A Feia e a Fera - Parte 6
Eu saí daquele castelo sem acreditar na proposta que recebi. Eu ser secretaria do rei, nunca tinha passado por minha cabeça, eu não pensei nada na hora que o soberano terminou a sentença.
Eu apenas ficava encarando-o, abrindo e fechando a boca sem pronunciar nenhuma palavra. Vendo meu estado de choque ele levantou, pois o coitado ainda estava ajoelhado e disse:
— Bella eu percebi que lhe peguei de surpresa, se acalme um pouco e amanhã falaremos de novo sobre esse assunto.
***
No outro dia levantei cedo, a noite eu não consegui dormir, sempre lembrando das coisas que o rei havia falado, eu tinha muito medo do desconhecido, mas a perspectiva de ter uma vida melhor e com um trabalho digno era muito tentador, mas a noite me ajudou a fazer a escolha certa.
Levantei e caminhei até meu pequeno guarda-roupa, procurei por algo que fosse um pouco apresentável, mas eu não tinha nada, peguei um dos vestidos que eu sempre uso para ir à igreja no domingo e que usei no casamento da minha irmã, peguei o mesmo e coloquei na cama.
Sai do quarto e já encontrei minha mãe já acordada tomando café, eu sentei-me na cadeira em sua frente e contei da proposta, esperando que o conselho de mãe me ajudasse.
— Minha filha, pode ser sua oportunidade.
— Mas eu tenho muito medo mãe.
— Não custo nada tentar filha, na vida as vezes precisamos fazer apostas altas.
Depois dessa conversa eu fui para o banheiro limpei-me e me vesti meu vestido. Cheguei ao castelo pela cozinha, não sabia por onde entrar agora que talvez eu mudasse de cargo, respirei fundo entrei, como sempre encontrei a mesma correria, quando Margaret me viu exclamou:
— Graças a deus que enfim você chegou Bella, toma.
Jogou a bandeja real em minhas mãos e saiu rapidamente da cozinha, eu fiquei petrificada, eu não fazia ideia de como agir, ponderei um pouco e achei melhor, seguir o esquema anterior, coloquei a bandeja na mesa, corri para o vestuário e troquei de roupa, quando já estava pronta, voltei a cozinha, peguei a bandeja e segui para biblioteca.
Entrei e encontrei a mesma sem ninguém, caminhei até a mesa, coloquei a bandeja, eu não sabia o que fazer, se o rei já estivesse ali ele me daria uma luz, sem nada para fazer caminho até as prateleiras e começo a ler as lombadas, vejo um exemplar que chamou minha atenção, retiro e caminho para a cadeira mais próxima e começo a ler, a história é tão envolvente que não percebi uma pessoa entrando.
— Muito lindo o que estou vendo — uma voz fala da porta, tiro os olhos do livro e vejo Mary.
Sua cara é demoníaca, como eu já disse anteriormente, ela não gosta de mim, e naquele momento ela estava adorando por me ver em uma situação passível de demissão, coitada, ela pensava que iria me denunciar eu seria demitida, mas ela não sabia era de nada.
Ela entra na sala e começa a bater palmas.
— Muito lindo de se ver, enquanto todos estão trabalhando, a Bella a feia, está aqui bem sentada lendo, muito linda. Mas não se preocupe, seus dias de reinado estão acabado. Margaret saberá que sua protegida não está trabalhando...
— Quem saberá sou eu...
— Soberano... — ela sussurrou submissa.
— Saia — ele falou, mas a doida continuou parada olhando com cara de babaca para ele. — Eu estou falando com você serviçal, eu tento assuntos com a Bella.
Mary ia saindo com o rabinho entre as pernas, quando o rei falou:
— Ah! E diga para Margaret vim falar comigo.
Quando aquela megera saiu ele se jogou na cadeira, suspirou.
— Ela é sempre tão chata assim?
Gente eu juro que tentei me segurar, mas diante do seu questionamento eu comecei a rir escandalosamente.
— Sim!
— Deus me livre, pois eu não aguentaria.
Somos interrompidos pela batida na porta.
— Entre Margaret.
Minha amiga entrou tão assustada, que tive pena, eu acho que aquela cobra tinha dado com a língua nos dentes, à medida que o rei começou a explicar, que eu não serviria mais e que seria sua secretaria particular, que o meu trabalho agora consistia em escrever longas cartas, revisar alguns e cuidar de sua agenda real.
O primeiro dia sendo secretaria do rei, foi muito legal, todos diziam que o rei era uma pessoa chata, intragável, mais comigo era diferente. Até agora ele me fazia sentir bem, principalmente por passar o dia ao seu lado, sentindo seu cheiro másculo, encarando-o era maravilhoso.
Cada dia estávamos mais próximos e eu estava apaixonada, meu coração batia mais forte e eu sonhava em ser arrebatada por seus braços, eu não tinha coragem de me declarar, pois sabia que não sou nenhuma beldade. Esse sentimento nunca que iria florescer, pois somos de mundo totalmente diferente.
Ao fim do dia, quando sai ele meu deu "Boa noite" e eu quase morri, estava nas nuvens, por que ele se importava comigo.
Os dias que seguiram foram um sonho, a nossa amizade floresceu e o meu amor cresceu. Já havia passado um mês que era sua secretaria.
Eu acordei animada ficar próximo a ele já alentava o meu pobre coração apaixonado. Eu entrei na cozinha, eu sabia que poderia entrar pela porta lateral exclusiva para cargos um pouco mais altos, mas eu preferia continuar tendo contato com meus amigos, não é porque havia subido de cargo que ignoraria todos.
Dona Antonia quando me viu me cumprimentou, eu lembro do meu segundo dia como secretaria, quando eu entrei na cozinha ela veio falar, me parabenizando.
— Bella estou tão feliz que você está vencendo na vida querida.
— Obrigado, Dona Antônia.
Eu fiquei feliz pela sua felicitação, porque dela eu sabia que era verdadeiro.
Sou tirada dos meus devaneios pela chegada de Margareth, ela vem altiva, toda chique e bela. Quem olhasse nunca que imaginaria que ele era uma simples plebeia.
— Bom dia Bella. Quero falar uma coisa super importante com você agora, pode me seguir até o meu escritório?
— Bom dia. Sim claro.
Entramos em sua pequena sala, que ficava bem próxima a cozinha.
— Você já está sabendo da novidade? — disparou assim que sentamos.
— Não amiga!
— Enfim a Mary conseguiu o cargo de empregada do rei.
Eu fiquei surpreendida, eu sabia que Margareth tinha o bom senso, que nunca ia colocar a Mary naquele cargo, primeiro ela não merecia e segundo conhecíamos ela o suficiente, e com certeza isso ia dar problema.
— Mas não era a Júlia?
— Sim! Mas ontem ela foi demitida.
— O que? — disse surpreendida, a Julia era uma pessoa maravilhosa, não conseguia visualizar o motivo de sua demissão.
— Sim amiga, encontraram um artefato real em sua bolsa.
— Mas isso não é perfil dela, Margareth.
— Eu si, eu também achei estranho.
— Aquela cobra deve estar morrendo de felicidade né?
— Sim está, ela ganhou acesso direto ao rei, ela ficou com o seu cargo né?
— Mas como ela conseguiu isso? Apesar do meu cargo eu não mando quando a ordem vem de cima.
— De cima?
— Sim, ordens do primeiro ministro.
— Como?
— Não sei amiga, mas você conheci a Mary.
Sim conhecia a peça, eu sabia que ela tentava vencer na vida com seu rosto bonito, se não duvidasse ela poderia ser responsável pela demissão da Júlia e saber que ela tinha se envolvido com o Sir Henrique Mendiolla, me dava um frio na espinha.
— Tomara que ela não faça nenhuma merda, a última vez que ela esteve perto do rei, o soberano não ficou gostando muito da atitude dela.
— Tomara amiga, tomara, porque eu tenho medo de se algo acontecer respingue em mim.
— Se acalme Margareth, tudo dará certo. Amiga vou cuidar. Começar o meu trabalho.
Abracei minha amiga e já ia saindo da cozinha quando lembrei.
— Dona Antonia — chamei chegando próxima a ela.
O cheiro da comida, sendo feita era maravilhoso.
— Sim — ela falou virando-se para mim pois já estava concentrada temperando uma panela.
— Cadê a bandeja do dejejum.
Eu levo o desjejum para o rei, apesar de não trabalhar como serviçal ainda tenho o costume de levar seu desjejum.
— A Mary já levou!
Saber que ela estaria sozinha no mesmo ambiente que ele, um sentimento ruim surgiu no meu coração surgiu. Subo as escadas rapidamente, paro enfrente a porta, respiro fundo e abro a porta em um rompante, fazendo ser notado minha presença, mas eu queria que eu nuca tivesse entrado ou pelo menos usado um pouco da minha educação e ter batido, porque isso me impediria de ver a cena que desenrolava na minha frente.
A cena era horrível e fazia o meu pobre coração doer, ele tinha se quebrado em milhares de pedaços. Nunca nem nos meus pesadelos, eu imaginaria que veria o Rei beijando a Mary, nunca pensei que ele se envolveria com ela, mas infelizmente eu vi, rapidamente baixo minha cabeça, não aguento ficar vendo a situação.
— Bella — ele falou afastando-se dela.
— Desculpe-me majestade estou vendo que estou atrapalhando o momento, volto outra hora com licença.
Sem levantar o olhar para o casal, viro-me e saio da biblioteca.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro