5°
Eu estava nervoso, mas aquela batida de fazer o coração pular me deixou feliz, tinha bastante pessoas dançando inclusive Camila, que mal chegou e já foi se soltou.
–Vem dançar!– ela fala quando chega em mim e me puxa.
–Eu não sei dançar!– falo.
–Como não? Você é profissional, só não lembra, arrasava em todas as festas. Ta precisando de um pouquinho de álcool para agitar!
Ela me alcança o copo que estava tomando que tirou de um homem que a convidou para dançar.
–Só quatro golinhos, mas tem que ser de gute-gute!– ela fala rindo.
Assim fiz, o primeiro gole desceu rasgando, o segundo também, mas os outros dois me deixaram tonto, apesar de ter tomado de olhos fechados.
–Gostou?– Camila pergunta ainda rindo.
–Nossaaa, isso é muito louco!– falo gritando e rindo –Vamos dançar!– dessa vez sou eu que falou.
–Mas você odeia funk!– diz Camila.
–Eu estou sem memória, tô nem ai para meus gostos anteriores!
–Wow, gostei, vamos lá que a noite é nossa!– Camila fala, dando o copo para alguém desconhecido.
Fomos para o meio da festa, as luzes eram muito legais, me sinto muito feliz!
–Fecha os olhos e deixa a batida te levar– Camila fala.
Assim eu faço, e então começo a dançar conforme a batida com um sorriso no rosto esbanjando felicidade por estar alí. Quando abro os olhos, levo um susto, tinha uma espécie de rodinha à minha volta, todos dançando, mas me olhando. Então paro.
💭 "Será que estou dançando esquisito" 💭
–Vai primo, ta arrasando, continua!– Camila fala com outro copo na mão e rindo.
Acho que Camila tomou alguma pílula do sorriso, pois desde que chegou não para de sorrir, mas então percebo que eu devo ter tomado também.
Uma morena com vestido de onça entra no meio da rodinha e começa a dançar e rebolar perto de mim, eu volto a fechar os olhos e deixo o som me levar. Quando abro de novo já estavam todos dançando, eu olho minha prima com outro copo e vou até ela.
–Depois como vamos pra casa se você está bebendo?– pergunto.
–Ta tranquilo, estou tomando água, já bebo o suficiente, vou só tomar água e dançar mesmo!
–Está bem! Fui muito esquisito dançando?– pergunto..
–Óbvio que não, foi ótimo, melhor do que quando você tinha memória! Agora aproveita!
Sorrio então volto para a pista. Estou dançando quando de repente um garoto vem em minha direção e tenta me beijar; eu não poderia deixar, além do mais pelo que sei, estou namorando. Minha prima se avança na frente dele e diz que estou com ela. Ele se desculpa e sai dançando. Camila e eu começamos a rir.
–Deve estar bêbado já!– fala Camila.
–É normal isso?– pergunto.
–Bastante! Mas pelo menos você tem consciência de nau trair– ela fala.
–Pois é, lembrei na hora.
Logo chega uma garota loira perto de nós, por sinal muito bonita.
–Oi, Lu!– fala a garota loira.
–Oi!– respondo.
Quando olho para minha prima ela está falando no ouvido da garota.
–Vamos ir um pouco alí fora?– a loira me convida.
Minha prima acena que sim com a cabeça, então fui.
Quando eu e a tal loira chegamos na rua, respiro fundo aquele ar e observo a beleza que está a madrugada.
–Lembra de mim?– a loira pergunta.
–Não– respondo.
–Eu sou sua amiga e também sua ex-namorada.
–Minha ex-namorada?
–Sim, a primeira.
–Hum...
–Sua prima me disse que você está sem memória.
–Pois é, estou.
Ela engole em seco e enche os olhos de lágrimas.
–Por que você está quase chorando?– pergunto.
–É que vivemos uma história tão intensa, que foi tão linda e agora você nem lembra de mim.
Fiquei sem reação, o que poderia fazer. Estava curioso pra saber a minha história com ela, mas na realidade não estava com vontade de ouvir.
–Vamos voltar lá para dentro da festa?– a convido.
–Ah, então está bem, vou lá...
Ela então se abraça em mim como se o mundo fosse acabar, eu a abraço também.
–Tenho saudades!– ela fala chorando.
–Calma, vai ficar tudo bem, seja o que for.
–Só de te ter visto e ter falado com você, já me dá forças. Tenho que ir!
Ela me dá um beijo na bochecha e entra em um táxi que estava alí em frente à festa.
Sinto que ela estava precisando de ajuda, da minha ajuda, mas eu não tive como ajudá-la pois não tenho nem memória para saber quem ela é.
Volto para a festa meio desanimado, pois já estava cansado.
–Vamos para casa?
Falo para Camila assim que entro na festa e a enxergo.
–Sim, vamos, aconteceu alguma coisa?– ela me pergunta.
–Não, só estou cansado...
Logo saímos da festa e entramos no carro.
–Nossa! Até que aproveitamos bastante, já são 5:30 da manhã– Camila fala olhando para seu celular.
–Pois é! Quem era aquela garota?– queria saber se ela tinha falado a verdade.
–Uma ex-namorada sua, acho que é a primeira.
–Sinto que ela estava precisando de ajuda.
–É, pelo que sei, a situação dela não está legal, está péssima.
Na mesma hora que Cam terminou de falar, passamos por uma esquina, a mesma garota loira estava parada, na realidade, estava entrando em um carro de luxo, estava sorrindo, mas dava pra ver sua alma gritando de agonia e tristeza, pedindo por socorro.
Me deu um aperto forte no coração, sem eu nem entender, lágrimas escorreram sobre meu rosto.
–Camila, o que a garota loira estava fazendo ali. Me diz que estava esperando algum parente, apesar de ter saído mais cedo em um táxi.
Camila suspira.
–Lu, ela se prostitui.
Me viro pra frente e me lembro de suas palavras, de suas lágrimas, de seu abraço, de seu pedido por ajuda pelo seu olhar.
–Por quê?– pergunto.
–Ah, na realidade não sei, você nunca me falou sobre ela...– Camila responde.
Não posso mentir, minha cabeça ficou turbulenta, mas estou cansado com a festa e acabo adormecendo no carro. Como em um piscar de olhos, Camila fala:
–Lu, sua cama já está pronta e já chegamos, vai lá deitar!
Eu, então, saio do carro como se fosse um zumbi, me atiro na cama e durmo como pedra.
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