Capítulo 11
- Você está bem? - Reidar pergunta.
- Estou bem. - O tranquilizo.
Reidar pega minha mão e me ajuda a me levantar, e fica me olhando com preocupação.
- Tem certeza que está bem? - Indaga. - Não se machucou?
- Eu estou bem, não se preocupe.
Reidar parece não acreditar em mim, e então se afasta um pouco e me olha de cima em baixo atentamente.
- Você machucou sim. - Ela aponta para meu joelho.
Olho para baixo e vejo um pequeno machucado, tão pequeno que mal estou sangrando, e Reidar parece tão preocupado que parece ser um ferimento enorme.
- Isso não é nada Reidar. - Falo.
- Deveríamos voltar para...
- Não seja teimoso homem. - O interrompo de continar a falar. - Eu estou bem.
- Tem certeza?
- Tenho sim. - Balanço a cabeça em confirmação.
Bato as mãos nas minhas roupas para tirar um pouco da sujeira, enquanto sou observada atentamente por Reidar.
- Não é para você correr novamente. - Ele fala.
- Sim senhor. - Reviro os olhos.
- Estou falando sério.
Reidar aponta o dedo em minha direção, então me da as costas e começa a caminhar em direção a cachoeira.
- Sem graça. - Resmungo baixinho.
- Eu ouvi isso.
Dou de ombros e começo a caminhar atrás do Reidar de cabeça baixa, e alguns segundos depois acabo trombando em seu corpo tão forte que quase caio para trás.
- Seja mais cuidadora Jess.
Reidar parece irritado comigo, o que também começa me deixar bem estressada.
- Cale a boca. - Resmungo entredentes.
Ninguém mandou ele parar do nada em minha frente, por isso acabei troabando nele, por isso a culpa é toda dele.
- Você me mandou calar a boca? - Reidar indaga.
- Sim, eu mandei.
Reidar da um passo em minha direção, e tenho que assumir que minha vontade é de retroceder alguns passos, mas continuo no mesmo lugar o encarando de frente.
- Você me mandou calar a boca? - Ele questiona novamente.
- Mandei e mando de novo se me irritar.
Reidar está a poucos centímetros, mas como ele é enorme perto de mim fico com o rosto praticamente no seu peitoral, então mais do que depressa olho para cima para mostrar a ele que não vou fugir só porque ele está tão próximo.
- Você é bem corajosa Jess. - Ele sorri com malícia.
- Pode ter certeza que sou. - Falo com convicção.
Reidar ainda me olha por alguns segundos, e eu imploro mentalmente para ele se afastar, porque meu pescoço já está doendo de tanto que eu olho para cima.
- Da próxima vez que me mandar calar a boca, irá se arrepender. - Ele diz.
- Cale a boca. - Eu o desafio.
Para falar bem a verdade estou bem curiosa para saber o que se passa em sua mente nesse momento, mas eu não deixaria Reidar ditar as regras comigo mesmo que ele quisesse.
Se eu quero mandar ele calar a boca farei isso sem pensar duas vezes ou na consequências, porque se ele pensa que está me assustando me olhando como se eu fosse uma presa, está muito enganado.
- Você é mais petulante do que eu pensava. - Reidar sorri de canto.
- Você que está me provocando. - Dou de ombros.
Reidar passa a língua pelos lábios enquanto começa se aproximar do meu rosto, e meu coração começa se acelerar tão rápido que acho que ele está escutando.
Agora mais do que nunca eu quero fugir, mas eu não serei tão covarde e deixar ele achando que sou fraca, por isso por mais que minhas pernas estejam bambas, continuo no mesmo lugar.
- Eu disse que iria se arrepender se me mandasse calar a boca novamente. - Reidar cochicha em meu ouvido.
Engulo em seco quando Reidar encosta sua bochecha na minha, e quando eu acho que ele vai me beijar, sou surpreendida com ele me levantando nos braços.
- O que pensa que está fazendo Reidar? - Pergunto.
- Logo você saberá. - Ele sorri com malícia.
Sinto meu rosto queimar de tanta vergonha de mim mesma, por achar que ele iria me beijar, quando na verdade Reidar planeja outra coisa.
- Me coloque no chão. - Peço.
- Não. - Reidar nega com a cabeça.
Ele começa a caminhar em direção a água, e no mesmo instante já sei qual é o plano do Reidar.
- Se me jogar na água...
- Por que acha que farei isso? - Ele me corta.
Reidar continua caminhando por alguns segundos, e então faz o que eu já estava esperando, me joga na água fria.
Para minha infelicidade bato a cabeça em algo pontiagudo, e quando consigo me levantar sinto uma dor horrível.
- Acho... Acho que me machuquei. - Falo para Reidar.
Ele me encara de olhos arregalados, então nesse momento tenho ainda mais certeza que estou ferida.
Sinto algo quente escorrendo em meu rosto, e quando passo a mão e a olho vejo que estou sangrando.
Reidar continua me olhando sem reação alguma, e isso começa a me deixar preocupada com ele.
- Você está bem? - Indago.
Dou um passo em sua direção, mas Reidar retrocede enquanto parece bem assustado olhando para mim.
Olhando para ele agora parece que Reidar está em pânico, e não consegue se mover, então dou mais um passo em sua direção, e é nesse momento que ele me dá as costas e começa a correr para longe de mim.
- Reidar!
Grito por seu nome, mas ele continua correndo, e eu fico no mesmo lugar sem entender nada do que está acontecendo, e o porque ele está fugindo de mim.
Será que Reidar tem pavor de ver sangue? Porque ele está correndo tão rápido, que essa é a única alternativa.
- Homem doido.
Lavo meu rosto lentamente para tirar o excesso de sangue, e então saio da água lentamente e em seguida me sento em uma pedra.
Fico parada olhando para a cachoeira por alguns segundos, mas continuo sentindo sangue escorrer em meu rosto, então decido voltar para a pousada sozinha.
Reidar uma hora dessas já deve estar bem longe pela velocidade que ele estava correndo, por isso decido não esperar por ele.
Não faço ideia do porque ele agiu daquela forma tão estranha, mas isso me deixou ainda mais curiosa a seu respeito.
Começo a caminhar em direção a pousada, mas dessa vez sem a companhia do Reidar que não faço ideia de onde esteja. Não sei se ele voltou para a pousada, ou se está se escondendo em algum lugar bem longe de mim.
Minha cabeça está doendo muito, e percebo que a cada passo que dou fica ainda pior, e eu começo a ficar tonta de repente.
Paro por alguns segundos e seguro em uma árvore, e ao olhar para frente vejo tudo girando sem parar, e isso é a última coisa que vejo antes de desmaiar.
🌻
Abro os olhos lentamente e olho em volta, e só então percebo que estou em meu quarto.
- Como eu vim parar aqui? - Pergunto baixinho.
Olho para a janela e vejo que já está de noite, então tento me levantar mas desisto quando sinto minha cabeça doer.
- Que merda. - Resmungo baixinho.
Olho para o lado quando escuto uma movimentação, e então vejo Reidar entrar em meu quarto com uma bandeja nas mãos.
Ele para de caminhar quando vê que estou acordada, e depois de alguns segundos me olhando de longe ele se aproxima.
- Você está bem? - Reidar indaga.
- Sim. - Respondo.
Reidar coloca a bandeja sobre o criado mudo, e então dá a volta na cama e assim que se aproxima de mim se senta na beirada da cama.
- Está sentindo dor? - Reidar pergunta.
- Não. - Minto.
- Tem certeza?
- Tenho sim. - Confirmo com a cabeça.
Ainda estou sentindo dor, mas não falo porque eu já sei que ele está preocupado, e eu não quero que ele se sinta culpado.
- O que aconteceu? - Questiono.
- Você desmaiou. - Ele responde.
Pelo jeito passei o dia todo dormindo, porque quando fomos a cachoeira era de manhã, e agora já está de noite.
- Você voltou por mim? - Pergunto.
- Sim.
- Que bom. - Sorrio largo.
- Me desculpe pelo que aconteceu. - Reidar pede.
- Não precisa se desculpar, foi um acidente.
- A culpa foi minha. - Ele abaixa a cabeça.
Me sento na cama, então pego sua mão e aperto de leve, tentando tranquilizá-lo de alguma forma.
- Você sabia que eu iria me machucar? - Indago.
- Não. - Ele nega com a cabeça.
- Então como é sua culpa? Foi apenas um acidente, e nada mais.
Reidar suspira alto, e então me olha, e a dor que vejo em seus olhos me deixa muito triste, e me perguntando o que esse homem já passou para estar assim.
- Me perdoe por ter fugido. - Ele pede sem graça. - Entrei em pânico quando te vi sangrando.
- Você foi procurar por mim depois, e me trouxe para casa. - Sorrio largo.
- Você deveria ficar brava comigo.
- Por qual motivo? - Pergunto.
- Por eu ser um idiota.
Lhe dou um tapa bem forte em seu braço, e no mesmo instante Reidar faz uma careta de dor, mas não reclama.
- Estamos quites agora. - Sorrio largo.
Reidar revira os olhos, mas também sorri enquanto me olha, e percebo que pouco a pouco ele vai se acalmando.
- Espera um pouco... - Me calo e olho para baixo. - Você trocou minhas roupas?
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