Capítulo 25
- Vamos nos casar. - Ele solta a bomba do nada.
- O quê?!
- Vamos nos casar. - Repete.
- Você está maluco? - Pergunto seriamente.
- Não. - Reidar nega com a cabeça.
Ele deve estar maluco sim, caso contrário não estaria dizendo que vamos nos casar assim do nada.
- Eu não vou me casar com você Reidar.
- Por que não? - Ele questiona.
- Você me ama? - Retruco.
Ele não abre a boca para responder minha pergunta, e nesse momento já tenho a resposta para minha pergunta, e isso me dá ainda mais certeza de que esse casamento não é uma boa ideia.
- Eu não me casarei com você apenas porque teremos um filho. - Digo.
- Mas...
- Não vou me casar sem amor Reidar. - O corto. - Não adianta nem tentar me fazer mudar de ideia porque você não vai conseguir.
Em hipótese alguma farei essa loucura, porque não sou corajosa o suficiente para me casar sem amor, e eu também não aceito menos que isso.
Inicialmente até poderia dar certo, mas em algum momento tudo iria começar a dar errada, e com toda certeza iríamos culpar um ao outro pelas nossas frustrações, e eu não quero esse tipo de coisa para minha vida.
Eu assumo que gosto do Reidar mais do que deveria, mas ele não retribui meus sentimentos, por isso a única coisa que serei para ele é a mãe do seu filho, e não esposa.
- Pense no nosso bebê Jess. - Ele fala.
- É pensando nele e em mim que fiz essa escolha Reidar. Eu sei que seria um marido carinhoso e exemplar, mas isso não é o suficiente para mim, por isso não me casarei com você.
Chegaria o momento em que nossos problemas acabaria interferindo na vida do nosso filho, então é melhor ter pais separados que se respeitam e ajudam um ao outro, do que casados, porém infelizes e amargurados.
- Quem se importa com amor? - Ele me olha com desdém.
- Se você é frio demais para não se importar com amor o problema é todo seu Reidar, mas eu não sou assim, por isso espero que respeite a minha decisão.
Eu sei que Reidar começou a ficar desacreditado no amor depois que sua esposa faleceu, mas eu sou diferente dele e ainda acredito em finais felizes, por isso eu nunca seria capaz de me casar sem amor.
- Me desculpe. - Ele pede sem graça.
- Já deixei claro que nunca me casarei com alguém que não me ama, por isso espero que não toque mais nesse assunto.
- Tudo bem. - Ele suspira alto. - Respeitarei a sua decisão.
- Obrigada. - Agradeço.
Eu espero que Reidar não toque mais nesse assunto, porque eu não quero me irritar com ele, e será exatamente isso que irá acontecer se ele insistir nessa loucura.
Eu sei que seremos pais presentes e dedicados, e não precisaremos estar casados para fazer o nosso melhor, porque eu me dedicarei ao máximo para ao menos ser uma boa mãe, e eu sei que Reidar também será um bom pai.
- Como você está? - Reidar indaga. - E a saúde do bebê?
- Eu estou bem e agora o bebê também está. - Respondo.
- Agora? - Ele me olha sem entender nada.
- Minha gravidez é de risco, e há alguns dias eu quase o perdi, mas agora está tudo bem.
Meu corpo gela só de pensar na possibilidade de nunca ter a chance de pegar meu filho em meus braços, e isso é tão assustador que chega doer meu coração.
Eu não sou acostumada a ficar pensando no pior, porque ser uma pessoa pessimista não é algo legal, mas de vez em quando eu me lembro do meu quase aborto e isso me deixa com medo.
- Vai ficar tudo bem. - Reidar fala com convicção.
- Eu sei que vai. - Sorrio largo.
Ele pega minha mão, a leva aos lábios e a beija com carinho, enquanto me olha com preocupação aparente.
Reidar perdeu sua esposa grávida e isso o traumatizou e ele se culpa pelo que aconteceu, e agora que ele sabe que quase perdi o bebê, faz com que ele se preocupe ainda mais, porque querendo ou não ninguém é eterno.
- Quer voltar para a pousada? - Reidar indaga. - Quero cuidar de você.
- Tenho alguns exames para fazer na semana que vem, eu não posso ir.
- Eu te espero. - Diz.
Eu gostaria muito de voltar para a pousada, porque lá eu me sinto livre, e é como se eu tivesse em casa, mas ao mesmo tempo não sei se é uma boa ideia ficar só com o Reidar.
Quanto mais tempo eu passar ao seu lado, mais eu gostarei dele, e eu deveria manter distância para superar, e não me afundar ainda mais nessa bagunça que está meus sentimentos.
- Não sei se meus pais acharam uma boa ideia. - Minto.
- Vou conversar com eles. - Reidar fala. - Já passou da hora de me conhecerem.
Meus pais vão concordar na hora, porque para eles quanto mais monótona a minha vida tiver nesse momento, melhor para mim.
- Tudo bem então. - Forço um sorriso.
- Vamos até sua casa. - Reidar diz se levantando.
- Mas... Mas já?
Ele pega minha mão e me ajuda a me levantar, e ainda sem me soltar começa a caminhar em direção à porta da casa.
- Tenho que avisar para a Liz que estamos saindo. - Digo.
- Liz?! - Reidar grita.
Alguns segundos depois Liz corre em nossa direção, e nos olha toda assustada, e tudo culpa do Reidar.
- O que está acontecendo? - Ela pergunta. - Está passando mal?
- Eu estou bem. - A tranquilizo.
- Por que gritou seu idiota? - Ela se irrita com Reidar. - Me assustou.
- Jess e eu iremos sair agora.
Liz olha para mim com curiosidade, mas ela não pergunta nada por agora, só que posso me preparar para o interrogatório que virá depois.
- Depois nos falamos. - Digo.
Ela acena com a cabeça enquanto Reidar e eu começamos a caminhar em direção à porta da casa, e a cada passo que dou começo a ficar nervosa por algum motivo desconhecido.
Será estranho conviver com Reidar, mas ao mesmo tempo gosto da ideia de voltar para a pousada, e só por isso estou concordando com essa loucura.
Espero que eu não me arrependa da escolha que fiz, e que nosso bom relacionamento como amigos dure até o fim, pelo bem do nosso filho.
- Entre. - Ele fala ao abrir à porta do carro.
Me sento no banco do carro, e quando levo a mão ao cinto de segurança Reidar o pega antes, e o coloca em mim.
Nossos rostos estão a centímetros um do outro, e ter Reidar encarando meus lábios tão descaradamente me deixa levemente querendo beijá-lo.
- Por... por que está me encarando dessa forma? - Pergunto.
- Porque eu senti sua falta. - Reidar responde.
- Não faça isso Reidar.
O empurro para que ele se afaste de mim, e então fecho à porta do carro porque ele conseguiu me irritar agindo dessa forma.
- Por que ficou brava? - Ele questiona ao entrar no veículo.
- Você sabe que eu gosto de você, mas você não sente o mesmo por mim, então não me dê esperanças falando esse tipo de coisa.
- Eu fui sincero quando lhe disse que senti sua falta Jess.
- Eu não quero saber. - Falo seriamente.
Reidar ficar falando esse tipo de coisa acabará me iludindo, porque querendo ou não uma parte de mim irá esperar algo mais vindo dele, e ele agindo dessa forma não me ajuda em nada.
- Você não acredita em mim não é? - Ele indaga.
- Eu confio em você, e é por isso que peço que não me faça desejar algo que não posso ter, por isso não quero ouvir que sentiu minha falta.
Espero que ele respeite a minha vontade e pare de agir assim, porque eu realmente não quero me afastar dele por causa desse tipo de conversa.
🌻
- Entre.
Dou espaço para Reidar entrar em casa, e ele a adentra olhando em volta com curiosidade, enquanto eu fecho à porta lentamente.
O caminho até em casa foi feito praticamente todo em silêncio, e eu tenho que assumir que eu gostei, porque eu não queria ouvir coisas que me deixasse abalada.
- Irei chamar...
Antes deu ir procurar por meus pais eles aparecem do nada, e quando olho para Reidar vejo que ele está meio nervoso.
- Quem é esse moço querida? - Mamãe pergunta.
- Muito prazer senhora, eu me chamo Reidar. - Ele se apresenta.
Nunca disse aos meus pais o nome do pai do meu bebê, por isso eles me olham confusos, porém curiosos.
- Bem... ele é o pai da Helena. - Digo enfim.
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