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48. O Perdão

Era a primeira vez que Evan entrava na casa de seu pai. Olivia sempre falava do quanto Paul era organizado e sobre ser um bom cozinheiro, assim como ele, mas nunca conseguiu ter uma visão real daquilo.

Na época em que moravam todos juntos, era sempre Annabel quem cozinhava e mantinha a casa em ordem.

Logo que chegou, depois de despedir-se de Emily, Evan foi recepcionado por Paul e pode sentir um delicioso aroma de carne assada.

- Guarde suas coisas e se acomode no quarto de hóspedes, filho - o homem o indicou uma porta ao final do corredor - Se quiser pode tomar um banho antes do jantar. Estou preparando carne assada e arroz a grega. Sei que é um de seus pratos prediletos.

Evan fez um sinal de positivo com a cabeça e andou pelo corredor estreito. Passou a frente de uma porta a qual havia uma placa rosa com o nome da irmã. Era o quarto que ela tanto amava. Engoliu em seco e andou até o cômodo que era seu destino.

O lugar era bastante arejado e bem iluminado, porém sem decoração alguma. Havia apenas uma cama de mogno cerejeira, com um criado mudo ao lado e um móvel com gavetas, na mesma cor, que suportava um televisor de 32 polegadas. Nas paredes, alguns quadros que Paul pintava para se distrair, deixavam o ambiente um pouco mais acolhedor.

Após um longo e relaxante banho, Evan e Paul jantavam calados na sala de estar. A luz baixa deixava o cômodo bem aconchegante, mas o clima tenso era notório.

- Não pude deixar de notar a proximidade entre Emily e você hoje no funeral, no enterro e por fim na casa de sua mãe - Paul levou o garfo a boca, fazendo uma pausa no que dizia para mastigar o alimento - Gosto muito dela. É uma ótima menina, mas e o tal namorado? Notei também que ele não deu as caras hoje.

O garoto bebeu um gole de seu suco, desejando que contivesse álcool. Só assim para suportar todo aquele interrogatório - Nós nos aproximamos sim e claro que o moleque não gostou, então ele a abandonou. Felizmente pagou o hotel. Emily é orgulhosa demais para pedir ajuda, até mesmo pra mim.

- Dá pra sentir o amor que tens por ela apenas te ouvindo falar - Paul sorriu, bebendo de seu copo - Não a deixe ir, filho! Se ela é seu grande amor, lute por ela.

- O que você sabe sobre amor? - as palavras ríspida fizeram Evan sentir-se mal por ter dito.

- Acredite, Evan - os olhos de Paul estavam marejados e parecia sincero no que dizia - Eu sei que não devo por a culpa apenas na bebida, fui um imbecil durante muito tempo de minha vida, mas eu amava sua mãe. Bem, ainda a amo.

- Dona Anna tem o dedo podre pra escolher seus parceiros - Evan ignorou a confissão do pai - É só olhar para o vagabundo que ela arrumou.

O homem mais velho suspirou profundamente antes de prosseguir - Sua mãe é uma mulher maravilhosa, qualquer homem ficaria feliz em tê-la como parceira.

- Porque fez o que fez, Paul? - os olhos de Evan ardiam nadando em lágrimas - Você acabou com nossa família.

- Você não faz idéia do quanto me odeio por isso - o choro do pai era pesaroso - O ciúme excessivo, problemas no trabalho, falta de dinheiro, tudo isso combinado com bebida alcoólica resultava naquele sujeito violento. Mas acredite, daria tudo pra voltar no tempo e não ter feito o que fiz, só pra olhar em seus olhos e ver aquele ar de admiração de quando você era pequeno.

Evan levou o copo a boca, terminando de beber seu suco e fixando os olhos nos de Paul pela primeira vez naquela noite - Tenho medo de que aconteça o mesmo comigo.

Paul puxou o ar profundamente de seus pulmões e passou os dedos entre seus cabelos - Filho, Christian me contou o que aconteceu naquela noite. A culpa não foi sua, tenha isso como certo, por favor.

- Mas se eu não tivesse deixado a raiva e a tristeza me consumirem, Olivia teria ficado em casa comigo e estaria conosco agora.

Evan imediatamente levantou-se, depositando sua louça na pia de mármore escuro. Ficou alguns segundos com as palmas das mãos apoiadas no móvel, olhando pela janela a noite escura que caía. As lágrimas não o abandonavam.

Paul caminhou até ele. Entre eles apenas o balcão de cozinha americana, também de mármore preto.

- Evan, só Deus tem o poder de decisão quando o assunto é morte. Não faz sentido achar que você poderia ter mudado a história de sua irmã. Ela está bem agora.

- É no que eu mais quero acreditar, mas é difícil crer que exista um Deus. Ela era tão doce, tão especial.

- É esse tipo de pensamento que te leva a beber - Paul foi incisivo - Já passei por isso e não vou deixar que se destrua como eu fiz.

Evan virou-se para encarar o homem - Eu perdôo você! - as palavras saíram em meio a muita dificuldade, mas eram sinceras.

- Está dizendo isso apenas para satisfazer um pedido dela. Não está?

- Não. Escute! - o garoto deu a volta em torno do móvel que os separava - Você tem sido um exemplo pra mim, desde que abandonou seu maldito vício e sei o quanto deve ter sido difícil abrir mão dele sozinho, sem ajuda. Além disso, tem me ajudado de todas as formas possíveis.

- Almejo seu perdão a muito tempo e acredite, continuarei fazendo por merecer - o homem baixou o olhar envergonhado de suas atitudes passadas - E ao contrário do que pensa, nunca estive sozinho, você e Olivia me motivaram a ser melhor.

Evan sorriu para ele, orgulhoso do que ouvia - Posso te dar um abraço, pai?

O brilho intenso nos olhos verdes do homem, após ouví-lo chamá-lo de pai, era absolutamente lindo - Claro que pode, meu filho!

Os dois envolveram-se em um abraço carinhoso que a muito tempo Paul desejava. Era como se voltasse a ser pai novamente. Era surreal o amor que sentia pela criatura que gerara e mesmo com todas as brigas, em nenhum minuto de sua vida, Paul sentiu outra coisa que não fosse orgulho de seu filho.

- Bem - Evan afastou-se do homem, enxugando os olhos com as costas da mão - Acho que precisamos descansar. Amanhã teremos um dia longo de trabalho.

- Acho que estamos precisando de férias, não é?

Evan apenas assentiu, enquanto o homem continuou falando - Ajeitarei tudo amanhã, para que isso seja possível. Umas duas semanas para limpar a mente será ótimo para nós dois.

- Então vamos juntos até a empresa pela manhã e depois podemos almoçar naquele restaurante japonês que a tempos não vamos. O que acha?

- Combinado!

Foi para seu quarto feliz por ter finalmente tirado aquele peso de suas costas.

Deitou-se e lembrou que esquecera completamente da ligação que Emily prometera lhe fazer, assim que chegasse na Califórnia. Sacou o celular no compartimento da mochila e notou que o aparelho estava ainda em modo de vibração, mas não havia nenhuma chamada não atendida.

Ficou, por algum tempo, apenas olhando para a tela luminosa, preocupado com a sensação que tivera no aeroporto, durante o beijo trocado por eles. Quando estava completamente imerso em suas fantasias obscuras, foi desperto pela ligação. Sentiu-se aliviado por ver o nome e a foto de Emily no visor.

- Estou em minha cama. Sã e salva - a voz dela era como um canto de pássaros, tranquila e acolhedora - Como você está?

- Estou bem, por incrível que possa parecer - precisava contar a ela sobre o entendimento com Paul - Tive uma longa conversa com meu pai e finalmente consegui perdoá-lo com sinceridade.

Emily deu um grito abafado por suas cobertas - Graças a Deus! Você não faz idéia do quanto isso me deixa feliz e com certeza deixará Olivia, onde quer que ela esteja, eufórica.

- Mas me diga - ainda lhe custava muito falar de Olivia sem chorar, então preferiu mudar o rumo da conversa - Seus pais se zangaram muito por você ter ficado aqui sozinha?

- Na verdade não. Acho que estão tentando não brigar comigo, pelo menos por enquanto - ela riu - Vou falar com eles pela manhã e na escola falo com Dylan.

- Não vejo a hora de poder te ter em meus braços de novo, minha menina.

Despediram-se com a promessa de que se falariam todos os dias, enquanto não pudessem estar juntos fisicamente. Evan preferiu não contar, mas se suas férias fossem mesmo acontecer, talvez pudesse ir até Los Angeles e fazer uma visita a ela.

Naquela noite Evan mal consegui dormir. Pegou no sono por volta das 2hrs da madrugada, acordando logo em seguida. Todos os momentos de antes do acidente de Olivia passavam por sua cabeça, lhe impedindo de relaxar.

Acordou bem mais cedo do que o habitual. Preparou um café com panquecas e bacon. Queria ser prestativo enquanto estivesse vivendo sob o mesmo teto que seu pai.

- Estou vendo que herdou meus dotes culinários - Paul esteve sempre tão ocupado e voltava para casa bêbado quase todos os dia, enquanto vivera com o filho, que vê-lo cozinhando era novidade para ele - O cheiro está ótimo!

- É só bacon e panquecas, pai - ele mordiscou a comida servida em seu prato, sentando-se a mesa junto ao mais velho - Mas modéstia a parte, sou bom mesmo. Estou pensando até em me escrever no MasterChef no próximo ano.

Paul riu do garoto que se gabava de seu dom - Assistirei todos os episódios.

O dia correra como combinado. Paul solicitou, junto aos outros sócios, suas férias e as de Evan também. Por conta da correria durante todo o verão, ele fora o único dos chefes a não ter esse privilégio, então não teve maiores problemas em conseguir o que queria.

Caroline estava indo muito bem como assistente de Evan, então o trabalho do garoto ficou por conta dela, durante aquelas duas semanas. Os olhares deles se cruzaram algumas vezes, enquanto o encarregado do setor financeiro explicava as novas funções que a garota deveria exercer durante aquele breve período.

- Care, posso falar com você? - Evan disparou, enquanto a garota juntava suas coisas de sobre a mesa e levava para a sala dele - Queria agradecer por ter ido prestar sua última homenagem a minha irmã.

- Não tem de quê - seu semblante endurecido e as palavras ríspidas demonstravam o quanto ela estava ferida com tudo aquilo - Agora preciso ir. Tenha ótimas férias!

- Ah, qual é, Care - Evan a segurou pelo pulso, abrigando-a a olhá-la nos olhos - Sei que está chateada, mas se vamos continuar trabalhando juntos, devemos deixar nossas diferenças de lado.

Caroline o fitou com olhar penetrante e soltando-se de seu enlace - O que ela tem que eu não tenho? É o cabelo? Você não gosta de loiras? Ela é mais magra? É mais delicada? O quê? Me fala!

- Care, você é linda! - o semblante de Evan era terno e sincero - O que sinto por Emily vai muito além da aparência. Eu a amo mais do que consigo explicar, é uma ligação entre almas.

Os olhos da jovem se encheram de lágrimas e ela deu as costas para Evan sem dizer mais nenhuma palavra, entrando em sua nova sala e batendo a porta ferozmente atrás de si.

Após aquela conversa um tanto complicada e o almoço com o pai, Evan decidiu aproveitar o resto do dia para correr e se exercitar.

O sol brilhava intensamente naquela tarde e a brisa suave deixava tudo ainda mais agradável. Pensou em como Olivia gostava de dias assim. Tudo agora lhe remetia a ela. Era difícil não pensar no quanto ela era jovem e quanta vida teria pela frente, não fosse aquela maldita fatalidade.

Precisava focar em viver sua vida de maneira plena. Era o que a irmã mais queria. Vê-lo feliz era quase que sua missão diária e ele devia isso a ela.

Correu de volta para casa e tomou uma ducha rápida para se refrescar. A proximidade da noite sempre lhe deixava triste, mas dessa vez, saber que falaria com Emily lhe acalmava o coração.

Jantou na presença do pai e os dois juntos assistiram a um jogo de baseball antigo, no televisor da sala. Aquilo era o seu programa favorito quando criança, antes de todo o problema com álcool de seu pai.

Paul já pegava no sono no sofá, quando o telefone de Evan começou a tocar Back In Black da banda australiana AC/DC. Era a ligação que esperara durante todo o dia.

- Achei que tinha esquecido do nosso acordo - ele atendeu, indo para seu quarto e jogando-se em sua cama, zombava pela demora dela em ligar. Haviam combinado que era ela quem faria as chamadas, para evitar qualquer imbróglio que pudesse interferindo nas conversas que ela teria com a família.

- Estava resolvendo alguns problemas - a voz entrecortada e chorosa da jovem na linha deixou Evan aflito.

- Emily, aconteceu alguma coisa?

Ela apenas soluçava sem parar. A voz em sua garganta não saía e ela não conseguiu mais pronunciar nenhuma palavra, em meio a todo aquele choro incessante.

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