A conversa
Enquanto Marcelo fazia a pergunta ao Gabriel, o António levantou-se, interrompendo o Marcelo e o seu irmão dizendo:
-Eu tive uma ideia que tal irmos visitar o velho Angelino?
-Boa sugestão, vou só avisar à minha mãe e logo de seguida poderemos sair. Disse o Alexandre.
A caminho de casa do velho Angelino, todos empolgados, pulavam, dançavam, riam e é o normal de acontecer entre as crianças, pois têm muita energia.
Frente ao portão, ouviram ao longe uma voz, rouca mas que transmitia ternura e paz, a cantar uma bela musica, era o velho a cantar para as pombas, todo animado (não se sabe qual era a razão), e por mais incrível que pareça dava para notar que as pombas estavam bem quietas e atentas na musica que o velho fazia a questão de cantar para elas, só começaram a fugir ao sentir os passos dos meninos, eles não queriam incomodar e como o portão estava aberto, sentiram-se tão comovidos com a musica que acabaram por auto convidarem-se, ao notar a presença dos meninos o velho parou de cantar e saudou - os, dizendo-lhes:
-Meus caros amigos que alegria tenho em receber-vos, entrem e sintam-se a vontade!
-Vamos ficar mesmo cá no jardim, vamos aproveitar o clima, acrescentou o velho.
Avô conte-nos um pouco de como era o natal no seu tempo? E o que mais gostavas?
Perguntou o Marcelo, e os demais ficaram todos atentos e meios curiosos para ouvir o avô.
O velho soltou um sorriso, ao tentar relembrar-se de como era o natal da sua infância e começou dizendo:
-Era muito bom, pois vivia-se de uma forma muito intensa, para além da unidade entre as famílias, as musicas e as luzes, o que era muito marcante era as crianças para além dos presentes que ganhavam dos pais e dos familiares, é que elas saiam à rua para pedir "boas festas", eram algo muito engraçado de ver, grupos de crianças e adolescentes a andar de casa em casa a bater porta para saber se têm alguma coisa para os oferecer e por outra, as famílias automaticamente preparavam alguma coisa para assim oferecer.
Ah, como era lindo! Exclamou o velho.
Mas infelizmente já não se verifica essa realidade e até a união entre as famílias é algo que já não se vê. Bem, a união é algo que não se vive somente no natal mas todos dias deve-se vivenciar essa realidade.
Os meninos estavam todos atentos ao que o velho dizia, o Gabriel estava muito quieto e muito pensativo e o velho apercebeu-se.
Então meninos, o que contam? Perguntou o velho.
O Alexandre revelou, há minutos quando estávamos em casa, cada um estava a dizer o que gostaria de receber no natal, e gostaríamos de saber por parte do avô, qual seria o melhor presente a se pedir no natal?
Olha meu neto, quanto a isso, não conseguirei te dizer, mas o presente tem que ser aquele que realmente o desejam de coração e não um presente que vocês já têm que no final acabarão por não usar, dizia o velho a olhar de forma directa a cada um.
Marcelo tomou a palavra, agradecendo pela partilha e pela atenção e como já estava a se fazer tarde seria melhor eles regressarem em casa de modo a não ter problemas com os pais.
O velho agradeceu a visita dos meninos, com tão pouco tempo mas divertiu-se imenso com eles ao relembrar o passado e recomendou que não passassem em mais outro sítio e que fossem directamente para casa.
Está bem, assim o faremos e fique bem avô. Disse o Alexandre.
Ao sair da casa do velho, se separaram e cada um foi em direcção a sua casa, ao longo do caminho Marcelo perguntou ao Gabriel o que ele tinha achado das palavras do velho.
-Achei muito interessante e me ajudou muito para clarear realmente o que irei pedir como presente de natal e tu Marcelo o que achaste?
-Eu achei o velho Angelino muito simpático e acima de tudo gostei de o ouvir e a forma como era o natal na época do velho achei engraçado e divertido.
-O velho ainda está em forma, ouviste como ele canta? Perguntou Marcelo
- Canta e muito bem, tanto é que as pombas acabaram por gostar também, Gabriel acabou respondendo em tom de brincadeira.
E os dois colocaram-se a rir
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