Fernanda

No caminho para minha casa vamos conversando.

Eu – O que você acha da Angela com o Rafa?

Lary – Eu acho normal, pois eles são apenas amigos. Apesar de antigamente ela ter uma quedinha por ele.

A interrompo e pergunto:

– Mas você acha que ela já superou essa quedinha?

Lary – Eu creio que sim, pois se passou muito tempo desde a época da faculdade.  Além disso ele passou muito tempo longe, e nesse tempo ela conheceu muita gente nova e ate entrou nesse relacionamento aí.

Eu – É, mas naquela época ela não parava de falar nele, não sei como ele não percebeu.

Lary – É, eu sei, mas acredite os homens são cegos, eles não conseguem ver nem o que está na cara deles. Só que agora os dois estão comprometidos, então é melhor continuar assim, só amigos.

Eu – Isso.

Chegamos ao meu prédio. Pago o táxi e subimos. No apartamento continuamos a conversar enquanto pego algo para beber e vou me sentar no sofá.

Eu – E seu trabalho como está?

Lary – Está ótimo, cheio de projetos para por em pratica, uma correria, do jeito que eu gosto.

Eu – Eu gosto muito dos projetos que você coloca seu toque, e também do jeito que você fez a casa do Rafa.

Lary – Eu também gosto bastante, ainda assim tem gente que não gosta, acha pouco, mas eu gosto de trabalhar na minha cidade e pronto.

Eu – É sua mãe, certo?

Lary – Ela mesma. Hoje nós estávamos conversando e ela falou que eu deveria ser como meu irmão, que pensou grande e foi ser fotografo em Londres, e que lá ele ganha mais e vive bem melhor. Em vez de um fotografozinho que continuaria morando nesta cidade e na casa da mãe. E que eu tenho que sair da casa dela e ir morar em outro país, que lá sim vai ter projetos grandes para mim, aí sim eu vou ser uma arquiteta de verdade. Então ela falou que eu pensava pequeno e eu não moraria mais na casa dela.

Eu – Acredito que ela só tenha falado isso, porque quer o melhor para você, só que do jeito estranho dela.

Lary – Ela devia ficar feliz, por eu querer ficar aqui na cidade e que ela vai poder me ver quando quiser, mas não, ela faz uma guerra.

Eu – É, mas se você não quiser ficar mais lá, você pode ficar aqui.

Lary – Obrigado. Mas por enquanto acho que ainda não precisa e também não quero te atrapalhar. Se as coisas vierem a piorar, aí sim eu aceitarei.

Eu – Lary você não atrapalha não, seria ótimo ter sua companhia aqui, pois fico muito só. Porém se você ainda acha que dá para ficar lá ótimo. Mas se você precisar, minha casa estará de portas abertas para você.

Lary – Eu sei e sou muito grata por isso. Mas vamos mudar de assunto, pois já deu de falar da minha mãe.

Eu – Esta certa. Me conte, tem mais alguma novidade?

Ela parece pensar em algo que faz um sorriso brotar em seu rosto.

Lary – Tenho Sim.

Eu – Pode ir contando enquanto faço uma lasanha para nós.

Vou até a geladeira e pego uma das lasanhas para micro-ondas. E a coloco no micro-ondas.

Lary me fala que tem um encontro, mas não revela com quem.

Logo a lasanha fica pronta. A tiro do micro-ondas e sirvo em dois pratos. Pego os pratos, os talheres e me junto a ela no sofá.

Ela coloca uma serie na TV que ate então não conhecia " Stranger Things ".

Achei a série bem interessante. Assistimos a 6 episódios e vamos dormir por volta da uma hora da manha.