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Capítulo 01

Nathali Moreira

A vida é uma montanha-russa. Às vezes estamos bem, às vezes não. No meio dessa loucura, podemos perder de vista o que realmente importa.

Mas como George Carlin disse, "o segredo da vida não é ter tudo que você quer, mas amar tudo que você tem".

No momento, tenho mais de 40 mil na minha conta, o que me permite fazer uma boa viagem de volta a minha terra natal, sem me preocupar com gastos pequenos como os dois pacotes de sonho de valsa que carrego na mochila. Sou chocólatra assumida, e esse meu vício já me deixou em maus lençóis.

Embora esteja desempregada, minha irmã já conseguiu outra vaga na minha área de atuação na pequena cidade de Jitaúna.

Onde fica? No cú do mundo, em algum lugar da Bahia.

Ainda que goste da minha terra natal, faz 10 anos que não piso os pés aqui, quando era criança, minha vó por parte de pai, me levou pra morar em São Paulo e estudar numa escola boa. Apesar de viver bem, comecei a trabalhar aos 14 anos, num projeto de menor aprendiz, em um supermercado no bairro vizinho e economizei cada centavo do suado salário mínimo que recebi por 4 anos.

Assim que completei 18 anos, fiz faculdade de farmácia. Pra minha sorte, depois de dois anos de faculdade, comecei a trabalhar em uma farmácia de um amigo da minha avó, isso me rendeu um bom salário e como economizei bastante, depois de 5 anos estudando arduamente, ganho em torno de 3 salários mínimos o né me possibilitou fazer um pé de meia para caso de desemprego. Claro que a mesada gorda que recebi da minha avó até meus 21 anos somada a pensão razoável do meu pai, contribuíram.

Enfim, para uma mulher que sonhava em ser independente, tenho me saído bem até agora.

***

A van diminui a velocidade para entrar no bairro que minha mãe reside atualmente, assim que o automóvel pára, consigo ver a placa de identificação da minha casa.

Bairro Adelino, Rua Adelino Henrique N° 60.

Não tem quadra.

Para o senso comum, é estranho, mas tudo na cidade é estranho, então é meio que normal. Agora estranho mesmo é encontrar alguma coisa considerada normal pelo resto do país, por aqui.

São quase 3 da madrugada, a rua está deserta, quando pego minha última mala no bagageiro da van de transporte.

- Tem certeza que esse é o endereço? - O motorista olha para os dois lados da rua, a pouca iluminação deixa a desejar. Na casa de número 59 tem uma TV ligada, não está muito alta, mas conseguimos ouvir parte do filme que está passando.

- Sim, vou ligar pra minha irmã sair, ela está acordada. - Pego o telefone e inicio a ligação.

- Quer que eu espere você entrar? - O homem negro por volta dos 50 anos insiste em me manter segura.

- Não precisa, é um bairro muito calmo. - Sorrio.

- Boa noite então. - O motorista entra na van e vai embora. Após a ligação cair e eu ter de ligar outra vez, no quinto toque, minha irmã atende.

- Sabe que horas são Nathy? - Sua voz sonolenta indica que estava dormindo.

- Sei, hora de vir abrir o portão. Ayram você prometeu que ficaria acordada!

- Eu sei, desculpa baixinha, já vou. - Ela desliga o celular, fico olhando para a casa 59, é um filme de ação que está passando, quando o tiroteio começa, eles abaixam o volume, tento prestar atenção até o portão ser aberto, me assustando com o barulho. - Olha só pra você, mais bonita que nas fotos. - Ayram é dois anos mais velha que eu, e também é mais alta.

- Que saudade! - Nos abraçamos.

- Fez boa viagem?

- Sim, agora me ajuda aqui. - Pego uma das malas, a mochila e marcho portão a dentro. - A mãe tá dormindo?

- Sim, mainha lavou roupa hoje, eu te falei, ficamos uma semana sem água, aí acumulou. Ela passou o dia todo lavando roupa. - Ayram fecha a porta e me guia para o seu quarto.

- Entendi, bem vou dormir, preciso estar bem acordada pra festa a noite.

- Menina, essa festa vai ser barril. — Comenta. Por eu ter convivido com paulistas por tanto tempo, demoro para assimilar a gíria baiana ao seu significado.

- Oxe. Por quê? - Tiro a calça jeans e a blusa, depois me jogo na cama de solteiro para esticar o corpo.

- Eu estou com um peguete novo e meu ex vai estar lá.

- Ainda não sei porque você terminou com o João Lucas, pelo que me disse ele era tudo de bom.

- Até parece que não me conhece, acontece que "eu só quero que você entenda, o meu amor, é amor de quenga." - Cantarola, dou risada e me levanto.

- Tem espaço na geladeira? Tenho que guardar meus chocolates.

- Tem, a única coisa que você vai encontrar na geladeira é água em seus 3 estados. - Brinca.

- Misericórdia. - Como todos estão dormindo, vou de calcinha e sutiã até a cozinha, guardo meus preciosos doces na geladeira e volto pra cama. O ronco da Ayram me perturba um pouco, mas o cansaço fala mais alto e acabo dormindo.

***

Estava sonhando com um mundo de chocolate, quando uma tampa caiu fazendo um barulho dos diabos, quase caí da cama, o grito da minha irmã não tardou a ecoar.

- Disgraça!

- Quebra, não custou o seu dinheiro! - Grita mainha do quarto ao lado, me fazendo rir, levanto da cama, pego uma muda de roupa e me encaminho para o banho. Após o banho, coloco um vestido soltinho, calço uma sapatilha preta e vou para a cozinha.

São nove horas da manhã e preciso ir ao mercado fazer uma super compra pra casa, afinal se vou morar aqui, preciso contribuir com as despesas.

Ao chegar na cozinha recebo um beijo das duas e me sento para tomar café da manhã. Apesar de a geladeira estar vazia, temos uma certa fartura na mesa, mainha coloca um pote com salada de frutas na minha frente e bagunça meu cabelo.

- Bom dia, descansou bastante?

- Não, mas depois do almoço eu fico de preguiça na rede. Agora vão se aprontar pra gente ir ao mercado.

- Mercado? Não precisa já tirei o frango pra descongelar e botei o feijão no fogo.

- Desligue o fogão e guarda o frango. Vamos almoçar fora. - Ataco a salada de frutas rapidinho enquanto as duas ficam se encarando. - Bora gente! - Bato palmas assustando as duas que saem correndo.

Estava quase terminando de comer quando sou surpreendida por um carro de som anunciando a festa junina, muito alto.

"Bom dia meus vizinhos. Hoje a partir das 17 horas, lá no campinho, haverá um arraiá arretado de bão sô!

Peguem a visão!

Vocês não vão querer perder esse reg!

Vai ter casamento junino, olha a cobra, barraca do beijo, pescaria, pau de sebo, canjica, pamonha, milho assado e cozido, curral e muito mais... Não percam, hoje ás 17 horas no campinho do bairro!"

O carro começa se afastar repetindo a mesma mensagem e o som vai diminuindo. Eu adoro festa junina. Principalmente a parte dos comes e bebes.

- Estamos prontas. - Ayram termina de amarrar a trança lateral e me encara.

- Tudo bem. Podem me esperar lá fora que eu só vou pegar a bolsa. - Limpo a boca e corro para o quarto. Pego a bolsa de ombro que comprei mês passado.

Ao chegar na calçada encontro mainha e Ayram conversando com um pedaço de mal caminho.

Pedaço não, o caminho todo, pensa num homem sexy da porra!

- Você vai pra festa mais tarde Pedro? - Ayram sorri e mexe no cabelo. Assanhada!

- Sim, a Alice exigiu. - Pedro coça a cabeça e sorri ajeitando o boné.

- Ah sim! Deixa eu te apresentar essa é minha irmã, ela chegou de viagem de madrugada. Nathali esse é o Pedro Antônio, ele é filho da Dona Angelina, aquela senhora que te chamava de Polegarzinha.

- Olá Pedro. - Estico a mão em sinal de cumprimento, ele aceita e sorri.

- Devia ter me dito que sua irmã era bonita, Ayram.

- Você não vai querer ficar perto dela, essa baixinha é azuada. - Retruca Ayram de modo brincalhão.

- Vou te mostrar a azuada, sua cara de carranca.

- Meninas, se comportem! - Mainha puxa nossas orelhas e sorri para o homem. - Vai ficar na barraca do beijo, Pedro?

- Sim, mas no início da festa até umas oito horas vou ficar com a Alice, depois vou trabalhar até umas 10:30 da noite e então estarei livre pra curtir a festa.

- Que bom, nos vemos lá! - Ayram começa a puxar meu braço em direção ao ponto de ônibus. - Vamos de buzu até o centro preciso fazer umas compras e na volta a gente passa no mercado.

- É uma boa ideia. - Concordo olhando uma última vez para o Pedro.

Nas horas seguintes, Ayram nos arrastou pelo centro da cidade, de loja em loja até encontrar o vestido que ela queria, na verdade, ela comprou uma camisa masculina xadrez tamanho G, um cinto com fivela de lata e um par de botas.

Na hora do almoço, paramos em um restaurante self service de comida caseira, a variedade pratos típicos da Bahia era impressionante. Optei por arroz branco acompanhado de bobó de camarão e moqueca baiana, um prato grande e nutritivo. Em São Paulo não tem os sabores da minha terra natal.

Após o almoço, pegamos o ônibus até um mercado atacadista, cada uma pegou um carrinho.

- Não se preocupem com o preço, peguem tudo o que quiserem. - Digo antes de entrar.

- Tem certeza? - Mainha fica preocupada.

- Tenho, dinheiro não é problema. Nesta primeira compra pode extrapolar, conforme as coisas forem acabando, vamos comprando mais.

- Tudo bem. Tem um kit de tratamento capilar que eu quero comprar há décadas, mas custa o valor de um rim. - Minha irmã se distancia conforme vai falando, suspiro e sigo ela, também preciso de uns cremes de cabelo, então aproveito para repôr meu estoque, ficar bonita custa caro.

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