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Capítulo Cinquenta e Sete - Mágoa

Heloyse (dois anos mais tarde)


— Haverá uma feira na próxima semana. Você deveria ir. Tudo o que há de melhor para cafeterias, restaurantes, lanchonetes, bares e outros estabelecimentos, você vai encontrar lá.
Olhei para o papel que Ashley tinha acabado de me entregar, com atenção.
— Interessante! Vejamos o que temos aqui... — eu disse, lendo alguns tópicos em negrito. — Temperos de vários países, raízes, apresentações de pratos típicos de dezessete estados, culinária moderna, novos aparelhos que facilitarão a vida do empreendedor... Hmm, disso, eu gosto — apontei. — Um teatro contando a história do café, de como o capitão John Smith apresentou o café aos outros colonos de Jamestown.
— John Smith? — perguntou Ashley com os olhos arregalados. — Esse não é o capitão do filme Pocahontas?
Eu confirmei.
— Então foi real?
— Foi sim.  E como dizem por aí, ela de fato, o salvou, convencendo o pai que a morte de John Smith atrairia o ódio dos colonos. Só que não houve um clima entre eles. Ela era só uma menina entre dez ou onze anos. Smith era como um professor da língua e ensinava os costumes ingleses para Pocahontas. Além do mais, ele já era um senhor de meia idade.
  — Então não foi como no desenho?
— Bem, não daquela forma. Depois que Smith sofreu um acidente, ele foi se tratar na Inglaterra e os colonos disseram a Pocahontas que Smith tinha morrido. Com dezessete anos, ela foi aprisionada pelos ingleses enquanto estava em uma visita social e foi mantida na prisão de Jamestown por mais de um ano. E foi aí que John Rolfe, um inglês se apaixonou por ela. Como condição para Pocahontas ser libertada, ela teve que se casar com Rolfe, que era um dos mais importantes comerciantes ingleses no setor de tabaco. Quando estava presa, era tratada como um membro da corte. Alexander Whitaker, ministro inglês, ensinou o cristianismo, melhorou o inglês dela e, quando recebeu seu batismo cristão, Pocahontas escolheu o nome de Rebecca.
—  Não pode ser! Meu Deus! E depois disso, ela se deu bem?
—  Ela teve um filho, Thomas Rolfe. Depois, descobriu que Smith estava vivo, mas, não pôde encontrá-lo. Smith mandou uma carta à rainha Ana, pedindo que a tratassem bem. Ela e alguns do seu povo tornaram-se populares entre os nobres.
— Ela e o velhote do Smith nunca mais se viram? 
— Sim, eles se reencontraram. Smith escreveu em seus livros que, naquele dia, Pocahontas não disse uma palavra a ele e quando tiveram a oportunidade de conversarem sozinhos por horas, ela disse o quanto estava decepcionada com ele, por não ter ajudado a manter a paz entre sua tribo e os colonos. Meses depois, Rolfe e Pocahontas decidiram retornar à Virgínia, então, ela ficou enferma, provavelmente de varíola, pneumonia ou tuberculose. Fizeram o navio em que estavam, voltar para Grevesend, em Kent, na Inglaterra, onde ela morreu.
—  Coitada! Espera aí, como sabe de tudo isso?
  — Bom, na escola, fizemos um trabalho sobre isso. Era sobre árvores genealógicas e, George W. Bush  é descendente de John Rolfe, que teve outro casamento, depois que ela morreu. E Nancy Reagan , é descendente da Pocahontas. Também sei, porque trabalho com cafés. É importante saber a história daquilo que vendo. Além do mais, o "tio" Google é de grande ajuda.
Ashley apoiou o cotovelo na mesa e depois, o rosto sobre a mão. Parecia uma criança emburrada, após descobrir que papai Noel, não existia.
—  Você destruiu a minha vida. Toda vez que eu assistir ao filme, irei olhar e dizer "olha lá, John Smith fez plástica no rosto, porque ele não passava de um velhote. Quanta mentira!"
Eu dei uma gargalhada e ela sorriu também.
— O que mais tem aí? Espero que não seja algo que vá novamente destruir minha infância.
— Vejamos... — eu disse sorrindo — Uma homenagem à primeira referência escrita nos Estados Unidos sobre o café aqui em Boston, em 1670... Homenagem à revolução "Festa do Chá de Boston", e também terá uma demonstração de como o grão verde era torrado sobre uma fogueira no chão, moído em um pilão e depois fervido. Esse é o famoso... — eu fiquei por alguns segundos observando as palavras a minha frente — "cowboy coffee"... — eu disse quase em um sussurro.
Fiquei olhando para o papel, com a mente perdida em algum lugar de Clearwater.
— Oh, minha amiga... Ele ainda mexe com você, não é?
Eu afirmei lentamente com a cabeça e soltei uma longa respiração.
— Eu pensei que durante esses dois anos que passaram, seria mais fácil lembrar... Mas, não é.
— Eu sei que você nunca quer conversar sobre isso, mas acho que você ainda o ama.
— Não sei se é amor, Ashley. Acho que isso se transformou em uma grande mágoa. Eu sofri por um longo tempo... Pensei que ele me procuraria e se tratando dele, sei que seria algo impossível. Acho que Will, nem mesmo me amou. Um homem que não se apegava a ninguém, que nunca quis algo sério com alguma mulher... Impossível acreditar que ele me amava.
— Mas ele teve algo sério com você. Você foi a primeira que conseguiu isso dele, Lisy. Eu queria poder dar uns tabefes nele por fazer você sofrer. Mas, por outro lado, tenho um sentimento de pena por ele. Tudo o que ele passou... É um homem inseguro, traumatizado. De repente, chega você e muda tudo. E depois de tudo o que sofreu na mão do pai, acha mesmo que ele não tinha medo de fazer você sofrer? Depois veio aquele acidente e ele se sentiu tão culpado.
— Arrumou um monte de desculpas para terminar comigo.
— Creio que havia algo real, nisso. Por exemplo, o golpe que ele te deu... Ele, mesmo não sendo de forma intencional, bateu em você. Ele passou a infância toda, vendo o pai bater na mãe. Como acha que ele se sentiu? E isso gerou outro acidente. Você poderia ter morrido atropelada. Na mente dele, ele te bateu, você foi atropelada e ainda por cima, perdeu um filho. Tudo faz parecer ser culpa dele.
— Não foi.
— Ainda assim, aconteceu. Johnson o provocou e ele poderia ter revidado, sem partir para a agressão e tudo aconteceu a partir dessa briga. Se você estivesse no lugar dele, como se sentiria? Como iria se sentir, sabendo que machucou a pessoa que ama? Por mais que ele tenha sido um imbecil, desistindo de ser feliz, ele preferiu vê-la livre. Já tinha causado muitos danos a você.
Ashley deu um pequeno sorriso e apertou sua mão na minha. Levantou-se e foi pegar uma xícara de café.
Foi para trás do balcão, e se serviu. Conversou com um dos meus funcionários e depois, entrou na sala, para conversar com Diana, minha gerente.
Ashley, agora, era minha sócia. Ela cuidava da cafeteria no centro e eu, ficava nesta aqui, perto da faculdade. Fechei a cafetaria da minha casa e transformei-a em uma sala.
Fiz muitas coisas durante esses dois anos. A intenção era manter a cabeça ocupada.
"Continue andando", eu dizia todos os dias, para mim mesma. E depois de um tempo, eu voltei a me acostumar à solidão. Trabalhava, dizia "bom dia", sorria para os poucos amigos, mantinha minha casa... Mantinha minha vida.
Havia momentos em que eu me sentia velha, querendo viver apenas no silêncio, afastada de todos. Eu procurava a paz e não encontrava. Será que ele a encontrou?
Me sentia magoada quando pensava nele.  Enquanto todos dormiam de noite, eu era uma sonâmbula. Pois nem no sono, eu encontrava paz.
Eu não conseguia esconder minha angustia, nem mesmo quando eu limpava o meu espelho após o banho e fitava meu rosto. Eu me olhava e via um rosto abatido.
Eu e Cielo, nos falávamos todas as semanas. Ela nunca falou sobre ele e eu nunca perguntei. Ainda doía pronunciar seu nome. E durante as noites em que sonhei com ele, eu acordei falando seu nome e chorei amargamente.
Eu senti falta da pequena casa de madeira. Sentia falta dos momentos que tive lá e dos momentos que tive com Will. E apesar de toda tristeza, eu me sentia forte. Eu tinha chegado até ali, sem correr atrás dele.
De qualquer maneira, eu tinha seguido em frente e no decorrer dos dias, eu sentia mais dor, do que amor. Talvez fosse só mágoa, o que eu tinha por ele. Eu queria acreditar naquilo.
Eu segui em frente. Sim, eu fiz isso. Mesmo os sentimentos estando ali, me fazendo sofrer, eu continuei enfrentando a vida, todos os dias.
No final de Dezembro, Cielo me ligou arrasada. Uma nevasca, o que não acontecia muito no Texas, matou vários animais. A tempestade de neve havia chegado sem previsão e muitos criadores de gado não tiveram tempo para colocar o gado no celeiro.
Algumas vacas leiteiras dos Ferrel morreram, assim como bezerros e novilhos. Ao todo, mais de trinta mil vacas morreram em toda região.
Cielo disse que, tanto em sua fazenda, quanto nas fazendas vizinhas, houve uma grande quantidade de animais mortos. Estavam todos discutindo como eliminar a carcaça, já que se fossem enterradas, poderiam afetar a qualidade da água e do solo. Sem contar, que as vacas sobreviventes, produziriam menos leite.
Houve um momento em que ela disse "a sorte é que eu e alguns fazendeiros conseguimos abrigar o restante dos animais, na fazenda do..." e então, se calou. Depois, ela pediu desculpa e continuou falando sobre os estragos.
Foi a única vez que ela quase falou dele.

George W. Bush: Ex-presidente dos EUA.

Nancy Reagan: Viúva do ex-presidente estadunidense, Ronald Reagan.

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