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Capítulo Trinta e Quatro - Nunca senti algo assim

Heloyse




Eu ainda estava de olhos fechados, mesmo estando acordada. Abri os olhos e vi no relógio de parede, que já passavam das oito e meia. Então, me virei para olhá-lo.


- Will? - foi a primeira coisa que falei quando me dei conta que ele não estava na cama.


Eu poderia fantasiar, achando que ele estava na cozinha, preparando nosso café, mas, o silêncio da casa demonstrava totalmente o contrário. Eu sabia que isso talvez acontecesse.


Me levantei e fui direto para o banheiro tomar um banho. Não iria me frustrar. Repeti isso por inúmeras vezes.


Eu saí do banho e coloquei um vestido de tecido leve. Depois, peguei minhas roupas molhadas que estavam no chão e levei-as para lavar. Uma hora mais tarde, eu já havia tomado café e arrumado a casa.


Não vou mentir... Eu estava frustrada!


Não tinha como não pensar no que houve na noite anterior. E muito menos, no fato de que ele nem ao menos esperou que eu acordasse para deixar claro que foi apenas uma noite.


Foi só sexo para ele.


Eu, com minha tendência a fantasiar romances, achei que tinha sido amor.



***



Cielo estava levando restos de comida para as galinhas quando eu a avistei. Ela parou e esperou que eu me aproximasse.


- Como vai, Lisy?


- Bem!


- Eu não estou convencida.


Eu coloquei as mãos nos quadris e dei de ombros.


- Não aconteceu nada.


- Venha, vou trocar a água das galinhas. Aproveita e me conta o que houve quando estivemos fora.


"Oh, você não vai querer saber. Não mesmo."



***



- Ele vai me ouvir!


- Esquece isso, Cielo.


- Esquecer? Você não é uma prostituta, muito menos uma dessas mulherzinhas que ele costuma pegar.


- Nós não temos nada.


- Tiveram ontem. Ele não pode simplesmente sair assim, sem dar uma satisfação, como se você fosse aquela mulher vulgar da loja do Josh, ou até mesmo, Patsy. Will vai me ouvir.


Minha risada foi inevitável.


- Por que você está rindo?


- Eu não era nenhuma virgem, muito menos caí na lábia de um galanteador e agora, preciso que alguém o force a se casar comigo. Isso realmente é engraçado.


Eu pude ver os ombros de Cielo se sacudirem junto com sua risada silenciosa. Ela se virou para mim, ainda segurando a colher de pau, com um longo sorriso no rosto.


- Desculpe. Não me acostumo com toda essa modernidade. É claro que não vou obriga-lo a se casar com você. Oh, meu Deus, isso seria estúpido. Mas, foi uma tremenda falta de respeito o que ele fez. Na minha época, um homem levava uma mulher para a cama quando realmente tinha a intenção de estar com ela. E mesmo que Will não queira nada com você, ele poderia ter esperado você acordar e conversar sobre isso. Deixar claro que era apenas aquilo e nada mais. Ele, no fundo, sabe que você está mais do que atraída por ele.


- Eu sabia que era apenas uma noite. Ele não fez nada do que eu não quisesse, mas, eu queria que ele tivesse ficado comigo. Mesmo que fosse para depois, dizer que foi apenas sexo. Então, eu não me sentiria tão mal assim.


- Eu acho que você deveria ir até ele e conversar sobre o que houve.


- Não, melhor não.


- Vocês são complicados. Na minha época, se sentíamos falta, íamos até a pessoa. Se nos amávamos, dizíamos um ao outro. Se queríamos conversar, a gente conversava. Simples assim! Mas, vocês... Minha nossa... Complicam demais!


- Eu pedi para que ele ficasse, mesmo que fosse por uma noite. Eu não pedi compromisso, nem ele ofereceu. Só estou assim, porque eu queria que ele tivesse me esperado acordar, ou me acordasse. Assim, eu o veria indo embora e seria mais fácil. Da forma que ele fez, realmente fez com que eu me sentisse descartável.


- O que eu posso dizer a você, querida?


- Podia mentir para mim. Dizer que ele vai voltar e dizer que sente algo mais.


- Minha nossa... Você realmente se apaixonou por ele, não é?


- Sim. O que eu senti pelo Michael, por nove anos, eu sinto em segundos quando Will me olha. Não se compara a nada do que eu já tenha sentido.


Eu olhei para minhas mãos, mas, a mente vagueava por lembranças de anos atrás, quando me sentia apaixonada por Michael. Realmente, eu nunca havia sentido algo assim.



***



À tarde, Thom foi arrumar o cano da minha pia. Eu preparei um café e o servi.


- Hoje as coisas estão estranhas.


- Estranhas, como?


- Bem... Will está com um enorme mal humor. Exageradamente mal humorado. Mais do que de costume. Ninguém nunca o viu dessa forma. Acredita que de longe eu o avistei chutando a cerca? Pois é! E aí, vi que você também não está normal. A gente fala e você não ouve. Anda calada e colocou alguma coisa no meu café, só não foi açúcar.


- Oh, meu Deus! - eu disse, colocando minha mão sobre a boca quando notei o pote de sal na mesa. - Me desculpa! Desculpa! Merda!


- Acho que não é isso, não. O gosto é bastante salgado.


Eu ri do comentário e me sentei.


- Vai me dizer o que há com vocês?


- E não sei nada sobre o humor dele.


- Vamos, querida, não precisa mentir! Todos sabem que há algo entre vocês.


- "Todos" é muita gente, hein? - eu perguntei rindo, porém, Thom apenas arqueou uma das sobrancelhas, esperando que eu falasse algo. - Não estou mentindo. Eu só acho que este mau humor não tem nada a ver comigo.


- O quanto você está apaixonada?


- O quê?


- Responda a pergunta!


Eu respirei fundo e abaixei minha cabeça.


- O suficiente para estar sofrendo agora.


- Eu vejo. Mas acredite, ele também está.


- Isso soa tão distante.


- Ainda assim, não significa que não seja verdade - ele olhou para o chão por um instante. - Eu sinto uma profunda tristeza por Will.


- Por quê?


- Ele tem tudo para ser um bom namorado, um bom esposo e até um bom pai. Mas, ele próprio não acredita nisso. O pobre estacionou na infância dele. Tudo o que aconteceu na vida dele, o faz pensar que irá se repetir. Ele dá passos cautelosos, com medo de cometer alguma besteira.


- Como assim?


- Deus do céu! Acho que falei muito.


- Eu queria que alguém me contasse o que houve com ele.


- Ele irá te contar. Um dia.


- E até lá, o que faço?


- Bom... Você poderia começar me contando onde guarda o açúcar.


Thom jogou o café salgado pelo ralo da pia e se serviu de outra xícara de café. Desta vez, o café tinha sido adoçado.


Meia hora depois, o cano estava consertado.


Ao cair da noite, eu não conseguia mais fingir minha calma. Eu já havia quebrado dois copos enquanto eu secava minha louça. Eu andava distraída.


Coloquei um suéter e fui até a fazenda O'Connor.


Essa hora, já não haviam mais empregados na casa principal. Estava apenas Schulte, próximo ao portão na pequena guarita. A partir das seis, ele ficava como porteiro.


- Boa noite, senhorita.


- Boa noite, Schulte. Seu patrão está?


- Está sim. Vou ver se ele pode recebê-la.


- Obrigada.


Segundo depois, o portão abriu.


Caminhei por mais um tempo, até chegar à casa.


A sala estava vazia. Fui até o sofá e sentei-me. A lareira estava acesa, porém, não havia nenhum sinal dele.


Algum tempo depois, eu senti como se estivesse sendo observada e olhei para o lado. Will estava parado me olhando. As mãos dentro dos bolsos da calça de moletom preta, os cabelos soltos e molhados. A camiseta cinza um pouco larga e os pés descalços.


Perdi-me no tempo enquanto o olhava, até que ele falou e me trouxe de volta a realidade.


- Oi! - ele disse.


- Oi!


Caminhou, parou perto da lareira e ajeitou a lenha.


- Eu tinha que vir.


Ele concordou com a cabeça e depois, sentou-se à mesa de centro, de frente para mim.


- Eu queria ter ficado, mas, não consegui.


- Por quê?


Will abriu a boca como se quisesse falar, porém, não falou. Passou a mão sobre a boca e contornou os lábios. Depois, soltou uma longa respiração.


- É difícil saber. Apenas não consegui. Eu saí e quando cheguei aqui, eu só quis caminhar. Até fui trabalhar, mas, eu estava tão irritado que gritei com alguns funcionários. Então eu andei por lugares que eu nunca fui nesta fazenda. E talvez não faça sentido para você, mas, eu precisava disso.


- Não, não faz sentido. E eu entendo muito bem sobre coisas sem sentindo.


Ele riu e continuou.


- Eu, por um momento fechei meus olhos e voltei na minha adolescência. E então, percebi que nunca havia namorado quando eu era adolescente. Mas, eu havia contado tantas mentiras pra mim. Uma delas é que eu fui um adolescente normal.


Eu continuei quieta, ouvindo atentamente o que ele dizia e de certa forma, aquilo que ele estava fazendo, era desabafar.


- De repente, eu me senti tão pequeno. Menor que um grão de poeira. Como se minha vida até aqui, tenha sido tão vazia. Às vezes, sinto que tenho vivido em paredes. Na verdade, como se eu fosse uma grande parede, oca e imóvel. Segura por linhas que podem se quebrar a qualquer momento, me deixando desabar. Você entende?


Eu disse que sim e esperei ele continuar.


- Eu queria te ligar, como qualquer pessoa normal faria. Eu queria poder contar como foi meu dia, de um jeito que eu nunca fiz antes. Eu também queria ter amigos e me sentar com eles. Contar como foi conhecer você, mas, eu nunca os tive. E, eu perguntei a mim mesmo o que eu tenho que fazer para ter tudo isso. Você me faz querer tudo isso.


Meu coração doeu por ele. Will estava tão triste. Só de ouvi-lo falar sobre sua solidão, me deu uma vontade angustiante de chorar.


Embora as lágrimas não descessem, não consegui evitar que meus olhos ficassem marejados. Eu sabia qual era a sensação de olhar para o lado e não ver ninguém. Sim, eu sabia.


- Nada faz sentido. Nem mesmo minha vida faz sentido. E, eu não consigo evitar esse sentimento... Essa sensação de que sou tão pequeno.


- Não, Will! Você não é. Eu disse isso uma vez, mas, eu sei que você não é. Eu estava errada.


- E como você sabe?


- Eu só sei. Eu sei que você é muito. Apenas você não enxerga isso.


Ele negou com a cabeça e me olhou por um instante até desviar olhar.


- Me desculpa, mas hoje eu não tenho cabeça para conversar com alguém - eu disfarcei meu desgosto, assenti e me levantei. - Sinto muito, Heloyse - ele tocou em meu braço. - Eu só estou em meu momento.


- Ok... Eu...


- Por que não vem aqui amanhã de manhã? Eu estarei menos ranzinza.


Eu sorri e concordei.


- Ótimo! - ele disse.


Will me levou até a porta, mas, não me beijou. Apenas deu um "até mais" e a fechou.


Eu senti um vestígio de dor em meu coração. Era certo que naquele momento, ele tinha evitado a minha presença.


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