C A P I T U L O • 13 •
"Ele lhe seduziu, lhe enfeitiçou de tal forma que você não sabe como ou por que aquilo aconteceu!
O horário marcado da lista aproximava-se, hora de colocar a princesa para dormir, tinha decorado com o passar do ultimo mês e eu fazia a risca. A adaptação à nova vida foi mais fácil do que imaginava, e para minha surpresa, Megan pediu para cuidar dela no tempo que estava na delegacia, mas estava procurando alguém, alguém que sentisse firmeza em deixar minha menina, não que Meg não fosse, mas ela tinha suas obrigações e deixar nas costas de mamãe do outro lado do mundo não era cogitação, não queria confiar em ninguém, mas sozinho estava longe de conseguir.
Parei fazer horas extras, e quando podia chegava mais cedo. Judith não mentiu quando disse quem era Violet era um lindo diamante de coração inocente, ainda visitava a morena, já que não sabíamos quem era, estávamos tentando descobrir, mas sem pistas era impossível. Visitava-a com uma frequência menor, meu trabalho e a menina pediam muito de mim, estava começando a pegar jeito, graças a minha irmã que cuidava da sua comida e do banho.
Eram cinco e meia da manhã, quando passei na floricultura e comprei uma Magnólia e a embalei como sempre, e tive mais uma aula, dessa vez com uma senhorinha, depois disso, segui até o hospital, faziam três dias que não aparecia no hospital, esses dias foram corridos, mas se ela tivesse acordado, Nate me avisaria.
Passei pela recepção costumeira, e me surpreendi quando soube que havia descido para a sala de terapia semi-intensiva. Fiquei feliz por saber que se recuperava e não precisava mais de aparelhos.
Entrei suavemente no quarto, mas e ela permanecia igual, as salas desse lugar eram as mesmas, sem vida. Olhei para ao lado da poltrona e sorri ao ver que haviam trago o enorme jarro com as flores que vinha trazendo durante esse tempo, uma a uma, juntei a magnólia a elas e olhei para a mulher, que era ainda mais linda sem os hematomas.
Sentei-me na poltrona olhando-a, admirando-a, pensando em como ela me fazia lembrar Dennah. O mesmo tom de cor nos cabelos, a pele bronzeada e aveludada, será que seus olhos também eram azuis?
— Fico feliz que esteja melhorando, mas isso não diminui a minha culpa. Na verdade, não muda muita coisa — suspirei frustrado. — Queria que isso não tivesse acontecido, mas será que se fosse outro momento teria conhecido você?
Suspirei derrotado encostando a cabeça na poltrona e fechando os olhos lembrando minha menina, que havia deixado Violet no apartamento da minha irmã. Ouvi um grunhido baixinho, levantei os olhos encontrando a cor esmeralda de seus olhos fixados em mim, de forma primitiva, assustada.
— Fique exatamente como está, vou chamar um médico.
Ela me seguia com o olhar de forma assustada, mas não tentou se mover, aproveitei isso para correr até a sala medica onde Nathan disse que estaria caso acontecesse alguma coisa, e ele estava lá, quando disse o acontecido ele correu comigo para ver o que estava dizendo, e se surpreendeu quando chegamos à sala a mulher estava sentada, sem nenhum acesso em seu braço, ela havia tirado.
Em todas as vezes que havia vindo o lençol branco cobria seu corpo, ficava apenas seu colo a mostra e seus braços esticados fora dele, e vê-la assim me sentia um tarado por me sentir atraído por uma morta viva que havia acabado de acordar.
— Sou o Dr. Nathan Becker e irei examiná-la, tudo bem? — Ela olhou desconfiada, mas balançou a cabeça em concordância. Apenas fiquei quieto enquanto ele fazia seu papel — irei pedir alguns exames, é bom vê-la sentada, pensei que isso pudesse... — ponderou. — Deixa para lá.
— Qual é o seu nome? — Fiz a pergunta que Nate deveria ter feito, ela apenas me olhou e negou. — Não sabe? — ela confirmou sem falar nada.
Nathan e eu nos entreolhamos.
A garota era muda.
— E... Eu... Não... Não me lembro — gaguejou, e a minha respiração falhou ao ouvir sua voz de anjo.
— Não se lembra de nada? Nada? — Perguntei e Nathan analisava todos os seus gestos, para todas as respostas, ela apenas balançava a cabeça em negação. Nathan deu as costas para ela olhando horrorizado para mim, merda! Estava só piorando.
— Preciso solicitar uns exames, já volto!
Ela o acompanhou partir e quando estávamos apenas nos dois suspirou.
— Está sentindo alguma dor?
— Não muito — disse baixinho.
— O que aconteceu?
— Você sofreu um acidente há algum tempo atrás, está viva por pouco — limitei a resposta.
— Eu... Eu não me lembro de nada! Não me lembro de mim, de ninguém... — Suas mãos tremiam enquanto seu queixo batia um no outro. — É como se a minha vida tivesse sido deletada.
— Eu sinto muito. — Meu coração apertou por coloca-la nessa situação, mas contar que eu a deixei assim certeza que me mandaria embora.
Ficamos quietos. Ela entrou em uma bolha imaginaria a qual seria incapaz de estourar, Nate entrou lá de relance, disse que mais tarde a levaria até ao laboratório, e quando saiu notei que ela me olhava, mas sempre desviando o olhar.
— Meu nome é Spencer Behling e sou o delegado que está cuidando do seu caso.
Ela me olhava, não dizia nada, apenas me olhava de forma estranha, assustadoramente intimidadora, mas virou o rosto e olhou as flores ao lado da cama e sorriu.
— São lindas.
Olhei para o mesmo lugar que ela, e de modo automático caminhei até lá, levando o jarro até sua cama.
— Eu as trouxe para você nesses quase dois meses de internação.
A menina me olhou assustada, não deveria ter falado nada, não ainda. Ela havia acabado de acordar.
Droga Spencer, porque tinha estragar tudo?
— Quase dois meses? — cerrou o cenho com uma careta, o assunto era sério, mas queria rir de sua careta engraçada.
— Sinto muito por estar passando por isso, mas sei que vai superar, você foi muito forte até aqui.
— Obrigada — tocou as pétalas da Amarílis e ao tocar a Magnólia, sorriu, sentindo as espessuras densas das pétalas rosadas.
— Essa é a mais fresca, trouxe pela manhã.
— É a mais linda de todas.
— É uma magnólia, quando trouxa a primeira acho que me encantei mais pelos significados, essa mesma indica proteção, e a sua cor trás alegria.
— Magnólia seria um bom nome — pensou um instante. — Como você tem me chamado já que está há tanto tempo comigo?
— Nunca pensei em chamá-la por algum antes que acordasse.
— Enten... — Sua voz falhou, vi seu rosto esmaecer, e antes que seu corpo caísse da cama, aparei-a desacordada, sangrando pela boca e pelo nariz.
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