52. Quero você, Dylan!
- Será que dá pra desligar essa porra de música, Lexi? - Dylan revirava os olhos, enquanto Emily, sentada no banco de trás do carro de Alexia Foley, apenas ouvia calada as reclamações do mesmo.
- Aposto que minha cunhada não está incomodada - a loira platinada de cabelos curtos olhou para Emily pelo espelho retrovisor, enquanto dirigia para casa - Não é mesmo, Emily?
- Claro que não! Estou adorando... - a garota chacoalhou os ombros, fingindo dançar.
- Eu estou fadado a viver sobre rodas, no lugar de minhas pernas, vocês deveriam estar penalizadas, ao invés de se unirem contra mim e me forçarem a ouvir música ruim.
- Já chegamos, pobre vítima injustiçada - Alexia estacionou o carro em frente a uma enorme casa - Você está pra lá de insuportável hoje.
Emily desceu do veículo, analisando o gramado verde e a bela fachada do local, enquanto Alexia tirava do porta malas, a cadeira de Dylan. As duas meninas, em conjunto, ajudaram o rapaz a se acomodar em seu receptor.
Assim que adentraram o local, uma pequena menina correu em direção a eles, pulando no pescoço de Dylan e o enchendo de beijos - Estava morrendo de saudades de vocês, grandão! Mamãe não me deixou ir te ver, disse que hospital não era lugar de criança. Mas eu já sou crescida. Não sou?
- Cuidado, Kim! Vai machucar seu irmão. Lembre-se que ele estava dodói.
- Não sou feito de cristal, mãe! - Dylan respondeu a mulher que acabara de adentrar a sala de visitas para recebê-los, desviando o olhar em seguida para a pequena e sorrindo - É sim, você já é crescida, princesa!
Emily estava um pouco sem jeito de estar ali. Embora já conhecesse a família de Dylan por conta do hospital, não sabia como agir diante deles.
- Emy, vem aqui! - Dylan estendeu a mão para ela, fazendo-a parar ao seu lado, de frente para a criança de olhar curioso - Kimberly, essa é Emily, minha namorada.
A menininha tão doce e carinhosa, olhou para Emily sorridente - Você é bonita!
- Você também é muito bonita! - Emily devolveu o sorriso - Será que mereço um abraço como o dele?
A pequena estendeu os braços e envolveu Emily em seu enlace - Vocês vão se casar?
Todos riram da pergunta tão inocente da menina.
A casa era absurdamente luxuosa. Todos os cômodos mobiliados e arrumados de forma impecável. Tudo de muito bom gosto, em cores claras e elegantes.
O quarto de Dylan havia sido transferido para o andar de baixo, já que agora ele precisaria da cadeira de rodas para se locomover. Seus pais fizeram questão de que tudo fosse organizado da forma que estava em seu antigo cômodo, mas era nítido o desapontamento do garoto quanto aquilo. Após o almoço, Dylan e Emily foram até lá, para conversarem com mais privacidade.
O local era amplo e arejado. Uma enorme janela aberta, deixava o vendo correr por entre as cortinas brancas, como todo o resto do quarto. A cama box, king Size muito bem arrumada. As prateleiras ao redor, repletas de cds e réplicas de carros em miniatura, um televisor led e um notebook sobre a escrivaninha. Tudo muito bem organizado e de ótimo gosto.
Dylan parecia preocupado com algo. Apesar da forma esperançosa com que estava agindo desde que soubera que ficaria paralítico, algo o atormentava.
- Sabe, estou orgulhosa da forma que você está lidando com tudo - a garota jogou-se sobre a cama, retirando suas sapatilhas e relaxando os pés sobre o tapete de pelos - Mas estou notando que algo está te incomodando.
- Emily, pedi que me acompanhe-se até aqui, porque quero lhe fazer uma pergunta - Dylan girou a cadeira, posicionando-a de frente para a garota - Ainda está comigo por pena? Porque se for isso, é melhor...
- Não. Como pode pensar isso de mim? Estou aqui porque gosto de você e acima de tudo, somos amigos, e amigos não abandonam uns aos outros.
Dylan sorriu, quando sua mãe bateu a porta de seu quarto, os assustando brevemente.
- Querido, tem duas amigas suas aqui fora. Vieram ver você!
- Deixe-as entrar!
Por entre o vão aberto da porta, eles puderam ver Lucy e Bradley adentrando o quarto.
- Estamos atrapalhando algo? - Bradley os analisava, dirigindo seu olhar para Emily de forma rude - Se quiserem privacidade voltamos mais tarde.
- Que isso, Brad? - Lucy circulou a cadeira de Dylan e sentou-se ao lado de Emily na cama - Pra que tanta formalidade?
- Eles podem ter algo importante pra conversar, Lucy! - novamente o olhar da jovem penetrou profundamente os de Emily.
- Não, tudo bem, meninas! - Dylan as interrompeu, sem notar o que acontecia realmente entre elas - Vou pedir que Janice faça um lanche pra gente.
- Você tem empregada? - Lucy arregalou os olhos, não sabia da condição alta de vida que Dylan ostentava - Bom, faz sentido pelo tamanho dessa casa!
- Lucy! - Bradley repreendeu a amiga e seu comentário fútil.
Dylan riu - Janice está mais para uma cuidadora. Ela está conosco a anos e é quase minha segunda mãe.
Dito isso, o garoto deixou o quarto, indo em direção a cozinha, as deixando sós no cômodo.
- Não acredito que não contou a ele sobre o beijo - Bradley encarou Emily com as mãos na cintura e um olhar questionador - Ele tem o direito de saber.
- Não posso fazer isso, Brad - Emily tentava explicar o porquê de não ter dito a verdade ao garoto - Ele tem passado por um momento difícil por conta da cadeira, Evan está longe e não tem porque jogar essa bomba no colo dele agora.
- Ela tem razão, Bradley - Lucy concordou - Dylan parece bem com a companhia de Emily, não faz sentido atormentá-lo com tal revelação.
- Vocês duas são muito hipócritas - Bradley andava de uma lado para o outro como se aquilo não fizesse sentido algum - Se estivessem no lugar dele, não iam querer que alguém estivesse ao seu lado por pura piedade.
- Não tem nada haver com piedade, pelo amor de Deus, Bradley, não diga isso perto do Dylan.
Qual é, Emy?! Todo mundo sabe que você queria estar com seu ex e não aqui, cuidando de alguém por que se sente culpada.
Emily levantou-se e encarou a garota fixamente - Eu amo o Evan, não posso negar isso, mas Dylan precisa de mim e eu vou ajudá-lo pelo tempo que ele precisar. Isso não se trata de piedade e sim de amor ao próximo e amizade.
Bradley se preparava para replicar, quando Dylan retornou ao quarto, ponto um ponto final naquela conversa tão desconfortável. Emily suspirou aliviada, por se ver livre de tantos questionamentos e acusações.
Bradley sempre lhe pareceu uma menina doce e centrada, mas quando o assunto era Dylan, ela se transformava em outra pessoa. Defendia ele sempre com unhas e dentes, o que fazia Emily se perguntar se não existia algo mais que uma simples amizade por parte da menina.
Assim que as meninas deixaram a casa, Emily despediu-se de Dylan e de sua família, exceto de Alexia, pois sua cunhada a levaria para casa. Todos queriam que ela ficasse para o jantar, mas precisava muito deitar em sua cama e relaxar, depois daquele dia tão tenso.
- Obrigada pela carona, Lexi - abraçou fortemente a jovem - Você é exatamente como Dylan falava.
- Espero que isso seja um elogio - a outra devolveu o carinho com um largo sorriso - É bom ver que Dylan encontrou uma mulher de verdade. Estou cansada de ver meu irmão quebrando a cara com vadias interesseiras.
Emily engoliu em seco as palavras tão sinceras de Alexia. Sabia que não era assim, mas o que a menina pensaria se de uma hora para outra, soubesse que ela havia trocado beijos com o ex, já estando com seu irmão?
Ao adentrar sua casa, Emily foi direto para seu quarto. Tomou um banho e tentou relaxar diante da tv, mas a forma como Bradley agira a tarde e as palavras de Alexia ao se despedirem, não deixavam seus pensamentos.
Jantou calmamente com os pais e explicou a eles o porquê de sua decisão. Eles pareciam não concordar com ela, mas como haviam decidido deixá-la tomar suas próprias decisões dali pra frente, não fizeram nenhuma objeção.
Voltou para o quarto já sonolenta por conta do dia exaustivo, mas assim que pôs os olhos no colar de meio coração, soube na hora que Olivia estaria em seus sonhos naquela noite.
Faziam duas semanas que Emily havia retornado a sua rotina normal. Mas não estava sendo nada fácil chegar a escola e ter todos os olhares voltados para ela, pessoas fazendo perguntas insensíveis e idiotas cochichando pelos cantos. Dylan ainda não estava pronto para isso e ela achava melhor que ele não estivesse. Se estava sendo assim para ela, imagina como seria com ele.
Era sexta-feira então decidiu que, após o fim de suas aulas, visitaria Dylan. Alexia a havia convidado para o jantar e ela não pode recusar.
- Kim tem uma coisa para te dar. Não é meu amor? - Sophia, mãe de Dylan sorria para a filha mais nova, enquanto terminava seu jantar.
- É mesmo? - Emily abriu um extenso sorriso para a pequena que correu até a sala, voltando em seguida com uma folha em mãos.
- É pra você! - o sorriso daquele ser tão pequeno, fazia o coração de Emily se derreter por inteiro - São você e Dylan.
A folha continha um desenho rascunhado de duas pessoas em formato de palitos. Os dois estavam de mãos dadas e acima de suas cabeças, um coração pintado em vermelho.
- Dylan está sem a cadeira, porque mamãe me disse que logo ele vai estar curado e vai poder brincar comigo como antes.
Emily olhou para o teto, tentando não chorar - É tão lindo, Kim! Vou guardar com todo carinho.
- Dylan também estava emocionado. Seus olhos marejados o entregavam - Se prepare porque quando eu puder ficar de pé novamente, vamos terminar sua casa na árvore. Certo?
- Certo! - a pequena os abraçou em conjunto, trazendo-os um para perto do outro em união.
- Preciso dizer que estou bastante enciumado nesse momento - brincou Robert, pai de Dylan - O papai não ganha nenhum desenho a mais ou menos um século.
- Isso não pode ser - Kimberly fez cara de dúvida - Porque eu só tenho 5 anos, papai!
Todos riram com a constatação de tempo que a criança fazia.
- Emily, você vai ficar conosco hoje? - Alexia questionou - Podemos ver algum filme e se não quiser dormir com o insuportável do meu irmão, pode ficar no quarto dele, lá em cima.
A pergunta pegou Emily de surpresa. Desde que tudo aconteceu, Dylan e ela estavam um pouco distantes e não tinha a certeza de que ele a queria ali durante a noite.
Bem, eu não sei, é que... - ela não sabia bem o que dizer.
- Emy - Dylan tocou sua mão de forma carinhosa - Fique!
Ela então assentiu - Vou ligar pra casa e avisar.
Assistiram alguns filmes, enquanto riam e conversavam descontraidamente. Alexia lhes contou coisas sobre suas aulas na faculdade e Emily estava verdadeiramente interessada no assunto. Desde o acidente com Olivia, a ideia de cursar medicina a fascinava.
De repente, Alexia anunciou que se retiraria para seu quarto, os deixando a sós na sala.
- Vamos pro meu quarto? - o garoto inquiriu.
- Tem certeza?
Ele balançou a cabeça positivamente e Emily o acompanhou, um tanto nervosa.
Dylan sozinho conseguiu se erguer da cadeira e jogar-se sobre a cama, sem ajuda alguma. Emily não conseguia esconder sua surpresa.
- Vem cá! - ele bateu a palma da mão no colchão, indicando que ela se juntasse a ele na cama.
O garoto tocou o rosto de Emily, trazendo-a para si e a beijando fervorosamente. Seus dedos correram pelo colo da garota, abrindo os botões de sua blusa e trazendo um de seus seios para fora da roupa.
Ela, por sua vez, jogou seu corpo sobre o dele, já visivelmente excitada. Abriu o zíper de sua calça jeans e começou a tocá-lo com desejo.
Continuaram trocando carícias por mais algum tempo. a garota se entregava ao desejo, quando Dylan, sem nada dizer, a empurrou para longe de si, a assustando por completo.
- O que foi? Fiz algo errado?
- Você não fez nada - um canto de sua boca elevou-se num breve sorriso sem humor - Só preciso que saia. Sabe onde fica meu antigo quarto, pode se acomodar lá.
- Eu não vou sair até que me explique o que está acontecendo! - Emily bateu o pé, a frente da cama.
- Acontece que eu sou a droga de um aleijado, Emily! - as lágrimas corriam pelo rosto avermelhado do garoto - Não posso te satisfazer como ele.
- Do que está falando?
- Não se faça de desentendida, é ridículo querer fingir que nada aconteceu, ou melhor que nada pode acontecer comigo nesse estado.
O olhar duro dele sobre ela - Não ligo para isso! E foi apenas uma vez, você esta nervoso é normal não conseguir...
- Mas eu ligo - Dylan a impediu de continuar, pôs as mãos na cabeça e parecia não estar mais aguentando - Acha que não tentei me masturbar?
- Dylan...
- Achei que se tentasse com uma garota de verdade, conseguiria - ele sorriu ironicamente - Emily, meu pau não funciona! Sou a porra de um broxa!
- São as circunstâncias, logo as coisas vão melhorar, a fisioterapia...
- Ouvi sua conversa com as meninas no dia em que vieram me ver - ele disparou - Evan é o cara que você ama. Pensei que pudesse te fazer esquecê-lo, mesmo estando nessa merda de cadeira, mas não. Sou mais impotente que um velho.
- Por favor, as coisas mudaram, ele é passado e eu estou aqui. Quero ficar ao seu lado e é o que importa!
- Emily, você me toca e eu não sinto nada. Sabe o que é isso para um homem? - seu suspiro profundo denotava o quão inútil ele sentia-se - Você precisa de alguém que consiga suprir suas necessidades.
- Já disse que isso não é importante - ela se aproximou novamente dele, sentando-se ao seu lado e lhe tocando o rosto gentilmente - Sexo não é tudo em uma relação e sempre podemos tentar de novo.
- Não quero a droga da sua piedade! - Dylan juntou as mãos da garota a sua frente, afastando-a de si - Saia, Emily!
- Não saio!
- Ah é? E vai fazer o que aqui? Eu não consigo te dar o que quer.
Ela retirou o vestido que usava, ficando apenas de lingerie, umedecendo seus lábios com a língua, tentando provocá-lo - Quero que se concentre apenas em mim e esqueça o resto do mundo.
- Sabe que não vai funcionar.
- Me toque! - pôs seu corpo a frente dele, o puxando para si e beijando sua nuca com os lábios macios - Sinta como estou quente. Você pode acabar com isso.
- Emily...
- Relaxa! - a garota pôs a mão de Dylan sobre sua intimidade, fazendo com que ele suspira-se ao sentir sua calcinha úmida - Eu quero você inteiro dentro de mim.
- Você só pode estar louca se acha que sua boceta molhada e meia dúzia de palavras sensuais vão me fazer ficar duro.
Pôs suas mãos por entre as calças abertas do rapaz e pode sentí-lo
enrijecer lentamente em sua mão. Retirou, por fim, o resto de suas vestimentas. Os olhos dele cintilavam e a boca salivava sem controle.
- Caralho, você é muito gostosa mesmo, achei que não conseguiria ser mais linda e olha pra você agora.
A garota sorriu, um pouco sem jeito com o comentário de seu namorado sobre seu corpo - Você já viu tudo isso antes. Qual a surpresa?
- A surpresa é que você conseguiu - ele roçava seu pênis ereto entre as pernas da garota. Parecia não acreditar no que acontecia. Suas mãos percorreram o corpo desnudo da jovem e sua boca tocava a pele provocando-lhe arrepios fortes.
Com sua respiração ofegante e o corpo entregue aquele frenesi, Dylan não pode conter suas palavras - Eu te amo, Emily!
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