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C A P I T U L O • 12 •

Renovar-se faz parte do processo de viver

Olhei para a menininha espoleta que tentava soltar-se da mão da tal Meri, até conseguir, e ao fazer, correu até o colo da Judith enroscando seus bracinhos em volta do seu pescoço. A mulher sorriu para mim, a menina virou a cabeça e me olhou de olhos cerrados como se me avaliasse, dessa vez não sorriu.

— Borboletinha dê Oi ao titio Spencer — disse sorridente senhora. — Ele é quem vai cuidar de você agora amor.

— Oi titio pencir. — repetiu e eu sorri ao ouvir sua voz fofa e manhosa. — Eu me chamo Violet e tenho assim de idade — mostrou o três com o dedo. — Teis.

— Você muito esperta princesa.

Bigada. — ela virou-se para trás da mulher tentando pegar um livro na estante atrás da mulher, mas logo desceu para brincar no chão.

— Senhor Behling antes que a leve preciso deixá-lo ciente de algumas coisas. — A mulher pegou uma pasta que não havia notado antes, deixando-me atento a tudo. — Aqui está a nova certidão de nascimento da Violet já com o sobrenome do senhor. Ela era um bebê quando foi deixada aqui, chamamos-a de Violet porque quando chegou até nós estava dentro de uma cestinha grande de palha, enroladinha em um lençol fino de cor violeta e nele estava escrito Watson, então deduzimos que pudesse ser um sobrenome, e a data estava marcada a caneta, deduzo que seja o seu aniversario. Quem a aqui deixou nunca se preocupou em voltar.

Violet estava aleatória tocando nas asas da fantasia e sorrindo sozinha, antes de correr novamente para os braços da senhora Price.

— Demos o nosso melhor para que a nossa princesinha crescesse feliz mesmo não tendo muito. Até uma mulher fazer uma boa doação, um anjo em nossas vidas sem mesmo saber o quanto fez pelas crianças. — Falou a mulher estacionada na porta.

Judith sorriu em admiração.

— Gostaria de doar também — comentei e senhora sorriu. — Por tudo que fizeram por ela.

— Obrigado, senhor Behling.

— Spencer. Pode me chamar de Spencer, Judith.

Após isso, a senhora Price apresentou alguns documentos; histórico de vida, vacinas em dia, a monitoração da justiça, conversas e as visitas de Dennah durante dois anos e meio anos para conseguir chegar até aqui.

— Sendo assim é oficial senh... Spencer. Oficialmente Violet é uma Behling e a adoção é irrevogável, ela nunca deixará de ser filha mesmo depois de sua morte. Devo ressaltar que, se o senhor tiver outros filhos ela terá os mesmo direitos e deveres de um legitimo.

— Não terei outros filhos.

A mulher me olhou com pena, mas isso era uma escolha da minha vida. Não teria outros filhos porque não seria com a única mulher que fui capaz de amar verdadeiramente, e através dela haviam vindo Emy e Violet.

— Aqui está à rotina qual Violet está acostumada — sorriu me entregando um papel enrolado.

Violet olhava pela janela da sala e sorria, e por Deus, como havia me conquistado instantaneamente assim. Ela era linda, encantadora demais dona de uma voz doce e meiga.

— Princesa, venha até aqui. — a mulher chamou-a e prontamente foi atendida. — Sendo assim, lhe desejo sorte e paciência.

— Obrigado.

— Vai com o titio amor. — Ela a pegou nos braços e me entregou. A menina não chorou, encarou bem o fundo dos meus olhos e encarei os seus e a sua mão tocou minha barba bem feita.

Issu é bom. — sorriu tocando-a novamente antes deitar a cabeça em meus ombros, envergonhada. Olhei para Judith e a mulher estava com os olhos cobertos por lágrimas, ela também a amava.

— Ela era nossa princesinha, sentiremos saudades. — a senhora caminhou até mim, chamando a atenção de Violet e lhe beijando a bochecha. — Te amo meu amor.

— Ti amo vovó Zu.

Saímos da diretoria e entramos em um alvoroço no salão principal, entre as crianças e algumas pessoas que haviam cuidado da menina. As amiguinhas de Violet vieram abraça-la animadas dizendo que agora tinha um papai e as outras choravam dizendo que sentiriam xodade.

Chegamos ao estacionamento quase meia hora depois e a coloquei na cadeirinha. Violet ficou quieta, sem sorrisos, sem espoletasses, nada. E eu não seria invasivo. Aquelas pessoas foram suas únicas referências de família, e agora ela se via sozinha, com um estranho que nunca havia visto na vida era normal se sentir acuada.

Assim que estacionamos em frente à mansão pelo vidro do carro ela observava tudo. Desliguei o carro e rodeei tirando-a da cadeirinha e pegando suas asinhas no banco traseiro e a pasta que Judith havia me dado. O porshe preto de Caleb estava estacionado, assim como a BMW rosa da Meg.

— Essa é a sua tasa? Palece um tastelo de pincesa.

— Bem vinda ao seu castelo princesa brilhosa. — Seu sorriso apareceu e eu fiquei feliz, ela estava tão quietinha.

Abri a porta e me surpreendi. Havia uma enorme decoração deu unicórnio violeta no meio do hall de entrada, esse que combinava perfeitamente com o vestido de Violet. Olhei para Megan vendo-a vestida de princesa, de coroa e tudo. Gargalhei com Violet no colo quando vi Caleb com a mesma caracterização, era engraçado um homem daquele tamanho vestido de príncipe, ficou muito gay.

— Aposto que tudo isso é obra da Megan — disse a mim mesmo e Violet sorriu.

— Seja bem vinda à família princesinha da titia. — Meg caminhou até mim, ignorando o que havia dito. E sem permissão estirou os braços, que foram aceitos de bom grado pela menina.

Enquanto Meg paparicava Violet caminhei até o Caleb, que estava em silêncio. Antes de chegar perto peguei o meu celular e tirei uma foto.

— Os caras do departamento vão adorar te ver vestido de mariquinha — gargalhei e ele rosnou puto de ódio. — Você está ridículo.

— Eu sei. Nem sei como a Megan me convenceu a usar isso, acho que porque faria a sua filha feliz, seu idiota!

— Eu não poderia perder a chance, donzelo.

— Vá se foder!

Olhei para trás e Meg havia pegado as asas de Violet e colocado em si. Aproveitei para tirar uma foto daquele momento — Também amo borboletas violetas com bolinhas, a titia Megan vai vir aqui amanhã busca-la para irmos ao shopping comprar muitas roupas de princesa para você.

— De boboletinha tamém?

— Borboletinha também. — Violet pulou em seu colo e sorriu tão linda, que senti uma pontada de ciúmes, ela não havia sido tão carinhosa comigo como estava sendo com a minha irmã, se bem que, Megan sempre teve jeito com crianças, Emily também a amava. Eram muito amigas, assim como Meg era da Dennah.

— Quer conhecer o seu quarto? — sussurrou como se fosse um segredo e eu sorri, mas o sorriso morreu ao lembrar-me de que não havia preparado nada.

Foram longos meses turbulentos e sombrios e quando decidi ficar com ela foram tantas coisas que acabei esquecendo totalmente, até me organizar teria que deixá-la no quarto da frente ao meu. Já que o de Emily era o de trás.

— Titia Meg cuidou para que tudo ficasse perfeito para você. — A olhei surpreso e a petulante teve a audácia de piscar para mim. Caleb deu de ombros.

— Tem Nenecas?

— Muitas e muitas. — Violet bateu palminha animada, acho que ela não tinha muitas coisas, notava-se pela mala pequena que Judith havia feito. — Vamos subir. — Ela colocou a pequena no chão e segurou-lhe a mão. — Espero que não se importe por eu ter mexido da sua casa, velhote, mas eu não poderia deixar a menina dormir em um quarto tão sem graça quanto aquele estava.

Antes que eu respondesse as meninas subiram as entraram no elevador.

— E a garota? Como ela está?

— Está do mesmo jeito Caleb — respondi frustrado ignorando a calça apertada ridícula que ele estava usando. — Nem sei se ela vai acordar, mas tenho esperanças.

— São tantas coisas para resolver, e ainda precisamos viajar para a França para fechar o acordo com Charlie.

— Ainda não me sinto preparado para voltar a aquele país. — Caleb suspirou, era difícil para ele também, Delilah era francesa.

— Falamos nisso outro dia. Vamos subir, Megan me ligou pouco antes de meio dia perguntando se havia alguma chave extra da sua casa. Dei a deixou comigo caso precisasse vir até aqui se caso houvesse algum atentado.

— Não tem problemas. Quero só ver o que ela aprontou lá em cima.

— Então vamos. Megan não me deixou entrar, disse que seria injusto eu ver o quarto primeiro que você.

O elevador vago abriu a porta para nós. Quando comprei essa mansão escolhi várias formas de saídas, assim como havia algumas passagens secretas que só meu irmão e eu sabíamos, que se caso tivesse alguma emergência ele viria até mim.

Ao chegar ao andar arregalei os olhos quando vi a porta, que antes era branca, agora havia sido pintada de rosa bebê e nela havia uma um enorme adesivo de uma princesa olhando algumas borboletinhas voando e em cima escrito Princesa Violet. Olhei aquilo impressionado em como a minha irmã havia feito isso em tão pouco tempo, foram o que? Quase cinco horas?

— A pirralha se superou, não é atoa que ela tem tanta criatividade para organizar agência.

Revirei os olhos e o Caleb passou por mim parando quase com a cara na porta, com os olhos pediu que eu abrisse e assim fiz ficando vislumbrado com o que o quarto de hospedes havia se tornado.

Um mundo novo, que sem duvidas seria mágico aquela pequenina que saltitava no pula-pula do playground.

Megan havia decorado tudo e pensado em tudo. Esse era um dos cômodos maiores e mais largos da casa, sendo assim a minha irmã o soube aproveitar bem. Assim que abríssemos a porta havia duas direções. A primeira, a esquerda era onde estava sua cama, mas não era uma cama qualquer. Eram dois andares em forma de um castelo, sendo em baixo a sua cama que havia uma telinha de proteção alta para que não caísse, na lateral esquerda uma escadinha de plástico para que ficasse em cima e havia uma espécie de casinha com fogãozinho, armário, geladeira de brinquedo, e ao lado direto ao inverso a escadinha havia um túnel que dava acesso a um escorregador que caia direto nas piscinas de bolinha do playground no lado direito do quarto rosa, que era onde estava toda a diversão e era onde a menina estava com o sorriso de orelha a orelha.

Caminhei até a minha irmã chocado e ela olhava a menina pular com um sorriso largo.

— Como fez tudo isso em tão pouco tempo?

— Você esteve ocupado demais nesses últimos dias, então eu planejei tudo desde o dia do hospital, que soube que ela viria para nossas vidas.

— UAU. Você se superou — comentou Caleb e ela o reverenciou segurando o vestido que havia fofo nela.

— Nada que o melhor designer de interiores do país, dois arquitetos e uma boa quantidade de gente para mão de obra não resolvessem. — descolou os olhos da menina e me encarou. — Foi uma fortuna, mas ver a felicidade dela e a sua não tem preço, Spen.

Meg sorriu e eu me senti orgulhoso de quem minha irmã havia se tornado. Caleb caminhou até ela e a abraçou como se agradece por mim, e eu sorri olhando a pequena pular mesmo com aquele vestido; pensei que estava sozinho, que Vincent havia destruído os Behling por causa da distância que nós causou, mas vejo que aquele final foi apenas para que outro começasse, mais feliz e unidos do que qualquer outra versão. 

Capitulo adiantado, as notinhas estão sendo atualizadas, 

já já um aviso importante, fiquem atentas...

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