Capítulo IV
Bryan Hashuel
Senti quando eles se aproximaram. Quatro ao todo. Fui muito tolo por pensar que eles não estariam aqui, me procurando.
Meu pai me alertou sobre esses rebeldes. Estavam sequestrando outros lobos faz um tempo, tentando chamar a atenção dos outros alfas. Parece que finalmente vai conseguir os holofotes agora.
- Bem, Bem. O que temos aqui? Vejam se não é Bryan Hashuel, futuro alfa da matilha do Norte. - Uma voz feminina diz. - que pena que sem sua companheira você não vai poder virar alfa, não é mesmo?
Abro os olhos e me transformo em lobo. A dona da voz, como suspeitei, era Melory Johnson, Líder do movimento rebelde.
- O que foi agora Bryan? Está se sentindo ameaçado? Nós só somos quatro. Um verdadeiro alfa não se importaria. Você é um verdadeiro alfa Bryan? - Ela provoca.
Rosno em resposta, expondo os caninos.
- Seja um pouco mais civilizado querido. Vamos, mostre para mim, mostre do que é capaz. AGORA! - Ela ordena e os três lobos avançam.
O primeiro, um lobo laranja de porte médio, tenta me atacar pela direita. Desvio do seu ataque enquanto pulo sobre o da esquerda, uma versão distorcida da loba de Rebecca. O derrubei e ataco seu flanco esquerdo, que está de guarda baixa, deslocando seu ombro. Ele solta uma lamúria e se prepara para atacar, mas sou mais ágil e pulei direto em seu pescoço, o quebrando no ato. Agora só resta o lobo laranja e Melory que se transformou em lobo assim que derrubei um dos seus ajudantes. Um farfalhar a minha esquerda e percebo a tenho mais companhia. Que ótimo, penso sarcasticamente.
De repente uma loba branca acinzentada surge diante de nós.
Rebecca encara Melory e rosna, repuxando os lábios e mostrando os dentes em sinal de desafio. Melory rosna de volta, aceitando o desafio. Quase me esqueço dos meus próprios adversários, enquanto observo o embate das duas lobas.
Ataco o lobo laranja primeiro incapacitando-o no primeiro golpe. Avanço em direção ao terceiro lobo, com a pelagem marrom de porte grande. Ataco seu flanco esquerdo e o acerto, mas ele me ataca quando baixo a guarda por um segundo. Solto uma lamúria quando suas garras atingem meu ombro e abrem um corte impiedosamente. Ataco novamente e dessa vez sinto prazer ao ouvir um osso estalar. Ele solta um gemido sofrido e eu aproveito esse momento de distração para atacar de novo. Faço um corte profundo em seu abdômen.
Ouço uma lamúria, feminina dessa vez, e viro-me procurando desesperadamente por Rebecca. Encontro-a rosnando para uma Melory muito machucada e mancando. Melory lança um último olhar de ódio em minha direção enquanto some nas sombras, seus companheiros no encalço.
Vou em direção a Rebecca, mas solto outra lamúria por causa do corte no ombro. Rebecca corre em minha direção e se transforma ali mesmo, sem se importar com a nudez. Ela toca meu ombro delicadamente e faz uma careta que julguei ser de medo e preocupação. Queria poder dizer a ela que está bem, mas duvidava que ela fosse querer ver um Bryan pelado e sangrando.
- Precisamos estancar esse corte. - Ela diz. Afasta-se um pouco para me encarar e vejo mil coisas em seus olhos cinza tempestade.
Sem querer, meu olhar recai sobre seu corpo e ela parece finalmente perceber que está nua na minha frente. Arregala os olhos e vai procurar as próprias roupas, enquanto eu procuro as minhas.
Rebecca Vanford
Estamos sentados na grama, perto de uma queda d'agua, limpando os ferimentos da batalha anterior. O corte no ombro de Bryan é profundo. Ele está tentando esconder a dor, mas vejo de relance suas feições se retorcendo numa careta sempre que eu aperto demais as ataduras. A cinco quilômetros de onde estamos tem um posto de gasolina no qual eu comprei algumas coisas para primeiros socorros, ataduras, gaze e algumas pomadas para ferimentos que encontrei na lojinha de conveniência. Afasto-me para encarar meu trabalho e seguro uma careta. As ataduras já estão manchadas de sangue.
- Precisamos ir á um hospital. - Digo.
- Eu aguento. A alcateia fica a quatro dias de caminhada daqui. - Ele diz.
- Precisamos ir á um hospital. - digo inflexível.
- Eu não vou a lugar algum. - Ele retruca.
Encaro-o sem desviar o olhar. Ficamos nesse duelo visual até que ele finalmente suspira pesadamente e desvia o olhar.
- Ótimo. Estamos de acordo. - digo e ele bufa deselegantemente. - Falei com uma senhora na lojinha de conveniência e tem uma cidadezinha há duas horas daqui. Lá vamos conseguir atendimento.
Ele só me encara, sem dizer nada.
- Eu preciso de um banho. - digo.
- Fique a vontade. - Ele diz, fazendo um gesto largo em direção à queda d'agua com o braço bom.
- Engraçadinho. - digo sarcasticamente. - Vamos, saía.
- Não há nada aí que eu já não tenha visto. E além do mais, quem garante que você não vai tentar fugir de novo? - Ele questiona.
Olho com culpa pra ele, mas logo me recomponho. Ele está querendo jogar? Vamos jogar. Além do mais, Ele está certo. Ele já me viu antes.
Puxo minha blusa regata laranja, expondo meu sutiã roxo. Ele arregala os olhos e desvia o olhar. Aproximo-me para chamar sua atenção. Ele me encara de novo enquanto eu tiro a bermuda cáqui, exibindo meu conjunto.
Tiro as peças restantes e entro na água, sentindo o olhar de Bryan, mas minhas costas e um sorriso bobo no meu rosto.
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Chegamos à cidadezinha em uma hora e meia. Bryan está meio febril ao meu lado, seu rosto um pouco pálido. Começo a me desesperar quando não acho um pronto Socorro logo de cara. Peço informações para alguns poucos pedestres, mas nada muito sólido que nos leve para o pronto Socorro, pois a maioria dos moradores que estão a essa hora da noite na rua são alguns bêbados e drogados.
Finalmente - finalmente - encontramos um pronto socorro, e Bryan arrasta seus pés em direção à recepção.
- Com licença. - digo para a recepcionista. Ela vira seus olhos vazios de emoção para mim.
- Pois não? - Ela pergunta. Ela finalmente parece notar Bryan e seus olhos se arregalam. - Ai meu deus, o que houve?
- Nosso acampamento foi atacado por lobos. - Eu digo, oque é meio verdade.
- Tudo bem. Por favor, entre. - Ela diz guiando Bryan. Começo a segui-la, mas ela me para. - Desculpe, mas você deve ficar aqui.
- Tudo bem, ela é minha namorada. - Bryan diz.
Respiro fundo para controlar meu temperamento.
- Tudo bem, acompanhe-me. - A mulher pede. Seguimo-la em direção a uma sala no fim do corredor.
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Depois de desinfetar o corte de Bryan, o enfermeiro vai pegar o material para suturar.
Quando ele chega com a agulha e a linha, Bryan olha em pânico para a agulha do enfermeiro. Ah, penso. Agulhas. Quase rio, mas me seguro. Cada um tem direito de ter seus medos.
Aproximo-me e seguro sua mão.
- Está tudo bem. - lhe assegura. Ele olha pra mim, sem realmente me ver, mas dá um aperto de leve em minha mão.
***
Hey leitores! O que acharam? Espero que tenham gostado. Até o próximo capítulo e cliquem na estrelinha se curtiram!
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