03 Esperança
Segurei a mão do Gabriel e forcei com que seus olhos, fossem o descanso para os meus pensamentos. Não deu muito certo no momento, mas eu tentei. O círculo perfeito se formou naquele instante, enquanto Lucas deu a Alexia tudo que ela merecia. Ela fez tudo aquilo por ele. Alexia me usou, ela jogou com meus sentimentos no pior momento da minha vida, e eu permiti. Tive um alerta e ainda sim, eu deixei com que ela brincasse comigo, como se eu fosse um peãozinho ridículo de xadrez. Como ela mesmo disse, fui burra, eu fui... tola e idiota. Mas eu a amava. As três significavam muito para mim. Talvez mais tarde eu seja novamente culpada por Lucas estar aos berros com a Alexia no site da Natalia. Mas agora, eu só preciso desligar. Preciso não sentir e voltar a respirar. Talvez a maldita loira diga que estou influenciando Lucas, e todos vão acreditar nela. Porque além da Alexia, Natalia é sua outra amiga.
Thiago senta em minha frente, e consigo sentir de onde estou, a euforia que emana dele. Como consegue ser tão indiferente? Ele foi usado, só não tanto quanto eu, nós fomos afastados como parte de um plano... mas ele consegue rir da situação toda, eu aqui ainda me esforçando para não chorar.
Encontro o rosto choroso de Alexia enquanto é abraçada por Karen, e as duas passam por nós, não tão rapidamente, e o Thi não controla o sarcasmos deixando uma exclamação soar com seu tom zombeteiro na provocação que faz. Felizmente elas simplesmente seguem em frente. Eu não tenho mais energias para uma nova discussão. Eu sei, tá bom? Eu podia sim estar partindo a cara das duas na pancada, mas não. Me sinto fraca. Estou exausta. A parte boa nisso tudo... Não... não há partes boas. Jônatas e Pedro chegam um pouco depois de Alexia sumir de vista. Suspiro e respiro fundo. Meus olhos ardem por ter chorado, e minha respiração vacila. Os nervos estão a flor da pele, e aperto a mão do Gabriel tentando acalmar meus pensamentos.
— Caralho, nem eu sabia que o Luquinhas eram tão cruel. Ele sempre foi muito quietinho — Thi zomba na tentativa de me chamar a atenção.
— Eu não quero saber — rebato. Respiro fundo. Meu peito está dilacerado. Novamente. Eu não sei porque, mas a primeira traição da Alexia não consegue ser mais dolorosa que essa. Sinto como se ela tivesse me apunhalado agora. Não somos mais amigas, mas está doendo como se ainda fôssemos. — Eu tô cansada — declaro, suspiro fundo com um pouco mais de dificuldades.
— Hey, você tinha que ter visto o que ele falou pra ela! — olho para Thiago com um pedido para que ele pare, mas meu amigo se nega. A alegria que ilumina os âmbar dos seus olhos é capaz de contagiar a todos. O Pedro parece que está com a mesma pilha, e Jon só está observando bem atentamente. Gabriel olha o primo atravessado, e eu com cansaço estampado no rosto. — Ele disse que ela vai morrer sozinha!
— Que legal. — digo com ironia. Não duvido muito disso. Alexia merece ficar sozinha, e a Karen também.
— Então. Você tinha que ter visto. Tava esperando muito por aquilo — afirma como se tivesse com toda sua energia renovada. Gostaria muito de ter de sugar toda essa alegria dele. Thiago está certo, esperei tanto para ver as duas se ferrarem... As três, Rebeca não pode ficar de fora. Mas quando tive a primeira oportunidade, eu simplesmente sumi. Não entendo porque ele ainda não entendeu que eu não estava bem para assistir a briga do casal.
— Eu não tô bem pra brigar — contradigo. Apoio a cabeça por cima das mãos na mesa. — Isso tudo me deixa cansada.
— Eu entendo você — manifesta Pedro. Mesmo que eu ache que ele não entenda de verdade, não digo nada. — No seu lugar eu também taria muito cansado. Aquele filho da puta de jogadorzinho acaba com as energias. — Se fosse o Lucas, acredito eu que não estaria dessa mesma forma. Automaticamente começo a me perguntar como ele está? Ele sumiu jaz faz um tempo. Lucas e eu temos isso em comum, nosso processo das coisas é lento. Não vai ser diferente agora, mas a última coisa que eu quero nesse momento é ver o Lucas, mesmo que esteja me importando com ele. — Todos os jogadores do time fazem essa merda. — resmunga.
Thiago fecha o riso no mesmo instante. E os dois se entreolham como se fossem os próximos a bater boca.
— Foi mal, Thiaguinho — pede Pedro em um suspiro leve. — Mas é a verdade. — Thiago deixa a cabeça cair para o lado enquanto manda um beijinho seguido de uma risadinha para ele. Em certas partes Pedro está certo. Vírgula Thiago, todos os outros caras do time tem o poder de sugar energias.
— Você ainda tá brava com ele? — pergunta Thiago me olhando atentamente, quando eu tento desviar dele.
— Muito. — estou sim. Não consigo esquecer a forma que ele me tratou depois de sair da sala da Tábata naquela sexta feira. Eu não sei como ele está tratando tudo que acabou descobrindo, mas não muda nada. Não para mim, ao menos.
— Ótimo, esquentadinha. — Thi esfrega as mãos asperamente com a voz mergulhada em entusiasmo. Não me pergunte qual o problema dele, eu não sei. — Você sabe que ele vai vir, né?
— Vir... pra onde? — pergunto protestando com a cabeça. Se o Thiago está mesmo esperando um novo show, ele está enganado de que eu vá fazer parte disso.
— Falar com você. — Jônatas dá sinal de vida pela primeira vez, me volto a ele. — Ele vai querer falar com você depois de tudo que ouviu. Eu sou burro, mas até eu faria isso. — Tento colocar na minha cabeça que isso possa ser mentira, mesmo que sejam fatos. Contudo, com a mesma forma que Jon mentiu ao dizer que é burro, tento imaginar que o Lucas querer falar comigo também seja uma delas.
— Sinceramente... não quero que ele venha. Eu não... — faço uma pausa procurando palavras para continuar. — Tô exausta, e minha cabeça quer explodir. — esfrego a têmpora sentindo a leve dor ir se manifestando aos poucos.
— Então se prepara — diz Thiago. Acho que ele está esperando por isso também. É esse o motivo de tanta alegria? — Ele vai vir. — Thiago coloca mais ansiedade na voz.
Acabei esperando Lucas vir falar comigo durante o intervalo do terceiro, e também na saída do colégio. Estava pronta a deixar ele falando sozinho, e também evitar ele. Não posso dizer também que não nos vimos. Alexia acabou indo embora mais cedo. Segundo os corredores do colégio, ela não estava apta para ficar na escola, pois estava chorando de cinco em cinco minutos, então precisou ir embora. Me enlaço ao Biel e ao Thi no final do período quando estávamos indo para fora, e então ele aparece. Lucas e David atravessam nosso caminho. Seus cabelos estão desleixados, seus olhos vermelhos, acho que ele fumou um baseado. Não está ligado, e o sorriso travesso que ele me direcionou no início do intervalo desapareceu também. Trocamos olhares, e Lucas meneia a cabeça com um aceno discreto. Respira forte pelo nariz enquanto toca no bigode charmoso. O aceno? Eu escolho ignorar. Eu sei que ele vai querer falar comigo, mas por momento eu preciso respirar. Estou encurralada, e nem sei o que vou dizer a ele. Lucas me fita de cima a baixo, como se estivesse analisando minha situação. Eu e os meninos os encaramos, como se estivéssemos prestes a entrar em algum cabo de guerra. Não estamos sendo nenhum pouco discretos, mas quem disse que eu preciso mais de descrição? Minha vida é um livro aberto então foda-se a descrição!
— Vamos — chamo. Decido ignorar, e caminho. Tiro meus braços dos ombros dos meninos e me dirijo com mais rapidez, mas antes que eu passe do Lucas, ele me toca. Foi um contato leve e sensível, mas com poder imenso que faz com que eu congele imediatamente. Me inclino para ele e vejo seus lábios finos e seus olhos inchados. O brilho que sempre se faz presente desapareceu. Não preciso prestar uma boa atenção também para notar que não foi o baseado que o fez se perder, mas uma nova decepção. Sua respiração está saturada, e vejo seu peito se inflamar quando ele suspira com força puxando fôlego. Não dizemos nada, e o único som entre nós são apenas os berros do corpo de alunos felizes correndo rumo a saída. Percebendo que seu toque teve algum tipo efeito sobre mim, Lucas me toca outra vez, mas dessa vez ele segura minha mão. É tão diferente. Meses atrás eu era a gelada, e ele o quente, mas agora... o frio das suas mãos se torna calor em mim, e despertam algo no meu profundo. Por que ele não diz nada? Por que está tão calado?
— Tenho que ir — anuncio tirando a minha mão da dele, mas sem me puxar. — A Fran está me esperando.
Por outro lado, não posso dar a ele a oportunidade. Ele me ama, me ama do jeito que apenas ele sabe amar. Não era como o Fabrício, o amor do Lucas é diferente, mais forte e tão puro quanto foi o dele. Com mais um novo tom de decepção no olhar, Lucas morde o lábio inferior e assente. Apoio uma mecha do meu cabelo por cima da orelha, e passo por ele, pois se esse momento durar mais que o necessário posso acabar não sendo tão forte. Não vou olhar para trás, não vou olhar para trás. Encontro o esmeralda de seus olhos outra vez. Deus o que eu tô fazendo? Respiro fundo e aperto o passo para ir mais rápido. Meu coração está brigando com meu cérebro. A emoção está gritando com a razão, está praticamente berrando nos meus ouvidos para voltar lá, e a razão está do outro lado me dando motivos para ficar longe. Da última vez que eu ouvi a emoção, a sensação entrou em cena, e até hoje às três brigam entre elas. Dessa vez, eu prefiro ficar com a razão. Sinto muito emoção.
— Ou...— chama Thiago, a quem eu também estou ignorando. Não sei porque ele ainda está tentando.
— Tenho que ir, Thi. — digo sem olhar para trás. A cada momento mais próximo, mais eu tento ser rápida para sair. O silêncio do Lucas de a pouco me intriga. Talvez ele não esteja preparado para dizer algo, ou talvez não tenha mesmo o que dizer. De fato, quem não está preparada sou eu para ter que ouvir. Recordo o momento em que ele me tratou mau depois de sair suspenso da direção. E outros vários flashes dele me humilhando na sala, gritando comigo me invadem. A angústia aperta meu coração aos poucos, e a raiva vai crescendo dentro de mim a cada instante, como se fosse um tumor. — Tenho que trabalhar, Thi.
— Não pode fugir dele pra sempre. — É o máximo para ter toda a minha atenção.
— Eu não tô fugindo dele! — soou ignorante quando olho para Thiago. Agora a minha respiração está fora de controle. Meu melhor amigo me olha com estranheza. Nesses últimos dias tenho sido muito grossa com ele. Thiago tem se metido em assuntos que eu gostaria de enterrar e deixar a sete palmos do meu coração. Mas ele tá aqui, os ressuscitando todos os dias. Não entendo porque ele simplesmente não deixa isso quieto. — Foi mal, não quis ser ignorante.
— Tudo bem. Mas você tá ligada que o que eu tô falando é verdade, né? — indaga me intimando a responder. Mas não é um maldito promotor, então dou de ombros e volto a seguir o mar de adolescentes.
Encontrar Francine tem sido a melhor parte dos dias de vir até a escola. Ela tem vindo todos os dias me buscar, mesmo que eu diga que não é preciso. Hoje, por diferença, isso foi muito preciso. Me agarro ela com força. Enterro meu rosto em seu peito e à aperto com mais força contra mim, como se pudesse eliminar esses sentimentos ruins do meu coração. Francine dobra os braços em minhas curvas e me devolve o abraço no mesmo instante. Não estou chorando, apenas sinto o aroma de flores do seu perfume, e permito que me preencha na esperança que seja o antídoto para esse veneno que tomou meu coração.
— Tô aqui, querida. — enterra os dedos em meus cabelos com carinho. Eu não ligo para quem esteja olhando isso. Eu só preciso disso, de alguém que possa me fazer sentir segura, e se o Thiago não serve mais para isso... Eu não tenho, nunca tive que procurar segurança nele. Ele está comigo e me faz segura, mas não tem o mesmo poder de alívio que Francine consegue me passar. — Tá tudo bem?
— Aham. — Assinto com um leve movimento de cabeça.
— Então vamos indo. — Fran mira uma piscadela para Thiago e Gabriel, e então ela encontra outro... outro que eu também encontro. Lucas levanta a mão e manda uma aceno discreto para nós duas ao mesmo tempo. Um fino sorriso se coloca nos lábios da futura esposa de meu pai enquanto ela devolve o aceno para ele.
Quarta foi mais calma. Consegui ir até a turma. Depois do que houve no baile eu me afastei o máximo que eu consegui do Kevin e do trio babaca. Alexia não foi a escola na quarta, e nem a Karen. Algum pessoal notou sua ausência, ainda mais porque a Rebeca estava sozinha. O jeito era as três estarem juntas, e não deixar uma excluída. O Lucas? Ele estava lá no canto dele no meio da turma com David, onde sempre estiveram. Ele estava desmaiado, e não pareceu se concentrar em nenhuma aula, até que o Matias chamou sua atenção, e com uma boa resposta os dois quase bateram boca. Por fim ele deixou a sala. Na quinta, hoje, o Thiago me mandou uma mensagem e disse que precisa conversar comigo urgente, e me pediu para encontrá-lo na lanchonete, na quarta aula. Então depois de matar aula durante o intervalo do terceiro encontrei Thiago com Tony na lanchonete. Os dois estavam jogando conversa fora e rindo até que eu cheguei e depositei uma beijoca no rosto de cada rapaz, e então sentei ao lado do Thi.
— Tô aqui — digo enquanto os garotos me olham atentamente.
— Thiago e eu estávamos falando sobre as férias. — Tony parece desanimado ao falar das férias. — Eu vou continuar estudando pra ser DJ, e trabalhando.
— E eu vou curtir um pouco — Thiago conta. — Acho que vou visitar os pais do Biel no Paraná. E você o que vai fazer?
— Eu não tenho ideia ainda — respondo para os dois. — Talvez viajar. Será que o Léo me libera pelo menos uma semana, Tony? Eu queria poder visitar minha mãe, e minha sogra. — Thiago sorri nada discretamente. Eu sei o que ele tá pensando, mas não vou dar o gostinho de perguntar. Reviro os olhos, pois mesmo assim, eu sei que ele vai querer dizer.
— Mas sua sogra mora aqui no litoral. — Viu? Ignoro revirando os olhos mais uma vez.
— Eu posso falar com ele. Com certeza por uma semana — Tony responde, e nós dois ignoramos o Thiago palhaço do nosso lado. — A perua da Olívia fazia viagens até mais longas.
Imagino.
Mas agora é momento de voltar ao motivo do porque faltei na quarta aula.
— E então, o que tem de tão importante que não pode esperar até o depois da aula? — indago olhando para o sorriso em seus lábios ir desaparecendo aos poucos. Thiago fica sério, e seus ombros largos, tensos. Deve ser algo ruim para que sua postura relaxada desapareça de um momento para o outro assim tão fácil.
— Promete que você não vai ficar brava comigo? — responde com outra questão. Trocamos olhares, e por um momento eu começo a me perguntar o que está acontecendo? Eu não tenho motivos para ficar brava com ele, ou tenho? — Promete, por favor — pede com a sobrancelha arqueada.
— Eu prometo. — talvez eu não queira prometer. Talvez eu possa prometer depois de partí-lo em dois.
— Tá. — Thi engole em seco antes de colocar com fartura para dentro o copo de suco em sua frente. — Eu fiz uma aposta com o Lucas, Emy.
Uma aposta? Com o Lucas?
O Thiago fez uma aposta com o Lucas. Primeiro por que ele está me contando isso? Segundo, o que eu tenho haver com isso? Terceiro... não precisa de um terceiro. Tony está vidrado em Thiago assim como eu. Não preciso responder suas perguntas para ter a conclusão das minhas. O Thiago está me contando isso porque com certeza eu faço parte dessa aposta.
Esfrego a têmpora enquanto suspiro fundo. Atualmente o Thiago tem tirado mais a minha paz que qualquer Alexia ou Natalia por aí. Não tenho entendido essa falta de noção dele.
— Então você apostou com o Lucas. — faço uma pausa que indesejavelmente, acabou se tornando dramática para a situação.
— Emy...
— Thiago! — interrompo suas palavras. — Você me apostou com o Lucas?
— Por que você acha isso?
— Não sei se você taria me contando se eu não tivesse haver com essa aposta idiota — retruco ainda sem acreditar que isso tenha vindo mesmo do meu melhor amigo.
— Pegou malzão, parceiro — manifesta Tony enquanto belisca seu lanche. Corro com os olhos por todo o perímetro do pátio, tentando não ficar no Thiago para não ter que esbofetear ele.
— É, nós apostamos. — assume ele com vergonha transparente. — Foi mal, Emy. Eu não quis te fazer se sentir assim.
— Você nem sabe como tô me sentindo.
— Como?
— Um objeto, um troféu agora. — enterro os dedos nos cabelos suspiro fundo. — Não esperava isso de você, Thi. — Thiago fica em silêncio e abaixa a cabeça sem nem como conseguir me olhar nos olhos. Da última que brigamos por algo assim eu acabei o mandando sair da minha vida... Hoje eu aprendi que naquele momento eu errei muito, e não quero cometer isso novamente. — O quê vocês apostaram?
— Que você não tinha traído ele — responde rápido, mas ainda acuado.
— E quanto você ganhou nisso? — Não me julgue, estou curiosa.
— Perdi... quinhentos reais. — observo Thiago com os olhos crescendo no rosto. Não acredito que ele entrou na merda de uma aposta sobre mim, e perdeu. — O Lucas apostou que você tinha traído ele, e eu pedi dois meses para provar que você não tinha... Não consegui. Paguei quinhentos pra ele.
— E o que ele apostou nisso tudo? — pergunto cruzando os braços.
— Se ele perdesse ia te pedir perdão de joelhos. — Esse é o problema que mais ninguém vê. Eu não quero que o Lucas me peça perdão, e muito menos de joelhos. E ninguém entende que ele desastrou a minha vida. — Era isso que era muito importante... Me desculpa, Emily.
Eu não deveria desculpar o que ele fez comigo. Isso não é uma coisa que se faça com os amigos, apostar na maior cara de pau. Mas ele é meu melhor amigo, e da última vez que ficamos um tempo separados aconteceu o que aconteceu.
— Tá bom, Thiago — respiro fundo. Estou sim desculpando ele, mas estou um pouco magoada, pois não esperava algo assim. — Mas por favor, não faz mais isso. Vocês todos são as pessoas que eu mais confio atualmente, e eu não quero perder isso. — Thiago se virou para mim com um belo sorriso colorindo seus lábios rosados, e essa animação veio seguida de seus braços se abrindo. Me entrego a ele no seu pedido de abraço. Ele consegue me cobrir com sua altura e o tamanho de seus músculos. Respiro fundo. Mesmo que ele tenha colocado essa pouca angústia em meu peito, ele mesmo foi capaz de arrancá-la com esse abraço amistoso que apenas ele consegue dar.
— Alguém quer fumar uma beck? — Tony manifesta deixando claro que essa cena não está muito legal diante de uma pátio cheio de gente. — Talvez vocês queiram se pegar no terceiro andar.
— Não posso — Thiago se volta para o nosso outro amigo. — Ela já tem dono.
— É, eu tenho dono mesmo. Pra contar nos dedos são seis donos. — Antônio dá um sorriso cínico e zombeteiro, enquanto Thiago morde o lábio inferior quase num semi sorriso.
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