Capítulo 05
Ao atravessar a porta da suíte presidencial, Stephanie sentiu o estômago embrulhar. Ela estava nervosa, claro, mas sua intuição dizia que havia algo a mais naquela cena. Can estava logo atrás dela, guiando-a para o sofá na antessala como um perfeito cavalheiro e, no entanto, os olhos dele brilhavam de uma maneira calculada.
Ela se sentou, muito consciente da proximidade entre os dois quando Can praticamente colou seu corpo ao dela. Sorrindo, Can apoiou o braço no recosto e iniciou uma conversa sobre sua visita ao Brasil. Conforme o tempo passava, Stephanie sentia seus nervos cada vez mais agitados e, apesar de não haver nada de impróprio na interação, algo a perturbava. Talvez ela não devesse estar ali...
De repente, Can se moveu, levando o rosto a centímetros do dela. Seu perfume a envolveu, um misto de frutas e canela que chegava a deixá-la enjoada de tão doce. Não era o perfume que ela havia imaginado e, automaticamente, ela pensou no cheiro amadeirado que vinha conquistando-a. Afastando-se um pouco, ela devolveu o sorriso e fingiu estar com sede.
Ao invés de se levantar, Can alargou o sorriso, tornando-se predatório conforme se inclinava sobre ela. Ele abriu a boca e Stephanie reuniu toda a sua força para empurrá-lo, porém ele se deteve e proferiu algumas palavras em turco. O olhar cínico e a forma como ele se aprumava eram suficientes para saber que ele estava sendo obsceno.
E foi nesse minuto que Stephanie se deu conta de que o a fantasia por quem ela havia se apaixonado anos antes era fruto de sua imaginação e jamais se tornaria realidade. Na verdade, o homem de seus sonhos e ela estava prestes a perdê-lo.
Torcendo para que não fosse tarde demais, Stephanie empurrou Can para longe e saiu sem olhar para trás. Por sorte, havia um táxi parado em frente ao hotel.
***
Ao descer em frente ao endereço, Stephanie mandou uma mensagem para Isaac e viu as luzes do jardim da casa se acenderem. A porta se abriu e Isaac se aproximou com cautela. Havia algo indecifrável em seu olhar conforme ele a estudava.
— Ele te machucou? — Preocupado, ele a encarou e Stephanie negou.
— Por que você ficou chateado mais cedo?
— Porque homens como o Can não te merecem. Ele nunca vai se esforçar para descobrir que você adora moda, ou que você fica corada quando está com raiva, e que seus olhos ficam enormes quando você se surpreende. Ele não vai fazer nada disso porque só se importa com ele mesmo. Mas ele nasceu com o rosto certo e por isso vai poder ficar com você sem se dar conta do quanto tem sorte.
Sentindo o coração acelerar, Stephanie envolveu seus braços ao redor do pescoço de Isaac e o olhou no fundo de seus olhos, enxergando uma infinidade de possibilidades que jamais havia imaginado. Perguntando-se como não enxergou antes que Isaac era quem sempre sonhou, ela fechou os olhos e agradeceu por aquele momento.
Os lábios macios dele encostaram nos seus com ternura, causando uma explosão de sensações em seu corpo. Segurando-a pela cintura, Isaac a puxou para mais perto e pressionou seus lábios, abrindo-os para ele. Stephanie devolveu os movimentos com vontade, sentindo seu corpo se aquecer com cada toque. Sua respiração tornou-se irregular e tudo que ela queria era sentir mais.
As vozes de mulheres atravessaram a névoa que os envolvia e Isaac foi o primeiro a afastar o rosto, ofegante. Sem soltá-la, ele olhou para a janela, onde duas mulheres mais velhas sorriam para o casal.
— Eu já te contei que a família da minha mãe veio da Turquia?
— Acho que você esqueceu.
— Quer entrar e conhecer todo mundo? — Sorrindo, ele estendeu a mão.
Stephanie lançou um sorriso para as duas mulheresantes de segurar a mão de Isaac, sabendo que jamais iria soltá-la novamente.
Palavras: 638
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro