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04 Romeu e Julieta

   









     — Emily — o grave falho de Thiago me arranca dos meus devaneios da leitura. Com essa são quantas? Sétima vez que estou lendo Romeu e Julieta? Não contei, mas antes de tudo fazia um bom tempo que o livro estava esquecido no criado mudo do meu quarto. Depois de tudo que eu vivi, acabei deixando de sonhar com o amor do Romeu. O significado especial que esse livro representava na minha vida era imensurável. O Fabrício era o meu Romeu, e eu sua Julieta. Ele dizia que nosso amor era eterno, e que nada poderia quebrar nosso sentimento... até a noite em que o meu Romeu foi tirado de mim com brutalidade. Estar no lugar da Julieta não foi fácil, ainda mais quando uma bruxa má entrou na história para prejudicar meu processo de superação.

     Olho para Thiago ao meu lado, e os garotos me olham com uma boa atenção. Parece até que viram um fantasma. E vocês? Viram alguma alma penada passando por aqui?

    — Lucas — profiro assim que me volto com calma para ele. Encarar aquele que um dia viria ser o meu Romeu não é fácil, o que também não é fácil, conseguir sentir o que isso me causa, a sensação que corroe por dentro. De tudo que ele me fez por ser manipulado pela bruxa má.

     Lucas está com a camisa preta do álbum as quatro estações do legião urbana como de costume, e uma jaqueta de couro... a jaqueta de couro que ele colocou por cima dos meus ombros naquela tarde na praia com a Isa e com o Ian. Seus cabelos como sempre, emaranhados e cheios de charme.
   
    — Oi. — Ele coloca um tom suave no o grave bonito e diferente da sua voz. Nos olhamos por uns poucos segundos até que David se coloca no ato e toma a minha atenção.

    — Foi mal, gente. — David evidência seu prato com um misto quente e uma lata de refrigerante. — A menina da cantina meio que teve um acidente! — conta quase aos berros.

    — Que tipo de acidente? — indaga Pedro para ele, mesmo que não seja muito relevante agora. Luke esconde as mãos nos bolsos da jaqueta e repentinamente olha para o parceiro. Está notável que a presença de David anima um pouco a sua moral, e o faz relaxar.

    — Ela se apaixonou por mim. — Davi faz uma careta engraçada e Pedro o chama de idiota. Eles são os únicos que quebram o paradigma tenso da situação. Quando Lucas não veio falar comigo na quarta e na quinta, eu achei que os garotos estavam errados, e que ele jamais iria querer conversar sobre tudo. Mas ele está aqui agora, e eu imagino que não tenha vindo falar de Legião Urbana.

    — Podemos conversar? — pergunta para mim, e me olha logo em seguida. Eu não sei quantas vezes eu já ouvi essa pergunta feita pela mesma pessoa. O meu silêncio ressoa como resposta por enquanto. Na verdade, eu não sei o quê falar. Piscamos os olhos no mesmo momento, como se nossos olhares não quisessem se desconectarem.

     — Nós vamos... — Thiago é o primeiro a deixar o banco. — deixar vocês. — Conclui após se levantar.

     — Não! — falo repentinamente para o Thi sem tirar o olhos do Lucas. — Não, Lucas... não podemos conversar. — Mentira, na verdade só não estou pronta para falar sobre tudo isso. Lucas está lindo, e não consigo deixar de admirar seu estilo, mesmo que as olheiras imperem em suas feições finas. Seu bigode está mal cuidado, assim como os cabelos.

     — Emily...

      — Não, Thiago — O impeço, com os olhos correndo pelos bíceps e corpo atlético do meu ex. — Eu já sei o que você vai dizer.

     — Vocês tem que conversar, Emily. — Lucas não pisca os olhos enquanto nossos olhares se encontram novamente. Eu sei que o Thiago está dando a maior força para colocarmos ordem nessa bagunça que se transformou a nossa vida, e ele tem esperanças que possamos nos acertar também. Ele sabe o que eu sinto pelo Lucas. Por mais que eu tente esconder, todos eles sabem, e isso inclui o Gabriel também. Mas no momento eu não consigo pensar em qualquer outro homem.

     — Nós não temos mais nada pra conversar, Lucas. — Por outro lado, a única sensação que se manifesta em mim é raiva. Ele me tratou mau, ele sempre me trata mau. Não consigo desgarrar do ódio por todas as vezes que ele me humilhou, e descobrir que tudo isso foi culpa da Alexia torna tudo pior pelo simples fato de que por causa dela, Lucas me tornou motivo de chacota por tanto tempo. — Não mudou nada.

     — Pra mim mudou, tudo.

     — Mas pra mim não — respondo com rapidez. Lucas desvia o olhar do meu por um momento. Acho que ele está tentando esconder o que sente. — Pra mim nada mudou. Descobrir que a Alexia me usou, que novidade.

     — Emy — chama Biel com um tom leve. — Conversa com ele. — Não consigo acreditar que estou ouvindo isso mesmo do Gabriel. Eu achei que ele não gostava do Lucas. Ele devia odiar ele só por saber que tenho sentimentos por ele. O que estou pensando? Se o Gabriel sentisse isso ele seria igual a Alexia. Estou sendo idiota de pensar uma coisa dessas. A única resposta para isso é que ele deseja a minha felicidade tanto quanto o primo.

     — Até você, Biel? — pergunto desacreditada olhando-o pelo conto dos olhos.

     — Eu acho que vocês precisam mesmo conversar. — Gabriel se levanta, e todos os outros rapazes fazem o mesmo. — Vamo tá cantina. Qualquer coisa é só gritar.

     Olho para o Gabriel implorando para que eles fiquem. Tenho uma ideia do que seja que o Lucas tenha para dizer, mas não imagino argumentos para poder refutar tudo. Estou nervosa, e eu nervosa sou um caos. A Alexia traiu a nós dois, nosso amor foi vítima de um golpe... eu perdôo você! Não, eu não consigo. Simplesmente apenas de pensar em perdoar o Lucas por tudo que me fez, me faz sentir uma angústia apertar no meu coração. Não consigo dizer mais nada para barrar a ida dos garotos, e os acompanho enquanto eles saem da mesa e me deixam sozinha com ele.

     — Boa sorte — deseja Davi, mas eu não sei bem para qual de nós foi. Um segundo depois ele passa por mim, e segue na direção oposta de seu melhor amigo.

      — Posso sentar? — inquire Luke. Afirmo com um único aceno dos olhos para o banco de frente comigo. Lucas não demora para se colocar de frente comigo, e nos instantes seguintes ele me encara... me fita como se eu fosse uma obra de arte sendo admirada e analisada detalhadamente por especialista. Sua respiração está forte e profunda deixando claro que ele também está nervoso, e isso é meigo e fofo. E ele me olha tanto que me sinto desajeitada.

     — Se você ainda tem algo pra me falar, vai em frente — quebro o silêncio. Coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Mas antes de tudo, saiba que nada mudou. Entre nós, nada mudou.

     — Não — ele faz uma pausa. — Mudou tudo para mim. Tudo mudou, e agora eu nem sei mais o quê aconteceu entre nós. — Rio. Não acredito que ele esqueceu. Na verdade ele não esqueceu, talvez esteja querendo se livrar do fardo, ou quer poder deixar tudo para trás. — Eu não sabia... — exclama com a voz carregada. — Eu não sabia de nada.

      — Eu sei que você não sabia de nada — retruco bem seca. Meus dentes começam a colidir na boca com esse meu falso auto controle. — Eu também não sabia de nada.

     — Então... Isso muda muita coisa.

     — Não — respondo com rapidez. Esse Lucas esperançoso é bonito de se ver. Ele brilha com uma bela estrela no céu noturno. — Não muda, nada.

     — Emily... eu ainda amo você — se declara pela milésima vez. — E isso deixa claro que tudo que passamos foi uma armação. E o meu amor por você sobreviveu tudo isso.

    — Deixa claro? Pra quem? — pergunto irônica ignorando a outra parte. — Eu já sabia que tinha sido uma armação, Lucas. Eu sabia e por muito tempo eu tentei te abrir os olhos sobre isso, você lembra?

     — E agora você conseguiu, meu amor. — ele sorri.

     — Não me chama de meu amor — peço sentindo meu coração estremecer em meu peito. — Nós não temos mais nada, não me chama assim. Pra mim você ainda é um estranho como qualquer um, como o Kevin, o Nicolas e todos eles que armaram isso tudo.

     — Eu não fiz isso. — Pela primeira vez em questão observo sua expressão se colorir de excitação para aflição em apenas um segundo. — Não fiz parte disso.

     — Não fez... mas me fez sofrer muito mais que todos eles em questão a isso. — me mostro indiferente, mas nesse momento minhas emoções estão fluindo todas de uma única vez, e além do meu amor, nenhuma outra me faz querer continuar olhando na cara dele.

     — Me perdoa — pede entrelaçando os dedos.

     — Perdão? — Dessa vez eu permito que minhas sensações se manifestem. — Perdão? Você me pede perdão? Lucas, você me humilhou, você me feriu e você me fez chorar por noites inteiras, e não conseguir descansar por dias... Um simples pedido de perdão não vai mudar isso.

     — Eu sei, Emily...

     — Eu te amava, eu te amava muito. — Não permito que ele continue suas palavras. — Eu te amava tanto, muito mais do que eu me amava. E você simplesmente estragou tudo. Pediu a Alexia em namoro pra se vingar de mim por algo que eu não tinha feito. — toco a mão no peito, cheia de aflição.

     — Eu sei, e eu tô me sentindo um lixo por isso tudo. — Seu olhar desencontra dos meus com a aflição batendo com mais força. — Eu desgracei a gente, e eu tô arrependido.

     — É aí que tá tudo! — respondo com rapidez. Fecho os olhos. Isso é tão novo, eu nunca precisei falar assim com ninguém. A minha falta de experiência com namorados me deixou tão fraca a ponto de não conseguir ser rápida e sucinta em certos assuntos do coração. E a cada segundo que isso leva, mais machucada eu me sinto. — Eu te avisei... disse que você não tinha que se arrepender das escolhas que faz. Essa foi mais uma delas, assim como escolheu pedir a Alexia em namoro, e também como me humilhar na sala de aula, dizer que me odeia em todos os quatro cantos.

     — Emily...

     — Não, me deixa falar! — mando. Dessa vez eu aceito essa dor em meu peito, e esse aperto em meu coração como uma boa companhia e fonte de força. — O que você fez não tem perdão, Lucas. Eu amava muito você. Eu te venerava e fazia qualquer coisa pra ficar com você, e você estragou tudo. Eu chorei muito até que expulsei você do meu coração. — Lucas não consegue me olhar nos olhos, e ele olha para o chão buscando algum tipo de força para que o que seu peito está sentindo agora, e enquanto se nega, ele esconde os olhos com a mão. — Não se arrependa das suas escolhas... elas não mudam nada na minha vida.

      — Minha Emy...

      — Não, eu não sou sua Emy, e não me chama assim — brigo. — E quer saber vai atrás da sua escolha, e me esquece. — Lucas não diz uma palavra, e eu tenho que ser forte ao ver uma lágrima fina cortar pelo seu rosto. Seu olhar está apertado. Vendo ele tão triste sinto que meu coração vai explodir em decepção. Decepção com ele por me trocar facilmente, por me machucar sem piedade, por não se arrepender no momento certo. Decepção comigo, por querer ele, por chorar por ele, por não conseguir perdoar. Decepção por nós dois um dia termos vívido algo que acabou e nos machucou. Então, Lucas, você não é o único que tem arrependimentos por aqui. Eu me arrependo de ter fugido de São Paulo depois que o Fabrício se foi; me arrependo ter conhecido você. Por minha causa estamos machucados agora de novo. Seco os olhos com o antebraço. — Acho que não vale a pena conversar mais.

      — Eu te amo...

      — Foda-se — exclamo. — Sabe de mais uma coisa, bebê? Agora eu quero ver você se acertar com você mesmo. Agora que você já sabe a verdade ela vai ser dolorosa pra você. — o tom frio e cruel recai sobre minha voz. — Eu espero que você sinta o que eu senti, que você vire noites acordado... quero que você saiba o que eu passei por tua causa. E então eu espero que você me esqueça, como eu te esqueci.

     — Eu ainda vou amar você. — Lucas tenta secar os olhos, mas não tem nenhum êxito por chorar cada vez mais. — Não importa quantas noites eu vá virar acordado pensando em você — declara num sussurro choroso. — Eu vou te amar pra sempre.

     Fico sem palavras diante disso. É singelo e sincero da forma que ele sempre consegue ser. Conversar com ele é sempre pedir para ficar sem palavras. Mas cada argumento bonito que ele diz me cai como uma bomba já que nosso destino não é o mesmo. Eu amo ele, ainda continuo amando esse filho da puta com todas as minhas forças, mas simplesmente não dá, eu não consigo perdoar tudo. Seja forte Emily, seja forte! Gemo e suspiro fundo para recobrar a consciência, recordar tudo que eu passei por causa dele, isso deixa meus olhos marejados outra vez.

      — Eu não vou te esquecer nunca — complementa seu argumento. — Você continua sendo a melhor garota que entrou na minha vida. E eu sei que é injusto eu me arrepender. — Sua respiração está descontrolada, e seu peito se inflama quando ele puxa o fôlego com força na mistura do nervosismo com a ansiedade. — Mas eu me arrependo, e pra mim isso não é nada. Não tenho problema nenhum em esquecer o meu orgulho e meu ego pra pedir perdão pra uma pessoa que eu amo.

     Como é que é? Eu entendi isso mesmo?

     — Não me chame de orgulhosa! — mando quase em um berro. Faço uma pausa deixando que a raiva tome conta de mim, mas ainda assim me volto aos garotos na cantina para ter certeza que eu não gritei mais alto que o permitido por mim. — Não me chame de egoísta! — brigo com o tom mais baixo dessa vez. — Você que fez tudo isso.

     — Eu aceito que você me culpe por tudo isso. — Luke faz uma pausa, e ele já não chora. — Mas eu sei a hora de parar.

     — Essa conversa já acabou — finalizo reconhecendo que quem vai ter que sair sou eu.

     — Emy... — Ele usa o tom suave na voz outra vez, e deixa claro que ele não está me culpando por nada, não tanto quanto alguns segundos atrás.

     — Não fala comigo, estuprador do caralho! — soco a mesa após me levantar do banco. Encaro Lucas de cima, para ver o como isso o atingiu. respiração e olhar. Sua boca está forma de O, e seu olhar quase saltando do rosto. Não, eu não tive intenção alguma de chamá-lo de algo asqueroso assim, mas nada mais me veio a cabeça. Esfrego o rosto com uma das mãos. — Me desculpa, eu não quis te chamar de...

     — De Kevin... — completa minha frase.

     — De Kevin. Me desculpa — minha voz se cala no fundo da minha garganta, e eu não não consigo mais olhar para ele, e ficamos em um silêncio tenso enquanto não conseguimos trocar olhares. Se a situação não fosse pesada até daríamos risadas juntos por ele conseguir terminar minha fala. — Não dá mais, Lucas. Descobrimos coisas que mexeram demais com a gente, e antes disso tudo já estava acabado. A gente não vai dar mais certo. Eu não amo mais você — minto na tentativa que isso abafe tudo que eu disse.

     — E ama aquele filho da puta? — pergunta sobre o Gabriel.

      — Talvez eu ame. — engulo em seco. — talvez não. Mas eu e você, nós; Lucas e Emily, não existe mais. Eu sinto muito. Na verdade, eu não tenho nem porque sentir — concluo revirando os olhos

     Sua respiração, é a única resposta que ouço. Era tudo que eu queria ouvir desde que ele chegou aqui. Então por que estou me sentindo vazia? Por que ele não refutar mais nada está me causando essa ebulição por dentro? Eu queria que ele dissesse algo? Suspiro fundo e alto, e não foi apenas uma vez, são suspiros nervosos e contínuos. Ainda estou esperando que ele diga algo... um eu te amo que tocou meu coração como alguns minutos atrás. Talvez fosse melhorar muito meu dia. De fato, eu também te amo, Lucas, mas depois de tudo teremos que matar nosso amor. Mas será possível? Depois de tantos meses eu não consegui colocar um fim ao meu sentimento, contudo, Lucas é homem, os homens geralmente são mais fortes quando se trata de sentimentos. Enquanto estou aqui o observando de cabeça baixa, fico me perguntando essas coisas idiotas. Por tanto tempo ele também não conseguiu me esquecer... Mas eu acredito que ele consiga se quiser.

     — Não precisa ir, esse lugar é seu. Quem tem que sair sou eu. — (In)felizmente ele se dá por vencido. Lucas se levanta do banco de madeira, e então eu me sento novamente, por mais peso no peito que eu esteja sentindo, o vazio predomina meu coração gelado. — Eu sinto muito por tudo, Emily. Me desculpa por tudo mesmo, de coração.

     — Não precisa se desculpar toda hora — argumento sem nenhuma emoção. — Pode ir embora. — digo indicando para que ele saia logo. Por que não consigo parar de ser cruel? Lucas seca os olhos marejados, e então respira fundo. E um passo após outro eu vejo ele ir. A cada passo que se distancia meus olhos ardem a pedido do meu coração.

     — Vai atrás dele, Emily — manda a emoção com lágrimas nos olhos surgindo ao lado. Eu quero muito ir atrás dele, muito mesmo, mas.

     — Ele machucou muito você, Emily. — A razão se senta do outro lado. Juntas, nós três ficamos olhando ele enquanto se afasta, mas apenas duas de nós sofre com isso, porque a razão está pouco se importando.

    Cubro os olhos com as mãos tendo que aceitar o que eu fiz.

     — Você foi injusta com ele, muito injusta! — A versão da minha emoção não tarda a jogar na minha cara. Eu fui, e eu aceito. Continuo com os olhos cobertos para não ter que chorar. Apertar os olhos com os dedos prende as lágrimas, mas sabe onde não prende? No coração. Consigo sentir minhas mãos vibrando nos meus olhos, e gemo, mas sem chorar. — Vai atrás dele, e o perdoe.

     — Não posso. — Nego com gestos. — Não posso perdoar o Lucas. Ele me machucou demais. As coisas não funcionam dessa forma.

     — E você está certa. — A razão toma um gole de vinho em uma taça que eu nunca vi na minha vida. Ela está comemorando? — Brindemos a derrota dos seus inimigos!

     — O Lucas não é um inimigo! — A emoção faz questão de gritar isso no meu ouvido. — Ele também foi enganado.

     — Tô falando da Alexia, meu amor. — Razão engole com fartura o vinho imaginário. — O que temos programado para a próxima??? A Natalia — exclama com ódio no tom.

     — Me deixem sozinha — mando. O que eu menos preciso agora são duas versões minhas enaltecendo o meu sofrimento. — Preciso ficar sozinha.

     — Você não pode se livrar de nós. — A Emily razão exclama com maldade. — Somos você.

     — Eu quero ficar sozinha! — brigo.

     — Você tá sozinha. — Finalmente. Gabriel se coloca ao meu lado, e os garotos em seus respectivos lugares na nossa mesa. — Tava até agora pelo menos.

     — Vimos o Lucas saindo bem malzão daqui — Thiago me confronta com calma e segurança nas palavras. Respiro fundo, e passo as mãos por cima dos cabelos.

     — Não foi o que você esperava, Thi.

     — Você não desculpou ele então?
 
     — Não, não — retruco ainda não acreditando que eu fiz isso mesmo. — Não consegui.

     — Caramba, imagino como ele deve estar agora.

     — Que preocupação é essa com Lucas?! — esbravejo irritada. — Do lado de quem você tá, Thiago?!

     — Do seu — responde com suavidade na voz.

     — Ótimo, se tá do meu lado, fique do meu lado! — vocifero.

     — Ele também é um amigo, Emily.

    Não acredito que estou fazendo isso. Mas por outro lado, o Thiago não parece estar preocupado comigo da mesma forma que está com o Lucas. Porém, pelo primeiro lado, não posso tirar do Lucas o amigo que ele conquistou com base em mim. Eles se odiavam, e do nada se adoram. Pisco os olhos várias vezes para conter o choro. Eu não chorei, não na frente da razão e da emoção, eu não vou chorar na frente dos garotos.

     — Desculpa, eu não tinha que ter falado assim com você — peço secando o rosto. — Foi mal.

     — De boa. — Thiago mira-me uma piscadela. — Vocês dois tão bem sentimental agora.

     — Se você quiser ir ver como ele tá, por mim tudo bem.

      Thiago nega com um aceno de cabeça.

     — Não, agora não. Quero saber como você tá. — Cruza os braços por cima da mesa. Gabriel, Pedro e Jônatas estão me olhando também. E então começo a contar como me sinto.

 

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