C A P I T U L O • 2 •
"A vida é feita de oportunidade quando não as encontrar crie as suas..."
— Onde você passou a madrugada e a manhã Pearl? — Billie perguntou, Shawn estava para a faculdade, pensei que estaria livre de perguntas, fazia tempo que a minha mãe não agia realmente como mãe, e o mais estranho era ela estar lúcida.
Minha cabeça latejava da ressaca da noite anterior, exagerei no porre, depois que fomos para o quarto bebemos juntos ainda alguns copos e o Logan pediu um champanhe para comemorar a noite, que seria uma delícia.
E foi.
Aquele homem sabia usar bem aquele pau, e como eu espera havia sido além das minhas expectativas, mas quando acordei ele já havia partido.
— Responda a pergunta!
— Deixei de te dar satisfações a muito tempo mãe, sinto muito — caminhei até a janela do quarto e a deixei sozinha pensando como quisesse. — Quando sair, bata a porta.
Ela não respondeu, apenas fez o que basicamente a instrui por não conseguir arrancar nada de mim. Olhei para a porta que Billie saiu me sentindo encomodada, não deveria tê-la tratado daquela maneira, mesmo com defeitos ainda era a minha mãe, eu a devia a vida mesmo que ela não fosse nada como desejei.
Tomei banho rapidamente, não lavei o cabelo e enrolada na toalha a busquei por nossa casa. Não estava na sala como geralmente estava, nem na cozinha, nem em seu quarto. Ouvi soluços baixos quando abri a porta do banheiro. O cheiro forte logo invadiu minhas narinas e ao olha-la meus olhos arderam, eu odiava vê-la assim.
Billie Larsson estava nua, sentada no chão recostada no vaso sanitária.
— Mãe.
Ela me olhou distante, perdida em sua própria neura. Sua cabeça sacudia de um lado para o outro seus olhos estavam avermelhados. No chão havia de restos do pó espalhados pelo chão e ao lado havia uma garrafa de whisky pela metade.
— O que está fazendo? Para, por favor — me abaixei e segurei seu punho e o sacudi fazendo com que a espécie de cachimbo que segurava caísse ao chão, liguei a torneira e joguei água com a mão para apagar a pequena ponta de fogo.
Eu poderia gritar e surtar como as últimas vez que fiz exatamente o que estava fazendo, mas não resolvia apenas piorava. Sempre piorava.
— Oh mãezinha o que está fazendo com você mesma. — puxei-a para meus braços e a acolhi firme como a anos não a tocava. Ignorei o cheiro ruim de seu corpo e a mantive ali, ela encostou a cabeça na altura do meu peito e eu acariciei seus cabelos escuros como o meu.
Fechei os olhos sentindo dor. Talvez não fosse tão forte quanto dizia, e Billie Larsson era o meu ponto de fraqueza. O estado da minha mãe cada dia se agravava e eu precisava conseguir uma clínica, qualidade talvez fosse o de menos agora.
— Vai ficar tudo bem tesouro, eu prometo. — sussurei afagando em seu cabelo enquanto uma lágrima solitária escorreu de meus olhos longe sua vista.
— O que é aquilo lá fora, Pearl? — ouvi a voz suave de Shawn em alguma parte do cômodo, e quando a vi na porta arregalou os olhos ao me vir abraçada a mamãe naquele estado, antes que Shawn pudesse ver enxuguei a lágrima. — Oh meu Deus, mãe.
— Eu...
Ela não soube o que dizer, nem Shawn, nem eu, apenas sabiamos que isso tinha que acabar.
— Eu cuido dela. Vá lá fora que tem uma coisa pra você na porta. — Minha irmã comentou sem expressão. Fiz esforço e levantei a minha mãe junto comigo ignorando totalmente a sua nudez. Sai de lá vendo Shawn dar um sermão antes de enfia-la em baixo do chuveiro.
Passei no quarto, vesti um top preto, uma calça legging preta também até o pé bem justa e amarrei meu cabelo em rabo de cavalo, e corri para abrir a porta. Parado a minha frente casa estava uma carreta transportadora da concessionária com outro carro em cima. Uma Mercedes preta com um laço enorme rosa no capô.
Arregalei os olhos sem acreditar, mas como Logan soube o meu endereço? Eu não disse nada, nunca falávamos sobre nossas vidas pessoais, nem mesmo trocamos telefones.
— Você é a senhorita Pearl Larsson? — Concordei, pediu meu documento, quando confirmou me entregou alguns papéis em minhas mãos pedindo que assinasse, quando fiz, o rapaz loiro de olhos escuros agradeceu, desceu o carro, me entregou a chave e foi embora. Acho q ele uns trinta centímetros mais baixo que eu, mas era até bonitinho.
Caminhei até o carro zero sem acreditar, papai havia me dado a carta de habilitação de presente, mas nunca um carro, tínhamos uma vida estável, mas não éramos montados na grana, sim que tínhamos nossos luxos, papai fazia questão de nos mimar como podia, mas um carro ainda estava longe de seu orçamento.
— O que significa isso?
Shawn perguntou e a ignorei.
— Pearl, poderia me responder? Quem te deu isso? E está relacionado ao chegar de manhã em casa?
— Eu conheci uma pessoa — Confessei alisando a lataria do carro sem dar tanta atenção a ela. — Bebemos alguns copos e eu quis dar pra ele, transamos e fim.
— Enlouqueceu? — gritou. — Como faz algo tão irresponsável assim? Daí para pagar o programa ele te deu um carro, é isso?
Revirei os olhos e fiquei quieta e ela apertou o meu braço com força fazendo com que eu a olhasse com ódio. Shawn se achava no direito de ocupar o lugar da mamãe, já que ela não se importava com que eu fazia ou deixava de fazer, e hoje perguntar onde passei o resto da noite havia sido uma surpresa pra mim.
— Você já imaginou se por acaso engravidasse? Puta que pariu, você nem conhecia o cara sua irresponsável idiota.
— Primeiro: Abaixe a voz que não estou gritando com você. Segundo: Eu sou maior de idade e faço o que quiser dá vida. Terceiro e não menos importante, eu tomo pílula se isso te tranquiliza.
Ela bufou irritada, abriu os lábios mais não disse nada, sabia que eu rebateria até a última palavra.
— Shawn a minha vida é muito mais complicada do que você conhece. Vocês sabem o que deixo você e a mamãe saber, só eu sei as minhas lutas, então, não estrague a merda da única diversão que tenho, obrigada!
— Isso não é diversão Pearl, é loucura.
Em uma noite de comemoração de um fim de semestre dela enchemos a cara e ela me confidenciou que nunca havia transado com ninguém. Shawn estava com quase vinte e seis anos e eu me envergonhava por ter ficado com mais caras que conseguia contar.
— Quando você descobrir que transar é relaxante e faz bem para a alma não vai mais querer parar.
— Quando descobrir não serei como você.
Saiu pisando duro e eu fiquei olhando como a minha irmã estava bonita. Bem vestida, um vestido de cor marsala de manga bufante que ajustava perfeitamente em pulso, e era todo justo na cintura. Nem havia reparado sua roupa antes.
Voltei a analisar o carro e abri a porta, em cima do porta luvas estava um ramalhete de flores e dentro envelope dobrado escrito meu nome a mão, no segundo seguinte o abri:
Sorri quando li as palavras escritas a punho, uma letra enrolada e bonita. Olhei a carta sem acreditar que ele estivesse mesmo fazendo isso.
Logan era legal. Tinha um papo bacana e com certeza tinha grana, e era isso que eu queria, apenas isso, grana e sexo, e fim.
Meus olhos passaram por onde estavam as flores, outro bilhete, esse era pesado e quando abri me assustei com a quantidade de cédulas que haviam ali.
— Que você não esteja apaixonado, querido — gargalhei sozinha.
Eu não estava apaixonada por ele.
Tudo era um jogo... Sedução era um charme e a alma do negócio, o degrau certo para que tudo acontecesse do modo que eu quisesse que fosse, e bom, estava conseguindo.
Entrei na casa com um sorriso enorme no rosto e a minha mãe estava dormindo no sofá, está vestida, trajava um short curto e uma blusa que marcava seu corpo magro.
Entrei no meu quarto peguei o celular notando muitas chamadas perdidas de um número desconhecido, minhas anteninhas ligaram e o coração palpitou forte quando a música de Power da Little Mix disparou em meus ouvidos e o mesmo número estava ali, rapidamente atendi.
— Espero que tenha gostado, escolhi um presente tão lindo e valioso quando você, anjo.
— Quanta generosidade nos presentes — sorri, mordendo o lábio inferior.
— Você é a minha garota, minha mulher e precisa ser mimada.
— Não sou sua, não confunda as coisas.
— Você é minha a partir do momento que transou comigo, anjo. E eu estou louco por você e quero vê-la, fode-la, me sentir seu único homem.
Revirei os olhos.
Homens como Logan precisava sentir-se no comando, no topo como se eu fosse algum tipo de prêmio por ter ficado comigo. Ele era um homem elegante, fino e não aparentava ter essa possessão como está tendo. Ele foi atensioso comigo, gentil e carinhoso na cama, mas quando acordei ele não estava, e claro que não acordaria, típico de homens que buscam apenas diversão.
— Quero que vá a um jantar comigo semana que vem e deixarei Karl avisado que você será minha acompanhante de luxo.
— Eu não sou uma prostituta, Logan!
— É a minha mulher. Minha, porra! Só minha.
Arregalei os olhos, assustada. Pela primeira vez senti medo de seu tom intimidador e descontrolado. Apertei o celular duro e não esbocei reação, nem mesmo respirei para que não sentisse qualquer coisa que eu não quisesse passar.
Sempre fui uma mulher livre para fazer as minhas próprias escolhas e tomar as minhas decisões, e estar ao lado de alguém como o meu pai não estava em meu planos, prometi isso a mim mesma.
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