se eu pudesse poder
se pudesse
eu diria tantas coisas mais
às pessoas do passado,
às matizes das paisagens que já vi,
às tantas ruas que, debalde, percorri
se pudesse
eu não daria chance ao mundo, não.
eu valorizaria o suor
mais que o sangue e o amor,
mais que este mundo imundo
da cor da sua ferrugem social,
moral, econômica e doméstica
se pudesse
eu morreria bem no fundo —
no
fundo
do
meu
mundo
sob
medida
legado
memória
miséria
bem no fundo,
só
▪ ▪ ▪
Este poema figura também em Poesias Quebradas e Corolário da Alma (Editora Cavalo Café, 2018)
A sua inspiração é bastante espontânea, orgânica: a escrevi depois de ler um desabafo de um amigo, também escritor, sobre uma perda sua. Apenas transcrevi o sentimento que ele me passou. Nem poderia explicar para além disso.
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