sabia o que ele ia fazer, e ia fazer por todos nós. Peguei Jess pelo pulso, e a forcei subir comigo pelas escadas. — Escuta aqui seu mané, você não pode sair por aí fazendo o que bem entende, seu bêbado de merda!!! — foi aqui que eu fechei a porta do quarto. O resto foram ecos e palavras de poucas distinção. Foi nesse dia que o meu pai foi embora de casa. Nos meses seguintes o meu irmão cumpriu o que prometeu a minha mãe, mas ele sofria, o dois sofriam. Eu sofria. Chorei muito quando meu pai foi embora de casa. Eu não tinha o mesmo rancor que o meu irmão pelo meu pai, e nem a Jess. Minha irmã era muito nova e foi a que mais foi atingida. Eu sentia tudo aquilo, presenciava tudo aquilo. Eu guardava tudo aquilo dentro de mim. Minha mãe arrumou um emprego um pouco depois, e o meu irmão também. Os dois juntos começaram da dar conta da casa e das contas. De tempos em tempos, nosso pai acabava mandando dinheiro. Nunca vimos a cor dele, mas eu sabia quando meu irmão dava fim nesse dinheiro. Minha mãe recuperou a vida aos poucos, superou a traição e as brigas, e para isso acontecer ela teve que trocar muito do seu tempo. Ela trabalhava muito, as vezes só chegava em casa tarde da noite, e as vezes nem víamos sair de casa no dia seguinte. Eu fiquei com a tarefa de cuidar da minha irmã, e o Bruno com a de cuidar de nós dois. Ele tinha tempo de buscar a Jess na pré escola, e como estudávamos juntos, íamos juntos. Em casa ele cuidava muito bem de nós três, e a tarde ia para o trabalho em uma oficina no centro. Mas depois de toda a parte conturbada da nossa história o meu irmão nunca mais foi o mesmo. Uma vez eu cheguei nele, e perguntei:

     — Bruno, você sabe se na nossa família tem alguém chamado Fabrício? — Era um meio de tarde chuvoso, e sempre que chovia meu irmão ganhava folga do trabalho. Jess já havia completado seus quatro anos.

     — Fabrício? — meu irmão cerrou os olhos tentando lembrar de alguém. Já faziam alguns anos que os sonhos com ele tinham começado, e eu ainda não tinha comentado nada com minha mãe. Na verdade essa foi a primeira menção do Fabrício que eu fiz com alguém. — Não que eu lembre. Os irmãos do babaca — com babaca ele quis dizer pai. —, não tem filhos chamado Fabrício. No máximo que eu conheço é só o Fábio. Por quê? — quis saber.

     — Ando tendo sonhos em que eu sou esse menino — respondi sincero. Como vocês podem notar, com ele não tinha tantos segredos. — As vezes são todas as noites, as vezes só algumas.

Bruno sorriu de mim, e sorriu para mim antes de bagunçar meus cabelos com a mão.

     — Você tá dormindo muito tarde, Luquinhas. — aquele sorriso rechonchudo dele me dava carisma. — Eu vou deixar você subir mais cedo, porrinha.

     — Idiota. — por mais que eu gostasse, eu fiquei bravo na época por ele me chamar daquela forma.

     — Oi.

     Bruno parou de bagunçar meus cabelos no momento em que Davi entrou na sala. Era sempre bom ver meu irmão de outra mãe.

     — Minha mãe me trouxe antes que você pergunte — diz ele com o dedo polegar indicando a saída. — Vamos jogar, Lucas? — Assenti.

     — Eu vou fazer o café da tarde pra vocês, mariquinhas. — Bruno riu da expressão que se estampou no rosto de David. Ele sempre ria. Eu era mais calmo, não dava a mínima para a forma que ele nos chamava, já o Davi, era o garoto confusão para onde quer que fosse. — Eu vou levar a Jess pra me ajudar, NÉ, JESS? — aumentou a voz para a garota ouvir do outro lado da casa.

     — A FRANCISCA DISSE QUE NÃO TEM TEMPO PARA FAZER CAFÉ DA TARDE. — Sua fina voz foi ouvida de algum lugar, e então meu irmão riu outra vez.

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